O que fazer para que sua criança enjoada coma

criança investigando a comida
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Embora frustrante, essa história de criança enjoada para comer tende a ser apenas uma fase do desenvolvimento e costuma melhorar com o tempo.

Leve em consideração que a alimentação com sólidos ainda é novidade na vida do seu filho. Talvez ele precise de tempo para se adaptar às texturas, cores e sabores dos alimentos.

Além disso, crianças pequenas adoram a rotina e a familiaridade (da hora do sono aos lanches da tarde), daí a maioria delas nem querer experimentar uma comida até que tenha visto a mesma coisa inúmeras vezes.

Dito isso, saiba que este é um ótimo momento para ensinar seu filho a experimentar gostos novos, antes que ele comece a rejeitar alimentos só para poder treinar sua recém-conquistada independência. Continue a fazer um pratinho com diferentes tipos de comida, assim ele vai ter a chance de provar quando estiver pronto. E, claro, seja sempre um ótimo exemplo com o seu próprio prato, bem variado e colorido.

"Dificilmente uma criança vai comer legumes se isso não aparecer no prato dos pais. Aliás, esta fase é também uma ótima oportunidades para os pais melhorarem a própria alimentação", afirma a nutricionista Débora Donio.

Dicas para introduzir novos alimentos

Todos nós nascemos com o instinto para saber quanto de comida o corpo precisa. As crianças têm esse mecanismo bem afinado, identificando a quantidade de alimentos de que necessitam para crescer saudável.

Então, no fundo, cabe a seu filho decidir quanto vai comer. O máximo que você pode fazer é colocar à disposição alimentos nutritivos (confira sete alimentos superpoderosos), em um ambiente gostoso, relaxado e sem brigas.

Veja a seguir algumas sugestões de como lidar com uma criança mais enjoada:

  • Em todas as refeições, ofereça alguns alimentos diferentes. Quando cozinhar uma novidade, simplesmente acrescente no prato junto com as outras coisas, sem dar grande importância ao fato (só tenha certeza de que a comida é apropriada para a idade do seu filho). É importante que sempre haja pelo menos uma comida de que ele goste.
  • Não alimente seu filho fora dos horários das refeições (almoço e jantar) e de lanchinhos saudáveis predeterminados (manhã e tarde). Segundo os médicos, grande parte dos enjoados costuma comer de pouquinho em pouquinho diversas vezes ao dia. Ao estabelecer horários mais ou menos fixos de refeições, você aumentará as chances de ele chegar à mesa com fome e diminuirá a dependência de "boquinhas" fora de hora.
  • Pense em porções adequadas ao tamanho do seu filho. Não existe regra fixa, já que é importante respeitar o nível de fome e de saciedade de cada criança, mas, de modo bem geral, a porção total de comida por refeição para uma criança de 1 ou 2 anos não vai além de cinco ou seis colheres de sopa. Crianças podem ficar facilmente intimidadas por pratos muito cheios e acabar perdendo o apetite. Comece com pouco e, se ele comer tudo, ofereça mais. E quando a criança indicar que não quer mais, resista à tentação de ficar insistindo com "só mais três colheradas".
  • O paladar de cada pessoa é muito variável, e às vezes um sabor ou textura de alimento realmente não agrada. No caso das crianças, até a cor pode não ser apetitosa. Pode ocorrer também de uma comida lembrar a criança de um dia que estava doente ou de alguma outra experiência negativa. Portanto, seja flexível: às vezes mudando a forma de cozinhar um vegetal ou uma carne, você eleva as chances de aceitação.
  • Procure acrescentar valor nutritivo aos pratos que prepara. Misture uma couve bem picadinha ao arroz com feijão, carne moída no macarrão ou beterraba no molho de tomate. Se ele gosta de iogurte, tente misturar frutas em pedaços.
  • Resista à tentação de dar alimentos açucarados ou de pacotinho só para ver seu filho comendo. Seu objetivo é desenvolver o paladar da criança. Não dê doce como recompensa. De acordo com as recomendações mais recentes, crianças menores de 2 anos não devem consumir açúcar, mel, melado ou qualquer outro tipo de alimento artificialmente adoçado.
  • Minimize as distrações na hora de comer. Se a irmã mais velha estiver brincando no quarto ou se o som de um desenho ou vídeo for ouvido à distância, vai ser difícil seu filho manter o interesse na comida. A refeição precisa ser um momento tranquilo, prazeroso e dividido com a família. Aproveite o tempo para conversar e fazer perguntas.

Ampliando o paladar da criança

Não é muito comum que uma criança pequena adore desde sempre todo tipo de comida. Paladar é uma questão de investimento. A longo prazo, o exemplo que você dá ao servir e comer uma série de alimentos saudáveis é uma das melhores formas de ajudar o seu filho a comer bem.

Por mais difícil que seja de aceitar, comer apenas algumas coisas é uma decisão da criança, e é importante ela que possa desenvolver essa capacidade de ouvir o ritmo do corpo no momento de se alimentar e de parar de comer.

"A criança tem que ter o controle do que come", explica a nutricionista Nancy Hudson, da Universidade da Califórnia em Berkeley. Forçar uma criança a comer algo de que não gosta ou em uma quantidade além da que deseja pode acabar provocando problemas futuros: crianças que não têm espaço para decidir sobre sua própria ingestão de comida têm maior risco de se tornar obesas no futuro.

Outro senão de forçar uma criança a comer é que isso só a tornará ainda mais teimosa e menos aberta a experimentar novos alimentos.

Se você acredita que seu filho não está comendo praticamente nada, comece a fazer um registro semanal do que ele consome em todas as refeições. É bem possível que você se surpreenda e descubra que, no decorrer da semana, ele acaba comendo alimentos de todos os principais grupos (proteínas, verduras/legumes/frutas, cereais/raízes/tubérculos e feijões/grãos) e obtendo os nutrientes necessários para estar saudável.

Isso tudo, claro, se a alimentação dele for baseada em comida de verdade, não em guloseimas que enchem a barriga, mas não propiciam a absorção de uma variedade de nutrientes essenciais para a saúde do organismo.

Por outro lado, se, mesmo com uma oferta variada e nutritiva de alimentos no dia a dia, você considerar que seu filho não está se alimentando bem, converse com o médico na próxima consulta de rotina.

Procure não ficar falando na frente da criança sobre sua preocupação com o ganho de peso ou com a seletividade dela para comer, pois isso pode agravar o comportamento e criar mais resistências à comida.

Dependendo da avaliação do profissional de saúde, às vezes a criança pode ser encaminhada para um nutricionista e/ou um fonoaudiólogo a fim de investigar outras causas que não sejam simplesmente "chatice" natural da idade para comer.

Lidando com criança enjoada
Um vídeo com dicas para ajudar nas batalhas diárias pela alimentação.Veja mais vídeos sobre a criança
Confira mais dicas no artigo como lidar com uma criança difícil para comer e conheça também os alimentos que prendem e soltam o intestino
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