Objectivos de Desenvolvimento do Milénio

Relatórios de Cabo Verde

Relatorio de Progresso 2015

Relatório de Progresso 2010

Relatório de Progresso 2008

Relatório de Progresso 2004

 

O que são os Objectivos do Milénio para o Desenvolvimento

No ano 2000, 189 chefes de Estado e de Governo da que participavam na Assembleia Geral das Nações Unidas, assinaram a Declaração do Milénio que levou à formulação dos 8 objectivos específicos de desenvolvimento cuja meta para o seu cumprimento é ano 2015.

O propósito desta iniciativa, logo no inicio do milénio, foi engajar os líderes mundiais na realização de um mundo digno para todos, garantindo às gerações futuras oportunidades de se desenvolverem em situações sócio-económicas e ambientais  propícias e de construírem uma sociedade mais justa e equitativa.

O conceito dos Objectivos do Milénio para o Desenvolvimento, integra oito objectivos, onde são definidas (de 1 a 7) as prioridades em termos de elaboração e implementação medidas de politicas sociais que visam sobretudo proporcionar às populações a garantia e o acesso aos serviços sociais básicos como a saúde, a educação, ao abastecimento de água de agua e redes de saneamento, a igualdade entre os géneros e a conservação do meio ambiente.

Considerando que a realização dos objectivos preconizados, não seria factível, se implementada de forma isolada por cada país, o Objectivo 8, cimenta as bases para uma cooperação e fortalecimento de parcerias, para a concretização dos outros objectivo, enfatizando que os países mais ricos e desenvolvidos deverão ajudar aos países em desenvolvimento através do reforço da cooperação e da ajuda ao desenvolvimento.

 

Cabo Verde e os Objectivos do Milénio para o Desenvolvimento

Cabo Verde aceitou o desafio lançado pela ONU, e desde então tem vindo a consolidar, desenvolver e implementar um conjunto de acções estratégicas, que lhe permitirá em 2015 estar confortável em relação ao cumprimento dos OMD´s, prevendo que uma serie de objectivos e metas seja realizado. De acordo com o último relatório sobre os OMD´s, essa assumpção e desafios impõem a integração das metas e indicadores ODM nas políticas públicas nacionais, contextualizadas com o processo de graduação do país dos Países Menos Avançados e da adesão à organização Mundial do Comercio.

A nível nacional nota-se, de acordo com os dados do último relatório, a tendência de uma franca e encorajadora evolução no sentido do cumprimento de alguns objectivos. Mas os mesmos alertam para a existência de um ritmo diferente e diferenciado no que concerne à sua realização a nível dos municípios, colocando outros desafios e demandas em termos de planificação e implementação das políticas públicas.

Cabo Verde encetou, por isso, desde o inicio ao abraçar a causa dos Objectivos do Milénio para o Desenvolvimento uma campanha nacional sobre os OMD, iniciada em 2003, e tendo apresentado em 2004 o seu primeiro relatório e o segundo finalizado em 2008. O processo para a sua elaboração foi amplamente participativo com o envolvimento de do governo através das suas varias estruturas, das ONG, da sociedade civil em geral e das Agências do Sistema das Nações Unidas. O último relatório avalia os progressos feitos para alcançar os OMD e aponta para os esforços suplementares que permitirão a realização dos vários objectivos num prazo razoável, com um enfoque especial à realização dos OMD a nível dos municípios.

 

Cabo Verde - Relatório Objectivos do Milénio para o Desenvolvimento 2015

Situação de Cabo Verde quanto à realização dos ODM

Após quase 15 anos do estabelecimento dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio pelo Estados Membros das Nações Unidas, Cabo Verde regista importantes progressos de realização dos objectivos em todas as áreas de actuação, tendo o país provavelmente realizado já todos os objectivos. No entanto, este quadro esconde desequilíbrios quanto aos resultados a nível dos diferentes municípios nas ilhas de Santiago Santo Antão e Fogo.

Dados do INE de 2007 (QUIBB, 2007) em conjugação com o Censo 2010 e Inquérito multiobjectivo contínuo de 2013

MDG Objective1 Objectivo 1: Erradicar a extrema pobreza e a fome
MDG Objective2 Objectivo 2: Alcançar a educação primária universal
MDG Objective3 Objectivo 3: Promover a igualdade de gênero e empoderamento da mulher
MDG Objective4 Objectivo 4: Reduzir a mortalidade infantil
MDG Objective5 Objectivo 5: Melhorar a saúde materna
MDG Objective6 Objectivo 6: Combater o HIV/SIDA, malária e outras doenças
MDG Objective7 Objectivo 7: Garantir a sustentabilidade ambiental
MDG Objective8 Objectivo 8: Desenvolver Parceria Global para o Desenvolvimento

 

logo

Ojectivo 1: Erradicar a pobreza extrema e a fome

Meta 1:

  • Reduzir para metade a proporção da população que vive na pobreza extrema entre 1990 e 2015

Indicador:

  • • Percentagem da população a viver abaixo do limiar da pobreza

Meta 2:

  • Reduzir para metade, entre 1990 e 2015, a população em situação de insegurança alimentar

Indicadores:

  • • Percentagem de crianças menores de 5 anos com mal nutrição
  • • Percentagem da população com insuficiência calórica

Redução da pobreza extrema e da insegurança alimentar - passando de 49% em 1990 para 26,6% em 2007, o que ilustra uma evolução positiva da situação, com fortes probabilidades do país ter atingido esta meta, a ser confirmado com a publicação de dados em relação a 2015. Este facto teve influência sobre o índice de profundidade da pobreza, relativamente ao qual Cabo Verde atingiu e ultrapassou a meta fixada para 2015. Da mesma forma, atingiu a meta quanto à percentagem de crianças menores de 5 anos com insuficiência ponderal, que reduziu para mais de metade entre 1994 e 2009 (de 13,5% para 3,9%)

«Saiba mais Relatório OMD 2015»

logo

Objectivo 2: Alcançar o Encino Primário Universal

Meta 1:

  • Proporcionar a todas as crianças os meios de finalizar o ciclo de estudos primários

Indicadores:
  • Taxa líquida de escolarização no ensino primário
  • Proporção de crianças em idade escolar começando o primeiro ano de estudo no ensino primário e terminando o sexto
  • Taxa de alfabetização dos 15 a 24 anos

A taxa líquida de escolarização no ensino básico registado aumento de 21.3 pontos percentuais, de 71,5% para 92.8% entre 1990 e 2013/2014. A escolarização básica universal foi assegurada desde 2000: mais de 90 em cada 100 crianças, de idade compreendida entre os 6 e os 11 anos, frequentam o ensino básico, e 94 em cada 100 crianças, em idade escolar, concluem o último ano deste nível de ensino (6º ano). A taxa de alfabetização dos jovens de 15-24 anos é de 97,8% em 2010,
que corresponde a um aumento de 8,7 pontos percentuais em relação a 1990.

«Saiba mais Relatório OMD 2015»

 

logo

Objectivo 3: Promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das Mulheres

Meta 1:

  • Eliminar disparidades entre sexos no ensino e a todos os níveis até 2015

Indicadores:
  • • Rácio raparigas/rapazes no ensino primário, secundário e superior
  • • Taxa de alfabetização de mulheres de 15 a 24 anos em relação a homens
  • • Proporção de assentos ocupados por mulheres no parlamento nacional

E estando a paridade alcançada em praticamente todos os níveis de ensino, bem como na alfabetização e as mulheres bem representadas nos diferentes sectores da economia, bem como em posição de liderança no mundo empresarial (35%) e na Administração Pública (35%). Existe um equilíbrio de género a nível do governo desde 2006. As principais forças políticas "obrigam-se" a uma quota de até 40% para as mulheres nas listas eleitorais e em lugares elegíveis. Registam-se progressos na representação das mulheres no Parlamento, de 3,8% para 20,8% entre 1991 e 2011. Proporção que, contudo, ainda está aquém da meta global e regional para este indicador (30%).

«Saiba mais Relatório OMD 2015»

 

logo

Objectivo 4: Reduzir a Mortalidade Infantil

Meta 1:

  • Reduzir em dois terços, entre em 1990 e 2015, a taxa de mortalidade de crianças menores de 5 anos

Indicadores:
  • • Taxa de mortalidade de crianças menores de 5 anos
  • • Taxa de mortalidade infantil
  • • Proporção de crianças de ano vacinadas contra o sarampo

tendo verificado uma redução da mortalidade de crianças menores de cinco anos de 56 para 23,6 por mil nados vivos, no período 1990-2013. Em 2013 foi registado o menor número de óbito infantil de todas as séries estatísticas existentes. A taxa de cobertura da vacinação
contra o sarampo é actualmente superior a 96%, tendo-se atingido a meta.

«Saiba mais Relatório OMD 2015»

 

logo

Objectivo 5: Melhorar a Saúde Materna

Meta 1:

  • Reduzir em três quartos, entre 1990 e 2015, o índice de mortalidade materna

Indicadores:
  • • Taxa de mortalidade materna (17,3°/oooo em 2015)
  • • Proporção de partos assistidos por pessoal de saúde qualificad

Meta 2:

  • Alcançar, até 2015, o acesso universal à saúde reprodutiva

Indicadores:
  • • Taxa de prevalência contraceptiva
  • • Taxa de natalidade na adolescência
  • • Cobertura dos cuidados pré-natais (pelo menos 1 consulta e pelo menos 4 consultas)
  • • Necessidade não satisfeita em matéria de planeamento familiar

Com mais de dois terços das grávidas a fazer pelo menos 4 consultas pré-natais (2005) nos serviços de saúde e mais de 90% dos partos a serem realizados em estruturas hospitalares,
verificando-se ao mesmo tempo uma evolução positiva da taxa de prevalência contraceptiva total, que passou de 53% para 61,3% entre 1998 e 2005. A taxa específica de fecundidade entre as adolescentes (15-19) desceu de 104‰ em 1998, para 92‰ em 2005, e para 62‰ em 2010, tendo a meta de 60 por mil sido provavelmente atingida.

«Saiba mais Relatório OMD 2015»

 

logo

Objectivo 6: Combater o VIH/Aids, a malária e outras doenças

Meta 1:

  • Parar, até 2015, a propagação do VIH/SIDA e começar a inverter a tendência presente

Indicadores:
  • • Taxa de prevalência do VIH entre a população de 15 a 24 anos
  • • Uso de preservativo, pelo menos, na última relação sexual de alto risco
  • • Percentagem da população de 15-24 anos, com um conhecimento completo e correcto sobre o VIH/SIDA
  • • Taxa de escolarização das crianças órfãs em relação às crianças não órfãs de 10 a 14 anos de idade

Meta 2:

  • Atingir, até 2010, o acesso universal ao tratamento do VIH/SIDA por parte de todas as pessoas que dele necessitam

Indicador:
  • • Percentagem de população com infecção por VIH em estado avançado, que têm acesso a medicamentos anti-retrovirais
  • Meta 3:

    • Até 2015, ter controlado o paludismo e outras doenças graves e ter invertido a tendência actual

    Indicadores:

    • • Taxas de incidência e óbito associadas ao paludismo
    • • Percentagem de crianças menores de 5 anos que dormem sob um mosquiteiro tratado com insecticida
    • • Percentagem de crianças menores de 5 anos que têm febre e são tratadas com medicamentos antipalúdicos apropriados
    • • Taxas de incidência, prevalência da tuberculose e taxa de mortalidade ligada a esta doença
    • • Proporção de casos de tuberculose detectados e tratados no quadro de tratamentos de breve duração sob observação directa

    Registando aumento de taxa quanto ao uso de preservativo na última relação de risco, no caso das mulheres, de 55,5% para 68,5% entre 2005 e 2012, tendo a meta de 65% sido atingida. 55% da população com infecção por VIH em estado avançado, tinha acesso a tratamento anti-retroviral (2010: 39%). A taxa de mortalidade específica por paludismo, que era em 2006 de 1,5 por 100.000 habitantes diminuiu, em 2012, para 0,2 por 100.000 habitantes e registou-se melhoria na taxa de mortalidade específica por tuberculose, que em 2013 era de 2,9 por 100.000.

    «Saiba mais Relatório OMD 2015»

     

logo

Objectivo 7: Assegurar um ambiente sustentável

Meta 1:

  • Integrar os princípios de desenvolvimento sustentável nas políticas e programas nacionais e inverter a tendência actual de diminuição dos recursos naturais
  • • Até 2015, reduzir para metade a percentagem de pessoas sem acesso duradoiro a água potável
  • • Até 2020, ter alcançado uma melhoria significativa das condições de vida dos desfavorecidos do país
Indicadores:
  • • Percentagem da população com acesso sustentável a um sistema de abastecimento de água
  • • Percentagem de terras cobertas por florestas
  • • Áreas protegidas para manter a diversidade biológica
  • • Emissão de gases com efeito de estufa

O aumento em 18,5 pontos percentuais, de 0,8% (1990) para 12 19,5 (2013) da proporção de áreas terrestres e marinhas protegidas em Cabo Verde revela comprometimento sério tendo a meta para 2015 sido ultrapassada. A proporção da população que utiliza uma fonte melhorada de água potável aumentou consideravelmente, passando de 65,2% em 1990 para 90,5% em 2012. A meta foi por conseguinte, atingida.

«Saiba mais Relatório OMD 2015»

 

logo

Objectivo 8: Estabelecer uma parceria Mundial para o Desenvolvimento

Meta 1:

  • Tratar globalmente dos problema da dívida dos países em desenvolvimento através de medidas de ordem nacional e internacional adequadas de modo a tornar viável o seu endividamento a longo prazo

Meta 2:

  • Formular e implementar estratégias nacionais permitindo aos jovens de encontrar uma ocupação decente e produtiva

  • Indicador:

    • • Taxa de desemprego dos jovens com idade compreendida entre 15-24 anos por sexo e por ilha

    Meta 3:

    • Negociar o acesso aos medicamentos e a preços acessíveis e tornar as novas tecnologias de informação e comunicação disponíveis a toda a população

    • Indicador:

      • • Número de linhas telefónicas fixas, de telemóveis, de microcomputadores e internet por 100 habitantes

      Meta 4:

      • Desenvolver um comércio e sistema financeiro aberto, baseado em regras previsíveis e não discriminatórias

      • Cabo Verde tem beneficiado da ajuda pública ao desenvolvimento concedida pelos parceiros bilaterais e multilaterais. Os resultados conseguidos são positivos e propiciam o desenvolvimento social e económico do país. Relativamente ao acesso a medicamentos a um custo justo, o sistema nacional de saúde assegura o acesso grátis a medicamentos essenciais. Uma estimativa independente diz que, em 2011, a produção nacional assumiu 23% do consumo interno de medicamentos.

        Cabo Verde é tido como uma referência internacional em soluções inteligentes que envolvem as novas tecnologias. Os progressos realizados nas várias vertentes das telecomunicações desde 2006 são substanciais e os benefícios derivados do uso das novas tecnologias de comunicação alargam-se à facilitação e melhoria do clima de investimento e de negócios, da governação administrativa, educação e saúde.

        «Saiba mais Relatório OMD 2015»