Refluxo no bebê: sintomas e tratamento
- É normal um bebê regurgitar bastante?
- Quais são os sinais de alerta para quando o refluxo é uma doença e precisa ser tratado?
- Como é o diagnóstico da doença do refluxo gastroesofágico?
- Como é o tratamento para a doença do refluxo gastroesofágico?
- Que medidas aliviam os sintomas do refluxo?
- A doença do refluxo é grave para o bebê?
A maioria dos bebês regurgita, porque seu sistema digestivo ainda está amadurecendo. Mas quando as golfadas começam a causar dor e desconforto e a atrapalhar o ganho de peso do bebê, a condição recebe o nome de doença do refluxo gastroesofágico. Descubra o que você e o médico podem fazer para ajudar.
É normal um bebê regurgitar bastante?
Depende. É esperado que um bebê novinho golfe um pouco de leite depois de mamar ou até acabe vomitando de vez em quando, sem causa aparente nem aviso. O leite simplesmente volta.
Esse é o chamado refluxo fisiológico. Ele costuma começar quando o bebê tem 2 ou 3 semanas de vida, e acontece bastante por volta de 4 a 5 meses. Em geral, a comida e o leite param de voltar perto de quando o bebê faz 1 ano.
Em termos gerais, mesmo para crianças mais velhas, o que importa é o estado geral da criança. Se ela parece não se incomodar com a regurgitação, e o desenvolvimento estiver seguindo bem, não há motivo de preocupação.
Mantenha uma fraldinha ou paninho de boca sempre à mão, e não se esqueça de colocar uma blusa extra para você na sacola do bebê (clique para ver o vídeo), para o caso de um "acidente".
Em algumas crianças, no entanto, o refluxo causa complicações, como dificuldade em ganhar peso. Nesse caso se considera que há uma doença que precisa de tratamento.
Quais são os sinais de alerta para quando o refluxo é uma doença e precisa ser tratado?
Os sintomas a seguir são bastante comuns em bebês, mas se forem intensos podem indicar a presença da doença do refluxo gastroesofágico:
- Demonstrar desconforto quando regurgita
- Chorar muito depois de mamar
- Arquear as costas para trás durante a mamada ou logo depois
- Tossir ou engasgar durante as mamadas
- Baixo ganho de peso
- Falta de apetite ou recusa da mamada
- Vômitos recorrentes ou muito intensos
- Dificuldade para engolir
- Mau hálito
- Problemas respiratórios, como tosse à noite ou chiado no peito
Se puder, faça um diário do refluxo do bebê para levar à consulta com o pediatra. Inclua informações sobre quando o bebê mama, quando ele chora, quanto de regurgitação volta e com qual frequência.
Em casos raros, o conteúdo gástrico não chega a sair na forma de regurgitação, mas fica entrando nas vias respiratórias, causando problemas. Essa situação é conhecida como refluxo oculto ou silencioso, e fica mais difícil de perceber.
Por esse motivo, no caso de infecções respiratórias recorrentes ou tosse que não passa, a possibilidade de refluxo deve ser levada em conta.
Como é o diagnóstico da doença do refluxo gastroesofágico?
O diagnóstico do refluxo pode ser apenas clínico, ou seja, baseado no exame físico do bebê e na descrição dos sintomas, com a ajuda de exames simples como o de sangue e o de urina.
Existem outros exames para investigar o refluxo, muitas vezes pedidos em casos mais complicados por um gastropediatra. São exames mais difíceis de fazer, como radiografias seriadas com contraste do sistema digestivo (o bebê precisa tomar um contraste de bário), ou a endoscopia. A preferência costuma ser pelo diagnóstico clínico.
Como é o tratamento para a doença do refluxo gastroesofágico?
O profissional de saúde pode sugerir algumas medidas simples para você tentar em casa (leia mais abaixo). Se elas não funcionarem, pode ser necessário dar remédios para o bebê. Entre os remédios usados estão substâncias que reduzem a ação e a produção de ácidos no estômago do bebê, e para ajudar o estômago a esvaziar mais rápido. Nunca dê remédios para refluxo (ou outra coisa) a uma criança sem orientação médica.
Cada vez mais hoje em dia o uso de medicamentos é evitado. Os profissionais de saúde dão preferência aos ajustes de rotina como os descritos a seguir.
Que medidas aliviam os sintomas do refluxo?
Para amenizar o desconforto da criança, experimente as seguintes estratégias:
- Segure-a no colo na vertical, sem deitá-la, por entre 20 minutos e meia hora após cada mamada. Evite que ela fique deitada logo após mamar ou comer.
- Diminua a quantidade de cada mamada ou refeição. Prefira aumentar a frequência da alimentação.
- Faça-a arrotar com frequência, mesmo no meio das mamadas.
- Evite expor a criança à fumaça de cigarro, pois a exposição ao tabaco pode agravar os sintomas de refluxo.
Os sintomas de refluxo também podem ser causados ou piorados por alergias alimentares, como a certas proteínas presentes no leite de vaca que passam para o leite materno ou que fazem partes das fórmulas artificiais. Por isso, em caso de refluxo que não responde ao tratamento, a possibilidade de alergia pode ser investigada.
Nos casos mais graves, o pediatra pode receitar produtos para engrossar um pouco o leite ou fórmulas antirrefluxo já prontas.
Colocar uma criança de menos de 1 ano para dormir em cadeirinhas não é recomendado, porque há risco de asfixia, se o bebê ficar com o pescoço muito flexionado. O queixo do bebê não pode ficar encostado no peito.
Quanto ao uso de colchão antirrefluxo, a Academia Americana de Pediatria orienta que a elevação não ultrapasse os 10 graus, para evitar que durante o sono não-supervisionado o bebê acabe virando de bruços, o que aumenta o risco de morte súbita.
Sob supervisão, cuidando para que o queixo do bebê não encoste no peito, é possível manter uma elevação de até mais de 15 graus, segundo o pediatra Fábio Picchi.
A doença do refluxo é grave para o bebê?
É importante acompanhar atentamente o ganho de peso de bebês com refluxo.
Existe também o risco de desenvolver esofagite, uma inflamação da mucosa do esôfago, que pode ser persistente e provocar problemas mais sérios no futuro.
Se a regurgitação ou o vômito entrarem no sistema respiratório, o bebê pode adquirir problemas como pneumonia aspirativa, tosse persistente à noite, sinusite (em crianças maiores) ou otite, por isso é bom ficar de olho em sinais dessas doenças.
O ácido estomacal também pode prejudicar o esmalte dos dentinhos da criança.
Mas saiba que essas consequências negativas são apenas nos casos de doença do refluxo, e mesmo quando há doença o controle dos sintomas evita a maioria das complicações.
Saiba mais sobre como evitar que a criança engasgue enquanto mama e aprenda a identificar uma dor de ouvido
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