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Saiba o que esperar numa nova gravidez

Mulher negra grávida senta na cama, enquanto criança negra beija a sua barriga
Foto: Shutterstock Custom
Está grávida de novo e ainda não sabe o que esperar desta experiência? Saiba que não está sozinha. Cada gravidez é de um jeito e as surpresas podem vir mesmo em bebês da mesma mãe e do mesmo pai. De toda forma, se a gestação anterior ocorreu sem complicações, é provável que você esteja mais tranquila com o teste positivo.

Por outro lado, se não foi lá tão simples assim, pode ser que você esteja um pouco preocupada e ansiosa. Isso sem contar na divisão de tarefas para cuidar do filho mais velho — ou filhos mais velhos. O corpo também pode estar se adaptando ao pós-gravidez, e é por isso que a OMS recomenda intervalo de 12 a 18 meses entre o parto e a nova gestação. O fato da pessoa ainda estar amamentando, por exemplo, pode interferir em alguns dos sintomas da segunda gravidez, assim como mudanças de hábitos necessárias na rotina.

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São muitos fatores que devem ser levados em conta neste momento e, mesmo já tendo a primeira experiência, alguns pontos podem ser diferentes. Veja o que muda e o que tende a se repetir de uma gravidez para outra.

A segunda gravidez é diferente da primeira? Entenda

Não existe nenhuma regra definitiva quando falamos de gravidez ou criação de filhos. Porém, pais que não são de primeira viagem costumam reparar algumas mudanças entre as experiências. Por exemplo, agora são mais responsabilidades em jogo: além de cuidar do seu corpo e do bebê que está no útero, os cuidadores também são responsáveis pelas outras crianças.

Vale lembrar também que a lista de compras para o enxoval pode diminuir, já que itens como berço, carrinhos, trocadores e até mesmo roupas, podem ser reaproveitados pelo filho que vem aí. Já o autocuidado deve permanecer em dia, uma vez que, até em uma segunda, terceira ou quarta gestação, o corpo passará por muitas mudanças e é importante estar preparada para isso.

Veja mais mudanças que podem acontecer, em relação à primeira gravidez.

Na segunda gravidez, a barriga cresce mais rápido?

O bebê certamente não vai crescer mais rápido, porém, a sua região abdominal já fez o trabalho de se esticar na primeira gestação, estendendo grande parte dos músculos. Por isso, é possível que você note sua cintura se alargando mais depressa e a barriga de grávida aparecendo mais cedo. Esteja preparada para começar a perder as roupas um pouco antes dessa vez.

O bebê começa a mexer mais cedo na segunda gravidez?

É bem possível que os chutes do bebê, assim como as contrações de treinamento — também chamadas de contrações de Braxton Hicks —, sejam notados antes, pelo mesmo motivo da barriga tender a aparecer mais cedo na segunda gestação. Além disso, dessa vez, as gestantes podem estar mais acostumadas e saberem identificar pequenos sinais. Mas isso não quer dizer, necessariamente, que o bebê começa a se mexer mais cedo na segunda gravidez.

Dores e incômodos

Incômodos e dores nas costas tendem a ser mais comuns entre os sintomas da segunda gravidez, especialmente se você não praticou muita atividade física depois da última gestação e não fortaleceu os músculos abdominais. Exercícios adequados podem prevenir ou diminuir a dor lombar à medida que a barriga cresce. Tente se exercitar sempre que puder.

Com crianças menores em volta, certamente você corre, se abaixa e faz força o tempo todo, por isso certifique-se de sempre flexionar os joelhos para se curvar e de se agachar sempre que for pegar peso. Ensine crianças mais velhas a fazer coisas sozinhas, para que você não precise pegá-las no colo com tanta frequência. Não deixe de exigir apoio do pai e pedir ajuda a familiares e mais integrantes de sua rede de apoio.

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Varizes na gravidez

As varizes também podem piorar a cada gravidez. Se você já sofreu com varizes antes, considere a possibilidade de usar meias-calças elásticas com algum tipo de compressão logo no início da nova gravidez, assim como elevar os pés e as pernas com frequência. Atividade física também ajuda a combatê-las.

Riscos da segunda gravidez

Seu histórico médico e obstétrico será fundamental para determinar que tipo de acompanhamento terá desta vez, e poderá influenciar o risco de um problema aparecer. Caso mude de médico, não deixe de relatar para o novo obstetra todos os detalhes da gravidez e do pós-parto anteriores, assim como problemas com o bebê ou alguma condição de saúde que você tenha passado a ter.

Se você é saudável e não teve complicações em gestações anteriores, o risco agora é pequeno. Mas vale lembrar que quanto mais bebês uma mulher tem, maior o risco para certos problemas, como descolamento de placenta e hemorragia pós-parto.

Por outro lado, se você não teve pré-eclâmpsia antes (e está com o mesmo parceiro e não apresenta hipertensão), as chances de desenvolver esta condição agora são bem menores.

Caso tenha tido algum tipo de complicação da primeira vez, como parto prematuro, pré-eclâmpsia (caracterizada principalmente pela elevação da pressão arterial da mãe na segunda metade da gravidez), descolamento de placenta ou hemorragia pós-parto, as chances de tê-la de novo podem ser maiores.

Olhando pelo lado positivo, é bem provável que você agora conheça melhor os sinais de alerta aos quais deve estar atenta durante a gestação. A família também pode ter mais conhecimentos sobre o estilo de vida que pode te ajudar a ter uma gravidez mais tranquila. Assim, pelo menos você já saberá o que fazer para tomar cuidado e tentar evitar problemas mais graves.

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Para quem sofreu com a insuficiênica do colo uterino, a vantagem é que agora é possível tomar providências mais cedo, fazendo a cerclagem com calma, se o médico considerar necessário.

Sintomas da segunda gravidez são piores?

Cada gravidez é de um jeito, mas alguns dos desconfortos de uma primeira gestação acabam se repetindo nas seguintes ou até mesmo piorando. O bom disso é que talvez seja uma boa motivação para se empenhar e fazer de tudo para que os incômodos da gravidez não apareçam, já que você sabe como podem ser chatos. Confira mais sobre alguns dos principais sinais de gestação:

Enjoo e vômitos

Caso você tenha passado por enjoos na gravidez anterior, pode ter a sorte de escapar deles desta vez. Mulheres que já engravidaram têm menos chance de sentir enjoo que as grávidas de primeira viagem, embora isso não seja uma regra. Mas, se você teve vômito excessivo (hiperemese gravídica) na gravidez anterior, infelizmente há mais riscos de ter de novo, já que cerca de 15% das gestantes encaram a condição novamente.

Cansaço

Muitas mulheres tendem a se sentir ainda mais cansadas por já terem uma criança em casa e não usufruírem do mesmo tempo para descansar ou tirar uma soneca como fizeram da primeira vez.

Outra diferença é que as pessoas podem achar que, por já ser uma veterana no assunto, a gestante não precisa de tanta ajuda. Por isso, não hesite em pedir auxílio quando necessário e mostre que uma rede de apoio continua sendo importante, independente do número da gestação.

Prisão de vente

Se teve prisão de ventre ou hemorroidas, procure manter uma alimentação rica em fibras, beber bastante água e praticar exercícios regularmente, já que são condições que tendem a aparecer novamente.

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Estrias

Se as estrias foram um problema para você, saiba que novas marcas provavelmente vão surgir durante a gravidez. De maneira geral, não há muito o que fazer para evitá-las, além de cuidado para não ganhar mais peso do que o recomendado. Entretanto, lembre-se que são mudanças naturais do corpo, que está gerindo um bebê e tente não se cobrar tanto.

Mudanças de humor

Os altos e baixos dos sentimentos podem até se repetir, mas as coisas que a preocupam ou alegram provavelmente serão um pouco diferentes agora.

Às vezes você se sentirá tomada de felicidade pela ideia de ter outro filho, outras, no entanto, sentirá medo e insegurança, como se não fosse dar conta da missão. As preocupações financeiras também podem aparecer com frequência e mexer com o equilíbrio emocional dos pais. Gestantes que tiveram uma experiência ruim costumam temer que isso aconteça de novo, aumentando a ansiedade.

Todos esses sentimentos são absolutamente normais e legítimos. Lembre-se que isso é comum e acontece com muitas mães pelo mundo. Tente desabafar com pessoas de confiança e não deixe de procurar o médico, se tiver alguma preocupação com a sua saúde ou do bebê.

O parto na segunda gravidez

Parto natural ou cesárea durante a primeira gravidez não indica, necessariamente, como será o nascimento de uma gestação posterior. Em geral, se a segunda gravidez está caminhando bem e sem complicações, não há impedimento para um parto normal, mesmo que o primeiro tenha sido uma cesariana.

A chance do parto vaginal é ainda maior quando a razão da cesárea anterior for algo que não tende a se repetir, como o bebê estar sentado. Em caso de dúvidas, é importante consultar o médico que acompanha sua gestação.

Como contar para os outros filhos sobre a nova gravidez?

Esta é sem dúvida uma decisão pessoal, muito baseada na idade das outras crianças e na maneira como você acredita que elas lidarão com a notícia.

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Muitos pais e mães preferem esperar para contar até que a gestação esteja mais adiantada, como depois do primeiro trimestre, quando o risco de aborto espontâneo é significativamente menor e a barriga já está maior e mais “real”. De toda forma, não deixe de levar em conta os sentimentos dos filhos mais velhos e reafirme a importância deles na família, já que ciúmes podem surgir com a chegada do irmão mais novo.

Ainda amamento meu outro filho. Preciso parar ao engravidar?

Você pode até continuar a dar de mamar se desejar. Entretanto, alguns médicos recomendam que a amamentação seja interrompida no final da gravidez, principalmente se houver risco de parto prematuro, uma vez que a estimulação do mamilo pode provocar contrações. Muitas mães também decidem parar de amamentar porque seus seios ficam mais sensíveis e doloridos ou porque se sentem muito cansadas.

Mas a ginecologista Yara Caldato, parte do Conselho Médico do BabyCenter, ressalta: “Cada caso precisa ser avaliado individualmente, já que muito raramente a amamentação precisa ser suspensa. Inclusive há a opção de amamentar em tandem, quando a mãe amamenta dois filhos em idades diferentes”.

É possível ainda que a própria criança tome a decisão por você, já que a produção pode cair durante a gestação e o gosto do leite tende a mudar. Pesquisas mostram, inclusive, que mais de 2/3 das crianças amamentadas largam por conta própria o peito quando as mães ficam grávidas de novo. Procure não encarar isso como uma ruptura, mas sim como uma evolução.

É importante lembrar que a OMS recomenda o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de vida e a manutenção da amamentação por no mínimo 2 anos. Caso sinta que o seu filho não está ganhando peso adequado ou tenha dúvidas sobre o processo de amamentação, é essencial consultar um profissional.

Tire também suas dúvidas sobre parto vaginal após uma cesariana e sobre engravidar após um aborto espontâneo.

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Conselho Federal de Enfermagem (COFEN). OMS divulga novas diretrizes de cuidados no pós-parto. Março 2022. Disponível em: http://www.cofen.gov.br/oms-define-diretrizes-de-cuidados-no-pos-parto_97396.html#:~:text=A%20OMS%20j%C3%A1%20recomendava%20intervalo,o%20parto%20para%20nova%20gesta%C3%A7%C3%A3o. Acesso em ago. 2023.

Escola de Enfermagem da USP (EE USP). Você pretende ficar grávida de novo? Disponível em: proj4.inddAbrir uma nova janela (usp.br). Acesso em ago. 2023.
Claudia Boyd-Barrett

Claudia Boyd-Barrett é jornalista especializada em saúde e mora na Califórnia.

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