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A transição do berço para a cama

bebê branco de camisa listrada se apoia no berço
Foto: iStock / mapodile
É importante começar dizendo que não existem regras, nem momento certo para a despedida do berço — seja para uma cama de solteiro, cama júnior ou minicama. De maneira geral, a maioria das crianças acaba fazendo essa transição entre 1 ano e meio e 3 anos. Mas se o seu filho está bem e não apresenta sinais de querer ir para cama, o melhor a fazer é esperar esta idade.

Existem casos, entretanto, que a mudança é necessária: quando a criança não cabe mais no berço, ou é muito espoleta e resolve pular as grades ou quando há um irmãozinho a caminho, por exemplo. Confira sinais de que está na hora de sair do berço, como fazer a transição da melhor forma e dicas de segurança.

Sinais de que está na hora de tirar o berço

Há alguns sinais que podem indicar que o seu filho está pronto para fazer a transição do berço para a cama. São eles:

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  • A criança escapa do berço com frequência;
  • O berço está ficando pequeno para o bebê;
  • Quando a criança está em pé, o limite do berço está abaixo da altura dos mamilos;
  • A criança já fala ou se anima com a ideia de ter uma cama;
  • Tem um novo bebê chegando.
Alguns cuidadores podem ficar bem preocupados com os filhos que pulam o berço, já que isso pode resultar em uma queda mais grave. Faz todo o sentido, mas a dica é tentar não se precipitar. Não é porque a criança conseguiu escapar um dia do berço que no dia seguinte precise ser transferida para uma cama.

Pode ser que ele também ainda não esteja pronto para dormir na cama — afinal, ele terá a liberdade de circular pela casa enquanto todo mundo está dormindo, o que também tem sua dose de perigo. Antes de fazer a mudança, veja se o estrado do berço está na posição mais baixa possível. Também é importante tirar do berço qualquer coisa que possa servir de “escada”, como protetores, bichinhos de pelúcia, travesseiros altos.

Como fazer a transição do berço para a cama

Cada família vai entender o que é preciso para tornar o período de transição do berço para a cama o mais tranquilo possível. Porém, aqui estão dicas que podem ajudar no processo e evitar traumas e mágoas da criança. Confira!

Comemore a mudança: é um grande passo na vida do seu filho. Garanta de que ele saiba disso! Você pode levá-lo para escolher lençóis novos, ou incentivá-lo a contar para todo mundo que tem uma cama nova, de “menino ou menina grande”. Uma ideia é planejar um dia especial, com um passeio ou até uma festa com os avós.

Escolha bem a cama: existem camas especiais para crianças pequenas (alguns berços se transformam, inclusive. Tente se informar com o fabricante). A vantagem da minicama é que ela costuma ser mais baixa, evitando quedas, e é mais aconchegante. Mas dura menos, já que a criança cresce rápido, por isso não se trata de um item essencial.

Caso a cama de solteiro que você já tem em casa seja muito alta, você pode colocar grades (existem grades facilmente acopláveis, presas sob o colchão). Você pode até colocar o colchão no chão mesmo, por algum tempo, assim, se seu filho rolar para fora da cama não vai se assustar tanto. É uma prática cada vez mais comum. Quartos de bebê sem berço (às vezes desde o nascimento) estão se tornando opções para pais que seguem o princípio montessoriano, de dar o máximo de independência à criança.

Faça a mudança aos poucos: é importante entender o ritmo do seu filho e, muitas vezes, ele precisará de paciência no processo. Então, evite mudanças muito bruscas, se sentir que ele ainda está apegado ao berço. Muitos pais gostam de colocar a cama no quarto junto com o berço e esperar que a criança manifeste o desejo de dormir lá, normalmente começando com a soneca da tarde.

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Explique o significado da cama: seu filho deve entender que agora está em uma cama e tudo o que muda com isso. Por exemplo, você deve explicar que agora ele pode levantar e sair da cama sozinho, já que pode demorar para a “ficha cair”. Mas também tenha paciência até a criança entender que deve ficar na cama na hora de dormir e não é porque pode sair, que deve.

Não junte a transição com o desfralde: o desfralde e a saída do berço são algumas das maiores mudanças na vida da criança. Por isso, alguns especialistas recomendam que os processos não aconteçam ao mesmo tempo. Tente entender com qual dos dois o seu filho já está mais avançado e espere um pouco antes de começar a outra etapa.

Higiene do sono: você deve manter hábitos da rotina do sono, mesmo após a troca do berço. Ou seja, evitar brincadeiras agitadas na hora de dormir e continuar com ações que digam que o momento do sono chegou. Pode ser tomar banho ou colocar o pijama, com mais calma, por exemplo. Ter uma rotina bem definida neste momento irá ajudar na transição.

Como fazer a transição com a chegada de outro bebê?

A chegada de um irmão mais novo é um dos principais motivos para tirar a criança do berço. Procure fazer a transição no mínimo cerca de dois meses antes do nascimento do bebê. Assim seu filho já estará instalado na cama nova e não achará que o bebê chegou para “roubar” o berço.

Se a criança ainda for muito pequenininha, no entanto, talvez valha a pena pensar numa outra possibilidade: deixe para fazer a transição quando o bebê tiver 3 ou 4 meses, e enquanto isso coloque-o para dormir em um moisés ou no berço desmontável.

Muitos pais acabam se arrependendo de ter tirado a criança cedo demais do berço só porque precisavam liberá-lo para o irmão. Pode ser que pegar outro berço emprestado ou usar um daqueles de viagem cause menos transtorno à família do que fazer a transição antes da hora.

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Há crianças que se adaptam rápido e sem problemas, mas outras têm bastante dificuldade. Nessa fase, a criança está passando por grandes mudanças e, com a chegada de um novo membro na família, ela pode se apegar às coisas de quando era bebê, inclusive o berço. Por outro lado, quando a criança tem um irmão mais velho, a transição costuma ser bem mais fácil, já que existe um exemplo e modelo próximo.

Dicas de segurança para cama da criança

Quando a criança pode sair da cama sozinha, ela terá acesso a muitas coisas enquanto o resto dos moradores da casa estiver dormindo. Antes de fazer a transição, assegure-se de que o quarto não tem nenhum objeto perigoso, remédios à mão, armários soltos ou janelas sem tela. Nunca subestime a capacidade da criança. Não dá para saber quando será a primeira vez que ela terá a ideia de arrastar uma cadeira e alcançar as partes mais altas da casa.

E o problema não está só no quarto. Se seu filho não dorme de porta fechada, tome as mesmas precauções no restante da casa, e de preferência feche o acesso à cozinha, porque é lá que está boa parte dos perigos domésticos.

Meu filho não dorme na cama. O que faço?

Se seu filho está muito incomodado por ter passado para a cama, tente dar mais alguns dias a ele, com bastante incentivo. Mas, se mesmo assim não adiantar, talvez seja o caso de colocá-lo de volta no berço.

Há crianças que simplesmente não estão preparadas para deixar a segurança do berço. Se seu filho dormia bem, e de repente, depois da mudança, começa a ter dificuldade para pegar no sono, levanta muitas vezes ou chora chamando você, provavelmente ele ainda não estava pronto.

Não é vergonha recalcular a rota. Não entre muito no mérito da questão, muito menos busque uma punição. Às vezes é preciso recuar — algo que também acontece no desfralde — e tudo bem!

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Luísa Silveira

Luísa Silveira é jornalista, responsável pelo site BabyCenter Brasil. Apaixonada por conteúdos de saúde, está na Webedia desde 2021.