Anúncio

Inseminação artificial: como funciona esse tratamento de fertilidade?

Casal heterossexual, de homem negro e mulher branca, conversando com médica negra
Foto: iStock

A inseminação artificial é um dos tratamentos mais antigos de fertilidade, sendo utilizado há mais de dois séculos. Claro que muita coisa mudou de lá para cá, e hoje em dia o procedimento até envolve “lavagem” de espermatozoides e colocação mais precisa no interior do útero.

Anúncio | Texto continua a seguir
Os especialistas do BabyCenter te contam quais os casos em que a inseminação artificial pode ser recomendada, quais são as vantagens e desvantagens do processo e, ainda, valores e possíveis coberturas do procedimento pelo SUS. Confira!

O que é e como funciona a inseminação artificial?

A inseminação artificial consiste em inserir os espermatozoides no útero da mulher, para dar uma ajuda extra à natureza, na chamada inseminação intrauterina. É um método simples, mas com eficácia limitada. Pode ser usada uma amostra de banco de esperma ou, ainda, pode haver a coleta através da masturbação do parceiro, em um ambiente privativo. Em casos de pacientes com trauma raquimedular, há a opção de eletro e vidro estimulação em clínicas de reprodução.

É preciso que haja ovulação, que pelo menos uma das trompas não tenha obstruções e uma amostra de esperma com espermatozoides relativamente saudáveis. Cada tratamento de inseminação é chamado de um “ciclo”, que abrange primeiro dia da menstruação, ovulação, inseminação e finalmente teste de gravidez, cerca de duas semanas depois.

Um ciclo de inseminação intrauterina costuma seguir as seguintes etapas:

  • Ovulação: os ovários liberam os óvulos para fertilização de algumas maneiras diferentes. O médico pode recomendar um ciclo natural, sem estimulação extra, ou seja, sem uso de medicamentos. Ou pode ser usado algum remédio para estimular os ovários a liberar mais óvulos maduros dos folículos (lugar onde ficam os óvulos) no mês — geralmente apenas um óvulo é liberado por mês pelo organismo. Para a inseminação artificial a indução recomendada é que, no máximo, sejam liberados três.
  • Monitoramento de óvulos: seja através de um kit de ovulação ou de ultrassons seriados, a data da ovulação precisa ser monitorada para que coincida com a inseminação. Quando um óvulo rompe do folículo que o recobre, existe a liberação de um hormônio específico (luteinizante ou LH), que indica que a inseminação deve acontecer em até 48 horas Em alguns casos, existe a necessidade de deflagrar a ovulação com medicamentos que simulam o pico do LH.
  • Lavagem de espermatozóides: uma vez que a ovulação ocorra, é hora de coletar a amostra de esperma do homem (ou descongelar de um banco de esperma) para que seja preparada. Esse processo seleciona os espermatozoides mais capazes em uma pequena quantidade de solução.
  • Inseminação: um cateter é inserido pelo colo do útero para colocar os espermatozóides diretamente no útero. O procedimento pode ou não ser desconfortável, e pode haver um pouco de cólica depois. Algumas pessoas ainda tentam fazer inseminação caseira, mas a prática não é recomendada pelos especialistas.
  • Teste de gravidez: o teste de gravidez é feito duas semanas depois da inseminação, em uma data indicada pela equipe que realizou o procedimento. Não se recomenda fazer antes, porque os níveis hormonais podem ainda não estar altos o suficiente para indicar um positivo.

ilustração de inseminação artificial

Jonathan Dimes para o BabyCenter

 

Inseminação artificial: valores e procedimento pelo SUS

A inseminação artificial pode ser o primeiro tratamento tentado, já que é um procedimento menos invasivo e mais barato do que outras técnicas de reprodução assistida. Entretanto, é difícil precisar o exato valor da inseminação artificial, já que fatores como profissional responsável e região do país em que se localiza o consultório podem afetar no preço.

Pesquisas recentes indicam que a média de custo do procedimento, no Brasil, varia entre R$2.500 a R$5.000, sem a adição de medicamentos e tratamentos extras, que podem acompanhar a inseminação. Os planos de saúde não costumam cobrir a inseminação artificial, que é disponibilizada na rede pública de saúde brasileira.

Porém, pelo SUS, existem alguns requisitos para o paciente ser aprovado, como idade e detecção de doenças. E, ainda, alguns medicamentos de alto custo, que são usados no tratamento, não são cobertos pelo SUS. O primeiro passo é ir ao posto de saúde (AMA ou AMES), para que você seja encaminhada para um centro de infertilidade, que poderá dar continuidade no processo burocrático.

Anúncio | Texto continua a seguir

Motivos para fazer inseminação artificial

A inseminação artificial pode ser de grande ajuda para pessoas que desejam ter filhos, mas, por algum motivo, têm dificuldade em realizar a fecundação. Alguns dos motivos mais comuns para a realização do procedimento são:

  • Infertilidade sem causa aparente;
  • Cicatrizes no colo do útero ou outras anomalias cervicais;
  • Dor forte durante a relação sexual;
  • Problemas com ejaculação ou ereção;
  • Presença de infecção sexualmente transmissível, como HIV ou hepatite, em um dos parceiros;
  • Quem quer engravidar sem parceiro;
  • Em casos de espermatozóides congelados por tratamento de câncer, ou outros motivos;
  • Para homens com baixa contagem de espermatozoides ou baixa mobilidade de espermatozóides;
  • Para mulheres que tomam indutores de ovulação ou medicação para produzir mais óvulos;
  • Em casos de relacionamentos LGBTQIAP+.

Quanto tempo leva para fazer a inseminação intrauterina?

A inseminação intrauterina em si leva poucos minutos. Mas, se a mulher tiver que tomar estimulantes ovarianos, é um processo que começa cerca de uma semana antes.

Dependendo da dificuldade de fertilidade, podem ser necessários três ou quatro ciclos de inseminação até conseguir a gravidez. Conforme o caso, é mais aconselhado partir direto para uma fertilização in vitro.

Alguns especialistas em fertilidade atualmente já aconselham que mulheres na faixa acima dos 35 anos, que tenham dificuldades de engravidar, optem pela fertilização in vitro, sem muitas tentativas de inseminação artificial. Isso porque a idade afeta a fertilidade, principalmente das mulheres.

Anúncio | Texto continua a seguir

Inseminação e fertilização: qual é a diferença?

A inseminação artificial e a fertilização in vitro são técnicas de reprodução assistidas que ainda costumam ser confundidas. Mas é importante entender quais as diferenças entre elas! Na inseminação artificial, o espermatozóide é inserido no útero, onde poderá encontrar o óvulo. É claro que, como falamos, neste processo, a data e a qualidade do esperma fazem toda a diferença.

Já na fertilização in vitro, o óvulo é retirado do corpo da mulher e, em laboratório, é fecundado pelo espermatozóide, seja do parceiro ou do banco de espermas. Depois, o óvulo fecundado é reinserido no útero, para que o embrião possa se desenvolver naturalmente. A FIV é mais complexa e é um procedimento consideravelmente mais caro do que a inseminação artificial.

Taxa de sucesso das inseminações artificiais

O sucesso de uma inseminação está ligado ao tipo de problema de fertilidade e à idade dos envolvidos. Estudos apontam que, para casais com problemas de fertilidade sem causa aparente, o índice de gravidez para cada ciclo natural fica em torno de 4 a 5%. Quando remédios de fertilidade são utilizados, a taxa pode subir para 7 a 16%.

Mas, como sempre, precisamos ressaltar que cada caso é um caso! Não deixe de ouvir a opinião de um especialista antes de optar pelo procedimento e tente considerar todas as suas opções.

Anúncio | Texto continua a seguir

Inseminações artificiais: vantagens e desvantagens

No processo de escolha do melhor procedimento para se realizar, em busca de uma gravidez, é preciso levar em conta as vantagens e desvantagens de cada opção. No caso da inseminação artificial, elas são:

Vantagens da inseminação artificial

  • Casais em que o homem tenha problemas de fertilidade têm mais chances de engravidar através de inseminação artificial do que coito programado.
  • Casais com problemas de fertilidade sem causa aparente geralmente têm resultados melhores com inseminação artificial do que só utilizando medicamentos.
  • A inseminação é um processo em que a fertilização acaba acontecendo naturalmente dentro do corpo, ao contrário da fertilização in vitro, em que o embrião é concebido no laboratório.

Desvantagens da inseminação artificial

Anúncio | Texto continua a seguir
  • Como a janela biológica para que a inseminação artificial seja bem sucedida é curta, quando a transferência é “a fresco”, e não de sêmen congelado, o homem precisa estar disponível para ir à clínica ou ao consultório do especialista assim que for chamado.
  • Indutores da ovulação aumentam as chances de gravidez de dois ou mais bebês, e gestações gemelares são consideradas de risco.
  • Alguns remédios para estimular a produção dos ovários podem levar a uma condição conhecida como síndrome da hiperestimulação ovariana, em que há aumento significativo do volume dos ovários e vazamento de fluidos para o abdome. Dependendo do quadro, pode ser bastante doloroso e grave. Em alguns casos, pode até levar à morte. É uma condição que precisa ser monitorada de perto, muitas vezes em ambiente hospitalar.
O aplicativo nº 1 para acompanhar a gravidez e o crescimento do bebê
Celular com o app do BabyCenter
Karisa Ding
Karisa Ding é jornalista e editora com experiência em questões de gravidez, fertilidade e bebês.
Anúncio