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Síndrome dos ovários policísticos

Mulher branca, de casaco amarelo, segura a barriga, aparentemente com dor
Foto: iStock.com / Yazgi Bayram

A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é uma das condições endócrinas mais comuns, atingindo entre 6% a 10% das mulheres durante a idade reprodutiva, segundo dados da Febrasgo. A síndrome é caracterizada pelo excesso de hormônios masculinos e pela presença de cistos na região do ovário. Dentre os sintomas comuns estão ciclo menstrual irregular e acne.

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A doença, que também pode ser chamada de Síndrome dos Ovários Multipolicísticos (SOMP), afeta o crescimento dos folículos do ovário, atrasando ou até mesmo impedindo a ovulação. Por isso, é um diagnóstico que preocupa muitas pessoas, principalmente quem deseja engravidar em algum momento da vida. Confira mais sobre a SOP, sintomas comuns e tipos de tratamento.

O que é Síndrome dos Ovários Policísticos?

Em um ciclo menstrual padrão, a mulher ovula quando o folículo cresce dentro do ovário, liberando um óvulo maduro. A Síndrome dos Ovários Policísticos impede estes folículos de crescerem e, por isso, eles acabam se acumulando no ovário, formando múltiplos cistos benignos (pequenas bolsas com material mais líquido). Estes cistos continuam a liberar estrogênio na corrente sanguínea.

O estrogênio extra, combinado aos hormônios masculinos que toda mulher tem, afeta a produção de outros dois hormônios: o FSH (hormônio estimulante de folículo) e o LH (hormônio luteinizante). É justamente a redução de FSH e LH que pode inibir a ovulação.

Sem a ovulação, os níveis de hormônios masculinos continuam altos. Isso porque é papel do corpo lúteo, formado depois que o óvulo é liberado, produzir progesterona, o hormônio feminino. Com hormônios masculinos elevados, o ciclo da SOP se repete.

A síndrome dos ovários policísticos também é conhecida como síndrome de Stein-Leventhal, em homenagem aos médicos que primeiro descreveram o quadro. Ela ocorre durante a idade reprodutiva, muitas vezes durante a adolescência, com melhora dos sintomas na vida adulta.

Síndrome dos Ovários Policísticos: sintomas

Desde que foi estudada a fundo pela primeira vez, em 1935, a Síndrome dos Ovários Policísticos é assunto de muitas pesquisas. Por ser uma condição que afeta os níveis hormonais, seus sinais podem aparecer em diferentes campos do organismo, seja no sistema reprodutivo ou até mesmo na saúde mental.

Os principais sintomas da Síndrome dos Ovários Policísticos são:

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  • Menstruação irregular ou falta de menstruação (normalmente 3 a 4 anos depois da menarca);
  • Fluxo menstrual muito pequeno ou muito grande;
  • Obesidade ou tendência à ganho de peso;
  • Aumento de pelo na região do rosto, dos seios e abdominal;
  • Maior queda de cabelo;
  • Acne e pele oleosa;
  • Maior propensão à transtornos de ansiedade ou depressão;
  • Problemas de fertilidade.

Quem tem Síndrome dos Ovários Policisticos pode engravidar?

A doença, sem dúvidas, pode ser um problema para quem quer engravidar. Afinal, pelas alterações hormonais, quem vive com SOP pode não ovular. Mesmo quem ovula, costuma ter o ciclo menstrual muito desregulado, dificultando a previsão do período fértil e, consequentemente, as datas mais estratégicas para ter relações sexuais.

Porém, ter o diagnóstico da Síndrome dos Ovários Policísticos não significa que a pessoa nunca irá engravidar. Com tratamento de fertilidade ou apenas controles dos maiores sintomas da doença, é possível que a ovulação ocorra normalmente, possibilitando uma gestação por fecundação.

Diagnóstico da Síndrome dos Ovários Policísticos

Em caso de suspeita de Síndrome dos Ovários Policísticos, é preciso consultar o médico. O especialista fará uma série de exames, como de sangue e dosagem de hormônios, assim como avaliação dos seus sintomas e do histórico médico. Também é possível que seja pedido um ultrassom transvaginal, que poderá detectar a presença de cistos nos ovários.

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De acordo com a Febrasgo, para fechar o diagnóstico de SOP, é preciso haver pelo menos dois dos três sintomas: oligomenorreia (ciclo menstrual pouco frequente ou de fluxo muito pequeno), hiperandrogenismo (aumento de hormônios masculinos) ou existência de cistos no ovário. Portanto, alguns dos sintomas mais conhecidos da doença não são pré-requisitos, se a paciente apresentar os outros sinais.

Outro ponto destacado pelas Associações de Obstetrícia é que, caso a pessoa seja diagnosticada ainda na adolescência, é importante que o diagnóstico seja revisitado cerca de oito anos após a primeira menstruação, pelas alterações hormonais comuns nesta etapa da vida.

Tratamento para Síndrome dos Ovários Policísticos

Por ser uma doença crônica, o tratamento para SOP é focado no controle dos sintomas. E isso pode acontecer em diversos campos da vida do paciente, desde mudança de hábitos — como perda de peso para quem precisa e prática de exercício físico — até prescrição de medicações.

Outra coisa que é importante se levar em conta após o diagnóstico é se a pessoa está tentando engravidar, para avaliar a melhor forma de condução do caso. Veja diferente opções de tratamento, para cada caso.

Opções de tratamento para quem quer engravidar:

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Se você está tentando engravidar e está acima do peso, emagrecer de forma saudável pode ajudar no processo da ovulação. Medicamentos indutores da ovulação, como o clomifeno e as gonadotrofinas, também podem ser usados, mas apenas sob orientação médica.

O médico também pode receitar um remédio chamado metformina, que ajuda muitas mulheres com SOP a ovular. Porém, a medicação é conhecida por efeitos colaterais, como alterações no sistema gastrointestinal e dificuldade de absorção de vitaminas.

Em casos raros, pode ser necessária a remoção dos cistos no ovário, para recuperar o equilíbrio hormonal e retomar a ovulação. O procedimento costuma ser feito por vídeo, de forma pouco invasiva. Vale lembrar que há probabilidade da formação de novos cistos no futuro, tornando os efeitos temporários.

Opções de tratamento para quem NÃO quer engravidar:

Para quem não está tentando engravidar, uma maneira de corrigir o desequilíbrio hormonal é tomando pílula anticoncepcional ou usando outros métodos contraceptivos à base de hormônio, sempre receitados por médicos ginecologistas.

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Os hormônios vão ajudar a regular o ciclo menstrual (ou fazer com que a pessoa não menstrue), diminuindo alguns dos sintomas, como oleosidade da pele e crescimento de pelos. Os efeitos duram apenas enquanto você estiver tomando a medicação e não serão uma cura da SOP, mas uma forma de controle dos sinais da condição.

“Também deve ser feito controle metabólico, com uso de medicações como metformina para equilibrar a resistência insulínica. Outro passo importante é associar a atividade física e o controle do peso”, explica a ginecologista Yara Caldato.

Como evitar a Síndrome dos Ovários Policísticos?

Infelizmente, não há nada que se possa fazer para prevenir a Síndrome dos Ovários Policísticos. Mas um diagnóstico precoce, para que o tratamento comece o quanto antes, é a melhor maneira de controlar os sintomas.

Se sua menstruação é irregular ou simplesmente não aparece, procure um ginecologista para regular os seus ciclos. Você será acompanhada por seu médico para avaliar quaisquer mudanças nos seus ovários ou no revestimento do útero. É possível também que o médico queira fazer exames de sangue frequentes para medir seus níveis de hormônio.

É muito importante fazer um exame ginecológico completo todo ano para prevenção, inclusive para avistar qualquer sinal de câncer de ovário ou de útero. Mulheres que não menstruam ou que têm menstruação muito irregular têm risco aumentado desses tipos de câncer (um dos meios de reduzir o risco de câncer é regular o ciclo usando pílula anticoncepcional ou métodos à base de progesterona).

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E, se você está com o IMC mais alto do que o recomendado, saiba que emagrecer de forma saudável pode ser importante no combate aos sintomas. O Ministério da Saúde recomenda a diminuição do consumo de carboidratos e a inclusão de atividade física frequente, caso a pessoa esteja sedentária.

A atividade física vai ajudar seu corpo a processar a insulina, o que reduz os riscos de ter diabetes, além de evitar outros problemas associados à obesidade e ao sedentarismo, como hipertensão. Além disso, você terá mais chances de responder melhor aos tratamentos de fertilidade.

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BRASIL, Ministério da Saúde. Síndrome dos ovários policísticos. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/sindrome-dos-ovarios-policisticos.Abrir uma nova janela Acesso em agosto 2023.

Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo). Síndrome dos ovários policísticos. 2018. Disponível em: https://www.febrasgo.org.br/media/k2/attachments/Vol.Z47ZnZ9Z-Z2019.pdf.Abrir uma nova janela Acesso em agosto 2023.

Instituto de Cirurgias Minimamente Invasivas. Doenças e Sintomas Ginecológicos,Saúde Feminina. Mulheres com ovário policístico podem engravidar?. Março 2022. Disponível em: https://institutocrispi.com.br/ovario-policistico-gravidez/.Abrir uma nova janela Acesso em agosto 2023.

Luísa Silveira

Luísa Silveira é jornalista, responsável pelo site BabyCenter Brasil. Apaixonada por conteúdos de saúde, está na Webedia desde 2021.