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As primeiras receitas para o bebê

Primeiras receitas do bebê
Foto: iStock.com / ilmoro100

Pode até ser que você nunca tenha encarado uma cozinha antes, mas não se desespere. A alimentação do bebê começa de forma bastante simples, geralmente a partir dos 6 meses, e haverá tempo suficiente para elaborar suas técnicas até que ele precise de pratos mais inventivos.

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E você ainda tem a chance de proporcionar uma alimentação mais saudável e natural para você e toda a sua família. A recomendação do governo brasileiro é de que se dê a comida o mais caseira possível para o bebê e que ele consuma basicamente os mesmos alimentos que o resto da família. É só preciso cuidado com o sal, que deve ser evitado ou usado com muita moderação, além de poder ser substituído pelo uso de temperos naturais, como alho, cebola e ervas.

Crianças menores de 2 anos não devem também comer doces e açúcar, seja branco, mascavo, mel, melado, xarope ou de outro tipo, incluindo adoçantes artificiais.

Lembre-se de que todos os dados científicos indicam que a amamentação exclusiva com leite materno nos primeiros 6 meses de vida é o ideal para bebês, por nutri-los de forma plena e protegê-los contra uma série de doenças.

Depois disso, a recomendação do Ministério da Saúde é que o leite passe a ser complementado por outros alimentos até os 2 anos de idade ou mais.

Confira também nossos artigos sobre por onde começar a se preparar ao introduzir os sólidos na alimentação do seu filho.

Introdução alimentar

Para muitas mães, a volta ao trabalho é o momento de começar a pensar na introdução de novos alimentos na rotina do bebê.

A recomendação dos especialistas, de modo geral, é começar apenas quando o bebê tem 6 meses, porque a partir desta idade a criança precisa de outros nutrientes além do leite materno ou da fórmula de leite para continuar a se desenvolver de forma saudável.

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Em alguns casos específicos, o profissional de saúde que acompanha o bebê pode recomendar uma introdução alimentar mais cedo. Mas esta não é regra, especialmente para as crianças que mamam no peito.

Existe o costume de usar as frutas como a primeira novidade que o bebê vai experimentar. Elas entram no lugar de uma mamada ou outra, de preferência no começo ou meio da manhã e meio da tarde.

Como o sistema digestivo do seu filho ainda é imaturo, não exagere na dose e comece com frutas mais suaves, como maçã, banana, mamão ou pêra.

Cada uma tem que ser dada separadamente primeiro (por ao menos três dias), para ser mais fácil de identificar uma eventual reação alérgica.

O suco de laranja-lima, muito recomendado antigamente, caiu em desuso, porque os pediatras preferem não incentivar o consumo de suco por crianças, privilegiando em vez disso a fruta mesmo. Sucos, mesmo os naturais, acabam concentrando uma quantidade maior de açúcar do que a fruta em si e, por outro lado, não contêm os mesmo níveis de fibra, que é uma grande aliada do sistema digestivo para combater a prisão de ventre.

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Ao dar as primeiras frutas, você pode tanto amassá-las com o garfo como cortá-las em pedaços para o bebê ir se acostumando a pegar com a própria mãozinha, no chamado método BLW. Tanto frutas como outros alimentos não devem ser batidos no liquidificador ou processador, para que se mantenha as fibras intactas e para que a mastigação seja estimulada desde cedo.

Ou seja, você já ouviu muito falar de papa ou papinha de bebê, mas o ideal é que a consistência dos alimentos tenha algum tipo de textura mesmo no comecinho da introdução alimentar. Como a criança ainda não conhece os alimentos e está com o paladar em plena formação, é uma ótima chance de apresentar comida de verdade com todas as suas características.

Veja fotos com dicas de como preparar e cortar os alimentos pelo método BLW

Conheça a seguir algumas sugestões simples para você se guiar, porém leve em conta que talvez na sua região exista um hábito maior de comer certos vegetais, grãos, carnes ou frutas. É ótimo que você compre de fato o que é comum e abundante no local onde mora, porque será algo mais fresco e em conta para o bolso.

Frutas

Banana

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1 banana

Descasque a fruta e amasse grosseiramente com um garfo. Sirva com uma colher de plástico ou silicone. Se preferir, pode também dar um pedaço de banana descascada para o bebê segurar com a mãozinha e explorar com a boca, sempre com um adulto atento por perto para evitar risco de engasgo (confira o vídeo).

(Bananas-maçãs tendem a prender o intestino, sendo recomendadas inclusive para o caso de diarreia, enquanto as nanicas soltam, sendo usadas até para combater a prisão de ventre.)

Mamão

Meio mamão-papaia

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Lave bem a casca e depois corte o mamão na metade. Retire com uma colher as sementes pretas e só use a polpa. Amasse ou pique e dê com uma colher pequena de plástico ou silicone.

Maçã

1 maçã vermelha

Lave bem a casca e corte a fruta na metade (você não precisa descascar). Com ajuda de uma colher pequena, vá raspando a polpa da maçã a partir da própria fruta.

Preste só atenção para que não escape nenhum pedacinho maior que possa engasgar seu filho.

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Prossiga da mesma forma com pêras. Outra opção é assar levemente ou cozinhar as frutas no vapor.

A partir da aceitação de cada fruta individualmente, você pode começar a misturar duas delas para fazer uma mistura mais rica, como, por exemplo, banana com maçã, maçã com pêra, mamão com laranja, manga com maçã, abacate com limão etc.

Aprenda a selecionar as melhores frutas e verduras

Alimentação "salgada"

Alimentação salgada é modo de dizer, já que, como foi dito acima, é melhor não colocar nenhum ou colocar um mínimo de sal na comida do bebê. Isso porque o excesso de sal pode sobrecarregar os rins ainda em desenvolvimento.

A comida a partir de agora entra na alimentação infantil para suprir as novas necessidades nutricionais e calóricas do corpo e da mente. Assim como as frutas, os alimentos devem ser introduzidas aos poucos.

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O segredo para que seu filho aceite os novos sabores é a repetição (sim, às vezes só na décima vez ele vai parar de cuspir!) e, acima de tudo, paciência.

Depois de meses acostumado ao leite, é bem possível que ele faça muita cara feia até passar a apreciar o gostinho e a consistência da comida do dia a dia. Tente não se frustrar. Encare isso como uma experiência nova a cada dia e lembre-se de que ele nunca comeu nada parecido e está provando novos sabores pela primeira vez.

O pratinho ideal do bebê, segundo os especialistas, deve conter alimentos dos seguintes grupos: um cereal ou raiz/tubérculo (tipo arroz, batata, mandioca, inhame), um grão/leguminosa (feijão, lentilha, grão-de-bico, ervilha etc), duas verduras ou legumes (como couve e abóbora) e uma proteína (carne, frango, peixe ou ovo). Cozinhe tudo bem muito, corte ou desfie carnes em pedaços pequenos e deixe a comida bem úmida para facilitar a aceitação e a deglutição.

Você não precisa começar com toda essa variedade de alimentos de uma vez. O objetivo é pouco a pouco acrescentar novos ingredientes, não só para observar possíveis alergias como também para dar um tempo para o bebê ir se adaptando.

Experimente tudo o que oferecer para o bebê para ter certeza de que, embora de sabor suave, esteja gostoso.

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A comida "salgada" pode ser primeiro servida na hora do almoço e, após algumas semanas, na hora do jantar também, substituindo as mamadas correspondentes. Após o almoço e o jantar, ofereça um pedaço de fruta de sobremesa.

Atenção: diferentes consistências em uma mesma preparação podem favorecer o engasgo. Por exemplo, uma sopa muito líquida com pedaços sólidos pode "confundir" na hora da deglutição. Então a regra é: ou é líquido ou pastoso ou sólido. Você até pode ter um purê de ervilhas e um frango em tiras na mesma refeição, mas coloque em espaços distintos do prato, para que cada um seja levado à boca separadamente.

Receitas de comida

Arroz e carne com cenoura e chuchu

100 gramas de carne (um bife pequeno de carne magra, como coxão duro ou músculo)
1 cenoura
1 chuchu
água filtrada ou caldo caseiro

Corte a carne em cubinhos e refogue em uma panela com um pouco de óleo vegetal, azeite ou manteiga. Quando a carne pegar uma corzinha, coloque a cenoura e o chuchu descascados e cortados em pedaços pequenos. Cubra com água filtrada e cozinhe, com tampa, em fogo baixo até que os legumes estejam amolecidos (aperte com um garfo).

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Corte em em pedacinhos ou desfie a carne e amasse os legumes com um garfo. Sirva com arroz bem cozido, tomando cuidado para que não esteja quente demais.

Rende de 2 a 3 porções

Carne com abóbora, mandioquinha (ou batata) e cenoura

100 gramas de carne bovina magra, como coxão duro ou músculo
1 fatia de abóbora
1 mandioquinha
1 cenoura
água filtrada ou caldo caseiro

Corte a carne em pedaços e refogue em uma panela com um pouco de óleo vegetal, azeite ou manteiga. Quando começar a ficar corada, acrescente a abóbora, a mandioquinha e a cenoura descascadas e grosseiramente cortadas.

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Cubra tudo com água filtrada, tampe a panela e cozinhe em fogo baixo até que os legumes estejam amolecidos (a abóbora pode levar mais tempo que a cenoura). Separe a carne para cortar em pedaços pequenos e amasse o resto com um garfo.

Rende de 2 a 3 porções

Frango com batata-doce, escarola e beterraba

100 gramas de peito de frango
1 batata-doce pequena
Meia beterraba
2 folhas de escarola cortadas em tiras
¼ de cebola picada Água filtrada

Corte o frango em pedaços e refogue, até começar a pegar cor, em uma panela com óleo vegetal. Acrescente a batata-doce e a beterraba descascadas e cortadas. Adicione a água até cobrir os ingredientes. Tampe e deixe no fogo até que tudo esteja cozido.

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Retire e, enquanto esfria, refogue a cebola na mesma panela com mais um fio de óleo vegetal, azeite ou manteiga. Junte a escarola e mexa até que murche. Retire, pique a escarola e faça então o prato do bebê com o resto dos ingredientes cozidos.

Rende de 2 a 3 porções

Frango com mandioquinha, brócolis e beterraba

100 gramas de frango desossado (1 filé ou 1 coxa)
1 mandioquinha (batata-baroa)
3 ramos de brócolis
Meia beterraba
Água filtrada

Corte o frango em pedaços pequenos e refogue em uma panela com um fundo de óleo vegetal. Quando o frango começar a pegar cor, junte a mandioquinha e a beterraba descascadas e cortadas.

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Cubra com água e deixe cozinhar, com a panela tampada e o fogo baixo, até que os legumes estejam amolecidos. Nos últimos dois minutos de cozimento, acrescente os ramos de brócolis para cozinhar junto.

Retire tudo da panela, separe o frango e o brócolis para cortar em pedaços pequenos e amasse o resto com um garfo.

Rende de 2 a 3 porções

Frango com abobrinha, batata e cenoura

100 gramas de peito ou coxa de frango
1 abobrinha
1 cenoura
1 batata
Água filtrada ou caldo

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Com o frango cortado em cubos, aqueça óleo vegetal, azeite ou manteiga em uma panela e refogue até que comece a dourar. Acrescente então a abobrinha, a batata e a cenoura descascadas e cortadas.

Cubra tudo com a água e cozinhe lentamente até os legumes amolecerem. Retire o frango para cortar em pedacinhos ou desfiar e amasse a mistura restante com um garfo.

Rende de 2 a 3 porções

Frango com batata-doce, espinafre e chuchu

100 gramas de peito ou coxa de frango
1 batata-doce
1 chuchu
3 folhas de espinafre
Água filtrada ou caldo

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Corte o frango em pedaços e refogue no óleo vegetal, azeite ou manteiga até que comece a mudar de cor. Junte a batata-doce e o chuchu descascados e cortados. Acrescente a água filtrada até cobrir tudo e deixe cozinhando, em fogo baixo, até que tudo esteja amolecido.

Nos dois minutos finais de cozimento, acrescente as folhas de espinafre cortadas em tiras. Separe o frango para desfiar ou cortar em pedacinhos, assim como espinafre, e amasse o resto com um garfo.

Rende de 2 a 3 porções

Um jeito de se organizar para fazer sopas ou ter caldos nutritivos para acrescentar a qualquer comida é cozinhar uma panela grande só do caldo: um pedaço de carne magra ou um peito de frango, água filtrada, uma pitada de sal, uma cebola e algumas ervas (salsinha, salsão, louro), se quiser. Você também pode fazer um caldo só de legumes com cenoura, cebola, salsão e louro.

Cozinhe tudo em panela tampada ou panela de pressão. Aí você congela o caldo em recipientes pequenos e no dia a dia cozinha os outros ingredientes das receitas acima direto no caldo, em vez de em água filtrada. Fica também muito fácil fazer sopas a partir do caldo já pronto, e você pode fazer um arroz mais nutritivo se usar caldo no lugar de água. Confira 10 dicas de congelamento de alimentos.

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Outra dica para tornar o arroz mais nutritivo é prepará-lo com legumes ralados ou triturados (cenoura, beterraba, abobrinha, brócolis, espinafre). É só refogar junto com o arroz e cozinhar normalmente.

Depois de uma ou duas semanas com essas comidinhas bem básicas, vá acrescentando aos poucos outros ingredientes e combinações até chegar ao ponto de servir a mesma comida (se for caseira e nutritiva) oferecida ao resto da família.

No início, dê uma colher de sopa de cada alimento e não force o bebê a comer. É muito importante que crianças pequenas desenvolvam a capacidade de ouvir ao próprio corpo quando desejam parar. Respeite a saciedade do seu filho e não fique tentando compensar com guloseimas ou doces.

Troque ideias e receitas no grupo Comendo feito gente grande do BabyCenter

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Acompanhe o desenvolvimento do seu bebê
Carolina Schwartz
A editora adjunta Carolina Schwartz ajudou a dar à luz o BabyCenter Brasil e adora escrever sobre comida caseira, relações entre pais e filhos e assuntos que ajudem qualquer mulher a entender melhor sobre os seus direitos e o poder da informação.
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