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Dicas de psicólogos para lidar com problemas de fertilidade

Mulher pensativa devido à dificuldade de engravidar
Foto: Thinkstock

A pressão para ter filhos muitas vezes é enorme, e o fato de não conseguir engravidar pode fazer a pessoa se sentir um completo fracasso. Conversamos com especialistas da área de saúde mental que trabalham com pessoas com problemas de fertilidade para descobrir como você pode suportar a situação da melhor maneira possível.

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Leia as estratégias sugeridas abaixo:

Admita que a dificuldade de gravidez é uma crise na sua vida

Ter dificuldade para engravidar pode representar uma das fases mais difíceis da sua vida. Não é frescura, não é um capricho. É um motivo perfeitamente justo para ficar triste. Para a psicóloga Kate Marosek, que atende em Washington, nos EUA, há mais de 20 anos, é importante que a pessoa reconheça que o problema é sério.

"É normal ter uma sensação profunda de perda, ficar estressado, triste ou sem saber o que fazer", diz ela. "A pessoa não pode se recriminar por se sentir assim." Encarar e aceitar o que você está sentindo ajuda a suportar essas emoções e a pensar mais racionalmente.

Identifique o que está sentindo e fale com outras pessoas

Se você se fizer sempre de "durona", as outras pessoas não vão fazer ideia do que você está passando, e você vai sentir uma solidão ainda maior.

Experimente primeiro escrever em algum lugar o que você está sentindo, mesmo que seja só para você, e depois, conforme ficar mais confortável, compartilhar pelo menos uma parte dos seus sentimentos com quem você mais confia.

Não se culpe por não conseguir engravidar

Procure resistir à tentação de ficar brava consigo mesmo, de ouvir aquela vozinha que lá no fundo fica dizendo: "...Eu não devia ter esperado tanto...", "...Eu não devia ter tomado pílula por tanto tempo...", "...Por que não me cuidei melhor?".

Esse tipo de pensamento negativo só piora as coisas, afirma o especialista Yakov M. Epstein. Quando você começar a ter esses pensamentos sobre o que "devia" ou "podia" ter feito, lembre-se de que problemas de fertilidade acontecem, não são culpa sua.

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Mesmo que você tenha tomado decisões no passado e hoje se arrependa, aquilo já passou, não adianta mais ficar remoendo. Tente se concentrar no presente e no futuro.

Trabalhe em equipe com seu/sua companheiro/a

Se você está num relacionamento, você e o seu parceiro ou parceira precisam se ajudar nesta hora difícil. Evite a todo custo a armadilha de culpar o outro pela dificuldade de engravidar.

"Trabalho de equipe" não quer dizer que vocês dois tenham que sentir a mesma coisa ao mesmo tempo. Seria impossível. O que dá para fazer é procurar sempre prestar atenção ao que o outro está sentindo naquela hora. "Quando um cuida do outro, os dois podem se unir para combater o problema juntos", diz a psicóloga Kate Marosek.

Tentem encontrar, juntos, maneiras realistas de dividir o estresse e a frustração. Se um está passando por um tratamento, o outro pode assumir a compra de remédios e a papelada para o plano de saúde, para o imposto de renda etc. Se um precisa tomar injeções em casa, o outro pode fazer a aplicação.

Aprenda tudo o que puder sobre a dificuldade de engravidar

Leia sobre problemas de fertilidade e faça todas as perguntas que quiser ao médico, sem medo ou vergonha.

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Um jeito de entrar em contato com outras pessoas na mesma situação é visitar grupos da comunidade BabyCenter, para trocar ideias sobre os altos e baixos e as dificuldades dos tratamentos.

Na área de reprodução humana, as técnicas mudam rápido, e você corre o risco de não poder tomar decisões por si só se não souber do que o médico está falando. Isso é ainda mais importante porque os tratamentos de fertilidade envolvem dinheiro. As clínicas podem ter interesse em "vender" o tratamento mais caro, e você precisa saber ao menos discutir a necessidade ou não do procedimento.

Para começar, dê uma olhada na nossa área sobre dificuldade de gravidez

Estabeleça um limite de até onde tentar a gravidez

Há famílias que decidem, desde o começo, que não vão apelar para tratamentos muito complexos na tentativa de ter um bebê. Outras resolvem fazer todo o possível, não importa quanto tempo demore ou quanto custe, para realizar o sonho.

Só você pode chegar à conclusão de quando é hora de parar de tentar. Mas é provável que você se sinta mais no controle das coisas se tiver um plano mais ou menos pré-traçado.

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Um bom começo é pensar naquilo que você não quer fazer. Há pessoas que descartam a adoção ou o uso de gametas doados. Há outras que preferem não se submeter a tratamentos invasivos e caros como a fertilização in vitro. Nenhuma decisão será definitiva, mas ela ajudará você a se situar melhor, até em relação a seus próprios sentimentos e conflitos internos.

Saiba mais sobre como funciona a fertilização in vitro

Pense em quanto vocês estão dispostos a gastar

Tratamentos de fertilidade são caros, e não vêm com garantia de sucesso. Por isso a questão do dinheiro é importantíssima. É preciso levar em conta que os remédios também são muito caros, portanto é necessário perguntar para o médico quanto o medicamento vai custar, se existe alternativa mais barata, se há algum lugar específico para comprar com desconto, e qual será mais ou menos o custo total dos remédios.

Você precisa pensar também que a duração do tratamento não é definida: pode ser que funcione logo de cara, pode ser que seja preciso segui-lo por meses ou até anos. E, se houver embriões a ser guardados na clínica, isso também tem um custo, que não é baixo.

Em primeiro lugar, descubra onde fazer o tratamento. Se tiver plano de saúde, informe-se para ver quais são os procedimentos cobertos. No Brasil, são raros os planos que cobrem tratamentos de fertilidade, mas vários dos exames e pequenas cirurgias fazem parte do cuidado normal à saúde da mulher, e por isso estão incluídos na cobertura. O SUS até cobre tratamentos de reprodução assistida como inseminação artificial e fertilização in vitro, mas o processo tende a ser longo e complicado.

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Os poucos serviços públicos que tratam a infertilidade gratuitamente têm filas enormes, mas sempre vale a pena se informar sobre o que existe na sua região. Existem centros que subsidiam os tratamentos e clínicas que fazem planos de pagamento especiais, incluindo mais de um ciclo. Não se esqueça de incluir o custo dos medicamentos na previsão de gastos.

Por mais duro que seja, você tem de se lembrar de que o tratamento de fertilidade é um investimento às cegas, porque você pode acabar gastando todas as suas economias sem conseguir o resultado desejado.

O melhor jeito de descobrir é conversando com um especialista e com outras pessoas que já passaram pelo tratamento. Você pode tentar encontrá-las no grupo de tratamentos de fertilidade, na comunidade BabyCenter.

Busque o apoio de profissionais e de pessoas com o mesmo problema

A sociedade não se dá conta do tamanho da tristeza que a infertilidade provoca. A reação mais natural daqueles que não conseguem ter um bebê é esconder essa tristeza, o que acaba aumentando a sensação de isolamento e de vergonha.

"Encontrar outras pessoas que estejam passando pela mesma coisa pode ajudar a entender que muita gente tem problemas de fertilidade, e que a decepção é totalmente compreensível", diz Linda Klempner, psicóloga que atua em Nova Jersey, nos EUA.

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A internet é uma boa aliada nesses casos, porque facilita o contato de pessoas na mesma situação, de um modo que elas se sentem à vontade para desabafar.

Converse com o médico também para ver se a clínica não possui um serviço de psicologia especializado. Há centros de tratamento que se preocupam com essas questões, pois seus profissionais sabem melhor que ninguém o peso e o estresse que a dificuldade de gravidez provoca.

Ajude os outros a ajudar você

Repasse artigos ou livros sobre problemas de fertilidade para amigos e familiares em quem você confie, para que eles entendam melhor tudo o que você está passando e saibam como podem apoiar você.

Dê-se o direito de evitar atividades que envolvam bebês

Se certas ocasiões são muito difíceis para você, como ir ao chá de bebê da colega que engravidou sem querer, sinta-se no direito de não ir. E, se a situação for inevitável, já que muitas vezes o bebê é de uma pessoa muito querida, não se culpe pela tristeza que sentir depois, e deixe as lágrimas escorrerem quando chegar em casa.

Na hora de comprar um presente, pense duas vezes antes de entrar em lojas cheias de macacõezinhos e mulheres barrigudíssimas. Compras online são suas aliadas.

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Entenda melhor como lidar com a dificuldade de estar com amigas grávidas

Procure equilibrar otimismo e pé-no-chão

No meio de um tratamento ou procedimento, você precisa ser otimista. É compreensível, no entanto, ficar cauteloso para não se iludir demais. Pergunte ao médico, em porcentagem, quais são as chances de sucesso, para procurar ter em mente que pode dar certo, mas pode não dar.

A tecnologia é tanta que muitos casais são levados a crer que algum tratamento vai funcionar, e vão tentando por anos a fio. É importante saber, no entanto, que cerca de um terço dos casais que passam por tratamentos de fertilidade acabam não conseguindo ter um filho biológico, e terminam por aprender a conviver com essa realidade.

É uma realidade dura, mas por isso mesmo é preciso considerá-la.

Cuide-se e procure ter outros interesses

Passar por um tratamento de fertilidade é quase como um emprego, pois exige tempo e dedicação, além de ocupar praticamente toda sua cabeça. Assim, você precisa deixar espaço para alguma outra atividade ou hobby que lhe dê prazer.

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Uma saída com as amigas (de preferência sem filhos), um trato especial no salão de beleza, uma massagem ou um bom filminho com pipoca em casa são opções. Você pode experimentar coisas novas, como aquela aula de artesanato ou ioga que sempre quis fazer, ou uma caminhada todas as manhãs. Ou quem sabe adotar um bichinho de estimação.

Saiba se problemas de fertilidade podem causar depressão e como preservar sua vida sexual em meio às tentativas

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A equipe do BabyCenter é formada por experientes editores e jornalistas que trabalham para criar conteúdo claro, informativo e com embasamento científico sobre gravidez e criação de filhos.