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Como lidar com tecnologia na vida das crianças

Criança na frente da televisão
Foto: istock.com / Vesnaandjic

Pense na TV, nos vídeos e nos aplicativos de celular e tablet como se fossem açúcar: você até deixa seu filho consumir, mas com bastante moderação. Ou seja, você precisa prestar atenção ao tempo que a criança passa em frente a uma tela.

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A tendência a ver vídeos e brincar com aplicativos ou outras atrações eletrônicas cada vez mais cedo é inegável e é importante que os pais estejam por perto quando uma criança pequena está consumindo tecnologia.

A Academia Americana de Pediatria não recomenda que crianças menores de 1 ano e meio sejam expostas às telas em geral. A partir de 1 ano e meio até os 5 anos a entidade aconselha, no máximo, uma hora por dia do que considera "mídia digital de qualidade".

Mesmo no caso de programas educacionais, estudos mostram que é só a partir de 2 anos de idade que as crianças têm a habilidade de transferir o conhecimento que está nas telas para o mundo real.

Ser rigoroso com as regras desde o primeiro dia é a chave para manter sob controle o tempo de envolvimento com telas, sejam elas televisão, telefones, tablets, computadores ou jogos de videogame. É mais fácil flexibilizar as regras no futuro do que deixar para criá-las mais tarde.

O uso deve ser limitado para não "roubar" o tempo de outras atividades importantes para a criança, como brincar movimentando o corpo e usar a imaginação com objetos tridimensionais, de texturas, tamanhos e pesos variados.

O receio dos especialistas é que a exposição exagerada a telas tenha impacto sobre a capacidade de concentração da criança, além de incentivar uma vida mais sedentária e com menos exposição à luz solar. A recomendação médica é que as crianças se movimentem livremente ao menos três horas por dia para crescer de forma saudável.

Veja também as recomendações sobre TV e vídeos para bebês

Tecnologia e crianças no dia a dia

Você não precisa nem deve ignorar a tecnologia. É importante que seu filho também desenvolva habilidades digitais -- mas com o tempo e nos momentos adequados, sem prejudicar as atividades ao ar livre ou a interação social.

Veja a seguir dicas para fazer da tecnologia um instrumento de aprendizado no dia a dia.

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  • Controle o tempo das telas
    Pesquisas mostram que crianças pequenas podem aprender a partir de vídeos ou aplicativos, mas de forma muito mais eficaz se os pais (ou um cuidador) estiverem presentes e interagindo com elas (repetindo o que aparece na tela ou chamando atenção para algum detalhe, por exemplo).

    Para as que já têm 1 ano e meio, deixe-as assistir a programas ou filmes, ou ainda brincar com um aplicativo, por no máximo uma hora por dia -- mesmo uma hora já é muito para uma criança ativa. Não deixe que ela tenha acesso direto as aparelhos, e mantenha tudo desligado na hora das refeições.

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    Aliás, estabeleça regras específicas de quando e onde seu filho pode assistir televisão ou brincar no telefone. Há famílias que reservam meia hora antes do jantar para tecnologia, por ser um momento mais corrido do dia, ou então limitam o uso aos finais de semanas ou durante movimentações de carro. O importante é pensar em um sistema que seja justo e simples de seguir, assim todos na família terão como seguir as regras.

    Cronômetros, alarmes e timers podem ajudar você na tarefa de controlar o tempo, com a vantagem de deixar o controle bem claro para a criança.

  • Escolha o conteúdo:
    Selecione cuidadosamente o que seu filho vai ver e desligue quando o programa ou atividade acabar. Procure acessar serviços de vídeo que não tenham propaganda. Pesquise na internet, na comunidade do BabyCenter, na escolinha ou com amigos e conhecidos quais são os aplicativos, vídeos ou programas educativos que recomendam. Há uma enorme variedade de conteúdo feito para crianças pequenas, e o ideal é você se certificar de que a interação com a tecnologia tenha uma finalidade de aprendizado e enriquecimento cultural .

    Mídia de qualidade pode ajudar crianças a desenvolver importantes habilidades, como leitura, noções de matemática, de espaço ou de música.

    Avisar seu filho uns dois minutos antes que o programa (ou o trecho que você está deixando que ele assista) vai acabar dali a pouco também ajuda na transição para a próxima atividade.

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    Quando a criança for um pouquinho maior e já entender mais, você pode "combinar" até que parte do filme, do jogo ou do vídeo ela poderá assistir. O restante fica para outra vez.

  • Prefira programas calmos e tranquilos:
    Programas, vídeos e jogos mais lentos ajudam seu filho a ter tempo para pensar e absorver as informações que está vendo. Muita ação e cenas que mudam rápido demais podem confundi-lo.

    Alguns estudos sugerem que crianças que veem violência nos vídeos podem se tornar mais agressivas.

    Fique longe de programas assustadores demais, principalmente se estiver perto da hora de dormir.

    Prefira os mais simples, que enfatizam a interatividade. Os melhores são aqueles que inspiram seu filho a dizer palavras, cantar e dançar.

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  • Acompanhe a atividade com seu filho:
    Um estudo trabalhou com três grupos: crianças com acesso ilimitado à TV, crianças com acesso moderado que assistiam aos programas sem os pais, e crianças com acesso moderado que assistiam aos programas acompanhadas dos pais.

    O terceiro grupo -- crianças que viam TV com os pais -- saía-se melhor nos estudos que os outros grupos. Estar com seu filho passa a ele a mensagem de que o que é importante para ele é importante para você também.

    Claro que muitas vezes a gente acaba usando o celular um pouco como uma babá -- muitas pessoas fazem isso quando precisam.

    Mas, quando você deixa a criança vendo vídeos sozinha por muito tempo, mostra a ela que não se importa muito com o que ela assiste ou com o que ela está fazendo no celular.

    Experimente pegar o cesto de roupas lavadas para separá-las na sala, ou invente alguma tarefa para fazer no ambiente em que seu filho estiver, para ver o programa junto com ele. Assim, os dois podem aproveitar essa atividade.

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    Ajude seu filho desde pequeno a manter um "olhar crítico". Explique o que está aparecendo na tela, encoraje-o a fazer perguntas e ligue o que está acontecendo no programa, vídeo ou jogo com a vida dele.

    Se houver comerciais, ajude seu filho a entender a diferença entre eles e o programa em si.

  • Amplie o conteúdo do programa com atividades e livros:
    Se vocês acabaram de usar um aplicativo que apresentou os números, converse sobre isso ou ache outros exemplos para mostrar para ele.

    Quando colocar a mesa para o jantar, por exemplo, diga: "Ei, no jogo de hoje tinha o número três, e há três pratos na mesa!".

    Leia e mostre livros que exploram o conceito de números, ou das letras do alfabeto.

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    Os vídeos, aplicativos ou programas de música podem servir também para reforçar a educação musical do seu filho.

  • Preste atenção no exemplo que você dá:
    As crianças são muito suscetíveis ao exemplo que os pais dão. Então, não fique o tempo todo com um dispositivo eletrônico debaixo do olho, enquanto fala para seu filho desligar, e não mantenha a TV ligada em casa como "som ambiente".

    Procure reforçar o conceito de tecnologia como uma ferramenta para facilitar o dia a dia. Mostre como você , por exemplo, usa tecnologia para acompanhar um aplicativo com mapa de trânsito e caminhos na hora de sair de casa ou ainda para se conectar ao banco online e pagar contas.

    Não há nada de errado, contudo, em dizer que, em certos momentos, você também se vale da tecnologia para simples entretenimento. Só tenha em mente o próprio equilíbrio entre o que fala e o que faz.

Muito tempo de tela pode prejudicar meu filho?

Existe sim um grande receio de pais, educadores e pesquisadores de que tempo demais com qualquer tipo de mídia e tecnologia possa afetar o desenvolvimento de uma criança. Entre os principais motivos de preocupação estão:

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  • Desenvolvimento social, emocional e comportamental:
    Uso excessivo de mídias tem sido associado a menor capacidade de concentração, à hiperatividade e a um comportamento agressivo.

    Em uma pesquisa feita com 2.700 crianças em fase pré-escolar, observou-se que aquelas que passavam duas ou mais horas em frente a telas apresentavam mais problemas de comportamento e menor habilidade social. Os pesquisadores também descobriram que crianças que começam a assistir televisão nessa fase podem ter mais dificuldade de gerenciar as emoções e de se confortar por conta própria ao crescer.

    Estudos mostraram que até a televisão ligada ao fundo interfere na interação entre pais e filhos, algo que é fundamental para o desenvolvimento social da criança.

  • Problemas de peso:
    Quando uma criança está brincando com um aplicativo ou assistindo a um vídeo, isso quer dizer que não está se movimentando.

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    Vários estudos já confirmaram que tempo demais na frente das telas contribui para obesidade infantil e ganho de peso futuro e que a redução desse tempo de telas consegue reverter a tendência.

  • Problemas de sono:
    Quanto mais tempo uma criança passa interagindo com telas, especialmente no período da noite, menos horas de sono tem.

    Os especialistas desaconselham a presença de dispositivos eletrônicos no quarto das crianças, ressaltando que mesmo celulares e tablets afetam o sono. A luz emitida pelas telas pode retardar a liberação de melatonina no corpo e dificultar o sono.

    Outro ponto: o conteúdo do que se vê ou se joga também conta – pesquisadores descobriram que crianças em idade pré-escolar expostas a conteúdos de mídia violentos, como jogos ou vídeos, costumam ter mais pesadelos.

  • Problemas de visão:
    Sabe-se que o mundo vive uma epidemia de miopia. O motivo não está claro para a ciência, mas estudos vêm mostrando que fazer atividades ao ar livre tem efeito protetor contra a miopia. Como o uso excessivo da tecnologia desencoraja atividades ao ar livre, as telas podem ter um efeito indireto sobre o desenvolvimento da visão da criança.

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    Não existem evidências de que a luz emitida pelas telas cause problemas de visão, mas qualquer atividade que use a visão intensamente por muito tempo, como a leitura, jogos ou vídeos pode fazer com que a pessoa (ou a criança) pisque menos, o que pode causar dor de cabeça, ardor nos olhos e vista embaçada. Por isso especialistas recomendam que sempre haja um descanso para os olhos depois de 20 minutos de atividade intensa.


Não tenha pressa de apresentar tecnologia para seu filho logo cedo. Ele não vai ficar para trás, tenha certeza. Uma vez que comecem, as crianças rapidamente aprendem a usar celulares, tablets e computadores. Não há necessidade de dar um aparelho só para o seu filho, já que será mais fácil controlar o uso de um item que é seu, e não dele.

Tire suas dúvidas sobre a importância da brincadeira para o desenvolvimento da criança e veja como seu filho aprende a se cuidar sozinho

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