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Como preparar seu corpo para a gravidez

tentante conversando com médica
Foto: istock.com / LordN
É sempre a situação ideal estar com o corpo em perfeitas condições antes mesmo de engravidar. Se puder, pense em fazer esse planejamento com bastante antecedência, de um ano até, para que as mudanças na sua alimentação e no seu estilo de vida possam já ter tido efeito.

Caso você já tenha algum problema de saúde, como epilepsia, asma, depressão, disfunções na tiroide, doenças autoimunes ou diabete, é possível que tenha de modificar o tratamento antes de engravidar.

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Antigamente, os casais faziam um check-up antes de casar, o chamado exame pré-nupcial, pois ficava implícito que eles iriam querer ter filhos logo depois do casamento. Os tempos mudaram e o procedimento saiu de moda, por isso vale o conselho para você marcar uma consulta com o ginecologista três meses antes de começar a tentar, mesmo que não tenha problemas de saúde prévios.

Assim, você terá tempo de fazer exames e tomar eventuais vacinas para garantir o melhor ambiente para o bebê que virá.

Leia sobre o que médicos gostariam que grávidas soubessem pelo bem do bebê

Histórico médico

"Quero começar a tentar engravidar." Você provavelmente vai sentir um friozinho na barriga quando disser essa frase para o seu ginecologista. Na consulta, o médico vai então avaliar se você tem algum problema de saúde, como diabete, lúpus, hipertensão ou depressão, e poderá fazer perguntas sobre sua alimentação e seu estilo de vida.

Mencione eventuais problemas genéticos na sua família ou na do parceiro, como síndrome de Down ou fibrose cística.

O médico vai querer saber que tipo de método anticoncepcional você está usando. Alguns métodos são mais imediatos e fáceis de interromper que outros.

Você será questionada sobre como estão seus ciclos menstruais, para que o médico tenha uma ideia sobre se você está ovulando (se não usar contraceptivos hormonais).

O profissional de saúde perguntará se você já teve algum problema menstrual, ovulatório, se já sofreu um aborto espontâneo, uma gravidez ectópica. Também vai querer saber se você já tem filhos, qual foi o tipo de parto e se você passou por alguma complicação.

Exames ginecológicos

Verifique qual foi o último exame de papanicolau que fez e mencione para o ginecologista. Durante a gravidez não se costuma fazer o exame de papanicolau -- ele só volta a ser realizado seis meses depois do nascimento do bebê. Diante disso, o ideal é fazer antes de engravidar.

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O médico pode pedir testes mais específicos depois do exame ginecológico, como o para detectar a presença da bactéria clamídia, que muitas vezes não apresenta sintomas, mas pode ser prejudicial à gravidez ou à sua fertilidade.

Exame de urina

Talvez seja solicitado um exame de urina para detectar alguma possível infecção urinária. As infecções no trato urinário podem estar associadas a problemas como aborto espontâneo, baixo peso dos bebês ao nascer ou parto prematuro, por isso é sempre bom garantir que você não esteja com uma antes de engravidar.

Exames de sangue

O ginecologista deve pedir um hemograma completo para verificar se você está com anemia ou algum outro indicador alterado, além de verificar o nível de algumas vitaminas como a vitamina D.

O médico pode pedir exames de sangue para detectar se você carrega genes para doenças como anemia falciforme (mais comum em negros), talassemia (mais comum em pessoas de ascendência mediterrânea, como descendentes de italianos) e doença de Tay-Sachs (mais comum em judeus), que podem ser transmitidos para o bebê. Um exame simples chamado eletroforese da hemoglobina identifica portadores de anemia falciforme e a talassemia (não é necessário um exame genético).

O futuro pai também pode ter de ser submetido a exames de sangue, porque se houver presença de traço genético de alguma doença em ambos, será necessário fazer um aconselhamento genético para reduzir o risco de ter um bebê com a doença. Sem nenhuma providência, em caso de doenças ligadas a genes recessivos, o risco é de 25 por cento. Sem histórico de doenças na família, essa investigação é bem simples.

Nos exames de sangue o médico também pode verificar se você tem imunidade para doenças como hepatite B, rubéola, toxoplasmose e citomegalovirose. O resultado desses exames ajuda a definir quais vacinas você precisará tomar, e se precisa tomar algum cuidado especial, como com a toxoplasmose. É importante prevenir essas doenças porque elas são causadoras de malformações no bebê.

Entre os testes também haverá exames diagnósticos para sífilis e HIV/Aids. A detecção dessas doenças antes da gravidez é essencial para o médico poder acompanhar a gestação e o bebê direitinho, e evitar uma eventual transmissão para a criança.

Verificação da pressão arterial

Mulheres que têm pressão alta (hipertensão) correm mais risco de sofrer de pré-eclâmpsia durante a gravidez e de apresentar problemas com a placenta, por isso é bom controlar a pressão arterial antes de engravidar.

Vacinas

É possível prevenir malformações e até o aborto espontâneo, em alguns casos, com a vacinação.

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Resgate sua caderneta de vacinação da infância, e a atual, se tiver, e leve à consulta com você. Pelo exame de sangue o médico saberá se você precisa ser vacinada contra a rubéola. Se o exame mostrar que você não tem imunidade para a doença (porque nunca teve rubéola ou nunca foi vacinada), deve tomar a vacina e esperar pelo menos um mês para começar a tentar engravidar.

Esse período de espera, que pode ser até maior, dependendo da recomendação do médico, é uma precaução, porque se imagina que o organismo precise de tempo para eliminar o vírus atenuado que foi administrado com a vacina. Não há provas científicas, porém, que associem a vacina a defeitos congênitos.

Se você nunca teve catapora ou sarampo, nem foi imunizada, o médico pode recomendar que você se vacine contra as doenças, porque elas podem afetar o bebê se você adoecer grávida. Outra imunização possível é contra a hepatite B, dependendo do resultado do seu exame de sangue, e talvez um reforço da vacina antitetânica, já adiantando as vacinas recomendadas para a gravidez.

Caso não tenha tomado a vacina contra febre amarela e viva numa região considerada de risco, talvez tenha a recomendação de se imunizar, porque é preferível que se receba a vacina antes da gestação.

Mantenha também sua vacinação contra a Covid-19 atualizada.

Suplemento de ácido fólico

Defeitos na formação do tubo neural do bebê são evitados em grande parte com a suplementação de ácido fólico. A orientação é que mulheres que estejam pensando em engravidar tomem pelo menos 400 mcg de ácido fólico por dia, mantendo a suplementação até pelo menos a 12a semana de gravidez.

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É um comprimidinho que deve ser tomado uma vez ao dia. Ele não serve para ajudar a engravidar, e sim para evitar problemas no bebê.

É importante começar a tomar o suplemento antes porque a formação do tubo neural acontece muito no princípio da gestação, quando muitas vezes a gravidez ainda nem foi detectada pela mulher. Há profissionais que defendem até que toda mulher em idade fértil, mesmo que não esteja pensando em engravidar, tome o suplemento.

Parar o anticoncepcional

O efeito de cada método contraceptivo varia e a maneira de abandoná-lo também. A volta da fertilidade pode ser imediata ou levar alguns meses.

Não há nenhum problema em engravidar logo depois de parar o anticoncepcional. Mas, para facilitar a sua vida, o ideal é esperar a primeira menstruação natural para começar a tentar de verdade. A vantagem é que assim você saberá direitinho qual é a data da última menstruação, um dado importante para contar a gravidez, e não vai se estressar com eventuais atrasos menstruais e alarmes falsos.

Pílula anticoncepcional: Se você toma pílula tradicional, que combina progesterona e estrogênio, daquelas em que há uma pausa entre as cartelas, o mais aconselhável é parar de tomar quando tiver completado uma cartela. Já as pílulas de progesterona de uso contínuo podem ser interrompidas a qualquer momento. É bom saber que a primeira menstruação natural depois da pílula pode atrasar. Por menstruação natural entenda-se aquela que aparece cerca de um mês depois da parada da pílula, não a que vem logo de tomar o último comprimido.

Implante hormonal subcutâneo: Se você tem um implante hormonal do tipo que se aplica no braço, vai ter de ir ao médico para removê-lo, com o uso de um anestésico local. Assim que o implante for retirado, a progesterona que ele liberava deixa de circular, e os efeitos dela desaparecem bem rápido. É possível você engravidar antes mesmo de menstruar pela primeira vez após a retirada do implante. O tempo entre retirar o implante e descer a primeira menstruação é muito variável: pode ser de alguns dias ou de algumas semanas.

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Injeção de anticoncepcional: Para quem toma contraceptivo injetável é possível que a ovulação só volte a ocorrer depois de vários meses. Se você está considerando engravidar num futuro próximo, é aconselhável trocar de método, parando de tomar as injeções e adotando uma opção mais flexível, para que a fertilidade volte mais rápido quando você se decidir.

DIU com ou sem hormônio: Quando decidir tentar engravidar, você vai precisar marcar uma consulta para retirar o DIU. Depois que o dispositivo for removido, sua fertilidade deve voltar imediatamente. No caso do DIU com progesterona, pode demorar um ou dois meses para você voltar a ovular.

Adesivo anticoncepcional: Em geral, é mais aconselhável retirar o adesivo quando ele estiver no fim da validade. Mas pode demorar alguns meses para você voltar a ter ciclos menstruais normais.

Anel vaginal: Como o anel vaginal funciona como uma pílula anticoncepcional com intervalo, o mais recomendável para não atrapalhar seus ciclos menstruais é retirá-lo na data programada e depois simplesmente não colocar um novo, após a semana de "descanso".

Ajuda para parar de fumar, de beber ou de consumir drogas

Há inúmeras provas científicas de que o tabagismo, o consumo de drogas e as bebidas alcoólicas fazem mal tanto para o bebê quanto para a mãe, por isso o ideal é eliminar o hábito antes de engravidar.

O médico pode orientá-la a adotar um programa para abandonar o cigarro antes da gravidez. Se você bebe muito ou usa drogas, pense com carinho na possibilidade de procurar ajuda especializada antes de começar a tentar engravidar.

Esclarecimento de dúvidas

Na consulta com o ginecologista, aproveite para falar de qualquer outra preocupação que possa ter. Caso tome algum medicamento regularmente, veja se é preciso mudar a dose ou o tipo de remédio. Não deixe de mencionar outros tratamentos que esteja fazendo. Não é seguro, por exemplo, tomar drogas antiacne fortes durante a gravidez (leia mais sobre cuidados com tratamentos de pele na gestação).

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Determinados remédios aparentemente inofensivos também não são recomendados, portanto você precisará saber quais são eles para evitar tomar quando estiver tentando -- afinal, você pode já estar grávida sem saber.

Talvez o ginecologista prefira que você se consulte também com outro especialista para ajustar medicamentos ou esclarecer dúvidas.

Exames e aconselhamento genético

É pequeno o número de bebês que nasce com algum problema -- fica entre 1 e 2 por cento. Mas você deve procurar aconselhamento genético se houver um histórico de doenças hereditárias na sua família ou na de seu parceiro, ou se os exames de sangue mostrarem que os dois possuem traço genético de doenças como a anemia falciforme ou talassemia.

Há alternativas, muitas vezes envolvendo técnicas de reprodução assistida, para evitar que o bebê nasça com a doença.

Leia também sobre como botar sua vida em ordem antes da gravidez, e saiba quanto tempo após uma perda pode-se tentar engravidar de novo
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