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O cocô do seu filho: o que é normal e o que não é

Homem negro troca fralda de bebê
Foto: iStock / g-stockstudio

O cocô do bebê é um tema que pode trazer muitas dúvidas e preocupações. Afinal, o que é comum na hora de evacuar? Os pequenos, principalmente os recém-nascidos, têm um sistema digestivo mais sensível e em formação e, por isso, a hora do cocô pode ser bem diferente do que acontece com crianças mais velhas e adultos.

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Outra coisa que pode variar bastante é a alimentação. Amamentação exclusiva no peito, uso de fórmula e introdução alimentar — que a OMS recomenda que aconteça só a partir dos seis meses —, são fatores importantes. A própria idade e organismo da criança vai ajudar a definir o que, de fato, é normal ou não no “número 2”. Veja mais informações e entenda o que esperar do cocô do seu filho.

Fotos: cocô do bebê em imagens para você saber o que é normal ou não.

Cocô do bebê: o que não é normal

As menores alterações no cocô do bebê preocupam bastante os pais. Apesar de serem coisas que podem acontecer no dia a dia, é essencial ficar atento aos sinais de que algo não está certo. Assim, evita-se situações mais graves, como evoluções de infecções e casos de desidratação. Confira o que pode não ser normal na evacuação.

Cocô verde

Se as fezes do bebê estiverem verdes e um pouco espumosas, é possível que ele esteja recebendo lactose demais. Isso acontece quando a criança mama com frequência no seio, mas não chega a tomar o leite posterior, mais rico em calorias. Se nada mudar em 24 horas, é melhor conversar com o pediatra.

A persistência do cocô verde também pode indicar a presença de vírus ou sensibilidade a algum alimento. É preciso também considerar o tipo de fórmula que você está dando, se for o caso, ou se houve a introdução de alguma medicação recentemente. Na dúvida, é importante procurar atendimento médico.

Cocô branco

Cocô claro, com tonalidade próxima ao branco, é sinal de alerta, independente da faixa etária do paciente. O embranquecimento das fezes, chamado de acolia fecal, costuma estar associado a problemas no fígado ou nas vias biliares, além de infecções e tumores no trato gastrointestinal. É também um dos maiores sintomas de hepatite. Caso perceba que o seu filho está com fezes brancas, comparada à massa de vidraceiro, procure rapidamente atendimento médico, para que a causa seja investigada.

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Diarreia

Na diarreia, o cocô fica muito líquido, quase na consistência de água, e a frequência também aumenta. Bebês amamentados no peito correm menos risco de ter o problema em comparação a bebês que tomam fórmula, já que o leite materno inibe a proliferação dos microorganismos que causam este sintoma.

A diarreia pode acontecer devido a uma infecção viral ou bacteriana, pelo consumo excessivo de frutas ou suco ou como reação a um remédio. A introdução de novos alimentos e alergias também podem provocar o sintoma. Outro ponto que merece atenção é que, na época em que os dentes nascem, o cocô também pode ficar mais líquido. Apesar de preocupar os cuidadores, não chega a ser uma diarreia. Qualquer suspeita, entretanto, deve ser levada ao pediatra.

Uma diarreia que não melhora sozinha em um ou dois dias pode ser sinal de algum tipo de infecção. Nesse caso, é necessário procurar o médico para não correr risco de desidratação. A situação pode ser ainda mais grave se combinadas a episódios de vômitos e febre, uma vez que o risco de desidratação aumenta.

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Prisão de ventre

Entre os sintomas da constipação estão: extrema dificuldade em defecar, cocô em formato de bolinhas, dor abdominal, enrijecimento da barriga, irritabilidade e, às vezes, presença de sangue vivo nas fezes, pelas fissuras anais provocadas pela passagem do cocô ressecado. Estes sinais são mais importantes do que uma frequência baixa de troca de fraldas e disquesia — quando o bebê faz força e fica vermelho ao defecar —, uma vez que ambos são situações normais nos primeiros meses de vida.

Bebês que mamam no peito têm menos propensão à prisão de ventre. No caso das crianças que tomam fórmula, misturar muito produto com pouca água ao preparar o leite do bebê também pode provocar constipação. Então, sempre siga as instruções do fabricante quando for preparar a refeição. Mas isso não quer dizer que o problema não acontece entre aqueles que só recebem leite materno. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, a frequência de evacuação para lactentes maternos exclusivos pode variar de várias vezes ao dia (após cada mamada) até cinco a sete dias sem “ir ao banheiro”.

Febre, mudanças na alimentação e certos medicamentos são exemplos de situações que podem prender o intestino. Sempre consulte o pediatra se seu filho estiver com prisão de ventre, especialmente se você observar sangue nas fezes.

Sangue nas fezes

Traços de sangue no cocô do seu bebê podem aparecer se ele estiver com prisão de ventre e a passagem das fezes causar fissuras na pele do ânus. Nem sempre isso é motivo de preocupação, porém, é importante consultar o pediatra, a fim de descartar qualquer outra possível causa, como a alergia ao leite de vaca (APLV) — mesmo que o bebê mame apenas no peito e seja a mãe quem consome o produto.

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O que é um cocô normal?

O cocô do bebê passa por várias mudanças durante o primeiro ano. Como dito, de acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, em crianças que são amamentadas exclusivamente no peito, a frequência ideal é relativa. É normal tanto evacuar após cada mamada, quanto ficar dias sem fazer cocô.

A instituição também reforça que o bebê fazer força, ficar vermelho e demorar cerca de 20 minutos para finalizar o processo, mesmo com as fezes amolecidas, também é comum. É preciso, entretanto, ficar atento a outros sinais. Aos poucos, você terá uma ideia do que é normal para o seu filho.

Não é preciso se preocupar, desde que as fezes estejam razoavelmente pastosas e não causem dor. Lembre-se que o sistema digestivo do bebê ainda está se desenvolvendo. Inclusive, nos primeiros dias depois do parto, o bebê vai fazer um cocô diferente: preto esverdeado e melecado, o chamado mecônio. Trata-se de um material que se acumulou no intestino do bebê durante a gestação. Quando ele é liberado ainda dentro do útero, em casos de parto pós-termo, é um sinal de sofrimento fetal.

Depois dessa primeira fase, o cocô pode assumir cores e consistências variáveis — às vezes é amarelo-ovo com grumos, às vezes é amarelo com grânulos verdes. Essa variação é absolutamente esperada. O cocô tem cheiro, mas não chega a ser um odor característico de fezes adultas e não deve incomodar muito.

Cocô da criança amamentada no peito e por fórmula

Além da frequência e tendência à diarreia ou à prisão de ventre, o cocô de bebês amamentados no peito é bem diferente do cocô de crianças que tomam fórmulas de leite. Confira as maiores mudanças entre os dois casos.

Bebês amamentados no peito:

O colostro, aquele primeiro leite, um pouco transparente, que aparece logo depois do parto, funciona como uma espécie de laxante, ajudando a criança a eliminar o mecônio. Quando o leite em si começa a ser oferecido ao bebê, depois de cerca de três dias, o cocô pode mudar, assumindo uma cor esverdeada. A consistência varia: pode ser viscoso, com uns grãozinhos, ou com um aspecto mais coalhado.

Na segunda semana depois do nascimento, as fezes podem ficar mais líquidas e amarelas, o que até assusta os pais, que acham que se trata de diarreia. É na verdade um cocô de “transição” entre o mecônio e o cocô da amamentação. Saiba que bebês amamentados no peito podem ter cocô de muitas cores e todas elas serem normais. Se não houver outros sintomas acompanhados, a cor em si pode não ser motivo de preocupação.

Com o passar do tempo, você vai notar uma regularidade nas evacuações, o que ajuda a prever o momento ideal de fazer a troca de fralda. Porém, vale lembrar: essa rotina pode mudar de tempos em tempos, por exemplo quando ele começar a comer outros tipos de alimentos, quando ficar doente ou quando as mamadas ficarem mais espaçadas.

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Bebês que tomam fórmula de leite

Quando o bebê toma fórmula, o cocô tende a ser amarelo claro ou marrom amarelado. Também é mais consistente do que as fezes do bebê amamentado somente no peito. Isso porque a fórmula do leite em pó não é tão digerida pelo organismo, quanto o leite materno. O cheiro do cocô também é mais forte, embora não tanto quanto o de crianças que já têm uma alimentação irrestrita.

Crianças que tomam esse tipo de fórmula normalmente precisam fazer cocô todos os dias, porque, como as fezes são mais sólidas, incomodam quando se acumulam no intestino. Quanto mais tempo elas estiverem lá, mais ressecadas e duras ficarão, o que pode gerar a prisão de ventre.

Fale com o pediatra se seu filho apresentar esse problema. Não mude de leite por conta própria, nem ofereça leite de vaca para crianças com menos de um ano, já que o sistema digestivo nessa idade não está maduro o suficiente para processá-lo, podendo ocasionar problemas mais sérios.

Saiba também como cuidar das assaduras e tire suas dúvidas sobre cólica.

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UNIMED, Institucional. O que observar nas fezes das crianças. 2021. Disponível em: https://www.unimed.coop.br/viver-bem/pais-e-filhos/tipos-de-coco-o-que-observar-nas-fezes-dos-filhos#:~:text=Fezes%20esbranqui%C3%A7adas%20pode%20ser%20sinal,buscar%20orienta%C3%A7%C3%A3o%20m%C3%A9dica%20com%20urg%C3%AAncia. Acesso em ago. 2023.

Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Disquesia. Disponível em: https://www.sbp.com.br/especiais/pediatria-para-familias/cuidados-com-o-bebe/disquesia/.Abrir uma nova janela Acesso em ago. 2023.

Luísa Silveira

Luísa Silveira é jornalista, responsável pelo site BabyCenter Brasil. Apaixonada por conteúdos de saúde, está na Webedia desde 2021.