Na dúvida, mais vale estar calado. É mais ou menos essa a análise que dirigentes e deputados do PS fazem quanto à polémica que envolveu o ministro da Economia, António Costa Silva, por ter decidido dar em público uma opinião sobre o IRC que o Governo queria manter em privado. Mas o silêncio não será aconselhável apenas para o próprio ministro: no PS, não faltam vozes descontentes com a forma como o caso foi gerido – com vários socialistas a apressarem-se a desautorizar publicamente o ministro – e que admitem que os moldes da descida do IRC devem mesmo ser seriamente ponderados.

No rescaldo do caso que se prolonga há vários dias – e que esta quarta-feira foi comentado pelo próprio Costa Silva –, dirigentes e deputados do PS garantem ao Observador que o ministro não soube gerir o assunto. Há quem diga simplesmente que “não devia ter falado” de uma posição que não foi, pelo menos até ver, assumida pelo Executivo; na direção do partido, admite-se, mesmo “sem dramas”, que “não se expressou bem”; e há quem critique a falta de “sensatez política” de um ministro que chega a parecer um “comentador”.

Mas o incómodo vai para além disso e tem a ver com a própria coordenação do partido e do Governo. Os mesmos dirigentes não gostaram de ver as sucessivas desautorizações ao governante, que vieram criar ainda mais ruído e chamar a atenção para o que poderia não ter passado de um deslize.

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