Decorreu entre os dias 15 e 21 de junho, em 25 países da União Europeia (UE), uma ação conjunta contra o tráfico de seres humanos para exploração laboral e crimes conexos, coordenada pela Europol, e que resultou na identificação de 514 entidades patronais e na sinalização de 487 possíveis vítimas de exploração laboral.
Esta ação conjunta envolveu 25 países (Áustria, Bélgica, Bulgária, Chipre, Finlândia, França, Alemanha, Hungria, Irlanda, Itália, Letónia, Lituânia, Luxemburgo, Países Baixos, Polónia, Portugal, Roménia, Eslováquia, Eslovénia, Espanha, Suécia, Noruega, Suíça, Ucrânia e Reino Unido), bem como a Autoridade Europeia do Trabalho e a Comissão Europeia.
A participação portuguesa, de acordo com o previamente planeado entre o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT), decorreu em todo o território nacional e em diferentes setores laborais, com predominância no setor agrícola, tendo sido fiscalizados cerca de 500 trabalhadores e 26 entidades empregadoras.
O SEF, no âmbito de investigações que já decorriam, referenciou dois eventuais suspeitos da prática do crime de tráfico de pessoas e 12 potenciais vítimas deste tipo de crime.
A ACT referenciou várias violações das leis laborais, desde trabalho não declarado à falta de pagamentos.
Durante toda a ação conjunta, foram mobilizados cerca 18.500 policiais, fiscalizados 10.467 locais, 32.525 viaturas e 86.000 pessoas, que culminou na identificação de mais de 500 indivíduos que não garantiam aos seus trabalhadores acesso a qualquer assistência médica, seguro de acidente de trabalho, benefícios sociais e outros direitos previstos na lei.
Resultados totais:
- 59 detenções;
- 487 possíveis vítimas de exploração laboral;
- 1.100 trabalhadores identificados com infrações laborais;
- 514 empregadores identificados;
- 34 documentos falsificados detetados;
- 80 novas investigações iniciadas;
- 715 novos inquéritos;
- 83 apreensões.
Estas ações conjuntas da Europol foram implementadas como parte da plataforma da UE contra ameaças criminosas – o EMPACT -, por forma a melhorar as sinergias entre as diferentes autoridades policiais na luta contra o crime grave e organizado.
A Europol coordenou esta ação conjunta e facilitou o intercâmbio de informação entre os países participantes. Prestou, ainda, apoio analítico e operacional durante toda a semana em que decorreu a operação e facilitou o intercâmbio de comunicações em tempo real entre as autoridades policiais participantes.