Entenda seu ciclo menstrual e a gravidez

Ilustração de aparelho reprodutor feminino
Jonathan Dimes para o BabyCenter
Ao contrário dos homens, que produzem espermatozoides diariamente, ao longo da vida inteira, todos os óvulos que você possui foram fabricados quando você ainda estava na barriga da sua mãe.

Cada menina nasce com algo entre 1 milhão e 2 milhões de óvulos, mas só um pequeno número será liberado ao longo da vida.

Na época da primeira menstruação, geralmente entre os 10 e os 14 anos, apenas cerca de 600 mil óvulos ainda são viáveis. Por volta dos 30 anos, os cientistas calculam que esse número fique por volta de 72 mil.

A fertilidade decai com o tempo porque os óvulos vão envelhecendo. Eles começam a amadurecer e a ser liberados, um a um, mensalmente.

"A maior parte dos óvulos nunca nem será usada, só que envelhecerá com as mulheres", explica a obstetra Eleonora Fonseca, que faz parte do Conselho Médico do BabyCenter.

Durante o ciclo menstrual, pelo menos um dos óvulos é liberado do ovário e cai em estruturas parecidas com franjas na extremidade da tuba uterina (ou trompa de Falópio), que o vão transportando, devagar, com um movimento em ondas, até o útero.

Se no meio do caminho o óvulo for fertilizado por um espermatozoide, ele vai se alojar quando chegar ao útero e se multiplicar até se transformar no bebê e na placenta.

Se a fertilização não acontecer, o óvulo será eliminado, junto com o revestimento interno do útero – e tudo isso formará a sua menstruação.

Quanto dura um ciclo menstrual normal?

Um ciclo menstrual costuma durar, em média, de 28 a 29 dias, contando desde o primeiro dia da menstruação até a véspera da menstruação seguinte, mas é normal que dure um pouco mais ou menos. Pode acontecer também de a duração do ciclo variar um pouco de um mês para o outro.

Há mulheres que têm ciclos bem mais curtos, com até 23 dias, e outras possuem ciclos mais compridos, de até 32 dias, todos considerados normais. Porém, ciclos mais curtos ou mais longos do que o seu habitual, ao longo de muitos meses, podem indicar alguma anormalidade no organismo, então procure orientação médica.

Também é preciso ser avaliada pelo médico se você tiver sangramentos no meio do ciclo ou depois de ter relações sexuais e se, com menos de 40 anos de idade, os intervalos entre uma menstruação e outra ficaram demasiadamente longos.

Alguns métodos anticoncepcionais podem deixar o ciclo menstrual irregular. Se não for o seu caso, é recomendável procurar um médico.

Quais são os hormônios que atuam no ciclo menstrual?

Seu ciclo menstrual é controlado por uma série de hormônios produzidos por partes diferentes do corpo:

  • Hormônio liberador de gonadotrofina (produzido pelo hipotálamo, que fica no cérebro), ou GnRh
  • Hormônio folículo-estimulante (produzido pela hipófise, uma glândula que também fica no cérebro), ou FSH
  • Hormônio luteinizante (também produzido pela hipófise), ou LH
  • Estrogênio (produzido pelos ovários)
  • Progesterona (também produzida pelos ovários)

O processo do ciclo menstrual começa no cérebro. O hipotálamo produz o hormônio liberador da gonadotrofina (GnRh), que vai até a hipófise e determina ali a produção do hormônio folículo-estimulante (FSH).

O FSH entra na corrente sanguínea e estimula os ovários a iniciar o amadurecimento dos óvulos.

Entre 15 e 20 "sacos", chamados folículos, contendo óvulos começam a amadurecer. Um deles (às vezes dois ou mais) se desenvolve mais rápido que os outros: é o folículo dominante.

O FSH também estimula os ovários a produzir estrogênio. Esse hormônio incentiva os óvulos a amadurecer e determina que o revestimento interno do útero (endométrio) fique mais espesso, para que possa abrigar um eventual óvulo fertilizado. Confira o gráfico abaixo:

ciclo menstrual
Jonathan Dimes para o BabyCenter

Em que momento acontece a ovulação?

À medida que os níveis de estrogênio no sangue aumentam, os níveis de FSH diminuem temporariamente, para depois crescerem de novo. Esse novo aumento é acompanhado pela forte secreção do hormônio luteinizante (LH) pela hipófise.

É o LH que deflagra a ovulação -- o momento em que o óvulo mais maduro rompe o folículo e sai do ovário. Logo que é liberado, o óvulo é capturado pela extremidade da tuba uterina (ou trompa de Falópio).

O colo do útero, o "gargalo" que une o útero à vagina, normalmente produz um muco opaco e espesso, que os espermatozoides não conseguem penetrar.

Pouco antes da ovulação, no entanto, o estrogênio faz com que essa secreção mude de aspecto: ela fica mais fina, transparente e viscosa, parecida com clara de ovo. Através dela os espermatozoides conseguem passar pelo colo do útero e nadar até as tubas uterinas, para então encontrar o óvulo.

É na tuba (ou trompa) que a fertilização costuma acontecer.

Fase lútea: depois da ovulação

Dentro do ovário, o folículo vazio de onde o óvulo saiu se transforma no corpo lúteo. Trata-se de um pequeno aglomerado de células amarelado, que começa a produzir a progesterona.

A ação da progesterona faz com que o muco que reveste o colo do útero e a vagina volte a ficar opaco e impenetrável aos espermatozoides.

Também estimula o revestimento interno do útero, que fica mais espesso e de aspecto esponjoso, devido ao forte afluxo de sangue. É o endométrio, que está pronto para receber o zigoto (óvulo fertilizado por um espermatozoide).

Conforme a concentração de progesterona no corpo aumenta, os seios ficam mais volumosos e sensíveis. A hipófise para de produzir o FSH, para que nenhum outro óvulo amadureça.

Quando há fertilização...

Quando um espermatozoide fertiliza o óvulo dentro da tuba uterina, o óvulo continua descendo até chegar ao útero, onde se aninha no endométrio (o revestimento interno do útero). É a chamada nidação, que às vezes causa um pequeno sangramento.

A essa altura, o zigoto já possui cerca de 150 células. A viagem desde o ovário até o útero, onde vai se implantar, leva cerca de cinco a 10 dias.

As células que formarão a placenta começam a produzir o hormônio hCG (gonadotrofina coriônica humana, que é detectada nos testes de gravidez), os níveis de progesterona continuam altos e o corpo lúteo continua trabalhando. Ele pode se transformar num cisto temporário (que pode dar algumas dorzinhas do lado).

É possível que você comece a sentir os primeiros sintomas da gravidez.

Quando não há fertilização...

Se o óvulo não for fertilizado ou se, mesmo fertilizado, não conseguir se implantar no endométrio, ele não produz o chamado "hormônio da gravidez", o hCG, e começa a se desintegrar. Sem a presença do hCG, o corpo lúteo diminui.

Os níveis de estrogênio e de progesterona caem, e o revestimento interno do útero começa a produzir prostaglandina.

Essa substância modifica a irrigação sanguínea do útero, fazendo com que o endométrio se rompa e que o útero comece a se contrair para expulsá-lo (daí a cólica menstrual).

A menstruação desce, e o óvulo não-fertilizado é eliminado junto com o revestimento uterino. Com isso, o ciclo menstrual recomeça.

Use nossa calculadora da ovulação para saber seus dias férteis.

Você já preparou seu corpo para a gravidez? Veja também quanto tempo demora para engravidar

Aproveite para conversar e trocar ideias no grupo das tentantes da comunidade BabyCenter
A equipe do BabyCenter é formada por experientes editores e jornalistas que trabalham para criar conteúdo claro, informativo e com embasamento científico sobre gravidez e criação de filhos.

Acompanhe o desenvolvimento do seu bebê

Cadastre-se já para receber boletins grátis sobre sua gravidez e o desenvolvimento do seu bebê.
Tentando engravidar?
Para oferecer a melhor experiência, o site e os emails do BabyCenter usam cookies e sistemas de rastreamento similares para personalizar o conteúdo e os anúncios que mostramos a você. Usamos sua informação de saúde para tornar o site ainda mais útil. Ao clicar no botão, você concorda com as nossas políticas e com o recebimento de emails enviados por nós.
Política e termos de privacidade  •  Termos de uso