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quarta-feira, outubro 09, 2013

Há 15 anos que a noite passa por aqui

Este texto foi publicado na edição de 8 de outubro do DN com o título '15 anos que mudaram a noite de Lisboa'. 

15 de dezembro de 1998... Reza a mitologia da noite lisboeta que alguém terá batido à porta para dizer que um pequeno grande músico queria ali tocar. O lugar era um clube ainda com poucos meses de vida, nascido em finais de setembro do mesmo ano (estava a Expo a fechar) entre as águas do Tejo e a estação de Santa Apolónia. O músico, que nessa mesma noite tinha enchido o Pavilhão Atlântico, chamava-se Prince. De forma inesperada, inaugurou a agenda de concertos do Lux, por onde ao longo destes últimos 15 anos passou uma multidão de nomes fundamentais para contar os melhores episódios da história musical do nosso tempo.

Fundado por Manuel Reis (que antes tinha inscrito o mítico Frágil, no Bairro Alto, na história noturna da cidade), o Lux nasceu nos espaços de um antigio armazém à beira-rio. Um edifício de dois andares mais um terraço, que foi conhecendo mutações no design mas logo desde a sua inauguração afirmando-se como um clube de referência , colocando Lisboa no mapa de figuras na linha da frente da noite e da música. O Lux criou entusiasmos e aprofundou paixões. Que o digam nomes como os Thievery Corporation, 2 Many DJ ou James Murphy, alguns entre os muitos DJ de primeiro plano que por ali passaram, saciando a sede de som dos muitos que a eles sempre responderam. Como qualquer grande fenómeno da cultura pop, o Lux também tem a sua mitologia e galeria de ícones. E não há conversa sobre o clube em que não haja alguém que lembre que John Malkovich é um dos seus sócios.

Rui Vargas, programador, conta ao DN que, do Frágil, o Lux herdou “a vontade de ser mais que um clube nocturno recreativo”. É um espaço onde procura “que a música, o ambiente, as intervenções artísticas, o atendimento, proporcionem - algures numa noite em que valeu a pena sair de casa - um olhar sobre a cultura urbana”. Acima de tudo herdou do Frágil “não a aceitação, mas o culto, da diferença, das pessoas diferentes, de diferentes pensamentos, orientações e formas de estar”.

A preocupação com a música, não descuidando o design, os serviços, os bares, é peça central na vida do clube. “No Lux tudo conta, tudo é importante. E a música não é a resposta, é a pergunta”, explica Rui Vargas.

A programação está por isso “na primeira linha de atenção”. É mesmo a fonte de maiores investimentos do clube e “uma das razões de ser do Lux”, diz Rui Vargas. A programação assenta na “equipa de DJ residentes e de colaboradores próximos”, à qual se juntam nomes onde procuram “um equilíbrio entre artistas já consagrados e verdadeiros desconhecidos”, afinal as “apostas” que fazem por acreditar “que são estes artistas que fazem avançar a música”. E assim se fizeram os 15 anos que hoje ali muitos vão celebrar.

Cinco nomes, cinco noites 

Ao olhar para a lista de concertos e DJ Sets que fizeram a história destes 15 anos de Lux verifico que muitas foram as noites que dali regressei a casa com a sensação de ter visto atuações marcantes. Se tivesse de destacar cinco seriam estas:

Eels (com Lisa Germano na banda!), 24 de maio de 2000
Scissor Sisters (em noite com James Murphy como DJ), 27 de maio de 2004
Fujiya & Miyagi, 6 de abril de 2007
Patrick Wolf, 18 de abril de 2007
Animal Collective + Atlas Sound, 28 de maio de 2008

quinta-feira, maio 17, 2012

Uma sala que renasce em Lisboa


Lembro-me de ali assistir a um notável concerto de Mãozinha, a cantora luso-suíça que em finais dos noventas nos propôs uma visão pop que gerou dois álbuns que, mesmo hoje quase esquecidos, foram importante ensaio de outras ideias no panorama pop local. Lembro-me de ver uns Da Weasel em pico de forma. Os Pop Dell’Arte. Ou se assistir a uma das atuações de Sérgio Godinho que estiveram da origem no álbum ao vivo Rivolitz...

Foi cabaret, teve restaurante e até mesmo um barbeiro fora de horas. Sala com história na noite boémia de Lisboa o Ritz Clube volta hoje a abrir as portas. É no número 57 da Rua da Glória, para os lados da Praça da Alegria. E a cidade volta assim a ganhar um paco com história.

quinta-feira, junho 30, 2011

Lisboa entre as melhores cidades


Lisboa voltou a subir no ranking das cidades “mais habitáveis” do mundo que a revista Monocle apresenta todos os anos por esta altura. Depois de surgir classificada em 24º lugar em 2009 e de ter descido para 25º no ano passado, na edição deste ano Lisboa sobe para o 23º lugar. Este top, que avalia anualmente a qualidade de vida das cidades do mundo inteiro refere que os habitantes de Lisboa, em tempo de recessão “podem ser desculpados por nem sempre terem a disposição mais solarenge”. Fala-se de um panorama difícil para o comércio, mas com contraponto no bom clima. Refere-se uma subida de propostas ao ar livre, nomeadamente o reaparecimento dos quiosques e o mapa de novas esplanadas. O texto que apresenta o 23º lugar lisboeta aponta ainda o projecto de instalação de postos de carregamento para veículos eléctricos como outra das razões para a subida da cidade no ranking.

Helsínquia, a capital finlandesa, é este ano a melhor cidade do mundo, destronando assim Munique que, por sua vez, tinha há um ano tirado a posição mais alta da tabela a Zurique. O top ten inclui, depois de Helsínquia, Zurique (Suíça), Copenhaga (Dinamarca), Munique (Alemanha), Melbourne (Austrália), Viena (Áustria), Sydney (Austrália), Berlim (Alemanha), Tóquio (Japão) e Madrid (Espanha). A mais bem classificada das cidades americanas é Portland, no 18º lugar. Da Península Ibérica, além de Lisboa e Madrid está ainda classificada a cidade de Barcelona, em 14º lugar. Abaixo dos dez primeiros estão ainda referidas duas capitais europeias: Estocolmo (11º), Paris (12º).

domingo, maio 01, 2011

Olhar a Assembleia

Foto: Flávio Gonçalves

Na passada segunda-feira, dia 25 de Abril, a Assembleia da República abriu as portas aos visitantes. Estas imagens são olhares que essa visita permitiu captar. Começando por um pormenor do tecto da Sala das Sessões. É a sala que acolhe a actividade central do parlamento, inaugurada em 1903, e que hoje conhecemos numa forma remodelada em 1976 (quando ali foi acrescentada uma bancada para o Governo).



Este trio de imagens abre com um olhar sob a escadaria que une a porta que abre para o Jardim Interior à Escadaria Nobre. Pelo meio, a Sala dos Passos Perdidos, projectada em 1985 e decorada por Bordalo Pinheiro na década de 20 do século passado. A terceira imagem olha a porta principal do edifício, vista do Átrio.


O Salão Nobre da Assembleia da República ocupa o espaço do antigo coro alto da Igreja do Mosteiro de São Bento da Saúde. A sala resulta de uma intervenção de Pardal Monteiro, em 1941.


A Sala do Senado é uma das mais belas de todo o edifício. Nasceu onde outrora se encontrava a Sala do Capítulo do antigo mosteiro, começou por se chamar Sala dos Pares do Reino e, na República, passou a ser conhecida como Sala do Senado. Dominada por um retrato de D. Luís, é hoje uma sala para reuniões de comissões, encontros ou outras funções, uma vez que o modelo monocameral adoptado em 1976 guarda para a sala das Sessões o corpo central do trabalho parlamentar.

terça-feira, fevereiro 22, 2011

Portishead em livro

A série de livros da colecção 33 1/3, que tem por critério o dedicar todo um volume a um álbum, vai dedicar mais um dos seus lançamentos a um dos álbuns centrais da discografia pop/rock (e afins) dos noventas. Editado em 1994, Dummy, o álbum de estreia dos Portishead, será assim alvo de uma leitura alargada, num título que tem lançamento agendado para o mês de Abril. Assinado por RJ Wheaton, o livro percorre não apenas o disco como explora ecos do contexto que o viu nascer, usando no seu retrato tanto o texto crítico como uma série de entrevistas. Criada em 2003, a série 33 1/3 é já uma das mais longas (e bem sucedidas) aventuras livreiras no mundo da escrita sobre música. Entre os cerca de 60 títulos já publicados contam-se volumes integramente dedicados a discos como In The Aeroplane Over The Sea dos Neutral Milk Hotel, OK Computer dos Radiohead, Pet Sounds dos Beach Boys, Pink Moon de Nick Drake, Piper at The Gates Of Dawn dos Pink Floyd ou mesmo Abba Gold, dos Abba...

segunda-feira, janeiro 10, 2011

Em tempo de reencontro

As aventuras de Adèle Blanc-Sec estão de regresso aos escaparates das livrarias. Este texto foi originalmente publicado no DN Gente.

É entre ingredientes de aventura, com elementos do fantástico e de trama policial, que vi-vem as histórias de Adèle Blanc-Sec, figura criada nos anos 70 por Tardi, que rapidamente se transformou em mais uma referência da BD franco-belga. Paris, Novembro de 1911. É esse o ponto de partida para as duas histórias que encontramos no álbum duplo recentemente editado entre nós pela ASA, sob o título comum Adèle Blanc-Sec - Volume 1. Em concreto, nestas 96 páginas, encontramos, primeiro, Adèle e o Monstro, na qual um pterodáctilo que é "acordado" de um ovo fóssil no Jardim des Plantes se revela ponta solta de uma complexa rede de conflitos e interesses. Logo depois, e também de 1976, O Demónio da Torre Eiffel coloca em cena uma diabólica seita que venera o deus babilónio Pazuzu e esconde uma ameaça maior para a vida de toda a cidade. Adèle, a protagonista, é uma mulher vistosa, invariavelmente bem vestida, de olho clínico apurado e ousadia quanto baste. Em seu redor orbitam inspectores, algumas figuras sinistras e grandes sábios, o fundo real que acolhe a evolução das histórias (recriando a arquitectura, os interiores e as roupas da época), acabando cruzado com incursões de personagens ou situações do mundo do fantástico. O universo de Adèle Blanc-Sec regressa às livrarias portuguesas no mesmo ano em que Luc Besson realizou uma adaptação ao cinema das aventuras da heroína criada por Tardi. O filme, com o título Les Aventures Extraordinaires d'Adèle Blanc-Sec, ainda não tem data de estreia local.

terça-feira, janeiro 04, 2011

O que foi não volta a ser

Chegou recentemente às livrarias o segundo volume da mais recente aventura de Blake & Mortimer, heróis clássicos da BD franco-belga. Este texto foi publicado originalmente numa coluna na edição de 18 de Dezembro do DN Gente.

Criadas por Edgar P. Jacobs, as aventuras de Blake e Mortimer contam-se entre os exemplos maiores da história da banda desenhada de origem franco-belga. Cruzando heranças das narrativas de aventuras e do thriller com uma lógica próxima da ficção científica (que podemos recordar por exemplo em livros como O Enigma da Atlântida ou A Armadilha Diabólica), estas histórias ganharam um lugar como referência para o mundo da BD. A morte de Jacobs, em 1987, não representou todavia um ponto final para as vidas de Blake e Mortimer. E, em 1996, uma nova história (O Caso Francis Blake) encetava um novo capítulo. A Maldição dos Trinta Denários é já a sexta aventura publicada na era pós-Jacobs, o segundo volume chegando agora às livrarias (pela ASA). Assinado por J. Van Hamme (na sua terceira aventura com estes heróis) e Antoine Aubin, apresenta uma história que nos leva entre ilhas gregas e antigos oficiais das SS (Olrik inevitavelmente entre as fileiras dos vilões da fita), em busca do túmulo de Judas e dos 30 dinheiros que terá recebido. Mas se graficamente o álbum segue as linhas de rigor formal de Jacobs, já a narrativa mostra, apesar do respeito, a características das personagens, mais afinidades com o universo de um Indiana Jones. Triste destino, quando na obra de Jacobs reconhecemos, sobretudo em grandes álbuns como O Mistério da Grande Pirâmide ou no clássico maior que é A Marca Amarela, alguns dos mais inspirados casos de sempre na história da BD.

quarta-feira, agosto 25, 2010

Para ler no Verão (5)

Mais um livro sobre viagens para ler em tempo de Verão. Este ainda à espera de tradução e edição entre nós.

Revelado ao mundo pelo romance As Horas (que teve entretanto adaptação ao cinema por Stephen Daldry), Michael Cunningham conta entre a sua obra publicada com um livro de viagens que ainda não conheceu tradução e edição entre nós. Originalmente publicado em 2002, Land’s End – A Walk Through Provincetown é um olhar pessoal, mas cheio de informação, sobre uma pequena cidade onde, há muito, o escritor passa alguns dias de férias. Situada no extremo da pequena península definida por Cape Cod, Provincetown é-nos descrita em pouco menos de duzentas páginas por um autor que a define como “a Marrocos da América do Norte e a Nova Orleães do Norte”…As praias, as lojas, a vida nocturna e a história da cidade passam por estas páginas, juntando Michael Cunningham a uma lista de outros grandes nomes, de Tennessee Williams a Mark Rothko, que também se deixaram encantar por Provincetown.

domingo, junho 27, 2010

Três olhares por Lisboa (1)


Numa manhã de Verão, três olhares sobre a Torre de Belém, um dos ex-libris de Lisboa e um dos símbolos de referência da arquitectura da era das descobertas.

sábado, junho 26, 2010

E hoje há arraial

É já hoje que o Terreiro do Paço acolhe a edição 2010 do Arraial Pride. Há programação a partir das 14.00, com música lá mais para o fim do dia. Pelo palco vão passar Plastic Poney (20.30), Betty (21.00), Jenny Larrue & Kina Karvel, Patrícia Russell e Renata Montoya (22.00), Post Hit (na foto, actuam às 23.00) e as Chicks On Speed (00.00). Os DJs de serviço são Lara Soft (às 18.00), Nuno Galopim (21.00) e Rui Murka (01.00).

Mais informação aqui

segunda-feira, março 15, 2010

Num jardim, em Lisboa

É como um jogo em dois tempos. Por um lado recuperando criações de Rafael Bordallo Pinheiro, por outro convocando Joana Vasconcelos a pensar uma nova forma de as expor. O Jardim Bordallo Pinheiro, inaugurado em finais de 2009, é hoje um dos pólos de interesse do Museu da Cidade, em Lisboa. Num espaço contíguo ao edifício que alberga o museu (no Campo Grande), sapos, macacos, gatos, caracóis, cogumelos e lagostas (todos em cerâmica, entenda-se) habitam entre sebes e paredes brancas. Bordallo Pinheiro concebeu algumas destas figuras para a decoração do Pavilhão de Portugal na Exposição Universal de Paris em 1889. Mais tarde, alguns deles moraram por algum tempo no Jardim da Estrela. Agora podem ser visitados (com entrada livre) no Museu da Cidade.

terça-feira, março 02, 2010

Pelos livros de Christopher Isherwood (2)

Muita da obra de ficção de Christopher Isherwood é essencialmente de génese auto-biográfica, o real cruzando-se com personagens e lugares a ele ligadas por memórias, muitas delas vividas na primeira pessoa. Um dos primeiros exemplos dessa relação próxima com as figuras sobre as quais escreve surge logo em The Memorial (que teve já tradução para português como O Memorial, pela Livros do Brasil). O livro, originalmente publicado em 1932 leva-nos a Inglaterra no período imediatamente posterior ao final da I Guerra Mundial. O livro foca o clima de decadência de uma ordem familiar antiga, tomando como ponto de vista o olhar de um jovem estudante de Cambridge que, de por um lado admira a forma como o pai conduzira uma vida de dedicação e sacrifício antes de morrer na guerra, por outro não deixa de reflectir sobre a demanda tomada, por sua vez, por um grande amigo dele, que partira para Berlim em busca de outra vida e outra liberdade. O conflito entre mãe e filho, que ecoam traços da sua própria experiência, são outra das marcas centrais. Escrito quatro anos depois da sua estreia, em All The Conspirators, The Memorial lançou um caminho que, seguido por muitos outros títulos posteriores, fez de si mesmo uma presença central em grande parte da sua obra.

segunda-feira, janeiro 18, 2010

Santini a caminho de Lisboa

É uma das boas notícias de 2010. Está prevista para Abril (se as obras permitirem o cumprimento dos prazos) a abertura de uma gelataria Santini no Chiado, em concreto na Rua do Carmo. A que é talvez a mais célebre gelataria em Portugal, capaz de rivalizar com as melhores do mundo (inclusivamente a Giolitti, de Roma), tem uma história que já ultrapassou os 60 anos de vida. O site oficial da gelataria conta a sua história e a de muitos nomes que, ao longo dos anos, foram seus clientes.