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domingo, junho 12, 2022

Andrew Bird, Opus 14

Dois anos depois de Hark!, aí está o 14º álbum de estúdio, a solo, de Andrew Bird: Inside Problems é mais uma eloquente demonstração do talento do violinista mais ligado ao indie rock, ou do criador pop mais fiel às matrizes clássicas. Com um cartão de visita, Make a Picture, recheado de nostalgia cinéfila, devidamente abençoada pelo mundo felino.
 

quinta-feira, abril 14, 2016

Novas edições:
Andrew Bird, Are You Serious?

Fazia tempo que, de Andrew Bird, não chegava um álbum como este, aberto a vários caminhos e firme na continuação do trilho central da sua obra. O que não quer dizer que tenha estado parado. Antes pelo contrário! Mas a verdade é que, depois de Break It Yourself, editado em 2012, os seus discos focaram especificamente espaços mais focados em conceitos menos abrangentes. Assim, e depois, de Hands Of Glory (2012), que fechava o naipe de músicos a uma pequena mão-cheia de colaboradores, numa gravação executada no celeiro junto à casa de Andrew Bird, seguiram-se Things Are Really Great Here... Sort Of (2014), um álbum de versões de originais da dupla alt-country Handsome Family e Ecolocations: Canyon (2015), o primeiro de uma série de discos instrumentais registados in loco em locais que inspiraram a música para ali composta, contribuindo o próprio cenário para a construção da sua representação feita de sons. Para fazer as contas certas podemos acrescentar que, pelo caminho, houve ainda um EP, de título I Want To See Pulaski at Night (2013), retratando mais uma experiência essencialmente minimalista.

Are You Serious, que de certa forma é assim o sucessor da linhagem central de álbuns – como o já referido Break It Yoyrself ou ainda títulos como os magníficos Andrew Bird and The Mysterious Production of Eggs (2005) ou Noble Beast (2009) – volta a lembrar quão capaz este grande cantautor do nosso tempo é de cruzar ideias e sons para construir canções às quais imprime marcas autorais que imediatamente o identificam.

Há um elemento novo na música de Andrew Bird. Ou, antes, mais evidente do que nunca. Trata-se de uma presença da guitarra elétrica como mais do que mero acessório de fundo, garantindo alguma eletricidade um certo músculo que não surgia há algum tempo nas suas canções. Captsized, estrategicamente escolhido para single de apresentação e colocado agora a abrir o alinhamento, frisa bem esta presença que, logo a seguir, o belíssimo Roma Fade mostra que não é tom dominante, mas antes uma realidade em jogo num álbum que não perde assim o contacto com as heranças folksy e a presença sempre evidente do violino que são tão marcantes na obra de Andrew Bird e que, como em alguns momentos de discos anteriores, demonstra como, como poucos, sabe cruzar toda essa variedade de referencias e timbres, com a busca de um melodismo pop, luminoso e contagiante. Porque, sim, este é um disco de um homem aparentemente feliz. E exemplo maior da boa disposição que parece fazer o seu quotidiano pode encontrar-se nessa pérola que é Left Hand Kisses, magnífico dueto teatralizado no qual Andrew Bird partilha o protagonismo com uma sempre arrepiante Fiona Apple.

Are You Serious dá assim continuidade a uma demanda afinal antiga na obra de um músico que gosta de fazer incursões por outros caminhos, eventualmente reencontrando este trilho central com novos valores, sons, cores e histórias para contar.

domingo, março 27, 2016

Andrew Bird + Fiona Apple

Haverá, por certo, boas razões para voltarmos ao novo álbum do americano Andrew Bird, Are You Serious. De qualquer modo, registe-se, para já, uma pequena maravilha que dá pelo nome de Left Handed Kisses, crónica amarga e doce das ilusões românticas, em dueto com a sempre admirável Fiona Apple (cujo último álbum, The Idler Wheel..., já tem quase quatro anos) — o teledisco, maravilhosamente simples, tem assinatura de Philip Andelman.

quinta-feira, agosto 07, 2014

Uma canção para o verão (2014.05)


Hoje passamos pelo celeiro de Andrew Bird em tempo de verão para recordar Three White Horses, um dos temas que o músico norte-americano registou no álbum Hands of Glory. Editado em 2012 este é de certa forma um álbum companheiro de Break It Yourself, lançado no mesmo ano e representa um conjunto de abordagens mais minimalistas às canções, que foram todas elas gravadas no espaço deste celeiro transformado em estúdio (com campo à volta) que vemos no vídeo.

De então para cá Andrew Bird lançou mais um álbum de estúdio. Trata-se de Things Are Really Great Here, Sort Of..., disco integralmente feito de versões de canções dos Handsome Family e que vai ter em breve edição entre nós.



Para escutar Andrew Bird com travo estival podemos acrescentar a esta canção o belíssimo Danse Caribe, um dos temas que o músico apresentou no alinhamento do álbum Break it Yourself.

sexta-feira, junho 06, 2014

Novas edições:
Andrew Bird,
Things Are Really Great Here, Sort Of...


Andrew Bird

"Things Are Really Great Here, Sort Of..."
Wegawam
4 / 5

Um dos mais talentosos cantautores do nosso tempo, e já com provas de palco já dadas entre nós, Andrew Bird edita discos com uma regularidade invulgar. E mesmo não tendo apresentado um sucessor para Break It Yourself, o álbum de 2012, desde então já editou um álbum-companheiro mais minimalista e de registo "caseiro" (Hands of Glory, em 2013), dois EPs ao vivo (ainda em 2012) e um novo EP de estúdio (I Want To See Pulaski At Night, disco essencialente instrumental e apenas com um tema cantado, editado em 2013).

Things Are Really Great Here, Sort Of..., o seu novo álbum, lançado esta semana, não será ainda o novo "episódio oficial" na sua discografia de estúdio, uma vez que apresenta um alinhamento todo ele feito de versões de canções originais dos Handsome Family (um duo de referência em território alt-country). Mas é em tudo uma expressão de uma lógica de continuidade na evolução de um registo de uma elegante simplicidade na sua música, uma vez que assinala a expressão do trabalho com os Hands of Glory, o pequeno ensemble que juntou e que, pelos vistos, agora o acompanha.

Convém lembrar que a relação de Andrew Bird com os Handsome Family não é fruto de um qualquer encantamento recente, mas antes resultado de uma presença firme entre as suas referências, tanto que chegou a tocar num dos seus discos (em concreto no álbum In The Air, de 2000) e, no álbum que encentou o seu percurso a solo pós-Bowl of Fire (Weather Symptoms, de 2003), incluía já uma versão de Don't Be Scared, canção desse mesmo duo norte-americano que aqui retoma num arranjo diferente (mais luminoso, mas não menos melancólico).

Things Are Really Great Here, Sort Of... é daqueles raros discos de versões que, mesmo cientes de que partem de uma obra de terceiros, acabam sobretudo por refletir a visão - podemos dizer ponto de vista - de quem interpreta e acaba por fazes destas canções algo que, sem esforço, integra assim naturalmente o corpo da sua obra. A solidez dos arranjos e a personalidade que a voz depois abraça e completa fazem deste tranquilo mergulho contemporâneo por terrenos da country mais um momento feliz na obra em disco de Andrew Bird, com o valor acrescentado de poder levar alguns mais a descobrir a bem interessante obra dos Hansome Family (vai uma sugestão para começar? O tema The Snow White Winter, do álbum Twilight, de 2001).

PS. Este texto foi originalmente publicado no DN online

quinta-feira, maio 29, 2014

Para ouvir: Andrew Bird canta Handsome Family



Andrew Bird vai editar na próxima semana um disco de versões de temas dos Handsome Family, com o título Things Are Really Great Here, Sort Of... Este Tin Foiled é um dos temas que vamos encontrar no alinhamento do disco.

quarta-feira, dezembro 05, 2012

Andrew e Annie

Um dos grandes momentos do álbum Break It Yourself, editado há alguns meses, surge agora na forma de um "teledisco" que na verdade não é senão uma reunião de imagens que vimos no filme Andrew Bird: Fever Year, que passou na edição deste ano do Indie Lisboa. Com realização de Xan Aranda, aqui ficam imagens para Lusitania, dueto que junta Andrew Bird a Annie Clark (que é como quem diz, St. Vincent).

quarta-feira, novembro 28, 2012

No celeiro de Andrew Bird


A Pitchfork realizou um documentário de bastidores sobre a criação de Hands of Glory, o EP (companheiro do álbum Break It Yorself) que Andrew Bird editou há poucas semanas. O filme, de sete minutos, leva-nos à quinta do músico, onde o vemos entre parceiros de estrada em volta de apenas um microfone, gravando um disco com características bem distantes de alguma da música mais elaborada que Andrew Bird nos apresentara em ocasiões anteriores.

Podem ver aqui o filme.

terça-feira, novembro 27, 2012

Em conversa: Andrew Bird (2/2)

Continuamos a publicação de uma entrevista com Andrew Bird realizada por ocasião da sua mais recente atuação em Lisboa e da edição de um novo EP.

O seu trabalho é impossível de rotular com precisão. Nem o podemos apontar como sendo um músico de folk nem de rock, nem mesmo de música erudita... Ou seja, alimenta-se de um vasto leque de referências quando procura a forma como soa a sua alma quando procura expressar-se numa canção.
É isso. Acho que não diria muito melhor... (risos)... Sempre tentei andar por mais que apenas uma cena musical ao longo dos anos. Cada vez que me juntava a uma cena sentia as paredes a apertarem-me... Sentia também a insularidade e a competitividade que nela poderia haver e procurava logo afastar-me. A música por vezes é folk ou bluegrass. Ou mais Django Reindhardt.. Ou musica irlandesa... São tantos os elementos de onde a minha música vem, mas não especificamente um ou outro género. Alguém perguntou-me um dia se eu me integrava numa tradição. Mas não... Cresci nos subúrbios, não tenho qualquer filiação em nada. Mas posso tirar ideias de tudo...

Mas sente-se atraído por ideias além da tradição pop/rock. Veja-se o caso de Useless Creatures. Aí afasta-se do modelo da canção.
Esse disco foi um veículo para libertar coisas que estavam reprimidas. Para alcançar aquela marca dos três minutos e meio, que é o que as pessoas esperam, de canções bem trabalhadas, a coisa ficou feita no Noble Beast. Tive de reprimir aí a vontade de ir mais longe e experimentar. Por isso criei depois o Useless Creatures para as mostrar. Mas transformou-se em algo muito compensador. É um pouco como a suite companheira, uma coleção de coisas que surgiram assim que pegava no violino. São baseadas em formas clássicas, mas são as coisas que toco quando me estou a preparar para atuar. E são peças onde tento encontrar outros pontos de aterragem. Quando preparo a voz antes de um concerto canto coisas de gospel, tipo Staple Singers. Com o violino toco estas coisas para encontrar o meu centro.

Usa o violino para compor? 
Já usei mais, mas com o tempo mudei-me para a guitarra. Porque a posso puxar, sentar-me num sofá e trabalhar. Mas a guitarra tem armadilhas. Qualquer instrumento tem armadilhas. O violino, o assobio e o canto são mais liquidos, as ideias ficam mas fluídas. Com a guiterra sinto a arquitetura da canção a surgir em primeiro lugar.

Vê concertos e ouve discos de violino, de música folk ou clássica? 
Uso-o apenas como um instrumento. Tenho uma longa relação com o violino. Houve fases quem o exilei. Meti-o num canto e só o ia usar quando dele precisasse dizendo-lhe que não teria controlo sobre mim. Ainda é o meu primeiro instrumento e a minha voz principal. Mas uso-o e depois afasto.

Hoje há mais músicos a fazer música com o violino. Levando-o a lugares invulgares na pop, onde em tempos não era tão visível na pop. Estou a falar de um Owen Pallett ou um Patrick Wolf...
Comparar-nos é inútil. É comparar Hendrix e Lennon porque tocam guitarra. Mas o panorama atual está a romper expectativas, sim. Sempre que há muitas regras em volta de um instrumento abrem-se oportunidades para as corromper.

Como surgiu o novo EP, que de certa forma é um disco companheiro do álbum que editou também este ano? 
Foi gravado em dias de folga. Em Louisville gravámos numa igreja. E depois da digressão terminada fomos para a minha quinta. O Break it Yourself era já algo anti-produção. Este vai ainda mais longe. É ainda mais elementar, mais cru. As interpretações são mais cruas.

segunda-feira, novembro 26, 2012

Em conversa: Andrew Bird (1/2)


Iniciamos hoje a publicação de uma entrevista com Andrew Bird realizada por ocasião da sua mais recente atuação em Lisboa e da edição de um novo EP. A entrevista serviu de base a um artigo publicado no DN.

Como deixava entender no documentário Andrew Bird: Fever Year, uma digressão é coisa de agenda intensa e cansativa. O que faz um musico querer ir todas as noites para o palco mesmo esgotado e com a vida feita num farrapo? 
Estar no palco é algo de viciante. Quando se está em digressão sente-se que a nossa existência tem uma razão de ser. Cada vez que deixo Chicago para entrar em digressão sinto que há peso a sair aos meus ombros. A cada novo dia sei que estarei numa nova cidade e tudo envolve uma combinação do conhecido e do desconhecido. Mas é muito cansativo, isso é verdade.

Consegue conhecer os lugares por onde passa para atuar? Ou a rotina não lhe dá espaço para fugas? 
Tento sair para ver o que faz cada cidade ser o que é. Levo comigo uma bicicleta e saio... Não gosto daquela sensação de imaginar que posso estar num sitio qualquer. Nada disso. Sinto que os lugares são distintos entre si. É fascinante. E é uma forma extraordinária de viver uma vida..

Leva depois algo desses lugares para o palco e eventualmente para futuras canções? Ou são experiências que ficam consigo? 
Gostaria que isso acontecesse. Quando estou a escrever sem agenda, sem expectativas, tenho montes de ideias. Gosto de estar nesses lugares onde não tenha as rotinas diárias que se tem na cidade onde se vive. É uma existência fértil para a escrita. Eu não faço canções completas quando estou em digressão, mas consigo trabalhar bons começos. Ter boas ideias. Estar num lugar diferente todos os dias dá-nos um retrato mais vasto do mundo. Dá-nos outras perspectivas.

No filme que há pouco referia dizia que estar no palco tinha de ser algo verdadeiro. Ou seja, não é uma coisa que se dá enlatada, sugerindo assim que o concerto é como a partilha de um momento único... 
Isso é o que tento fazer a cada noite e é verdade que consome muita energia. Tentar olhar para nós mesmos e tentar não entrar num padrão. Evitar o padrão. E como se faz isso quando se dá um concerto a cada dia? Mas em cada um tentamos fazer algo diferente que mantenha a banda alerta a ouvir o que estamos a fazer. Tentar procurar algo pessoal. Creio que a razão de uma existência tem a ver com o que estou a dizer. Cada dia é como uma luta que, esperamos, acabe sempre em triunfo. O que nem sempre acontece. Isto alimenta algo na minha personalidade.

Sente que é outra pessoa quando está fora do palco? 
São realidades muito diferentes entre si. Quando estou em casa, a escrever, fico mais introvertido. Em palco tenho de me projetar para fora. São climas e modos de estar muito diferentes

Qual envolve mais esforço? E qual lhe é mais natural? 
Creio que sou classicamente mais introvertido. As atuações são as exceções na minha vida onde sou como me mostro. Nunca o compreendi... Sempre fui calmo e tímido. Mas nos dias de escola, quando me punha em frente da turma para, por exemplo, falar de um livro, ficava mais composto e as pessoas estranhavam. Porque normalmente era calado. A dada altura fui até metido numa classe especial para crianças mais lentas. E porquê? Porque estava sempre muito dentro do meu mundo... E aquele contraste não fazia sentido para os meus professores. Ainda hoje penso nisso. Como músico sinto que tenho a profissão perfeita para alguém que gosta de evitar as pessoas. Ou seja, lido com as pessoas à minha maneira. E poucos têm uma desculpa tão boa como a minha para não ter de falar com pessoas.
(continua)

domingo, novembro 11, 2012

Andrew Bird: o concerto do ano?

Foto: Orlando Almeida / DN
Ele próprio já confessou, e por várias vezes, que não é pessoa de muitas conversas e que, no seu estado natural, é mais um homem calado e tímido que alma dada a enfrentar os outros. Pelo que o "buraco no fundo do oceano" que poderia ser sugerido pelo título de Hole on The Ocean Floor, a canção que ontem ouvimos em Lisboa aos primeiros passos do concerto de Andrew Bird poderia perecer o destino natural do desejo de quem, com esta personalidade, se visse de repente perante uma Aula Magna praticamente cheia. Mas a verdade é que, em palco, Andrew Bird não procura refúgios nem pontos de fuga. Enfrenta a plateia e tem uma mão cheia de brilhantes canções e uma forma única de as juntar e apresentar. Finalmente em atuação com banda, a sua vinda a Portugal era uma das mais desejadas tanto pelo músico como pela plateia. E ao cabo de duas horas de concerto com aplauso em pé, a sala esvaziou com a sensação de ter assistido a , certamente, um dos melhores (senão mesmo o melhor) concerto deste ano.

Podem ler aqui o resto do texto, no site do DN.

segunda-feira, outubro 22, 2012

Novas edições:
Andrew Bird, Hands of Glory


Andrew Bird
“Hands of Glory”
Bella Union
4 / 5

Há tradições que Andrew Bird gosta de cumprir. Uma delas é coisa coletiva e junta, em pausas da agenda de palcos, a sua banda nos espaços da quinta no Illinois onde tem o seu refúgio e principal espaço de trabalho criativo. A outra começa a ser uma vontade em fazer acompanhar os seus álbuns com discos-companheiros. E tal como a Noble Beast juntou Useless Creatures (uma aventura instrumental que transcendia as fronteiras da canção), desta vez soma a Break It Yourself, editado há alguns meses, o EP Hands of Glory, um conjunto de oito canções entre as quais encontramos alguns originais, novas leituras de composições suas ou versões (dos Handsome Family, Carter Family ou Alpha Consumer). A aventura começou desta vez numa sessão de gravação numa pequena igreja em Louisville da qual resultaram os dois primeiros temas do EP. Seguiu-se o encontro já habitual no velho celeiro (devidamente transformado) na sua quinta, com os elementos da banda essencialmente apoiados por instrumentos acústicos e tocando em volta de um mesmo microfone. O minimalismo dos recursos contrasta então com a expressividade e força das canções que traduzem essencialmente ligações a genéticas da folk e da country (espaço reforçado pela escolha das versões). Onde o disco-companheiro de Noble Beast expressava, mais que um jogo de contrastes, um espaço de invenção distinta (indiciando possíveis experiências a retomar mais adiante, apesar do piscar de olhos a esses climas que agora faz no espantoso Beyond the Valley of the Three White Horses), Hands of Glory sugere antes um reforço das teses de uma simplicidade formal que sublinha marcas de identidade autoral que Break It Yourself já sugerira este ano. Estamos perante um músico claramente inspirado e dedicado à construção de uma obra que de si faz já um dos mais interessantes e inspirados cantautores do nosso tempo.

segunda-feira, junho 04, 2012

Pelo mundo de Andrew Bird

Do mais recente álbum de Andrew Bird, Break It Yourself, surge mais um teledisco. O tema escolhido é Eyeoneye, que se apresenta em registo de animação. Aqui ficam as imagens:

terça-feira, maio 01, 2012

IndieLisboa 2012 (dia 6)



Sem fugir à regra, aqui ficam três sugestões para ver hoje no IndieLisboa 2012. Em primeiro lugar Mercado de Futuros. Assinado por Mercedes Alvarez (a mesma autora do belíssimo El Cielo Gira), o documentário que foca a faceta materialista do mundo moderno passa hoje, pelas 19.15, no Pequeno Auiditório da Culturgest. Um outro documentário, A Casa, do português Júlio Alves, quer integra a competição nacional de longas metragens, tem estreia no Cinema São Jorge pelas 21.45. Na secção emergente é exibido L’Age Atomique, uma deambulação numa noite de sábado de dois rapazes em Paris que cruza desilusões e a descoberta de um desejo. O filme, de Héléna Klotz, passa no Cinema Londres pelas 19.00 horas.

Entretanto no blogue do DN há mais dois textos sobre dois documentários da secção Indie Music. Um sobre Andrew Bird, outro sobre Neil Young.


O sapato tem pontos de cor e brilho, as meias riscas verdes. Em palco o mundo de Andrew Bird ganha corpo e sentido. E o músico, que se questiona porque passa ainda tantos dias por ano a viver num autocarro, a dormir mal, com febre, saltimbanco de cidade em cidade, teatro em teatro, acaba por reconhecer que vale a pena. O concerto é, para si, um momento de partilha, ou seja, algo que não sabe a coisa “engarrafada”. E assim justifica o esforço, diz para Xan Aranda que, no belíssimo Andrew Bird: Fever Year nos propõe aquele que é, até agora, o melhor filme apresentado na secção Indie Music deste ano. – Ler aqui o texto completo


No seu carro, a caminho da cidade e da sala onde vai atuar, Neil Young (com o irmão, Scott, no carro da frente, a definir o caminho), evoca memórias de infância: a escola que tem o nome do seu pai, a casa de um colega que lhe dava moedas para insultar senhoras. Explica que só ali, a guiar, ouve música. Se a canção não passa o “teste” de condução, não vale a pena, explica. E de quando em quando o fluxo de memórias é interrompido para dar voz ao concerto que, no palco do mítico Massey Hall, em Toronto, onde apresenta temas do álbum Le Noise, de 2010 e pontuais incursões por outros tempos. – Ler aqui o texto completo