>>> Comunicado oficial da Walt Disney Co.
segunda-feira, agosto 31, 2009
Disney compra Marvel
>>> Comunicado oficial da Walt Disney Co.
Taratino segundo o IMDb
Richard Gere: 30 x 2
Vêm estas memórias a propósito de um facto singular: momentaneamente, podemos dizer que American Gigolo constitui um ponto de equilíbrio intermédio da própria existência do seu actor — isto porque Richard nasceu a 31 de Agosto de 1949 e celebra hoje 60 anos. Parabéns!
Quando o 'cricket' se faz... canção
Rufus ao vivo (take 2)
'Manafon' a 14 de Setembro
Charlotte + Beck = 'IRM'
Veneza 2009: a selecção oficial
‘Soul Kitchen’, de Fatih Akin (Alemanha)
‘La Doppia Ora’, de Giuseppe Capotondi (Itália)
‘Yi Ngoi’, de Pou-Soi Cheang (Hong Kong, China)
‘Persécution’, de Patrice Chereau (França)
‘Lo Spazio Bianco’, de Francesca Comencini (Itália)
‘White Material’, de Claire Denis (França)
‘Mr Nobody’, de Jaco Van Dormael (França)
‘A Single Man’, de Tom Ford (EUA)
‘Lourdes’, De Jessica Hausner (Áustria)
‘Bad Lieutenant – Port Of Call New Orleans’, de Werner Herzog (EUA)
"Avatar"... e os outros?
O novo filme de James Cameron, o cineasta de Titanic, chama-se Avatar e está a ter uma fortíssima promocão (estreia em Dezembro): trata-se de uma superprodução que aposta em consolidar nos mercados o cinema a três dimensões. Devo dizer que participo por inteiro da expectativa: a ambição de espectáculo de Cameron seduz-me, como me seduz (e desconcerta) a possibilidade de o 3D se tornar uma nova e decisiva componente criativa.
Mas que dizer da facilidade com que os meios de comunicação, em especial a televisão, privilegiam a informação sobre Avatar? De facto, até ao fim do ano, vão estrear títulos como Estado de Guerra (de Kathryn Bigelow, sobre a guerra do Iraque), Séraphine (César de melhor filme francês), Away We Go (o novo de Sam Mendes), Antichrist (com que Lars von Trier esteve em Cannes) ou Ne Change Rien (espantoso exercício de intimidade musical com assinatura de Pedro Costa). Ora, nenhum desses filmes consegue um décimo da visibilidade mediática que é concedida a Avatar. Não será que informar é também procurar para além da linha da frente do marketing?
Ted Kennedy evocado por Barack Obama
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domingo, agosto 30, 2009
Chiara Mastroianni por Christophe Honoré
Spielberg regressa a Crichton
"The Truman Show" ao contrário?...
Hoje em dia, em televisão, o alarmismo deixou de ser um limite; impôs-se como um "estilo". As abordagens da recente tragédia na praia Maria Luísa, no Algarve, permitem perceber isso mesmo — este texto foi publicado no Diário de Notícias (28 de Agosto), com o título 'A televisão que gosta de catástrofes'.
Tenho visto, ao longo dos últimos dias, as imagens televisivas da praia Maria Luísa, no Algarve, e há algo que transcende a tragédia e o sofrimento das pessoas. Tem a ver com um incómodo subtexto que as palavras arrastam e que já tinha pressentido quando ouvi as primeiras notícias na rádio (o que prova que se trata de qualquer coisa que passa muito pelo que se diz e, sobretudo, pelo modo de o dizer). Poderemos chamar-lhe: atracção pela catástrofe.
Não se trata, entenda-se, de sugerir que, individualmente, os jornalistas televisivos são insensíveis ou sádicos. Trata-se, isso sim, de observar que o dispositivo informativo da televisão integrou o consumo do desastre e da dor. Com um complemento eminentemente político: a procura automática de “culpados” para qualquer acidente. Desta vez, até podemos recordar que não há nenhum determinismo maniqueísta nas formas da natureza. No DN de domingo, dia 23 [primeira página aqui ao lado], surgiam estas linhas de rudimentar sensatez: “O próprio presidente do Instituto da Água, Orlando Borges, admitiu ontem que os processos de avaliação das arribas do litoral “são de enorme complexidade” e acidentes como o registado ontem na praia Maria Luísa, em Albufeira, são “fenómenos de imprevisibilidade”.” Seja como for, em alguns casos, o modo como se mostra, as descrições que se fazem e as insinuações que se favorecem empurram-nos para uma lógica de “tribunal popular”. Como quem pergunta: “Não será que o Governo é culpado de tudo isto?”
Bem sei que sugerir tal coisa pode atrair outro tipo de insinuação: a de que alguma informação televisiva estaria a promover a difamação do actual Governo. De facto, o que estou a tentar compreender não tem nada a ver com isso, quanto mais não seja porque outros governantes, de outras cores políticas (recordo o caso de Pedro Santana Lopes, como primeiro-ministro), já foram sujeitos ao mesmo processo de desgaste mediático. O que se passa é que há modos de fazer televisão que parecem apostados em promover um caos ridiculamente pueril: quando algo de negativo acontece, não só é preciso encontrar de imediato “culpados”, como a “culpa” só pode ser de quem governa (seja quem for!).
Repare-se: este está longe de ser um método que tenha a cena política como alvo único. O permanente alarmismo tornou-se uma verdadeira forma de histeria mediática que tende a contaminar muitas zonas da vida social. Basta ver o que, continuamente, acontece na abordagem do futebol. Num país assolado por uma complexa crise económica, ninguém lança um debate sobre o projecto (absurdo, a meu ver) de envolver Portugal na organização do Mundial de Futebol de 2018. Em todo o caso, todas as semanas, promovem-se discussões delirantes sobre os cartões que o árbitro X ou Y mostrou e não mostrou...
Dir-se-ia que nos querem condenar a viver numa espécie de pesadelo simétrico ao da personagem de Jim Carrey no filme The Truman Show/A Vida em Directo (1998), de Peter Weir [cartaz do filme]. Aí, a televisão colocava-o num cenário artificioso e idílico, fabricado para ser confundido com uma realidade espontânea, não manipulada. Agora, massacram-nos com uma realidade que é sempre feia, suja, degradada e catastrófica. Depois, fazem concursos para nos lembrarem que somos muito felizes.
Bowie... no espaço
A marca amarela
Minimalismo, a solo (e ao piano)
sábado, agosto 29, 2009
Madonna, cineasta
Televisão, arte e emoção
1. A existência de um magazine sobre tauromaquia (RTP2) é um facto que colide com a minha sensibilidade. Problema meu, dirão alguns. Talvez não, acrescento eu, na certeza de que não estou só na indignação de saber que há animais martirizados em nome da “festa”. Em todo o caso, mesmo passando ao lado dessa questão, como é possível que se faça um programa desses com o título Arte & Emoção? Será por ingenuidade, ou puro desplante, que são apropriadas (e associadas) duas palavras que não podem, nem sequer em nome de qualquer lógica meramente descritiva, ser exclusivo de nenhum domínio da actividade humana? Imaginem que alguém fazia um magazine sobre cinema e lhe chamava Arte & Emoção?
2. A série Californication (RTP1) não é exactamente uma novidade, uma vez que já tinha sido possível acompanhá-la num dos canais do cabo. Ainda assim, vale a pena lem-brar que, na mais recente produção americana, é uma das mais subtis no modo como se apropria de um cliché (a equação “Cali-fórnia=sexo fácil”), transfigurando-o numa cáustica reflexão sobre as fronteiras de um certo hedonismo contemporâneo. Criada por Tom Kapinos, a série consegue também contrariar a própria imagem de marca do seu protagonista, David Duchovny: da frieza romântica do agente Fox Mulder (Ficheiros Secretos), ele renasce aqui como Hank Moody, um escritor bloqueado na escrita e nas relações, dando provas de uma capacidade de representação muito para além de qualquer estereótipo psicológico ou social.
3. Está a passar no canal Hollywood uma bela cópia de Um Lugar ao Sol (1951), o clássico de George Stevens, adaptação do romance Uma Tragédia Americana, de Theodore Dreiser. Face à sua relegação para um canal “es-pecializado”, é inevitável observar como os canais generalistas passaram a dispensar maravilhas como esta, preferindo massacrar os espectadores com a retórica das novelas. Com alguma ironia, podemos recordar que Um Lugar ao Sol tem quase tudo o que uma novela tem: um amor contrariado, as confrontações de classes, perversão e crime... Com algumas diferenças. Que diferenças? Arte e emoção. E Elizabeth Taylor. E Montgomery Clift.
David Sylvian, 1984
David Sylvian
'Red Guitar' (1984)
Dylan numa cave londrina
sexta-feira, agosto 28, 2009
Imagens e palavras de Tarantino
Dos EUA chegam-nos ecos de algumas polémicas sobre o grau de “verdade” dos factos encenados por Quentin Tarantino em Sacanas sem Lei. Parece-me uma discussão pueril, enredada nas exigências desse “verismo” de telejornal que nos quer reduzir a crianças inertes, para sempre amarradas aos bancos da escola. É mesmo uma discussão que nos faz recuar ao ponto de começarmos a pôr em causa a Guernica de Picasso porque os cavalos não estão muito “parecidos”... Será preciso lembrar que a questão da “aparência” figurativa ou factual não basta para entender o que aconteceu nas artes dos últimos 150 anos?
Sim, é verdade que Quentin Tarantino introduz delirantes derivações na sua “reconstituição” da Segunda Guerra Mundial, nomeadamente no tratamento de uma viagem de Adolf Hitler a Paris. Acontece que ele não está a fazer um tradicional filme de guerra. É mesmo duvidoso que Sacanas sem Lei se possa classificar, apenas, como filme de guerra (quanto mais não seja porque a expressão remete para um género altamente codificado da produção cinematográfica dos anos 40/50). Tal como em Pulp Fiction (1994) ou Jackie Brown (1997), a convocação de mil e uma referências cinéfilas desemboca numa mesma questão, central e obsessiva: o poder devastador das palavras. É verdade: Sacanas sem Lei é, no essencial, um filme de longos e elaboradíssimos diálogos através dos quais compreendemos que a identidade de cada um se está constantemente a decidir através da maior ou menor coincidência do seu corpo com a sua voz. Ou, se preferirem: da sua imagem com as suas palavras. Será preciso acrescentar que, em tempos de banalização digital, estamos perante uma complexa e exuberante celebração da dimensão mais carnal do cinema? Acredito que os mais inquietos se mostrem perturbados com a heterodoxia dos artistas e perguntem: e a ideologia? Essa é fácil: é antinazi.
Ainda sem data de estreia por cá...
Mais informação sobre este filme aqui.
O regresso dos Gus Gus
Grande ampliação
Futurismo na Tate Modern
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quinta-feira, agosto 27, 2009
Ted Kennedy: uma vida americana
Com a morte do senador Ted Kennedy — no dia 25 de Agosto, contava 77 anos —, desapareceu uma figura emblemática, não apenas da cena política americana, mas também de todo um imaginário social e familiar inerente à identidade histórica e mitológica dos EUA. Podemos compreender um pouco do seu papel no interior desse universo através de uma magnífica evocação preparada pela revista Life: são fotografias que vão desde a infância até momentos recentes, nomeadamente com Barack Obama, a par de outras que evocam as apoteoses e tragédias da família Kennedy.