A mais recente pesquisa Datafolha sobre a corrida pela Prefeitura de São Paulo mostra uma clara polarização entre as candidaturas da petista Marta Suplicy e do tucano Geraldo Alckmin, que deverão estar disputando o segundo turno no último domingo de outubro deste ano.
Aldo Rebelo ou Campos Machado?
Este blog humildemente insiste na tese de que nem Marta nem Alckmin ficará os quatro anos à frente da Prefeitura. Por isso, é bom que o eleitor se lembre de que ao sufragar qualquer um dos dois está também votando no seu vice, a saber, Aldo Rebelo pelo lado de Marta, e Campos Machado, por parte de Alckmin: um deles pode acabar herdando a administração da maior cidade da América do Sul.
Tal cenário, se confirmado, pode infelizmente estar configurando uma tendência: políticos de peso em nível nacional candidatam-se a prefeito da maior cidade do país não para solucionar os seus enormes problemas, mas para usá-la como atalho para caminhos mais vastos e mais longos.
Não duvido que outros candidatos tentarão explorar a possibilidade de tal situação e que até mesmo os eleitores questionem os dois principais postulantes do pleito sobre suas reais intenções. Daí é só esperar que uma ação coordenada demova a ex-prefeita e o ex-governador da secreta idéia de se candidatar a governador ou até mesmo a presidente da República em 2010.
E como são só conjeturas, o jeito é torcer que, para o bem da cidade, o blog esteja apenas cometendo alguns de seus já notórios erros de análise.
Marta ou Alckmin?
Dada a situação de polarização entre a candidata do PT e o do PSDB, já se pode pôr as bolas de cristal para funcionar e começar a imaginar para onde migrarão os votos dos eleitores que insistirão em votar noutros candidatos. É um pouco cedo ainda, mas os exercícios de futurologia parecem ser francamente favoráveis a Geraldo Alckmin.
As pesquisas mostram o tucano ligeiramente atrás da ex-ministra, mas ainda dentro da margem de erro, ou seja, na condição de empate técnico. Longe da corrida, mas com respeitáveis intenções de voto, há dois candidatos que se pode classificar como “de direita”, são eles o prefeito Gilberto Kassab e o lendário Paulo Maluf. A tendência é que a maioria esmagadora dos eleitores de ambos prefira Geraldo Alckmin no mais do que provável segundo turno. Eu iria um pouco além e arriscaria dizer que no decorrer da disputa talvez até vigore o chamado voto útil em favor do candidato do PSDB, o que o deixaria na frente da petista ainda no primeiro turno.
De uma perspectiva mais ampla, Marta ainda deve sofrer com a piora no cenário nacional, com ligeira queda de popularidade do presidente Lula, o que certamente será explorado em nível local.
O certo agito inflacionário, uma vez propagado pela mídia, trará um pequeno mas importante descontentamento com o Governo Federal, prejudicando os candidatos aliados do Planalto. De quebra, o segundo semestre deve ainda apresentar a conta da “mãozinha” dada pelo Banco Central, que com o aumento dos juros está fazendo a famosa aposta no círculo vicioso representado pela equação do “menos crescimento, menos emprego e menos renda que geram menos crescimento, menos emprego e menos renda”. Decerto que tudo isso trará desgaste para os candidatos que tenham proximidade com o presidente. Desgaste desnecessário, diga-se; afinal, tal despertar inflacionário está mais ligado à conjuntura internacional e talvez sobreviva mesmo com o aumento de juros domésticos, o que insinuará um ambiente desalentador: inflação levemente persistente num clima de crescimento retraído. Em tal ambiente, não há negar que Marta perde e Alckmin - que ainda teve a seu favor o fato de ter sido o antagonista de Lula nas últimas eleições presidenciais – ganha.
Alia jacta est!
Aldo Rebelo ou Campos Machado?
Este blog humildemente insiste na tese de que nem Marta nem Alckmin ficará os quatro anos à frente da Prefeitura. Por isso, é bom que o eleitor se lembre de que ao sufragar qualquer um dos dois está também votando no seu vice, a saber, Aldo Rebelo pelo lado de Marta, e Campos Machado, por parte de Alckmin: um deles pode acabar herdando a administração da maior cidade da América do Sul.
Tal cenário, se confirmado, pode infelizmente estar configurando uma tendência: políticos de peso em nível nacional candidatam-se a prefeito da maior cidade do país não para solucionar os seus enormes problemas, mas para usá-la como atalho para caminhos mais vastos e mais longos.
Não duvido que outros candidatos tentarão explorar a possibilidade de tal situação e que até mesmo os eleitores questionem os dois principais postulantes do pleito sobre suas reais intenções. Daí é só esperar que uma ação coordenada demova a ex-prefeita e o ex-governador da secreta idéia de se candidatar a governador ou até mesmo a presidente da República em 2010.
E como são só conjeturas, o jeito é torcer que, para o bem da cidade, o blog esteja apenas cometendo alguns de seus já notórios erros de análise.
Marta ou Alckmin?
Dada a situação de polarização entre a candidata do PT e o do PSDB, já se pode pôr as bolas de cristal para funcionar e começar a imaginar para onde migrarão os votos dos eleitores que insistirão em votar noutros candidatos. É um pouco cedo ainda, mas os exercícios de futurologia parecem ser francamente favoráveis a Geraldo Alckmin.
As pesquisas mostram o tucano ligeiramente atrás da ex-ministra, mas ainda dentro da margem de erro, ou seja, na condição de empate técnico. Longe da corrida, mas com respeitáveis intenções de voto, há dois candidatos que se pode classificar como “de direita”, são eles o prefeito Gilberto Kassab e o lendário Paulo Maluf. A tendência é que a maioria esmagadora dos eleitores de ambos prefira Geraldo Alckmin no mais do que provável segundo turno. Eu iria um pouco além e arriscaria dizer que no decorrer da disputa talvez até vigore o chamado voto útil em favor do candidato do PSDB, o que o deixaria na frente da petista ainda no primeiro turno.
De uma perspectiva mais ampla, Marta ainda deve sofrer com a piora no cenário nacional, com ligeira queda de popularidade do presidente Lula, o que certamente será explorado em nível local.
O certo agito inflacionário, uma vez propagado pela mídia, trará um pequeno mas importante descontentamento com o Governo Federal, prejudicando os candidatos aliados do Planalto. De quebra, o segundo semestre deve ainda apresentar a conta da “mãozinha” dada pelo Banco Central, que com o aumento dos juros está fazendo a famosa aposta no círculo vicioso representado pela equação do “menos crescimento, menos emprego e menos renda que geram menos crescimento, menos emprego e menos renda”. Decerto que tudo isso trará desgaste para os candidatos que tenham proximidade com o presidente. Desgaste desnecessário, diga-se; afinal, tal despertar inflacionário está mais ligado à conjuntura internacional e talvez sobreviva mesmo com o aumento de juros domésticos, o que insinuará um ambiente desalentador: inflação levemente persistente num clima de crescimento retraído. Em tal ambiente, não há negar que Marta perde e Alckmin - que ainda teve a seu favor o fato de ter sido o antagonista de Lula nas últimas eleições presidenciais – ganha.
Alia jacta est!