8. Na-Me-Nihcam (Soldier of the World) (Finberg) 5:35
Créditos:
Alice Spring: Vocals
Pete Finberg: Lead Guitar, Vocals
John Cook: Keyboards, Vocals
Eddie Leach: Drums
Mick Howard: Bass, Vocals
(*) Ripagem do LP.
Biografia:
Correta banda inglesa de rock-and-roll/R&B/boogie, da qual se conhece pouco hoje, exceto que era oriunda de Londres e que não deve ser confundida com outra Slack Alice do norte da Inglaterra, liderada, na época, por Cliff Stocker.
Estilisticamente, a Slack Alice assemelha-se à Vinegar Joe. A voz de Alice Spring, da primeira, é bastante comparável à voz de Elkie Brooks, da segunda (e também à de Maggie Bell, da Stone The Crows). Quando o grupo bota pra quebrar, quebra mesmo: "Put Me On The Railroad", a faixa de abertura, e "Mama's Gonna Boogie" remetem, instantaneamente, à "Proud To Be (A Honky Woman)", da Vinegar Joe, embora a diferença de ritmo, e a última do lado A, "Slack Alice", é um verdadeiro arraso: bluseira, uma peça de vaudeville hollywoodiana nostálgica, que vale, sozinha, o preço do disco (tal como ocorre com "Soul In Chains" e "Framed", da Sensational Alex Harvey Band).
O lado B do álbum é um pouco mais calmo, mas não inferior; a abertura, aqui, "Mr. Sharpshooter", é também um energético boogie, do tipo "daqueles que não se fazem mais".
Em linhas gerais, vale a pena desencavar o disco, embora seja duvidoso que esse solitário LP ganhe o formato de CD.
O tecladista Joe Cook tocou com Midnight Flyer (banda de Maggie Bell do final dos anos 70/início dos anos 80), Stretch, Alan Ross Band, Cozy Powell, Graham Bonnet, Peter Green e Rory Gallagher. Eddie Leach participou do disco "It's Only Rock 'N' Roll", da Rolling Stones. E Alice Spring integrou posteriormente a Darling, outra banda efêmera (Alex Gitlin, que cita, como fonte primária do texto, o livro "The Tapestry of Delights - The Comprehensive Guide to British Music of the Beat, R&B, Psychedelic and Progressive Eras 1963-1976", de Vernon Joynson; tradução livre do inglês).
6. What Would You Do (If I Did That To You) (Francen, Porter) 3:23
7. From Here To There Eventually (Kay, McJohn, Edmonton) 5:29
Créditos:
John Kay: Guitar, Vocals
Michael Monarch: Guitar, Backing Vocals
John Russell Morgan (a.k.a. Rushton Moreve): Bass
Jerry Edmonton: Drums, Lead Vocals (faixa 6)
Goldy McJohn: Keyboards
(*) CD lançado em 1990.
Disco: Steppenwolf 7
Ano: 1970(*)
Faixas:
1. Ball Crusher (Byrom, Kay) 4:51
2. Forty Days And Forty Nights (Roth) 3:03
3. Fat Jack (Byrom, Biondo) 4:48
4. Renegade (Byrom, Kay) 6:06
5. Foggy Mental Breakdown (Byrom, Kay) 3:52
6. Snow Blind Friend (Axton) 3:52
7. Who Needs Ya? (Byrom, Kay) 2:57
8. Earschplittenloudenboomer (Byrom) 4:57
9. Hippo Stomp (Byrom, Kay) 5:41
Créditos:
John Kay: Lead Vocals, Guitar, Harmonica
Larry Byrom: Guitar, Backing Vocals
George Biondo: Bass, Lead Vocals, Backing Vocals
Jerry Edmonton: Drums, Backing Vocals, Lead Vocals (faixas 3, 5, 7)
Goldie McJohn: Keyboards
(*) CD lançado em 1989.
Disco: Live
Ano: 1970(*)
Faixas:
1. Sookie Sookie (Covay, Cropper) 3:16
2. Don't Step On The Grass, Sam (Kay) 6:09
3. Tighten Up Your Wig (Kay) 4:14
4. Monster (Kay, Edmonton) 9:56
5. Draft Resister (Kay, McJohn, Byrom) 3:48
6. Power Play (Kay) 5:45
7. Corina, Corina (Traditional) 3:50
8. Twisted (Kay) 5:09
9. From Here To There Eventually (Kay, McJohn, Edmonton) 6:43
10. Hey Lawdy Mama (Kay, Byrom, Edmonton) 2:55
11. Magic Carpet Ride (Kay, Moreve) 4:16
12. The Pusher (Axton) 5:58
13. Born To Be Wild (Bonfire) 5:43
Créditos:
John Kay: Vocals, Guitar, Harmonica
Larry Byrom: Guitar, Backing Vocals
Nick St. Nicholas: Bass
Jerry Edmonton: Drums, Backing Vocals
Goldy McJohn: Keyboards
(*) CD lançado em 1999.
Disco: For Ladies Only
Ano: 1971(*)
Faixas:
1. For Ladies Only (Edmonton, Henry, Kay, McJohn) 9:19
2. I'm Asking (Edmonton, McJohn) 4:29
3. Shackles And Chains (Kay) 5:00
4. Tenderness (Bonfire) 4:55
5. The Night Time's For You (Bonfire, Cavett) 3:00
6. Jaded Strumpet (Edmonton) 4:46
7. Sparkle Eyes (Biondo, Kay) 4:34
8. Black Pit (Henry, McJohn) 3:51
9. Ride With Me (Bonfire) 3:26
10. In Hopes Of A Garden (Biondo) 2:12
Créditos:
John Kay: Guitar, Vocals
Kent Henry: Lead Guitar
George Biondo: Bass, Vocals
Jerry Edmonton: Drums
Goldy McJohn: Keyboards
(*) CD lançado em 1989.
Disco: Slow Flux
Ano: 1974(*)
Faixas:
1. Gang War Blues (Edmonton, Kay, Fowley, McJohn) 4:25
2. Children Of Night (Kay) 5:13
3. Justice Don't Be Slow (Kay, Richie) 4:55
4. Get Into The Wind (Cochran, Van Beek) 3:01
5. Jeraboah (Conrad) 5:40
6. Straight Shootin' Woman (Edmonton) 4:06
7. Smokey Factory Blues (Hammond, Hazelwood) 4:11
8. Morning Blue (Biondo) 4:13
9. A Fool's Fantasy (McJohn) 3:39
10. Fishin' In The Dark (Kay) 5:45
Créditos:
John Kay: Guitar, Vocals
Bobby Cochran: Guitar
George Biondo: Bass, Vocals
Jerry Edmonton: Drums
Goldy McJohn: Keyboards
(*) CD lançado em 1997.
Disco: Hour Of The Wolf
Ano: 1975(*)
Faixas:
1. Caroline (Are You Ready For The Outlaw World) (Bonfire) 4:53
2. Annie, Annie Over (O'Day) 4:10
3. Two For The Love Of One (Biondo, Edmonton) 3:43
4. Just For Tonight (Cochran, Edmonton) 5:40
5. Hard Rock Road (Edmonton) 3:32
6. Someone Told A Lie (Cochran, Edmonton, Kay) 5:08
7. Another's Lifetime (Berry) 4:34
8. Mr. Penny Pincher (Dunson) 6:17
Créditos:
John Kay: Guitar, Vocals
Bobby Cochran: Guitar
George Biondo: Bass, Vocals
Jerry Edmonton: Drums
Andy Chapin: Keyboards
Tom Scott: Horn (faixas 1, 5)
(*) CD lançado em 2000.
Disco: Skullduggery
Ano: 1976(*)
Faixas:
1. Skullduggery (Cochran) 5:17
2. (I'm A) Road Runner (E. Holland, B. Holland, Dozier) 3:54
3. Rock & Roll Song (Horsdal) 3:09
4. Train Of Thought (O'Day) 4:43
5. Life Is A Gamble (Cochran, Garfield) 3:24
6. Pass It On (Watt) 4:46
7. Sleep (Biondo) 3:47
8. Lip Service (Steppenwolf) 5:26
Créditos:
John Kay: Lead Vocals, Guitar
Jerry Edmonton: Drums, Percussion, Background Vocals
George Biondo: Bass, Vocals
Bobby Cochran: Lead Guitar, Vocals
Wayne Cook: Keyboards
(*) CD lançado em 1999.
Biografia:
Embora tangencialmente identificada com a psicodelia da Costa Oeste americana do final dos anos 60, a Steppenwolf tocava um inflexível hard rock, e o termo "heavy metal" popularizou-se com seu primeiro sucesso, "Born To Be Wild".
O líder John Kay, nunca visto sem óculos escuros, em parte devido ao problema de visão que o acompanha desde pequeno, fugiu da Alemanha Oriental para a Alemanha Ocidental, em 1948, com sua mãe, que havia enviuvado na Segunda Guerra Mundial. Dez anos mais tarde, ele emigrou para o Canadá, ainda acompanhado da mãe e agora também do padrasto. Um professor de ginástica, que não conseguia pronunciar a palavra "Joachim", informalmente rebatizou-o de John; o sobrenome artístico Kay seria adotado algum tempo depois. Em 1963, ele e sua família mudaram-se para Buffalo, Nova Iorque, EUA, e depois para Santa Monica, Califórnia, EUA, onde Kay se rendeu ao emergente cenário folk e apareceu pela primeira vez em disco tocando gaita numa canção chamada "The Frog".
Ele excursionou por todo o país como um cantor folk, e, em Nova Iorque conheceu Jerry Edmonton, membro do popular grupo canadense Sparrows, também integrado por Bruce Palmer, posteriormente substituído por Nick St. Nicholas, ex-baixista da Mynah Birds, banda de Neil Young e Rick James. Em 1965, Kay agregou-se à Sparrows, seguido por Goldy McJohn, outro ex-componente da Mynah Bird. O grupo excursionou e gravou (inclusive uma versão inicial de "The Pusher", de Hoyt Axton) sem sucesso e acabou separando-se. Em 1968, o produtor Gabriel Mekler, da ABC-Dunhill, encorajou Kay a reativar a banda, garantindo-lhe um estúdio para eventuais gravações. O irmão de Jerry Edmonton, Dennis (também conhecido como Mars Bonfire) ofertou ao grupo a canção "Born To Be Wild", que ele compusera para seu disco solo. Recusando-se a reviver o nome Sparrows, o grupo acatou a sugestão de Mekler, inspirada no romance de Hermann Hesse que ele acabara de ler: Steppenwolf (nota minha: no Brasil, o romance se chamou "Lobo da Estepe", que é, de fato, a tradução literal de Steppenwolf).
O hard rock da Steppenwolf prosperou perante o público local, e "Steppenwolf" (6° lugar, 1968) despejou "Born To Be Wild" (2° lugar, 1968). "The Second" gerou outro grande sucesso, "Magic Carpet Ride" (3° lugar, 1968), e, no mesmo período, "Born To Be Wild" e "The Pusher" entraram na trilha sonora do filme "Easy Rider" (nota minha: no Brasil, "Sem Destino"), praticamente solidificando a duradoura identificação da Steppenwolf como uma banda de motociclistas. O filão continuou com "At Your Birthday Party" (7° lugar, 1969), que desovou "Rock Me" (música da trilha sonora do filme "Candy") (10° lugar, 1969). "Early Steppenwolf (29° lugar, 1969) compilou demos antigas da banda. Embora passasse uma imagem durona (Kay nunca foi visto em lugar algum sem seus óculos escuros e suas apertadas calças de couro pretas), a Steppenwolf, que, em 1969, possuía dois membros cujas famílias haviam escapado da Alemanha pós-guerra, foi uma banda escancaradamente política. Ao contrário de um difundido boato, Kay não concorreu a nenhum cargo eletivo na cidade de Los Angeles.
Entretanto, sempre o reconheceram como um porta-voz bem articulado a respeito de suas convicções políticas, mais claramente expostas no crítico, alentado e conceitual disco "Monster" (17° lugar, 1969), do qual saíram dois singles: "Move Over" (31° lugar, 1969) e a faixa-título (39° lugar, 1970). "Steppenwolf Live" (7° lugar, 1970) produziu "Hey Lawdy Mama" (35° lugar, 1970), o penúltimo single Top 40 do grupo. Embora a fonte dos grandes sucessos tivesse secado, a popularidade da Steppenwolf, como uma banda performática, permaneceu intacta, mesmo no exterior, e seus discos subsequentes – "Steppenwolf 7" (19° lugar, 1970), "Steppenwolf Gold/Their Greatest Hits (24° lugar, 1971) e "For Ladies Only" (54° lugar, 1971) – obtiveram vendas consideráveis, apesar da falta de foco e uma série de modificações no lineup. No limiar de 1972, o grupo anunciou a sua primeira dissolução. Goldy McJohn formou a Damian e depois a Manbeast. Edmonton trabalhou com a banda Seven. Na época do primeiro rompimento, Kay já havia criado a John Kay Band e gravado seu primeiro disco solo, "Forgotten Songs And Unsung Heroes". Ele conseguiu um pequeno hit, em 1972, com o single "I'm Movin' On".
Malsucedidos em seus trabalhos individuais, Kay, Edmonton e McJohn reaproximaram-se e, com os novos integrantes George Biondo e Bobby Cochran (sobrinho de Eddie Cochran, que já trabalhara anteriormente com Flying Burrito Brothers e Bob Weir), lançaram "Slow Flux" (47° lugar, 1974), que continha "Straight Shootin' Woman" (29° lugar, 1974), o derradeiro single Top 40 da banda. McJohn saiu logo em seguida, e Andy Chapin (que morreria no acidente de avião que vitimou Rick Nelson) ocupou-lhe a vaga. Quando Chapin negou-se a excursionar, Wayne Cook o substituiu. Assim formada, a banda gravou "Hour Of The Wolf", o primeiro álbum do grupo com material inédito a não alcançar o Hot 100. Desmotivada, a banda dissolveu-se mais uma vez em 1976. Kay retomou sua carreira solo, mas, em 1980, liderou a ressurreição da Steppenwolf. Entre 1976 e 1980, vários ex-membros da banda já haviam realizado shows com impróprias e falsas versões do grupo (Kay e Edmonton detinham os direitos autorais do nome Steppenwolf). Desde então, John Kay e a Steppenwolf gravaram regularmente e fizeram turnês pela América, Europa e Extremo Oriente. O grupo participou do Farm Aids II e III. Em 1989, Kay transferiu-se para o Tennessee, onde vive atualmente. Em 1994, ele publicou sua autobiografia, "Magic Carpet Ride: The Autobiography of John Kay and Steppenwolf", coescrita com John Einarson.
A maioria dos ex-integrantes da Steppenwolf permaneceu no meio musical. McJohn apresenta-se em Seattle e na vizinhança; St. Nicholas enfiou-se na direção de uma empresa e toca música religiosa; Monarch fundou a Detective e mantinha um duo country, Stevens And Monarch; Byrom trabalhou como músico country profissional. Rushton Moreve morreu num acidente de carro. Jerry Edmonton, que casou com a viúva de Andy Chapin, também faleceu numa colisão automobilística (The Rolling Stone Encyclopedia of Rock & Roll. Third Edition. Edited by Holly George-Warren and Patricia Romanowski. New York: Fireside, 2001, pp. 941-2; tradução livre do inglês).
4. Running With The Crowd (The Charlie Daniels Band) 4:01
5. Right Now Tennessee Blues (Daniels) 3:36
6. Roll Mississippi (The Charlie Daniels Band) 3:12
7. Slow Song (Daniels) 3:55
8. Tennessee (Crain) 4:43
9. Turned My Head Around (The Charlie Daniels Band) 3:52
Créditos:
Charlie Daniels: Electric Guitar, Acoustic Guitar, Slide Guitar, Fiddle, Banjo, Vocals
Tom Crain: Electric Guitar, Acoustic Guitar, Slide Guitar, Harmony Vocals, Lead Vocals (faixa 8)
Joel (Taz) DiGregorio: Piano, Organ, Harmony Vocals, Lead Vocals (faixa 6)
Charlie Hayward: Bass
Fred Edwards, Don Murray: Drums, Congas
Participações especiais:
George McCorkie: Acoustic Guitar (faixa 1)
Toy Caldwell: Steel Guitar (faixas 7, 8)
(*) CD lançado em 1991.
Resenha:
Sucedendo à "Saddle Tramp" em questão de meses, "High Lonesome" encontrou a Charlie Daniesl Band mantendo seu foco em jams – o que significa não apenas solos longos e improvisos, mas uma sensação de liberdade provocada pela mistura de diferentes estilos do southern, estreitando a linha entre rock, country, blues e bluegrass.
Em comparação com "Saddle Tramp", que soava aberto e ensolarado como as planícies do deserto, "High Lonesome" é um pouco mais sombrio e denso, um subproduto da Charlie Daniels Band tocando mais pesado, elevando o quociente do rock às alturas, enquanto, simultaneamente, exalta a mitologia do cowboy. Há fortes elementos da Allman Brothers em todo o disco, especialmente quando Charlie Daniels e Tom Crain trocam solos de guitarra e cantam juntos, daí resultando uma acentuação rítmica mais marcante. Melhor ainda: as composições ganharam em importância e os arranjos ficaram mais enxutos, o que significa que o poder de fogo improvisatório da banda diluiu-se em concisos registros de quatro minutos, tornando o disco mais contagiante, como um todo; uma audição revigorante.
Além do mais, com Crain cantando em "Tennessee" e um pianista tomando a ponta em "Roll Mississippi", a impressão é que não é apenas mais um disco da banda, é um trabalho bem-vindo, livre, feito com doação, soando realmente como um álbum de um grupo de rebeldes sulistas. Se é verdade que não existem clássicos da CDB além da faixa-título e, possivelmente, de "Carolina", também não há músicas imprestáveis, e a coisa toda rola bem, talvez porque, ao contrário do seu predecessor, é como se houvesse um tema básico unindo o disco, graças às canções sobre vaqueiros e a mitologia sulista, sem contar os seus focados arranjos e as vigorosas guitarras bluseiras-roqueiras, fechando o círculo. Tudo isso faz de "High Lonesome" um álbum destacado na discografia de Charlie Daniels (Stephen Thomas Erlewine, AllMusic; tradução livre do inglês).
Gênero: Blues, Blues-Rock, Boogie Rock, Modern Electric Blues
Faixas:
Disc 1
1. Pony Blues (Pattont) 3:51
2. My Mistake (Wilson) 3:25
3. Sandy's Blues (Hite) 6:49
4. Going Up The Country (Wilson) 2:54
5. Walking By Myself (Rodgers) 2:34
6. Boogie Music (Tatman) 3:08
7. One Kind Favor (Traditional) 4:49
8. Parthenogenesis: a) Nebulosity; b) Rollin' And Tumblin'; c) Five Owls; d) Bear Wires; e) Snooky Flowers; f) Sunflower Power; g) Raga Kafi; h) Icebag; i) Childhood's (Canned Heat) 20:05
Disc 2
1. Refried Boogie (Part I) (Canned Heat) 20:08
3. Refried Boogie (Part II) (Canned Heat) 21:02
Créditos:
Larry "The Mole" Taylor: Bass
Adolfo "Fito" De La Parra: Drums
Henry "Sunflower" Vestine: Guitar
Alan "Blind Owl" Wilson: Guitar, Vocals, Harp
Bob "The Bear" Hite: Vocals
Participações especiais:
Joe Sample: Piano (faixa 3)
John Mayall: Piano (faixas 5, 8d)
Charlie Patton: Guitar (faixa 6)
Henry Sims: Violin (faixa 6)
Dr. John: Piano (faixa 6)
John Fahey: Guitar (faixa 8a)
(*) CD lançado em 2003.
Resenha:
Terceiro disco da discografia da Canned Heat, "Living The Blues" (1968) foi também seu primeiro LP duplo, trazendo o hino hippie rural "Going Up The Country", bem como os 40 minutos de "Refried Boogie". No entanto, a par de alegrar seu público, o disco tornou-se um dos primeiros LPs duplos de rock-and-roll a figurar nas paradas, atingindo o Top 20. Não chega a ser surpreendente que o resto do disco – essencialmente todo o disco 1 – se mostre tão sólido (se não até mais) quanto o álbum anterior do grupo, "Boogie With Canned Heat" (1968). Exibindo a "clássica" formação da Heat, com Alan "Blind Owl" Wilson (guitarra, harmônica e vocais), Larry "The Mole" Taylor" (baixo), Henry "Sunflower" Vestine (guitarra), Adolfo "Fito" De La Parra (bateria) e Bob "The Bear" Hite (vocais), a banda solta mais um lote de canções originais e envolventes revisões de alguns raros blues – incluindo o vigoroso cover de Charley Patton, "Pony Blue", que inicia o disco.
Pra começo de conversa, a formidável equipe de Wilson e Vestine explora aqui suas paixões musicais com uma determinação que diminuiria significativamente nos anos e nas gravações que se seguiram. Um dos principais fatores do sucesso comercial do disco foi a atualização da canção "Going Down South", de Henry Thomas (nota minha: de acordo com a Wikipedia, o nome da música é "Bull-doze Blues"), que se transformou na jovial "Going Up The Country". A canção não só se tornou um dos maiores hits da banda, mas também foi usada no documentário Woodstock (1970), e uma versão ao vivo – extraída do próprio festival – foi apresentada na trilha sonora do filme.
A Canned Heat conseguiu reunir-se com um dos seus contemporâneos, o bluseiro britânico John Mayal, para a leitura compacta de "Walking By Myself", de Jimmy Rodgers, não na guitarra, mas no piano. Mayall também toca piano em "Bear Wires", música de 88 segundos que compõe a longa suíte "Parthenogenesis". Ainda sobre tecladistas convidados, Mac Rebbenack (apelidado de Dr. John) juntou-se à banda para uma ode ao groove em "Music Boogie". "One Kind Favour" (também conhecida como "See That My Grave Is Kept Clean") teve um encaminhamento pesado, com Hite cantando em cima da camada de ritmos produzidos pela banda. À parte a pouco tolerante "Refried Boogie", "Living The Blues" permanece como um testemunho da coragem da Canned Heat em modernizar o blues e uma das obras mais coesas no âmbito do espírito inovador da banda (Lindsay Planer, AllMusic; tradução livre do inglês).
Músico: Dickie Peterson
Gênero: Blues-Rock, Hard Rock
Disco: Child of the Darkness
Ano: 1997
Faixas:
1. Brainkiller (Schmitter) 3:24
2. Spoonfull (Dixon) 3:51
3. Dogs of War (Peterson, Schmitter) 2:54
4. Dragon Song (Schmitter) 7:20
5. Who Do You Love? (McDaniel) 5:32
6. Dirty Girls (Peterson) 2:22
7. Back on the Streets (Peterson, Schmitter) 2:28
8. Reptile (Peterson) 4:57
9. Child of the Darkness (Peterson, Peddicord) 6:18
10. Little Red Rooster (Dixon) 4:42
Créditos:
Dickie Peterson: Vocals
Achim Guess: Guitar
Ralph Schmitter: Bass
Stefan Albrecht: Drums
Disco: Tramp [Live]
Ano: 1999(*)
Faixas:
1. Red House (Hendrix) 5:15
2. Call Me The Breeze (Cale) 4:11
3. The Pilot (Yoder) 3:57
4. Hello L.A. Bye Bye Birmingham (D. Bramlett) 3:21
5. Killing Floor (Dixon) 4:36
6. The Hunter (A. King) 4:05
7. Girl Next Door (Peterson, Rainier) 5:02
8. Hootchie Coochie Man (Dixon) 6:17
9. Blue Steel Dues (Peterson) 5:51
10. Born In Chicago (Traditional) 3:04
11. Summertime Blues (Cochran, Capehart) 4:02
12. Red House (Hendrix) 5:01
Créditos:
Dickie Peterson: Vocals, Bass
Helmuth Kaiser: Guitar
Ralph Schmitter: Bass
Stefan Albrecht: Drums
Peter Haser: Piano, Organ
(*) Gravado ao vivo em vários shows realizados pelo músico entre 1995 e 1996, em Cologne, Alemanha.
Biografia:
Baixista e vocalista da Blue Cheer, Richard Allan "Dickie" Peterson nasceu em Grank Forks, Dakota do Norte, EUA, em 12 de setembro de 1946, e morreu em Erkelenz, Alemanha, em 12 de outubro de 2009. Gravou dois discos solos: "Child of the Darkness" e "Tramp".
Peterson tocou baixo desde os treze anos, mas já aos oito almejava tornar-se músico profissional. Descendia de uma família de músicos: o pai era trombonista, a mãe, pianista, e o irmão, Jerre Peterson, inicialmente tocava flauta. Bateria foi o primeiro instrumento de Dickie.
Dickie passou parte de sua juventude em East Grand Forks, Minnesota, cidade gêmea de Grand Forks, onde nasceu. Frequentou a Central High School de Grand Forks, sem, porém, concluir os estudos. Seus pais morreram quando ainda era jovem, fato que o levou a morar com seus tios numa fazenda em Dakota do Norte.
Dickie citou Otis Redding como uma influência significativa. Porém creditou a seu falecido irmão a maior inspiração musical da sua existência. Jerre Peterson foi um dos primeiros guitarristas da Blue Cheer (o outro foi Leigh Stephens), tendo tocado em várias formações da banda nos anos posteriores.
Grande parte das últimas duas décadas, Dickie passou na Alemanha, tocando com a Blue Cheer e outros grupos, esporadicamente. Em 1998 e 1999, realizou vários shows na Alemanha com a Hank Davison Band e em dupla com Hank Davison (executando música acústica) com o nome de Dos Hombres. Participou do disco "Real Live", de 2001, gravado por Hank Davison and Friends. Em 2001 e 2002, tocou, principalmente na Alemanha, com a Mother Ocean, grupo que criou com o guitarrista Tony Rainier, ex-membro da Blue Cheer, e seu irmão Jerre. A banda não gravou nenhum álbum.
Enquanto viveu, o relacionamento de Dickie com a música mostrou-se muito intenso. Sua autodefinição: "Casei duas vezes, tive inúmeras namoradas, e todas vão lhe dizer que, se não estou tocando, eu fico insuportável... Música é uma manifestação artística através do qual eu consigo lidar com grande parte da minha emoção e descarregar energia. Eu sempre desejei somente tocar, e é isso o que ainda quero continuar fazendo".
Dickie usou drogas e viciou-se em heroína por um bom tempo. Em 2007, disse acreditar que o LSD e outras drogas similares podem ter efeitos positivos, ressaltando, porém, que ele e outros membros da Blue Cheer "chegaram ao fundo do poço" ao usá-las. Todavia, em meados da década de 70, ele diminuiu bastante o consumo de drogas, inclusive parando de beber dez anos antes da sua morte.
Embora considerada pioneira em diversos gêneros, Dickie não enquadrava a Blue Cheer em nenhum estilo: "As pessoas continuam dizendo que nós somos heavy metal, ou grunge, ou punk, ou isso ou aquilo. A verdade é que somos apenas um power trio que toca o sumo do blues, e isso é rock-and-roll. Simples assim".
Em 12 de outubro de 2009, Peterson morreu, aos 63 anos, vítima de câncer. Deixou a viúva, Ilka Peterson, a ex-mulher, Marilyn Stephens, a filha do primeiro casamento, Corrina Peterson Kaltenrieder, e o neto de seis anos na época. Cremado, suas cinzas foram entregues a Corrina, que as espalhou pelo rio Reno, na Alemanha, e no Parque Nacional de Redwoods, no norte da Califórnia.
"Dickie Peterson foi um criador musical – inventivo, um grito primal com cabelo eriçado, baixo retumbante, um apocalipse sonoro de energia provocante. Sua música deixou ecos estrondosos em milhares de bandas nas décadas seguintes, emocionando alguns, irritando outros e agitando tudo – como somente a arte é capaz de fazer" (Neil Peart, baterista da Rush; tributo a Dickie Peterson) (Wikipedia; tradução livre do inglês).
''Papa'' Dee Allen: Congas, Bongos, Percussion, Vocals
Harold Brown: Drums, Percussion, Vocals
Charles Miller: Flute, Saxophone (Alto, Baritone, Tenor), Percussion, Vocals
Howard Scott: Guitar, Percussion, Vocals
Lee Oskar: Harmonica, Vocals
Lonnie Jordan: Organ, Piano, Percussion, Vocals
(*) CD lançado em 1992.
Biografia:
A War foi uma das bandas funqueiras mais conhecidas dos anos 70, mas também prenunciou a fusão de estilos musicais, incorporando o soul, a música tropical, o jazz, o blues, o reggae e o rock a um estilo funk que soava com naturalidade.
Embora as letras das suas canções tivessem cunho claramente político (devido à composição racial da sua formação), a música da banda brilhava com a suavidade do som do sul da Califórnia. A War manteve sempre uma atitude descontraída, que estimulava a criatividade e o improviso, e o resultado, muitas vezes, eram canções que brotavam das sessões de improvisação gravadas em estúdio.
Apesar da importância que dava à improvisação, a War sempre demonstrou espírito de grupo e nenhum instrumentista ou vocalista preponderou sobre os demais.
A origem da War situa-se numa banda chamada The Creators. O grupo foi fundado em 1962 pelo guitarrista Howard Scott e o baterista Harold Brown, enquanto estavam no colégio. A formação evoluiu até que, em 1965, se incorporaram ao grupo o tecladista Leroy "Loonie" Jordan, o baixista Morris "B. B." Dickerson e o saxofonista Charles Miller. A peculiaridade dessa formação era que todos cantavam.
Desde o início, a banda mostrou interesse em experimentar novas bases sonoras, que iam desde o R&B até a música tropical, todas chegadas ao grupo através da composição cultural dos seus integrantes, que provinham dos guetos de Los Angeles. Nessa fase, a War produziu alguns singles, destacando-se "Burn Baby Burn", lançado quando o grupo denominava-se The Romeos, nome trocado, em seguida, para Señor Soul.
Em 1968, a banda adotou o nome Nightshift e incluiu Peter Rosen como baixista, além de Thomas Sylvester Allen como novo percussionista e dois novos músicos no naipe de metais. Quando Rosen morreu por overdose, B. B. Dickerson reintegrou-se ao grupo.
No ano seguinte, o grupo passou a atuar como banda de apoio de Deacon Jones, um jogador de futebol americano, transformado em cantor, que se apresentava em pequenos bares. Durante uma dessas apresentações, o produtor Jerry Goldstein ("My Boyfriend's Back", "Hang On Sloopy", "I Want Candy") descobriu a banda, recomendando-a a Eric Burdon, ex-vocalista da Animals.
"A primeira vez em que vi alguns dos rapazes que logo formariam a War, eles estavam tocando num bar de strippers no vale de San Fernando, como grupo de apoio de Deacon Jones, e imediatamente me dei conta quão poderosos eles eram", recorda Goldstein. "Eu era amigo de Eric e estava a ponto de deixar a música e voltar para Newcastle. Estava cansado do rock e desesperado por um som original e autêntico. Eu o chamei na manhã seguinte e lhe pedi para me acompanhar naquela noite ao bar. Eric ficou tão impressionado com o que escutou que subiu ao palco e começou a improvisar com a banda, que se achava tão entretida com sua própria carreira que até então não havia ouvido falar de Eric Burdon ou da Animals. Em uma semana reuni o pessoal no estúdio e o resto é história".
Depois de assistir ao show da Nightshift, Burdon decidiu tomar as rédeas do grupo. A primeira coisa que fez foi dar-lhe um novo nome: War, a par de trocar os dois novos músicos da sessão de metais por um gaitista chamado Lee Oskar.
Com o propósito de desenvolver material novo, a War começou a apresentar-se em longos concertos, com extensas sessões de improvisação, em que Burdon intervinha para incluir letras livremente. Em agosto de 1969, a War entrou em estúdio pelas mãos de Burdon e em 1970 tinham aprontado seu primeiro disco: "Eric Burdon Declares War".
"Spill The Wine", a canção de trabalho, teve um êxito impressionante, chegando rapidamente ao terceiro lugar na lista da Billboard, ao mesmo tempo em que era cantada por todo mundo. O segundo LP, "The Black Man's Burdon", foi colocado à venda antes do final do ano e nele ficava evidente como o grupo improvisava por longos períodos e com bastante liberdade.
O contrato que a War e Burdon firmaram lhes permitiam gravar em selos diferentes, por isso o grupo estava pronto para assinar com a United Artists, com o fim de gravar sozinho, mas sem abandonar Burdon. Porém, em 1971, durante a turnê européia, Burdon separou-se da banda, afirmando que estava cansado. Isso selaria o destino da War.
Desde o princípio, a War era um conceito, um laboratório musical. Na condição de banda de apoio de Burdon, transformou-se na ferramenta para que Goldstein, como produtor e compositor, e Eric Burdon, como cantor, pudessem experimentar uma mistura de variados estilos musicais. "Nesse momento, não pensava na War como uma entidade autônoma. Era uma banda somente para respaldar Eric. Pensei que isso mudaria de acordo com as suas preferências musicais (nota minha: a frase carece de sentido, mas está assim no texto). Resultou que o grupo se converteu num instrumento em permanente evolução, porém sem Eric" (nota minha: o texto não informa quem falou as palavras entre aspas).
O terceiro disco da War, homônimo, mereceu lançamento no início de 1971. Já sem Burdon, o LP constituiu-se no primeiro fracasso da banda. Todavia, antes que o ano terminasse, a banda gravou "All Day Music", que lhe valeu seus primeiros singles nas paradas, de forma independente. O disco vendeu mais de um milhão de cópias e ficou entre os 20 mais comercializados.
"The World Is A Ghetto", de 1972, foi o disco que catapultou a banda para a fama. A harmonia multicultural que servia de base às suas composições colocaram-no no primeiro lugar das paradas de álbuns e ajudou-o a alcançar a marca de 3 milhões de cópias vendidas, tornando-se o disco mais vendido do ano.
Desse disco saíram duas músicas que acabaram virando clássicos: "The Cisco Kid" (que auxiliou a banda a conquistar a comunidade latina) e a balada que dá nome ao disco.
Em 1973, chegou a vez de "Deliver The World", que também vendeu mais de 1 milhão de cópias, além de gerar os sucessos "Gypsy Man" e "Me And Baby Brother". Contudo, não obteve a acolhida que se esperava nas zonas urbanas, que a banda dava como certa. Isso a levou a repensar o seu trabalho e também a decidir para onde deveriam concentrar suas forças. O resultado foi um disco gravado ao vivo durante as quatro apresentações que a banda fez em Chicago em 1974, que a colocou como verdadeiro fenômeno de massa.
Havendo entrando em sintonia com o seu público novamente, "Why Can't Be Friends", de 1975, retornou às raízes musicais do grupo, com um som muito semelhante a "The World Is A Ghetto". O disco manteve o discurso tradicional de tolerância que a banda pregava, e a música que dava nome ao LP era a mostra mais clara disso. O álbum trouxe "Low Rider", uma música carregada de elementos latinos, que alcançou o primeiro lugar nas paradas de R&B e que acabou sendo uma das mais conhecidas da banda.
Um ano mais tarde, a banda lançou o seu disco de grandes sucessos, incluindo a música "Summer", que seria o último single a chegar ao top 10 das paradas pop. Nesse mesmo ano, Oskar lançou seu disco solo, com o respaldo de músicos da Santana.
Em 1977, o grupo produziu um LP duplo ("Platinum Jazz"), com improvisações e músicas instrumentais, pelo selo de jazz Blue Note. O disco converteu-se num dos mais importantes da gravadora, com um single que alcançou as paradas de R&B, chamado "L. A. Sunshine".
Entretanto, a década chegava ao fim e uma geração menos comprometida começava e encher as discotecas para dançar ao ritmo da "disco music". Isso fez com que as pessoas deixassem de lado a War, porque, no gênero pop, reinavam grupos como Abba ou artistas como Donna Summer.
Em 1977, a War assinou com a MCA e gravou "Galaxy", um disco que vendeu bastante, mas cujo êxito limitou-se às paradas de R&B, ainda que a faixa-título tivesse ficado dentro das 40 mais vendidas da parada pop. Seria a última vez que a banda chegaria ao topo.
Logo após gravar "Youngblood", em 1978, o grupo começou a desintegrar-se. Dickerson afastou-se em 1979, enquanto a banda gravava "The Music Band" (um disco que tinha Alice Tweed Smith como vocalista). Pouco depois, Charles Miller morreu assassinado numa tentativa de roubo.
Depois do lançamento do disco, os integrantes remanescentes tentaram enquadrar-se na moda "disco", e para isso trouxeram o baixista Luther Rabb, o percussionista Ronnie Hammon e o saxofonista Pat Rizzo.
"Music Band 2" foi um completo fracasso e quase colocou o grupo na geladeira, fazendo com que Smith decidisse sair. Passaram-se três anos, e, em 1982, ocorreu o lançamento de "Outlaw", que teve um relativo sucesso. O disco apresentou a canção "Cinco De Mayo", que se tornou uma música clássica nos eventos mexicanos nos Estados Unidos.
Apesar disso, a War não voltou a alcançar o status que tinha antes, tendo Rizzo arrumado as malas em 1983, e, logo em seguida, Harold Brown também partiu. Depois veio "Life Is So Strange", que também foi um grande insucesso.
Então a banda decidiu dedicar-se às turnês e somente às turnês, até que, em 1988, Papa Dee Allen morreu no palco, vítima de um aneurisma cerebral. A coluna vertebral do grupo ficou integrada por Jordan, Hammon, Oskar (que sairia em 1992) e Scott.
Conquanto a War não tenha estabelecido conexão com as novas gerações, o seu som permanece atual, porque muitos intérpretes de hip-hop têm usado as músicas da banda como base para as suas canções (Radio 2; tradução livre do espanhol).
Michael Bloomfield: Lead Guitar, Lead Vocals
Barry Goldberg: Keyboards
Mark Naftalin: Keyboards, Vibes, Marimba, Accordion, Trombone
Roger Troy: Bass, Lead Vocals
George Rains: Drums
Nick Gravenites: Lead Vocals
Músicos adicionais:
Howard Whales: Keyboards
Jimmy Vincent: Rhythm Guitar
John Wilmeth: Trumpet
Mel Graves, Ron Stallings: Tenor Sax
Harry Mann: Alto Sax
Hart McNee: Baritone Sax
Chuck Bennett: Trombone
Joe Bullock, Ollie Griffin, Tommy Tony: Background Vocals
(*) CD lançado em 2009.
Biografia:
A biografia de Mike Bloomfield, que segue, em versão livre do inglês, foi escrita por Jan Mark Wolkin e extraída do site oficial do músico.
Michael Bloomfield Bernard nasceu em 28 de julho de 1943, em Chicago, Illinois, EUA. Um estudante indiferente e autodenominado um pária social, Bloomfield mergulhou no mundo multicultural da música que havia em Chicago na década de 1950.
Ele ganhou sua primeira guitarra aos 13 anos. Inicialmente atraído pelo rock de Elvis Presley e Scotty Moore, Bloomfield logo descobriu o eletrificado blues nativo de Chicago. Com 14 anos, o exuberante prodígio da guitarra começou a visitar os bares de blues no sul de Chicago com o amigo Roy Ruby, em busca de seus novos heróis: músicos como Muddy Waters, Otis Spann, Howling Wolf e Magic Sam. Não contente em assistir as exibições na plateia, Bloomfield era conhecido por pular para o palco, perguntando se podia sentar-se e simultaneamente conectar sua guitarra e começar a tocar os riffs.
Bloomfield foi rapidamente aceito na zona sul, tanto por sua habilidade quanto pela novidade de ser um músico branco jovem tocando numa parte da cidade onde poucos brancos eram avistados. E ele logo descobriu um grupo de boêmios com os quais se identificou. Jovens músicos brancos, como Paul Butterfield, Nick Gravenites, Charlie Musselwhite e Elvin Bishop também estavam procurando seus espaços, como fãs de bluesmen conhecidos, muitos dos quais tinham idade suficiente para ser seus pais.
Além de tocar com as estrelas da vez, Bloomfield começou a procurar os bluesmen mais velhos, tocando e gravando com Sleepy John Estes, Yank Rachell, Little Brother Montgomery e Big Joe Williams, entre outros. A esta altura, ele estava administrando um bar de Chicago de música folk, o Fickle Pickle, e frequentemente contratava velhos tocadores de blues acústico para as sessões de terça-feira à noite. Big Joe Williams celebrou aqueles tempos na canção "Pick A Pickle", com a frase "Você conhece Mike Bloomfield... sempre tratará você bem... venha para o Pickle toda terça à noite". O relacionamento de Bloomfield com Big Joe Williams está documentado em "Me And Big Joe", um curta-metragem comovente, detalhando as aventuras de ambos na estrada.
O trabalho de Bloomfield como guitarrista chamou a atenção de John Hammond Sr., legendário produtor e caça-talentos da CBS, que voou para Chicago e imediatamente o contratou. No entanto, a CBS não sabia exatamente como promover o seu novo artista, recusando-se a lançar qualquer uma das faixas gravadas pela banda de Bloomfield, que incluía o gaitista Charlie Musselwhite.
Com um contrato, mas não muito mais do que isso, Bloomfield voltou a tocar em bares de Chicago até ser abordado por Paul Rothchild, produtor dos álbuns da Paul Butterfield Blues Band. Bloomfield foi recrutado para tocar slide guitar e piano em gravações antigas (mais tarde lançadas como "The Lost Elektra Sessions"), que foram rejeitadas por não captarem fielmente o som da banda. Embora mais competidores do que amigos ("Eu conheci Paul [e eu] tinha medo dele", lembrou Mike), a adição de Bloomfield à Butterfield Band colocou Paul Butterfield ao lado de um músico de igual calibre – Paul e Michael inspiraram-se e desafiaram-se mutuamente, assim como trocavam riffs e ideias musicais, um estabelecendo um padrão e o outro o seguindo, aprimorando-o e entregando-o de volta.
Entre as sessões de gravação com a Butterfield Band, Bloomfield colaborou com Bob Dylan no clássico álbum "Highway 61 Revisited" e apareceu com ele no Newport Folk Music Festival de 1965, quando Dylan chocou o público purista de música folk ao tocar rock and roll eletrificado (nota minha: tenho sérias dúvidas acerca da afirmação; tanto quanto sei, a irritação do público decorreu do fato de Bob Dylan ter usado guitarra elétrica em vez de violão acústico; mas a música, ao que me consta, não era rock and roll [acredito que, naquela época, início da sua carreira, Dylan nem sonhava em tocar rock algum dia]; era folk). Declinando uma oferta de Dylan para participar de sua banda de turnês, Bloomfield e a Butter Band retornaram ao estúdio; com a adição do pianista Mark Naftalin, eles finalmente capturaram seu som ao vivo em vinil.
Os dois primeiros álbuns da Butterfield Blues Band, as sessões com Dylan e as aparições ao vivo como músico da Butterfield Band consolidaram firmemente Bloomfield como um dos guitarristas mais talentosos e influentes da América. O segundo álbum apresentou a composição de Bloomfield, "East-West", que marcou o início de uma era de longas improvisações instrumentais psicodélicas.
Bloomfield deixou a Butterfield Blues Band no início de 1967, ostensivamente para dar ao guitarrista original Elvin Bishop, nas palavras de Mike, "um pouco de espaço". Mas, sem dúvida, ele também estava descontente com a posição de Paul Butterfield como bandleader e ansioso para liderar sua própria banda.
Essa banda, The Electric Flag, incluiu velhos amigos de Bloomfield de Chicago: o organista Barry Goldberg e o cantor e compositor Nick Gravenites, bem como o baixista Harvey Brooks e o baterista Buddy Miles. A banda foi bem recebida em sua estréia oficial no Festival Pop de Monterey, mas rapidamente se desfez, devido às drogas, aos egos e à má gestão.
Bloomfield, cansado da estrada, sofrendo de insônia e desconfortável no papel de astro da guitarra, voltou a São Francisco para compor trilhas sonoras para o cinema, produzir outros artistas e tocar em gravações de estúdio. Uma dessas gravações foi uma jam com o tecladista Al Kooper, que já havia trabalhado com Bloomfield em sessões com Dylan de 1965.
"Super Session", o lançamento dali resultante, com Bloomfield e Stephen Stills repartindo as guitarras, mais uma vez impulsionou Bloomfield para a ribalta. A produção de Kooper e a improvisação natural das gravações capturaram o requintado som de Bloomfield: a execução rápida das notas, o incrível dedilhamento das cordas, o ataque preciso e o seu senso magistral de tensionar e distensionar.
Embora o "Super Session" tenha sido o disco de maior sucesso de sua carreira, Bloomfield o considerou uma fraude, um pretexto para vender mais discos em detrimento de uma busca de rumos musicais. Após um posterior álbum ao vivo, ele se "aposentou" em São Francisco e abaixou sua visibilidade.
Nos anos setenta, Bloomfield fez shows em São Francisco e raramente viajou com a Bloomfield And Friends, um grupo que normalmente era composto por Mark Naftalin e Nick Gravenites. Bloomfield também ajudou ocasionalmente os amigos, emprestando seu nome a projetos de gravações e propostas de negócios, como a infortunada reunião da Electric Flag em 1974 e o álbum da KGB em 1976. Em meados dos anos setenta, Bloomfield gravou vários álbuns, com enfoque no blues mais tradicional, para pequenas gravadoras. Ele também gravou, para a revista Guitar Player, um disco onde ensinava a tocar vários estilos de blues.
No fim dos anos setenta, problemas de saúde e as drogas levaram Bloomfield a um comportamento errático e a faltar aos shows, causando o afastamento de alguns dos seus antigos companheiros. Bloomfield continuou a tocar com outros músicos, incluindo Dave Shorey e Jonathan Cramer. No verão de 1980 ele viajou para a Itália com o violonista clássico Woody Harris e a violoncelista Maggie Edmondson. Em 15 de novembro de 1980, Bloomfield se juntou a Bob Dylan no palco do teatro Warfield, em São Francisco, e fizeram uma jam de "Like A Rolling Stone", a música que eles haviam gravado juntos 15 anos antes.
Michael Bloomfield foi encontrado morto em seu carro, em decorrência de uma overdose de drogas, em São Francisco, Califórnia, no dia 15 de fevereiro de 1981.
Gênero: Blues-Rock, British Blues, Soft Rock, Psychedelic Rock
Faixas:
1. Child Of Mine (Kirwan) 5:28
2. The Ghost (Welch) 4:02
3. Homeward Bound (C. McVie) 3:24
4. Sunny Side Of Heaven (Kirwan) 3:10
5. Bare Trees (Kirwan) 5:04
6. Sentimental Lady (Welch) 4:35
7. Danny's Chant (Kirwan) 3:18
8. Spare Me A Little Of Your Love (C. McVie) 3:47
9. Dust (Kirwan) 2:41
10. Thoughts On A Grey Day (Mrs. Scarrot) 1:42
Créditos:
Danny Kirwan, Bob Welch: Guitar, Vocals
Christine McVie: Keyboards, Vocals
John McVie: Bass Guitar
Mick Fleetwood: Drums, Percussion
(*) CD lançado em 1987.
Resenha: "Bare Trees", da Fleetwood Mac, apresenta uma foto feita por John McVie, ilustrando a capa, e algumas das músicas mais intrigantes e inovadoras da lendária banda britânica. "Sentimental Lady", inquietante música original de Bob Welch, "Spare Me A Little Of Your Love", canção com toque country de Christine McVie, e "Sunny Side Of Heaven", formidável faixa instrumental de autoria de Danny Kirwan, destacam-se em "Bare Trees".
Formada em 1967 pelo guitarrista Peter Green, a formação original da Fleetwood Mac incluía o baterista Mick Fleetwood e o baixista John McVie. Todos os três eram veteranos da Bluesbreakers, de John Mayall. Com o guitarrista e vocalista Jeremy Spencer, eles lançaram seu disco de estreia, homônimo, no início de 1968. Adicionando um terceiro guitarrista, Danny Kirwan, a banda gravou uma série de álbuns aclamados, incluindo "English Rose", "Mr. Wonderful" e "Then Play On", fazendo sucesso com singles como "Albatross" e "Black Magic Woman", antes de Green debandar em meados de 1970.
Para "Kiln House" (1970), o grupo recrutou a cantora Christine Perfect (mais tarde, McVie), ex-Chicken Shack. Pouco depois, Spencer deixou o grupo e foi substituído pelo guitarrista e vocalista americano Bob Welch. Foi essa base – Fleetwood, McVie, Perfect, Kirwan e Welch – que gravou "Future Games", em 1971. Seguiu-se um pacote com os maiores sucesso da banda e, em março de 1972, o grupo lançou "Bare Trees".
Uma produção da Fleetwood Mac, com Martin Birch como engenheiro de som, "Bare Trees" apresenta dez canções compostas por Bob Welch, Christine McVie e Danny Kirwan, com estilos que vão desde as raízes bluseiras do grupo até o mais puro pop, com pitadas de rock progressivo (Encarte do CD; tradução livre do inglês).
13. Don't Let The Blues Take Over Part 1 [Early Demo Version] [Bonus Track] (2:54)
14. In The Early Hours [Witches Wand Single B-Side] [Bonus Track] (3:25)
15. Dark Clouds [Early Demo] [Bonus Track] (2:29)
16. Do You Want My Love? [Unreleased Single B-Side] [Bonus Trackl] (3:03)
17. Break The News Gently [Post LP Line Up Demo] [Bonus Track] (2:46)
18. Don't Let The Blues Take Over Part 2 [Unreleased Single A-Side] [Bonus Track] (2:41)
Músicas de autoria de Michael Bishop, exceto "Happy Children", composta por Michael Bishop e Errol Bradshaw, "Everything", composta por Martin Hall, e "Reminiscing", composta por Vernon Pereira.
Créditos:
Michael Bishop: Guitar, Vocals
Bob Bowman: Guitar, Vocals
John Jeavons: Bass Guitar, Vocals
Errol Bradshaw: Drums, Vocals
(*) LP lançado originalmente em 1971.
Biografia:
Uma banda extremamente obscura e efêmera da cena roqueira do início dos anos 70, a Luv Machine caracterizou-se pelo rock ácido e psicodélico com tendências progressistas, ritmo rústico e uma visão cultural bastante peculiar, mercê do fato de que seus membros fundadores, Michael Bishop (guitarra e vocais), Bob Bowman (guitarra e vocais) e Errol Bradshaw (bateria e vocais), recém haviam saído de Barbados, onde moravam.
O baixista John Jeavons se tornou o único membro inglês da Luv Machine quando Merlin Norville, que empunhava originalmente o instrumento, cansou de viver no Reino Unido e abandonou a banda. Após alguns meses de ensaio, o grupo registrou seu primeiro single, "Witches Wand", no final de 1970, mas as sessões de gravações expandiram-se e resultaram num disco longo, que a Polydor lançou em março de 1971, cuja sonoridade ostentava nítida inspiração em artistas ingleses e americanos da época, tais como Cream, Jimi Hendrix e Valilla Fudge.
Infelizmente, a gravadora não providenciou apoio promocional e financeiro ao grupo, que rapidamente se dissipou, deixando tão-somente o cultuado álbum, reeditado ao longo dos anos, como é exemplo o relançamento de 2006, agora denominado "Turns You On!" (nota minha: o disco primitivo chamava-se "Luv Machine") (Eduardo Rivadavia, AllMusic; tradução livre do inglês).