Ao que parece, Curtis Eller vem recebendo mais atenção pelas bandas de cá ultimamente. O que uma citação por uma pessoa da mídia não faz com sua carreira, hein? Enfim, bom pra ele, que está tendo maior reconhecimento, merecido, diga-se de passagem.
O seu novo disco, lançado no fim do ano passado, segue a mesma linha dos anteriores. Eller empunhando seu banjo e tocando-o com vigor, agora, com mais presença da banda de apoio, e dos backing vocals femininos. Tudo está lá, desde às referências a cultura pop, até o clima circense. Indispensável para quem já era fã, e um ótimo ponto de início pra quem quer conhecê-lo.

Curtis Eller – Wirewalkers & Assassins (2008)
cewa

Scott H. Biram – Rehabilitation Blues

quarta-feira, 11/03/2009

Faz exatamente uma semana que Scott H. Biram quebrou uma perna. Ele, que fazia em turnê pela Europa, estava no sul da França quando em um acidente bobo caiu da van, e quebrou a perna esquerda. Foi levado a um hospital e tiveram que pôr um pino e quatro parafusos na parte inferior da perna. Ele já tinha um pino, na parte superior da perna direita, bem como oito parafusos no joelho esquerdo, uma placa com seis parafusos no braço direito e três parafusos no pé esquerdo. Esses são todos do acidente que vai completar seis anos. Em 25 de março de 2003, Scott vinha dirigindo sua caminhonete pela estrada quando colidiu, a mais de 120km/h, com um caminhão. O resultado do acidente pode ser visto em fotos que o próprio Biram faz questão de estampar no seu site oficial. Mas a tragédia parece que só fortaleceu o músico, que menos de um mês depois, em 11 de maio, subiu ao palco em Austin, no Texas, e, numa numa cadeira de rodas, com um braço e duas pernas quebradas, ele fez um show épico. Em junho ele finalmente deixou o hospital, e enquanto ainda estava em casa se recuperando, gravou este EP, trajando seus pijamas. De lá pra cá ele já lançou mais dois discos, que são alguns dos seus melhores trabalhos, e já tem programado para abril desse ano o lançamento de um novo album. Nos resta esperar, e torcer para que ele se recupere novamente de forma magistral, e continue despejando sua música em nós.
O disco foi gravado em 2003, mas só foi realmente lançado no ano passado. No entanto, estou considerando a data de gravação nesse caso.

Scott H. Biram – Rehabilitation Blues (2003)
shb6cd

Quando eu ouvi esse disco pela primeira vez, já se tornou um dos meus favoritos da banda. Eles continuam fazendo o mesmo tipo de som, um bluegrass que ora soa como uma antiga string-band, mas sem parecer datado, ora soa como uma banda de rock, passando por uma clara influência folk, soando bem dylanesco em alguns momentos. Enfim, é um disco que te prende do começo ao fim, e que eu recomendo, àqueles que ainda não escutaram, baixar imediatamente.

Old Crow Medicine Pusher – Tennessee Pusher (2008)

Ryan Bingham

sábado, 31/01/2009

Ryan Bingham é um cowboy na acepção mais pura da palavra. Nascido em 31 de março de 1981, no sudeste do Novo México, Bingham cresceu trabalhando em fazendas do Texas e competindo em rodeios. Ainda adolescente ele passou a morar sozinho, e, aos 17, aprendeu a tocar com um vizinho mariachi. Ele frequentemente dormia no seu caminhão após noites de competição e, durante suas viagens, ele entretia os amigos tocando violão. Passou a escrever suas próprias letras e a produzir seus próprios discos, lançando, em 2002, o cd Wishbone Saloon. Antes disso, ele lançou um disco chamado Lost Bound Rails, uma raridade, praticamente impossível de ser encontrada. Esse material independente acabou chamando a atenção da gravadora Lone Star Music, que financiou o disco Dead Horses, lançado em 2006. O disco fez um sucesso relevante, levando Bingham a assinar com uma grande gravadora, a Lost Highway Records, e lançar, em 2007, o seu último cd até o momento, o Mescalito. Bingham possui uma voz rouca que, aliada ao som que faz, muitas vezes torna difícil acreditar que se trata de um rapaz de apenas 25 anos.

Wishbone Saloon (2002)
Wishbone Saloon (2002)

Dead Horses (2006)
Dead Horses (2006)

Mescalito (2007)
Mescalito (2007)

The .357 String Band

sábado, 14/06/2008

Depois de dois anos de espera, The .357 String Band lança mais um disco que não dá pra escutar uma vez só. Saída de Milwaukee, Wisconsin, a banda se auto-entitula “amphetamine-fueled streetgrass”, e é uma descrição acurada do tipo de som que eles fazem. Com forte influência punk, tocam um bluegrass acelerado que agrada tanto puristas quanto aqueles em busca de algo novo. Ótima pedida pra quem já ouviu até cansar os discos de Split Lip Rayfield e quer algo do gênero.

Ghost Town (2006)

Fire & Hail (2008)

Mais uma vez o duo de Winscosin, EUA, lança um cd que já está antecipadamente na lista de melhores do ano. Onze hinos do country gótico mais cru que há, com algumas faixas beirando o metal, tamanha a sua intensidade. Os vocais de Lonesome Wyatt estão mais miseráveis do que nunca, e os pianos agora infestam quase todas as músicas, dando um ar ainda mais melancólico ao disco.
Quem já ouviu os discos anteriores, e anseia por mais, aqui está a dose que você precisava. E quem ainda não conhece a dupla mais maldita do country, esse é um ótimo album para começar.

The Plague (2008)

Langhorne Slim – Langhorne Slim

sexta-feira, 30/05/2008

Aproveitando que ainda não organizei nenhum post de um artista novo, vou postar discos de artistas que eu já postei, mas que saíram recentemente. Començando pelo Langhorne Slim.

O disco continua com a sonoridade folk acompanhada da voz extremamente anasalada de Sean Scolnick, e foi lançado em 29 de abril desse ano pela Kemado Records.
Langhorne Slim já foi comparado a lendárias estrelas do folk, como Bob Dylan e Neil Young, esse último por seu vocal peculiar.
Com treze excelente faixas, é um excelente disco, que abre caminho para Scolnick angariar cada vez mais fãs.

Langhorne Slim (2008)

Justin Townes Earle

domingo, 04/05/2008

Justin Townes Earle (1982) é filho de Steve Earle, e recebeu seu segundo nome em homenagem à lenda do Folk Townes Van Zandt, estando assim, destinado a ser músico desde o seu nascimento. Mesmo tendo pouco contato com seu pai durante a infância, ele seguiu um rumo tocando em algumas bandas em Nashville, e algum tempo depois passou a fazer parte da banda de turnê do seu pai, The Dukes. Justin chegou até mesmo a cantar uma música própria num disco ao vivo de Steve Earle, mas foi demitido da banda após se envolver com drogas e chegar a ter cinco overdoses, e em uma delas passou vários dias no hospital, com apenas 21 anos. Depois de se recuperar e largar as drogas e o álcool, ele começou se concentrar em escrever suas músicas, e em 2007 lançou por contra própria Yuma, um EP que foi aclamado pela crítica e lhe valeu um contrato com a Bloodshot, gravadora em que lançaria um ano mais tarde o seu primeiro disco.
Muito tem se falado sobre Justin Townes Earle, e sobre o fato de ele tentar pegar carona no sucesso do seu pai, mas quem escuta os seus discos, ou assiste suas performances, percebe que desde cedo ele tem trilhado o seu próprio caminho, e por enquanto o tem feito com muita competência.

Yuma (2007)

The Good Life (2008)

Possessed By Paul James

sexta-feira, 18/04/2008

Possessed By Paul James é o nome artístico adotado, em homenagem a seu pai e avô, por Konrad Wert, nascido no sul da Flórida, de família amish e menonita. Sendo seu pai um pastor, ele frequentava a igreja e tocava acompanhado de sua mãe, pianista. Ainda jovem, ele largou a igreja e passou a se dedicar a sua própria música. Toda essa mistura de raízes distintas fez com que ele adquirisse uma sonoridade que mesmo sendo derivada da música gospel, blues, folk, bluegrasse e country, não soe com nada já produzido.
Em 2006 assinou com o selo italiano Shake Your Ass Records, e lançou um LP auto-entitulado, com quatorze faixas gravadas ao vivo. Esse ano, lançou seu segundo disco, com dez músicas, pela Voodoo Rhythm.
Wert sobe ao palco munido de uma guitarra, um violão, um banjo, um violino e uma stompbox, e sentado, enquanto toca um dos instrumentos de corda e pisoteia ferozmente a caixa, ele costuma rosnar, latir, e até mesmo cantar (muito bem, diga-se), músicas que podem ser completamente escrachadas, ou possuir uma letra bonita e reflexiva.

Possessed By Paul James (2006)

Cold and Blind (2008)

PS: Como ainda não decidi qual site usar para hospedar os arquivos, estou temporariamente usando o rapidshare.

Chris Knight

quarta-feira, 09/01/2008

Chris Knight (1960) começou a ser interessar por música com apenas três anos, quando pediu uma guitarra de plastico de natal e, ao fazer quinze, começou a tentar tocar músicas de John Prine na guitarra do seu irmão mais velho. A música ficou de lado por alguns anos, enquanto se formava em agricultura na universidade, quando chegou aos vinte e seis, ouviu Steve Earle tocar numa rádio e se interessou por escrever algumas músicas. Passou seis anos aperfeiçoando suas letras, e ganhou um concurso num Café em Nashville, o que acabou fazendo com que ele assinasse com uma gravadora pra lançar o seu disco de estréia, em 98. Knight se sobressaiu dos outros músicos da cena country, em grande parte devido a sua capacidade de escrever letras melancólicas e, ainda assim, extremamente criativas. Depois do seu album de estréia, demorou mais quatro anos até lançar um segundo disco, e depois disso seríamos presenteados com mais três excelentes discos, tendo o último sido lançado no ano passado, com uma pegada mais folk. Claramente influenciado por seus ídolos John Prine e Steve Earle, Chris Knight é o tipo de músico que você deve perder um tempo pra escutar lendo as letras e procurar entender tudo o que ele tenta passar.

Chris Knight (1998)

A Pretty Good Guy (2001)

The Jealous Kind (2003)

Enough Rope (2006)

The Trailer Tapes (2007)