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grécia / turquia / chipre |
anti-fascismo |
comunicado de imprensa
Saturday October 03, 2020 21:11 by Vários organizações anarquistas
Declaração Internacional Na noite de 16/9/2020, em Tessalônica, Grécia, durante uma intervenção social, companheiros/as antifascistas apagavam coletivamente frases e pixações fascistas, escritas alguns dias antes por membros do novo partido neonazista “Gregos pela Pátria” (Έλληνες για την Πατρίδα), fundado por Ilias Karrisiaris, um ex-representante do partido nazi “Aurora Dourada” (Χρυσή Αυγή). As pixações nazi foram substituídas por mensagens antifascistas. Por volta das 22h30, nossos/as companheiros/as foram cercados por um grupo grande de forças policiais, que os/as atacaram sem motivo. Cinquenta e um companheiros/as foram levados sob custódia ao quartel general da polícia de Tessalônica, mantidos de dois a quatro dias sob as mais deploráveis condições. No total, 15 deles/as foram feridos/as e outros/as 2 deram entrada no hospital devido à gravidade dos ferimentos causados pela polícia. Durante a prisão e custódia, os policiais em nenhum momento pararam de provocar e abusar do poder dado a eles pelo Estado, com o objetivo de amedrontar nossos/as companheiros/as. As 51 pessoas presas foram apresentadas ao promotor e ao investigador sob as seguintes acusações ultrajantes e falsas: i) desobediênia, por terem se recusado a tirar fotos e recolher as impressões digitais; ii) violação à paz pública (essa é uma acusação muito comum, feita sempre que alguém está protestando); iii) destruição do patrimônio público, pelas mensagens antifascistas que escreveram para cobrir as frases fascistas. Aparentemente, para a “justiça” burguesa grega, somente o discurso de ódio fascista é permitido nos muros; iv) violação da lei de proteção de antiguidades; v) posse ilegal de armas, porque os antifascistas empunhavam bandeiras anarquistas e usavam capacetes; vi) processo criminal por “dano a monumento”. Essa acusação foi feita pelo curador das antiguidades, que não teve qualquer pudor em apoiar essa mentira obscena, mesmo que os “monumentos” danificado sejam, na verdade, os bancos localizados próximos ao verdadeiro monumento histórico de Tessalônica, a “Torre Branca”. Interessante notar que a construção desses bancos, em 2008, que eram parte do plano de Vasilis Papageorgopoulos (ex-prefeito da cidade e membro do partido agora no poder “Nova Democracia”, libertado da prisão depois de roubar 30 milhões de euros dos cofres públicos) para a recuperação dos negócios da região, foi o que na verdade destruiu a área em torno do monumento histórico da cidade. Sem falar que as frases antifascistas foram facilmente apagadas, nos dias seguintes, pelos trabalhadores da limpeza da prefeitura, obviamente deixando intactas as mensagens fascistas. Esse ataque provocativo contra os membros do movimento antifascista demonstra as verdadeiras cores da opressão capitalista e a tolerância do Estado aos fascistas, alimentados constantemente como sua reserva mais reacionária. Esse ataque opressivo a nossos/as companheiros/as é, para nós, claramente uma provocação aberta do Estado e dos policiais, apenas alguns dias antes da manifestação anual antifascista no aniversário do assassinato de Pavlos Fyssas (músico antifascista do movimento hip hop que foi morto pelos fascistas do Aurora Dourada) e da conclusão do julgamento da organização criminosa neonazi Aurora Dourada, para quem o promotor providenciou aos nazis um tratamento mais favorável. Apesar disso, as manifestações massivas de 18/9/2020 pelo país deixaram uma forte mensagem de resistência e luta contra o Estado, contra os capitalistas, e contra o “Estado profundo” fascista. Em Tessalônica, 3 mil manifestantes encheram as ruas da cidade no ato antifascista. Nós não deixaremos nossos/as companheiros/as ou qualquer membro do movimento anticapitalista e antifascista nas mãos da opressão estatal. Nossa solidariedade aos antifascistas presos em 16 de setembro é irrestrita. É nossa obrigação coletiva criar uma rede segura para defendê-los frente à acusação vingativa do Estado e de seus mecanismos. O apoio político e a solidariedade a nossos/as companheiros/as é parte de nosso dever como membros do movimento antifascista internacional. Como anarquistas e antifascistas, nós permaneceremos junto a eles de toda maneira, seguindo inabalavelmente nossa luta coletiva por emancipação social e de classe e pela justiça proletária.
NÃO À ACUSAÇÃO CRIMINAL CONTRA OS/AS 51 ANTIFASCISTAS QUE FORAM PRESOS/AS EM TESSALÔNICA, GRÉCIA, EM 16/9/2020 |
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