Xenofobia: Um crime silenciado

Um crime silenciado

Edgar Maciel, Gabriela Bazzo e Amanda Mont'Alvão (reportagem), Luciana Sarmento e Diego Iraheta (edição), André Murched (arte)
Jun 20, 2016

O número de casos de xenofobia no Brasil teve um aumento gritante no ano de 2015. O salto foi de 633% em relação ao ano anterior, de acordo com dados da Secretaria Especial de Direitos Humanos. A chegada de novos refugiados ao País em meio a uma crise mundial teria provocado o crescimento da intolerância. A disparada das denúncias não é acompanhada pela Justiça: menos de 1% dos casos viram processos. O medo e o desconhecimento das vítimas tornam a xenofobia um crime silencioso no dia a dia.

Haitiano baleado quer deixar o País: 'Tenho medo de morrer'

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"Haitianos, vocês roubam nossos empregos!". Essa foi a frase que Hudson Prohete, de 28 anos, ouviu antes de ser baleado na frente da Igreja Missão da Paz, em São Paulo. Quase um ano depois, nenhuma suspeito foi encontrado e o processo na Justiça não foi pra frente. Prohete só tem uma certeza: quer ir embora do Brasil o mais rápido possível.

Muçulmana quebra ciclo de xenofobia após preconceito

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Charlyane Silva de Souza é uma brasileira convertida ao islã. Desde que se tornou mulçumana, enfrentou o preconceito contra a sua religião diversas vezes. Na prova da OAB foi proibida de usar seu hijab durante o exame. Na rua, risinhos, olhares e gritos de "mulher bomba". Mas Charlyane aprendeu a não ser silenciada.

ONU: Fechar as fronteiras não resolve o problema

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A cada minuto de 2015, 24 pessoas precisaram fugir. No ano passado, a cada 113 pessoas, uma estava se deslocando de maneira forçada. Pela primeira vez, a organização registra um número superior a 60 milhões de pessoas - homens, mulheres e crianças forçadas a deixar suas casas em razão da guerra ou de perseguições.

Refúgio: Questão de vida ou morte

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Ninguém sabe de nada ainda. Há quem diga que sim, quem diga que não, e quem pense que não havia nada para ser suspenso ou negociado. No entanto, é impossível negar que a notícia de que o governo do presidente interino Michel Temer suspendeu as negociações com a União Europeia para trazer 100 mil refugiados sírios para o Brasil preocupou muita gente.

'O exílio mais se assemelha ao cárcere do que à liberdade'

O relato de uma jornalista cubana exilada no Brasil

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A violência é mais comum que o pão. E, no meio disso, o terrorismo de cada dia, armado ou psicológico, organizado ou não, marginal ou estatal cresce. Sua consequência? A triste realidade do crescente número de pessoas que procura pelo mundo um lugar de refúgio. Pessoas que desejam não existir em um país, mas renascer com direitos que lhes foram tomados em outro.