Gabriele, 17 anos, mora com a mãe e a irmã no Cabo de Santo Agostinho, em Pernambuco. Ela sempre sofreu com as desigualdades e a falta de acesso às oportunidades em sua cidade. Cabo de Santo Agostinho, de acordo com a pesquisa da UNESCO, é a pior cidade para jovens negros, entre 12 e 29 anos, viverem no Brasil. Em 2012, Gabriele começou a participar do nosso programa de apadrinhamento, realizado na região em parceria com o Centro das Mulheres do Cabo. Em seguida, ela se envolveu com um projeto nosso para meninas e jovens, que incentiva o exercício da cidadania. Gabriele se tornou uma líder, compartilhando informações e organizando ações para prevenir a exploração sexual e o uso de drogas por meninas e mulheres jovens em sua comunidade. Acho que todas essas atividades me ajudaram em meu modo de falar, agir, pensar e, de fato, lutar pelos meus direitos. Com o fim do projeto, o desejo de Gabriele de organizar os jovens continuou, e com outros amigos, veio a ideia de criar o FOJUCA (Fórum de Juventudes do Cabo). Eles começaram a se organizar e a se fortalecer, participando de articulações de luta pelos direitos da juventude em sua