Sou humanx, jovem, velhx, pirata, estudante, sem-abrigo, trabalhadorx, fracx, forte, timidx, faladorx… Sou Lisboa, Europa, Mundo. Nasci nesta sociedade que me vê como um número, como uma lista de bens materiais, alguém que tem de jogar um jogo para o qual não me voluntariei e que não quero jogar. Passeio as ruas de Lisboa e vejo as casas abandonadas que a enfeitam, vejo as caixas cartões que uns compram para mudar de casa e outros usam como cama, oiço música e queixumes. Quero viver aqui. Quero poder viver aqui. Mas como o fazer? Deixar de falar de autonomia e ceder ao ciclo vicioso que me leva a estudar, trabalhar e reformar? Tentar alugar um quarto, uma casa? Endividar-me? Não quero. Não quero! Quero poder viver como eu quero.
Quero ser autónomx – quero viver à parte deste sistema que me sufoca e me deprime, este sistema que enche as ruas de publicidade e considera um tag criminoso, que aumenta o ordenado mínimo 50€ e as rendas 200€, despeja pessoas para fazer mais airbnb ou hostels, que queima comida, que não acaba de construir as escolas mas constrói ruas lindíssimas no centro, que planta eucaliptos que queimam todos os anos e a água escassa , que… que… nem sei. Mas sei que não quero viver assim, por isso escolhi viver de forma diferente. Escolhi reciclar, okupar, cantar, não ter patrão, fugir do rebanho. [Read More]