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Aprofunda-se a queda da economia mundial

Por Barry Grey
21 de junho de 2011

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Dois anos e meio depois do crash financeiro de setembro de 2008 e dois anos após o fim oficial da recessão americana, fica claro que nenhum dos problemas fundamentais que levaram a economia mundial a sua maior queda desde a década de 30 foi resolvido. Pelo contrário, sua anêmica recuperação está vacilante, as taxas de crescimento estão desacelerando na maior parte do mundo, e o sistema financeiro está, mais uma vez, cambaleando à beira do abismo.

O novo aumento do desemprego nos EUA, que vem acompanhado de novas quedas nos preços e vendas de imóveis e de uma retração na indústria, é a expressão mais aguda de uma tendência mundial. O último relatório do Banco Mundial, Perspectivas econômicas globais, publicado no dia 7 de junho, prevê um crescimento mais lento para todas as regiões mundiais, com exceção da África subsaariana, para este e para o próximo ano. O banco estima que a economia mundial irá se expandir em apenas 3,2% neste ano, taxa muito inferior à já modesta taxa de 3,8% em 2010.

A economia norte-americana deverá crescer meros 2,6% este ano e permanecer abaixo dos 3% até pelo menos 2013. Seria necessário um crescimento sustentado de ao menos 3% para causar um mínimo impacto na taxa oficial de desemprego americana, que está quase atingindo dois dígitos.

Ainda mais ameaçadora é a projeção de crescimento feita pelo banco para os países em desenvolvimento - China, Índia, Brasil etc. - que deverá cair para 6,3% até 2013, um ponto porcentual abaixo da taxa de 2010. Esses países foram responsáveis por grande parte do crescimento mundial desde a crise financeira nos países avançados.

Essas projeções sombrias não levam em conta os dados de maio, que marcam uma desaceleração do crescimento nos EUA, Europa, Japão, Índia e China.

Nos últimos dias apareceu uma proliferação de avisos de economistas burgueses sobre os perigos de um retorno a um crescimento negativo - uma chamada recessão "double dip" [em W]. Lawrence Summers, que até 2010 foi diretor do Conselho Econômico Nacional do governo Obama, publicou uma coluna do dia 13 de junho no Washington Post e no Financial Times na qual ele avisava que os Estados Unidos está agora "a meio-caminho de uma década econômica perdida". Ele apontou que, entre 2006 e 2011, o crescimento econômico americano teve média menor de 1% ao ano, semelhante àquele do Japão "no período em que sua bolha estourou".

O professor da Universidade de Nova York, Nouriel Roubini, fez um alerta esta semana de uma "tempestade perfeita" de déficits fiscais nos EUA, uma desaceleração na China, defaults nas dívidas europeias e uma estagnação no Japão. A China poderia enfrentar uma "difícil aterrissagem" após 2013, disse, como resultado de seu excesso de capacidade em investimentos fixos e das falências bancárias.

A crise econômica mundial foi precipitada por uma orgia especulativa, na qual os limites entre a esperteza e a trapaça criminosa nas negociações foram claramente apagados. Ainda assim o foco inabalável das políticas governamentais desde o princípio tem sido de proteger a riqueza da aristocracia financeira e, para este fim, os tesouros do Estado foram saqueados para cobrir as dívidas de jogatina dos banqueiros.

Os resgates de trilhões de dólares inauguraram a maior transferência de riqueza de baixo para cima na história humana. Isso aprofundou imensamente as tensões sociais e nos conduziram a uma nova era de levantes revolucionários.

As inquietações iniciais já haviam sido vistas este ano nos levantes revolucionários na Tunísia e no Egito, no aumento da resistência da classe trabalhadora na Grécia e em outros países europeus, e nos protestos de massas em Wisconsin. A burguesia tem sido capaz de pilhar o tesouro público somente graças ao papel traidor dos sindicatos e de seus aliados da "esquerda" pseudossocialista em subestimar e estrangular a oposição da classe trabalhadora.

O brusco aumento no endividamento do Estado resultante dos resgates só fez cair a confiança na solvência a longo prazo dos bancos, uma vez que eles agora são portadores de dezenas de bilhões de dólares em títulos da dívida pública nacional, cujo valor despencou nos últimos tempos.

A resposta universal da burguesia e de seus governos de todas as estirpes - seja conservadora, liberal ou "socialista" - é impor o custo total da crise nas costas da classe trabalhadora. O objetivo não é nada menos do que uma contrarrevolução social - a aniquilação de todos os ganhos conquistados no século passado e a redução da classe trabalhadora a um estado de pobreza e desespero.

Mas, longe de resolver a crise financeira, todos os seus esforços têm apenas aprofundado a mesma. Um ano após ter recebido um empréstimo de 110 bilhões de euros condicionado a medidas de austeridade ferozes, a Grécia mergulhou em uma profunda recessão que fez decair a os ganhos nacionais e intensificar a crise de dívida. Agora, em troca de um novo empréstimo, o governo socialdemocrata está impondo cortes ainda mais profundos , assim como uma liquidação dos ativos fixos do Estado.

Este círculo vicioso, que está sendo reproduzido na Irlanda, Portugal, Espanha e em outros países profundamente endividados, leva inevitavelmente a defaults do Estado e a uma nova crise financeira.

Nenhum banqueiro proeminente foi processado em conexão com o enorme esquema Ponzi que se ergueu sobre a base de hipotecas sub-prime tóxicas e outros ativos duvidosos. Os bancos gigantes não apenas não foram desmantelados ou nacionalizados, como foram autorizados a ampliar seu poder monopolizador. Nenhuma reforma séria foi instituída, permitindo que os bancos retomassem sua incansável especulação e absorvessem lucros recordes, premiando seus executivos com bônus mais altos do que nunca.

O desregulado Mercado de derivativos, que cumpriu um papel central na crise financeira, continua funcionando sem parar. Incontáveis milhões em lucros são feitos em um mercado crescente por meio de credit default swaps [CDS], apostando em defaults[calotes] das dívidas soberanas.

Argumentando contrariamente à reestruturação da dívida grega, Mario Draghi, ex-governador do Banco da Itália, que tem chances de se tornar o próximo presidente do Banco Central Europeu, disse ao Parlamento Europeu na semana passada: "Quem são os possuidores de CDS? Quem assegurou outros contra o default do país? Podemos ter aí uma cadeia de contágio".

A queda nos níveis de vida da classe trabalhadora e a maior concentração de riqueza no topo estão resumidas em um gráfico impressionante que foi publicado pelo Departamento de Trabalho americano, mostrando que a parte da renda nacional que vai aos trabalhadores caiu a uma baixa recorde.

Porção dos trabalhadores na renda nacional Americana

Fonte: Departamento Americano do Trabalho : Escritório de Estatísticas do Trabalho

O gráfico mostra a queda - uma tendência geral iniciada nos anos 80 - acelerada fortemente em 2000. O mais significativo é o fato de a porção dos trabalhadores na renda nacional ter caído ainda mais rápido durante a suposta "recuperação" que se iniciou em junho de 2009 do que durante a recessão oficial.

O que isso revela? Isso demonstra que a crise está sendo sistemática e deliberadamente explorada pela burguesia americana e pelo governo Obama para levarem adiante uma reversão histórica e permanente nas condições de vida da classe trabalhadora.

Os eventos dos últimos 33 meses refutaram todos os argumentos de governos, políticos, especialistas midiáticos, sindicalistas e acadêmicos de que uma solução viável para a crise é possível dentro do capitalismo. Como o Partido da Igualdade Socialista e o Site de Interligação Socialista Internacional explicou desde o pincípio, a crise atual não é apenas uma queda conjuntural, mas uma crise sistêmica do sistema capitalista mundial. No centro da crise encontra-se o declínio profundo e prolongado da posição mundial do capitalismo norte-americano.

O Partido da Igualdade Socialista escreveu em janeiro de 2009, "Um 'realinhamento' da economia mundial - isto é, o estabelecimento de um novo equilíbrio mundial sobre bases capitalistas - só poderá ser atingido por meio de destruição massiva das forças produtivas existentes, uma queda catastrófica dos níveis de vida da classe trabalhadora internacional, e, para que isso se realize, a aniquilação de uma parte substancial da população mundial. Assim, a verdadeira alternativa à desintegração capitalista é a reorganização racional da economia mundial sobre uma base socialista".

Essa perspectiva - e alerta - foi comprovada pelos fatos, assim como o trecho do mesmo documento que trata dos processos inter-relacionados da crise capitalista e do desenvolvimento da militância política da classe trabalhadora e das novas formas de consciência revolucionária. "A questão decisiva é qual desses processos ganhará a batalha", afirma o documento.

As expressões iniciais do novo estágio da luta de classes no Norte da África, Oriente Médio, Europa e América ressaltaram o papel reacionário dos sindicatos, dos partidos da "esquerda" oficial e das organizações de classe média que trabalham para manter a classe operária acorrentada a essas forças contrarrevolucionárias.

Elas destacaram os complexos problemas políticos que se deparam com a classe trabalhadora enquanto esta entra um novo período de luta revolucionário e clarearam a questão central: a crise da direção e as perspectivas dentro da classe trabalhadora. A deterioração da economia mundial irá inevitavelmente alimentar lutas sociais novas e mais amplas, providenciando grandes oportunidades ao movimento revolucionário de lutar pela direção dessas lutas e armá-las de uma perspectiva socialista e internacionalista.

Apenas o Partido da Igualdade Socialista e o Comitê Internacional da Quarta Internacional (1953) são capazes de e determinados a oferecer essa direção. Todos aqueles que veem a necessidade de uma alternativa socialista à pobreza, ditadura e guerra devem tomar a decisão de juntar-se a nós e construir nosso movimento em todos os países.

O autor deste artigo também recomenda:
Perspectives and Tasks of the Socialist Equality Party in 2009

(Traduzido por movimentonn.org)

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