EN
INGLES
Visite el sitio inglés
actualizado a diario
pulsando:
www.wsws.org
Análisis
Actuales
Sobre
el WSWS
Sobre
el CICI
|
|
WSWS : Portuguese
EUA cortam estimativa de crescimento para o segundo semestre
Por Barry Grey
1 de setembro de 2010
Utilice
esta versión para imprimir |
Comunicar-se
com o autor
Publicado originalmente em inglês em 28 de agosto
de 2010.
Nesta sexta-feira, o Departamento de Comércio reduziu
sua estimativa de crescimento econômico dos EUA para o segundo
trimestre de 2010. O departamento revisou para baixo sua estimativa
inicial, publicada em 30 de julho, de um crescimento de 2,4% no
produto interno bruto (PIB) para um número ainda mais pífio
de 1,6%.
A taxa de crescimento de 2,4% já representa uma forte
desaceleração em relação aos trimestres
anteriores. O PIB dos EUA cresceu 5% no quarto trimestre de 2009
e 3,7% no primeiro trimestre deste ano. A taxa de crescimento
de 1,6% está abaixo do mínimo de 2,0-2,5% que os
economistas consideram necessário para evitar um novo aumento
do desemprego.
A estimativa reduzida já era prevista, após uma
bateria de indicadores econômicos refletirem uma contração
acentuada do crescimento econômico. Muitos economistas estão
prevendo agora que a economia dos EUA crescerá em menos
de 2% no restante de 2010, e alguns advertem sobre um "duplo
mergulho" no crescimento negativo. Os economistas da Goldman
Sachs reconheceram nesta semana que as chances de um duplo mergulho
na recessão vão de 25 a 30%.
Apesar dessa dura realidade econômica e de seu resultante
desastre social para dezenas de milhões de norte-americanos,
o governo Obama e o Federal Reserve Board continuam a falar de
uma recuperação econômica, embora
admitam que o seu ritmo é menor do que o previsto. Essa
terminologia é usada para justificar uma política
calculada para manter elevada a taxa de desemprego e, assim, pressionar
os trabalhadores a aceitar cortes salariais e intensificação
do trabalho, e para realizar um aumento permanente da exploração
dos trabalhadores norte-americanos igualando ao nível dos
trabalhadores da China e de outros países chamados de "economias
emergentes".
Em uma coluna publicada na sexta-feira, o economista e colunista
do New York Times Paul Krugman referiu-se a um discurso que seria
entregue naquele dia pelo presidente do Federal Reserve Board,
Ben Bernanke, e disse: "Mas seguramente, nós podemos
prever o que ele e outros funcionários dirão sobre
a nossa situação atual: que a recuperação
econômica continua, embora mais lentamente do que gostaríamos.
Infelizmente, isso não é verdade: isto não
é uma recuperação, em qualquer sentido que
seja.
Ele continuou: "A questão importante é se
o crescimento é rápido o suficiente para reduzir
o alto desemprego. Precisamos de um crescimento de, apenas, aproximadamente
2,5% para manter o desemprego no mesmo nível, e um crescimento
muito mais rápido para trazê-lo de forma significativa
para baixo. No entanto, o crescimento está atualmente entre
1 e 2%, com uma boa chance de que cairá ainda mais nos
próximos meses.
Krugman, um democrata liberal e apoiador de Obama, chama a
atenção para o estado real da economia, enquanto
deixa pouco claro os interesses de classe que são servidos
pelo elevado desemprego e as raízes da crise do emprego
na crise sistêmica do capitalismo.
No seu relatório, o Departamento de Comércio
atribuiu a desaceleração do crescimento, principalmente
a uma aceleração acentuada das importações
e desaceleração acentuada no investimento em estoques
privados. O comércio focou particularmente sobre
o déficit da balança comercial, que disparou 16%
em junho, para quase US$ 50 bilhões, o nível mais
alto em 19 meses. O relatório disse que o déficit
subtrai quase 3,4 pontos percentuais do crescimento no segundo
trimestre, o maior impacto de um desequilíbrio da balança
comercial desde 1947.
O relatório do PIB culminou uma semana de dados econômicos
que confirmam que a pior crise econômica desde a Grande
Depressão continua e, se possível, aprofundará.
Relatórios emitidos nesta terça e quarta-feira sobre
vendas de casas usadas e vendas de casas novas em julho refletiram
um mercado imobiliário que está em queda livre.
As vendas de casas usadas caíram 27,2% desde junho e atingiram
seu nível mais baixo desde 1995. As vendas de casas novas
caíram 12% desde o mês anterior e caíram 32,4%
desde julho de 2009 para seu nível mais baixo desde que
os registros começaram em 1963.
O Departamento de Comércio informou na quarta-feira
que as encomendas de bens duráveis aumentaram a partir
de junho-julho em apenas 0,3%. Os economistas previam um aumento
de 3%. Pedidos centrais, excluindo itens de transportes, caíram
3,8%, o maior declínio desde janeiro de 2009. Pedidos de
maquinário caíram 15% e as de computadores e produtos
eletrônicos também caíram 2,4%.
Na quinta-feira, o Federal Reserve Bank de Kansas City lançou
o seu índice de produção, mostrando uma queda
que vai de 14, em julho, para zero em agosto. O relatório
do índice de emprego caiu em território negativo
e o banco disse que as expectativas para os próximos seis
meses enfraqueceram. Isto se seguiu a um relatório na semana
passada emitido pelo Fed da Filadélfia mostrando um declínio
similar na indústria manufatureira na região do
Atlântico central.
Até os últimos meses, a manufatura foi um ponto
brilhante em relação à economia dos EUA.
Mas, como Michelle Girard, economista do RBS Economics Research,
disse ao Financial Times, "Esses números, sem
dúvida, causarão preocupação de que
o setor manufatureiro está perdendo força rapidamente."
Na quinta-feira, o Ministério do Trabalho liberou sua
pesquisa semanal sobre os pedidos de subsídio de desemprego.
Embora o relatório tenha mostrado a primeira queda em reivindicações
iniciais de desemprego mensal, o total, 473 mil, ficou muito acima
do nível de 400 mil, indicativo de uma economia que está
gerando empregos em um ritmo suficiente para acompanhar o crescimento
da força de trabalho. A média de quatro semanas
de reivindicações, além disso, subiu para
o maior nível desde novembro passado. E o número
de pessoas que usaram os seus benefícios tradicionais e
estão agora recolhendo os de emergência ou benefícios
estendidos saltou 302 mil, para 5,84 milhões, uma medida
de taxa de desemprego de longo prazo que está quebrando
todos os recordes desde 1930.
Este foi o contexto em que o presidente do Federal Reserve,
Bernanke, fez seu aguardado discurso na sexta-feira no simpósio
econômico anual do Fed de Kansas City em Jackson Hole, Wyoming.
Participaram do evento os principais banqueiros e ministros das
finanças de todo o mundo, altos funcionários do
Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial, economistas
de Wall Street, acadêmicos e membros da maioria das decisões
políticas do Comitê Federal de Mercado Aberto do
Fed.
Houve muita especulação que, à luz do
agravamento da situação econômica, Bernanke
vá anunciar novas medidas de estímulo para além
das modestas medidas anunciadas pelo Fed na sua última
reunião política em 10 de agosto. Nessa reunião,
o Comitê Federal de Mercado Aberto disse que o banco central
dos EUA usaria dinheiro de vencimento de títulos lastreados
em hipotecas que detém para comprar notas do Tesouro de
longo prazo, em vez de pagar o balancete expandido do banco.
Esse movimento amplamente simbólico foi feito para reafirmar
aos mercados que o Fed continuaria a injetar crédito barato
no sistema, enquanto não toma nenhuma atitude substancial
para promover a criação de empregos.
No discurso desta sexta-feira, Bernanke repetiu amplamente
a política adotada e a retórica usada anteriormente.
Ele insistiu que a recuperação econômica
continua, enquanto admite que ela prossegue mais lentamente do
que o Fed previu. Ele reiterou que o banco central permanece pronto
para tomar novas medidas, incluindo uma compra mais cara do Tesouro,
caso chegue à conclusão de que a economia está
voltando a um crescimento negativo, mas ele deixou claro que não
há planos imediatos para mudar de rumo.
"Espero que a economia continue a expandir-se no segundo
semestre deste ano, embora a um ritmo relativamente modesto",
declarou, e acrescentou que, apesar do fraco segundo trimestre
"as condições para uma retomada do crescimento
em 2011 parecem manter-se no lugar.
Estas garantias foram bem recebidas em Wall Street. Todos os
principais índices de ações dos EUA fecharam
em forte alta, com o Dow Jones Industrial Average ganhando 164
pontos. A elite empresarial e financeira dos EUA em geral, favorece
a aproximação tanto do Fed quanto do governo Obama,
que busca evitar um retorno ao crescimento negativo, ao utilizar
a crise de emprego para reestruturar permanentemente as relações
de classe nos EUA, em detrimento da classe trabalhadora.
Como um comentarista apontou na sexta-feira no canal de negócios
a cabo CNBC, as corporações dos EUA tiveram maiores
lucros no segundo trimestre do que em qualquer trimestre anterior
na história.
(traduzido por movimentonn.org)
Regresar a la parte superior de la página
Copyright 1998-2012
World Socialist Web Site
All rights reserved |