Milhares de estudantes protestaram contra a demissão
de diretores de duas importantes escolas na cidade de Detroit,
EUA. Tais demissões seriam o primeiro passo para o fechamento
de ao menos 50 escolas, com demissões em massa entre os
professores.
A manifestação ocorreu na segunda-feira, dia
18/05, na região oeste da cidade. Estudantes e pais de
alunos saíram às ruas para protestar contra apolítica
do Secretário de Educação Pública
da cidade, Robert Bobbio.
O Secretário publicizou na última quinta-feira
seus planos para demitir quase 1000 professores, mais alguns funcionários,
como medida drástica para cortar gastos. Tal número
corresponde a cerca de 6% dos funcionários públicos
da cidade.
De acordo com notícia do Detroit News, Bobb (que recebe
US$ 260.000 por ano) "disse que planeja acertar o orçamento
em junho - o que lança o problema da resolução
do déficit de US$ 306 milhões o quanto antes...
será feito através do amplo corte de gastos".
O corte de gastos da cidade, no entanto, não se realizará
por meio do corte de burocratas, parasitas ou corruptos empregados,
mas através da demissão de professores e do fechamento
das escolas. Bobb também busca novas concessões
por parte dos professores. Para tanto, buscará o apoio
do sindicato da categoria. "Outras decisões serão
tomadas, com algumas mudanças no contrato de trabalho sendo
pensadas em conjunto com a Federação de Professores
de Detroit", relatou o jornal.
O sindicato, por sua vez, já organiza um encontro na
próxima terça-feira para preparar os professores
para o acordo.
Detroit, histórica cidade americana, berço da
indústria automobilística mundial - com as "Três
Grandes", Ford, Chrysler e GM - não passa hoje de
uma cidade em ruínas. As muitas fábricas que se
alojaram pela cidade por décadas hoje correm o mundo junto
do capital em busca de mão-de-obra mais barata para a extração
de mais-valia, ou mesmo fecham diante da concorrência. Assistimos
hoje, jundo às demissões e falências de grande
porte, a falência social como um todo, quando escolas começam
a ser fechadas em massa. Tal é o futuro sob o capital.