E a melhor banda de hard rock da atualidade está de volta. E, como sempre, sem deixar a peteca cair. Na verdade, a Rival Sons só melhora com o tempo, em estúdio e nos palcos ao redor do globo, e este 'Hollow Bones' periga monopolizar seu player. Se já após uma primeira audição fica difícil apontar faixas em destaque, sinto informá-los que esta sensação só aumenta com as audições seguintes. É tal o desfilar de riffs matadores e desempenhos impecáveis que escolher entre os 9 itens deste curto -pouco menos de 38 minutos- CD, torna-se um exercício insano. Arrisco-me em indicar 'Hollow Bones, Pt. 2' e a mais bela rock ballad que escutei em, no mínimo, 10 anos, 'All That I Want'. E, na boa, Jay Buchanan confirma-se em definitivo como o melhor gogó da atualidade e já o colocaria, tranquilamente, entre os grandes em todos os tempos.
E os 4 caipiras mais arretados de Minneapolis estão de volta. E em grande estilo, primeiro como um dos precursores do formato 'video album', hoje um tanto em evidência devido ao último -e fraco- trabalho de Beyoncé, com o f-a-n-t-á-s-t-i-c-o 'All In', de finais de 2015, e, mais recentemente, com o EP 'Tax Stomp', tão bom quanto.
E continuam não deixando pedra sobre pedra, o que me faz manter a recomendação ao final de minha resenha de apresentação desta banda, há longos 3 anos e disponível logo abaixo.
Boa sorte com os vizinhos...
Ah, o bom e velho compasso 4/4, tatatataravô de toda a música popular produzida desde sempre e cúmplice direto na gênese de nosso querido rock'n'roll, condenado por ocultação de cadáver do establishment musical erudito e Inimigo Público #1 dos bons costumes. E foi servindo-se deste mote como uma espécie de declaração de princípios que estes 4 desequilibrados de Minneapolis - Gabriel Douglas (vocais/guitarra/bumbo 1), James Gould (guitarra/vocais/bumbo 2), Chris Holme (baixo/bumbo 3) e Mark Larson (bateria/bumbo 4) - decidiram agrupar-se em torno de 4 bumbos (daí surgindo o nome da banda) e o amor a este tempo musical tão comum para uma ode às raízes da música popular norte-americana.
E tudo começou há quase 5 anos quando Douglas encontrou um velho bumbo encostado no teatro em que trabalhava e a velha imagem da música produzida por artistas de rua, e que outrora determinou o enriquecimento da música de seu país, imediatamente lhe acendeu o desejo de recriar aquele arquétipo, agora travestido de contemporaneidade. E não poderiam ter escolhido momento mais feliz, com a ascensão flagrante das raízes country/folk, agora agrupadas sob a denominação de americana. Com estes requisitos, e muita atitude e um texto tão inconformista quanto fora da lei, o sucesso foi, praticamente, imediato e o lançamento do primeiro EP, '4 Songs', ocorreu já no ano seguinte à sua formação.
Com apresentações incendiárias, tomam de assalto um circuito por onde circulam de Lynyrd Skynyrd a Drive By-Truckers, de Willie Nelson a Citizen Cope e '4X4', de 2011 e também lançado em edição limitada dupla em vinil, confirma o happening dedicado à footstompin' music promovido pela The 4onthefloor como um dos grandes eventos da temporada. Ainda no mesmo ano lançariam mais um EP, '...And 4 Riders Approached At Dawn', já com 'Hold', composta na estrada e muito bem recebida nos palcos, surgindo como um tiro nos cornos.
E ainda com a estrada servindo de veículo e sua cidade natal como fonte de inspiração, recém tiraram do forno 'Spirit Of Minneapolis', mais um irresistível convite a valores e hábitos que, de tão básicos, mal os percebemos e sorvimos de maneira adequada. Uma boa dica seria começar por afastar os móveis da sala.