Costuma-se dizer que os norte-americanos não estão entre os grandes polos do prog rock. Críticos mais exaltados, a exemplo do que costumam afirmar da relação entre o samba e São Paulo, classificam aquele país como o túmulo do gênero. No entanto, a internet e sua fabulosa rede de compartilhamento vem demonstrando que este universo ainda carecia de maior aprofundamento, visto que nomes como Captain Beyond (meio britânica, meio estadunidense, mas sediada em LA), Dixie Dregs, Glass Harp, Gypsy, Journey (Mark I), Utopia, Kansas, Starcastle, Crack The Sky, e alguns poucos, gozam de excelente conceito entre progheads. Tudo bem que jamais tenham alcançado a relevância britânica, e mesmo italiana e - vá lá! - germânica, frente aos sempre muito exigentes admiradores do estilo, mas não se pode abrir mão de muitas de suas contribuições. E grande parte está sendo redescoberta, ou mesmo revelada, há muito pouco tempo. Basta ver o entusiasmo com que bandas ilustremente desconhecidas em suas épocas, como Yezda Urfa, Fireballet, Zebra, Happy The Man, Savage Grace, Pavlov's Dog, entre tantas outras, muitas surgidas ainda no início do movimento, são hoje saudadas. E como ignorar que algumas das maiores hoje, tais como The Mars Volta, King's X, Coheed & Cambria, Glass Hammer, Phish, Spock's Beard e Umphrey's McGee, só para citar algumas, vêm da terra do Tio Sam? Além, é claro, da por muitos considerada o maior nome do gênero na atualidade, Dream Theater.
E a nativa de New Jersey, Mirthrandir, encontra-se exatamente na categoria das menos conhecidas do hemisfério norte. Formada em 1973 por seis muito bem dotados músicos - John Vislocki III (vocais/trumpete), Simon Gannett (teclados), Richard Excellente e Alexander Romanelli (guitarras), James Miller (baixo/flautas) e Robert Arace (bateria) - e valendo-se de uma formação um tanto inusitada, dedicaram-se à vertente sinfônica do gênero e angariaram uma boa reputação na região, geralmente mais afeita ao rock mais básico, como o de seus filhos mais famosos Bruce Springsteen e Jon Bon Jovi. Lamentavelmente, gravaram apenas um único álbum, inicialmente conhecido pelo terrível título 'For You The Old Women', em 1976, recheado de excelentes e personalíssimos momentos, e que, com a excelente receptividade das poucas cópias em vinil disponibilizadas digitalmente, justificou um relançamento caprichado pela Syn-phonic, agora apenas autointitulado, e provocou o retorno da banda aos palcos quase 25 anos após sua dissolução.
É papa finíssima para ser degustada do jeito que o gênero pede...totalmente enfumaçado demais e prestando atenção a cada filigrana.
É papa finíssima para ser degustada do jeito que o gênero pede...totalmente enfumaçado demais e prestando atenção a cada filigrana.
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