quinta-feira, 25 de março de 2010

JEFINHO BASEADO-EMOÇÃO & COMOÇÃO (2010)

Resisti o quanto pude mas o desejo de uma vez mais abrir minha humilde residência a Jeff Beck, digo, Deus, por aqui foi mais forte. Como resistir a uma guitarra que grita, chora, mente, ora, dissimula, sussurra, goza, silencia-se, esmurra,...e tudo isso com a mais precisa das dinâmicas e valendo-se de timbres perfeitos e fraseados surpreendentes? Impossível! Com Jeff Beck julgo-me sempre diante de uma verdadeira entidade.
O disco em si, a despeito da bela capa, não tem a excelência de seus mais célebres registros. Mas se pensarmos que este novo trabalho é o tão ansiosamente aguardado registro em estúdio de seu retorno a uma sonoridade mais orgânica, em muito graças a uma cozinha -Tal Wilkenfeld nas 4 cordas e Vinnie Colaiutta esfolando sua Gretsch Signature- demolidora, só temos motivos para comemorações. Sim, porque se dependesse de Jason Rebello -putaquelosparió! que vistes neste herege que o julgais  tão digno de perfilar em seu exército, ó Senhor!-, um dos tecladistas com o estilo mais sem graça que já ouvi, a empastelação seria total. 
É claro que a velha fórmula utilizada para aproximar o cracaço Carlos Santana dos braços do povo foi fartamente utilizada aqui, com a presença da exuberante voz de minha diva máxima Joss Stone em duas faixas arrasadoras -embora nada supere a versão definitiva para 'I Put A Spell On You' pela Creedence Clearwater Revival- e ainda a rockabilly avant-garde irlandesa Imelda May arrebentando em 'Lilac Wine' e a novata e chatinha para dedéu Olivia Safe, mas sem os exageros cometidos pelo chicano.
E o que dizer de 'Hammerhead' e 'Serene'? Se a primeira é uma síntese perfeita de tudo que o espetacular 'Guitar Shop'(89) tinha de melhor, a outra parece saída de um take perdido de 'There & Beck' de 80. E o cara ainda manda a versão acachapante de 'Somewhere Over The Rainbow' com que costuma encerrar seus set-lists nos últimos anos. 
Tá esperando o quê? Baixe, ouça e...corra para adquirir o seu original! O meu já está a caminho!

RS
MU

segunda-feira, 22 de março de 2010

ZÉZINHO BOAPIZZA-ROCHA NEGRA (2010)

Muitos devem pensar que sou uma figura estranha. Senão, como explicar o fato de alguns dos músicos e/ou bandas que mais admiro serem tão pouco vistos por aqui? Em alguns casos, nadica de nada! De Jethro Tull e Jimi Hendrix a The Who e a melhor de todas as melhores de todos os melhores tempos, Led Zeppelin. Os motivos para este, apenas aparente, lapso são vários e seria demasiado cansativo expô-los. Mas é exatamente nessa meiuca que encontra-se este fantástico guitarrista, cujo único trabalho postado por aqui, Bloodline, já remonta a mais de 2 anos e foi gravado na plenitude de seus 15 anos, mas já demonstrando imensa maturidade musical. De lá para cá, o prodígio que encantou B.B. King ainda aos 12 tornou-se o músico mais popular do blues rock contemporâneo -de certa maneira suprindo a ausência do mestre SRV- e, de um estalo, todos passaram a ansiar a cada ano por um novo disco e, consequentemente, a oferta para downloads aumentava de acordo com uma demanda sempre em progressão geométrica.  E assim mantendo o blues mais vivo que nunca em álbuns ora magistrais ('A New Day Yesterday'/2000), ora registrando um momento de transição em sua sonoridade ('You & Me'/2006) mas, invariavelmente, produtos únicos e recheados de pérolas.
Confesso que tenho um carinho muito especial pelo line-up clássico de seu trio, principalmente pela admiração que nutro por Eric Czar, seu primeiro e extraordinário baixista. Com sua saída e a de Kenny Kramme para a entrada do experiente e seguro, mas burocrático, Carmine Rojas e o filho de peixe Jason Bonham, sua sonoridade tornou-se mais densa, arrastada, longe demais do blues e perto demais de lugar nenhum. Com o excelente e quase hard/heavy 'The Ballad Of John Henry' (2008), o jogo começava a ser virado, agora com a entrada de 2 responsáveis pelas baquetas -o veterano Anton Fig e o pupilo Bogie Dowles-, recurso que não é novidade para ninguém desde aquela bandinha dos manos Allman e que, verdade seja dita, se soa muito bem ao vivo -vide o DVD 'Live At The Royal Albert Hall'(2009)-, em estúdio pouco se acrescenta devido às limitações do próprio gênero. Mesmo que a intenção seja aproximar-se um pouco mais do hard -e o conseguiu com méritos de sobra pois trata-se de um belo trabalho-, continuo não vendo necessidade de 4 baquetas. Tudo bem, cada louco com suas manias.
Mas, afinal, por que cargas d'água resolvi disponibilizar este seu último trabalho ainda em vias de ser lançado oficialmente? Como afirmei no primero parágrafo, seria muito chato arrazoar em cima deste assunto mas citarei apenas duas boas razões: o disco é bom demais, talvez devido ao clima das Ilhas Gregas que acrescentou exatas doses de exotismo à sua música, e por, apesar de já estar no meu PC em encodamento 320Kbps e com todos os encartes há uns bons 10 dias, nenhum dos blogs parceiros ainda o disponibilizou. Bem...acho que até a data programada para a postagem, já não será mais nenhuma novidade.

RS
MU

segunda-feira, 15 de março de 2010

JODY GRIND

Essas figuras aí de cima -Tim Hinckley (teclados/vibrafone/vocais), Bernie Holland (guitarras/baixo/vocais) e Pete Gavin (bateria/percussão), a banda em sua segunda formação- tomei contato um tanto tardiamente, ali por volta de 73/74, em uma de minhas visitas poeirentas ao saudoso sebo Bausack. E os conheci apenas pelo seu segundo trabalho, 'Far Canal'(70), que sempre julguei ser filho único de mãe solteira. 
É claro que esta bolacha sempre fez parte de minha lista de prioridades desde o início desta febre de downloads que assolou o mundo e da qual me considero um paciente quase em estado terminal. E já o tenho há um bom tempo -acho que baixei umas 10 versões e encodamentos diferentes ao longo destes mais de 10 anos de cyberspace- mas, para mim, o melhor de tudo foi obter algumas (poucas, é verdade) informações sobre a banda, algo inimaginável à época, e descobrir a existência de um primeiro trabalho, 'One Step On' de apenas um ano antes e um pouco mais na linha psych/proto-prog, gravado com um line-up bem diverso -Hinckley, o real formatador da sonoridade da banda, Ivan Zagni (guitarras) e Barry Wilson (bateria/percussão), além de uma boa mãozinha de Louis Cennamo no baixo e arranjos de sopros a cargo de David Palmer- e hoje considerado 'discoteca básica' do prog.
De minha parte, é natural que guarde um apreço especialíssimo pelo tom mais hard de 'Far Canal' mas, após algumas audições acuradas de 'One Step On',  não há como deixar de reconhecer o merecido status adquirido por este ao longo dos anos.

RS
MU


RS
MU

quinta-feira, 11 de março de 2010

ALO-MAN OF THE WORLD (2010)

E após um breve hiato, um novo disco desta banda que já me é velha conhecida vem à tona. E em plena forma, diga-se de passagem, após o honesto mas apenas mediano 'Roses & Clover' de 2007. Em muito graças ao retorno da veia mais jam da banda. Valeu, Brunão, por ter me alertado de seu lançamento! É bom saber que os amigos, mesmo que (por enquanto) ainda virtuais, já me conhecem de tal maneira a ponto de me enviarem material de bandas que curto muito, ainda que não tão populares. E isso vale para todos!
Se gostarem e quiserem saber mais sobre a banda, dêem uma chegada até aqui. Mas é só para ler mesmo pois os links já babaram. Não precisam se desesperar pois hoje estão bem mais fáceis de encontrar boiando na rede que há 3 anos, época da postagem de 'Fly Between Falls'(2006) aqui no G&B, um  dos primeiros blogs a apostar nessa banda. E o retorno continua sendo muito favorável.

RS
MU

segunda-feira, 8 de março de 2010

RHINOCEROS

Bons tempos aqueles compreendidos pela segunda metade dos 60 quando as gravadoras de todos os portes investiam fortemente em profissionais exclusivamente contratados para descobrir novos talentos. Um destes profissionais, o produtor  e caça-talentos da Elektra, Paul Rothchild, foi mais além e, em parceria com o também produtor Frazier Mohawk, teve a bela ideia de arregimentar os melhores jovens músicos que pudesse encontrar através de exaustivas audições e visitas aos melhores clubs do circuito west coast e formar uma banda de qualidade sem precedentes até aquele momento e que jogasse em um mesmo caldeirão todas as vertentes musicais da época e adicionando um certo tempero west coast psych. E foi assim que chegaram ao line-up definitivo deste supergrupo com John Finley (vocais), Danny Weis e Doug Hastings (guitarras), Alan Gerber e Michael Fonfara (teclados/vocais), Jerry Penrod (baixo) e Billy Mundi (bateria/percussão). Os mais antenados reconhecerão nesta lista ex e futuros integrantes de bandas tão díspares como Iron Butterfly, Checkmates, The Electric Flag, Buffalo Springfield e Mothers Of Invention.
Com esta formação entram em estúdio e, já em 68, registraram uma das melhores estreias que já tive o prazer conhecer. É daqueles discos que poderia, tranquilamente, incluir entre meus "crássicos" pois não saia debaixo da agulha de meu toca-discos ligado a meu primeiro amplificador estéreo (um módulo valvulado para cada canal), ambos construídos por meu saudoso pai. Infelizmente, apesar do pesado aporte financeiro mobilizado, um repertório irrepreensível com petardos do naipe de 'When You Say You're Sorry', 'You're My Girl', 'I Will Serenade You' e 'Apricot Brandy' e de entusiasmadas críticas, 'Rhinoceros' não vendeu o esperado.
O resultado foi já uma primeira alteração na formação com a saída de Penrod para a entrada de Peter Hodgson e o afastamento da dupla Rothchild/Mohawk do projeto já para 'Satin Chickens'(69), um excelente trabalho que passou completamente desapercebido do público, apesar de mais uma enxurrada de boas críticas. Com a receita desandando e mais alterações na formação com as saídas de Gerber e Mundi -substituidos, respectivamente, por Larry Leishman e Duke Edwards-, ainda lançam o canto do cisne 'Better Times Are Comin'' no ano seguinte para, logo em seguida, separar-se.
Os canadenses -todos oriundos da Checkmates- Finley, Fonfara, Hodgson, Weis e Leishman retornaram a seu país e criaram a Blackstone, lançando apenas um  álbum em 71.
Em 2009, a Rhinoceros reuniu-se especialmente para um festival canadense com Bernie LaBarge e Mike Sloski em substituição a, respectivamente, Hastings e Mundi. Será que rola um novo álbum? 

RS
MU


 
RS
MU


  
RS
MU

sexta-feira, 5 de março de 2010

OBRIGADO, MESTRE!

 Heitor Villa-Lobos 
(5/03/1887 - 17/11/1959)

CD 1
CD 2
CD 3

Links cedidos por Il Mondo Classico