Há alguns dias, foi executada uma operação contra peñis* em Ngulumapu** por parte do Estado $hileno, promotores e com o apoio da imprensa burguesa. Na qual com seus noticiários se posicionam do lado dos poderosos. Desta vez, o Poder atacou 7 conhecidos mapuche que lutam pela recuperação da sua cultura, pela sua terra usurpada e pela liberdade. Entre eles estão Hector Llaitul e seu filho, Jaime Huenchullán Cayul, Hector Huencullán, Martin Curiche, Claudio Leiva Rivera, Fidel Tranamil Curiqueo e o companheiro libertário David Cid Aedo***.
Esta operação foi nomeada pela polícia como “Operación Huracán”, em cumplicidade com a imprensa e guiada pela torpe Agencia Nacional de Inteligencia (ANI) e, claro, financiada pelo Estado chileno.
As provas apresentadas são SUPOSTAS conversas periciadas pela polícia onde as pessoas nomeadas anteriormente fizeram uso do bate-papo eletrônico “whatsapp” para organizar atentados incendiários em Wallmapu**** contra máquinas florestais, etc. Claramente após as imagens expostas pela televisão e as mídias de imprensa. Tomando assim força a tese de uma nova montagem (como foram expostos os presos do caso) orquestrado para “deter” as forças Mapuche em guerra.
Anos atrás foi com a “Operación Paciencia” perto do ano de 2002 e 2004, e a “Operación Salamandra” em 14 de agosto de 2010 contra companheirxs Anarquistas (Caso Bombas), todos em cumplicidade: Estado, Imprensa, Promotores e Polícia em Pikun Mapu*****.
Desta vez, as acusações contra os peñis por parte do Estado $hileno são de Associação Ilícita e delitos de caráter terrorista (Lei Antiterrorista), sendo que não existem provas reais que vinculem os 8 detidos aos fatos que eles tentam implicar.
O Estado $hileno, capitalista e usurpador, diz que com estas detenções desmantelaram e pararam a Weichan Auka Mapu (WAM) e a Coordinadora Arauco Malleco (CAM). Grupos ativos que se posicionam na guerra contra o Estado $hileno, as empresas florestais, os empresárioxs que usurpam suas terras sagradas e são protegidos pelas leis burguesas. Grupos que querem dar continuidade à cultura Mapuche, recuperar suas terras que sempre lhes pertenceram e seguem um caminho autônomo para a Liberdade com seu
povo.
A intenção dessa declaração pública é enviar saudações e apoio aos que estão enfrentando hoje, a prisão política por seguirem consequentes na luta pela recuperação de seus territórios. O Estado $hileno pode realizar, mais uma vez, operações contra aqueles que lutam pela terra, os rios, sua cultura e seu povo; podem jurar que pararam a luta, mas se enganaram novamente, a luta continua e mais forte, isso foi demonstrado
nos últimos dias. A guerra não acabou.
O único terrorista é o Estado!
Solidariedade ativa e combativa pelos detidos nesta nova operação!
Weowaiñ pu lamuen weiwaiñ pu peñi!
ENQUANTO EXISTIR MISÉRIA HAVERÁ REBELIÃO!
Algumxs anarquistas do Pikun Mapu.
Outubro, 2017.
(via Contra Info)
*Irmãs/Irmãos em mapudungún
**Território Mapuche, hoje dominada pelo Estado $hileno
***Companheiro libertário foi detido pela polícia em Junín de los Andes, Argentina em 2008 junto aos subversivos Marcelo Villarroel e Freddy Fuentevilla quando estes se mantinham clandestinos depois de serem acusados como responsáveis pelo assalto ao Banco Security e pela do gambé Luís Moyano em 2007. Ele foi expulso para o Chile, acusado e processado por cruzar ilegalmente o território argentino, como encubridor e ajudar os companheiros. Em poucos meses o caso foi encerrado e ele ficou em liberdade. Alguns anos mais tarde, a imprensa o vinculou com a morte do gambé argentino José Aigo em um incidente-enfrentamento em Junín de los Andes, Argentina com membros da FPMR (Frente Patriótico Manuel Rodríguez) e a MIR-EGP (Movimiento de Izquierda Revolucionaria-Ejército Guerrillero de los Pobres) em 2012.
****Nação Mapuche
*****Terras do Norte