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Mercados mundiais caem com aprofundamento da crise na zona do euro

Por Nick Beams
25 de maio de 2010

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Os mercados globais caíram ontem (20 de maio) pelo terceiro dia consecutivo, enquanto cresce a preocupação de que a crise da zona do euro está ameaçando a estabilidade de todo o sistema financeiro internacional.

Um dia de liquidações, começando na Ásia, e fechando com o índice Dow Jones de Wall Street caindo 376 pontos, uma queda de 3,6%, em meio a expectativas de que a queda continuará quando os mercados abrirem hoje. A queda acumulada de três dias em Wall Street é de 825 pontos.

O mercado está se aproximando de níveis atingidos durante o chamado "flash crash" de 6 de maio, quando despencou 1.000 pontos em menos de 20 minutos. Essa queda foi inicialmente atribuída a um erro "de digitação" — dados incorretos que foram digitados em um computador comercial — mas uma investigação da Comissão de Segurança e Intercâmbio não encontrou nenhuma evidência de tal evento.

Segundo um operador financeiro citado pela Reuters: "O motor principal (da queda de Wall Street) está vindo da Europa. Existem ainda receios de uma crise da dívida lá e o fato de que ela poderia se espalhar para o sistema bancário".

O membro do Conselho dos governadores do Banco Central Americano, Dan Tarullo, disse ao Congresso dos EUA que, como resultado da crise da zona do euro os bancos dos EUA poderiam "retirar seus empréstimos, como fizeram durante a disfunção severa do mercado financeiro que se seguiu à falência do Lehman Brothers". Ele observou que 10 grandes bancos dos EUA têm $ 60 bilhões em exposições para os países europeus, um montante igual a 9% do seu capital social de primeiro nível, uma medida-chave da sua solidez financeira.

Com a alta temporária dos mercados proporcionada pelo pacote de resgate da União Européia de € 750 bilhões (US$ 1 trilhão), Tarullo disse que os investidores estavam "conscientes de que este pacote não aliviaria em última análise a necessidade real, e provavelmente dolorosa, de reformas fiscais na região do Euro".

Há temores de que as exigências do governo alemão da chanceler Angela Merkel para impor penalidades severas aos membros da zona do euro que não mantenham fortes restrições fiscais poderão aprofundar as divisões já significativas na união monetária.

Essas divisões se tornaram evidentes na disputa de bastidores que antecederam o anúncio do pacote de salvamento da UE em 10 de maio e veio a público com a decisão unilateral da Alemanha nesta semana de proibir o "naked short selling"— prática em que os bancos e os fundos de derivativos vendem títulos que ainda não possuem ou ainda não tomaram emprestado, na esperança de criar uma queda no mercado a partir da qual eles possam, então, lucrar comprando os títulos que já foram vendidos previamente.

Defendendo esse procedimento em uma entrevista para o Financial Times, o ministro da Economia alemão, Wolfgang Schäuble, disse que enquanto a dívida tiver que ser controlada, também deve ser mais dura a regulamentação dos mercados financeiros. "Estou convencido de que os mercados estão realmente fora de controle. É por isso que precisamos de uma regulamentação eficaz, no sentido de criar um mecanismo de bom funcionamento do mercado", disse ele.

Mais tarde, quando questionado sobre a oposição nos mercados financeiros ao procedimento, Schäuble disse aos repórteres: "Se você quiser drenar um pântano, você não vai pedir às rãs uma avaliação objetiva da situação".

Essas medidas, que, por si só, vão fazer pouco ou nada, pois podem ser facilmente contornadas, só aumentaram a turbulência do mercado, visto que elas também salientaram as divisões entre as potências européias.

Um oficial britânico teria descrito a proibição como "louca". Antes, a ministra da Economia francesa Christine Lagarde disse que o procedimento era "questionável, visto que não houve nenhuma discussão prévia". Ela insistiu que o euro não estava em perigo, apesar das advertências de Merkel de que o euro manteve-se sob ameaça e o pacote de resgate só poderia trazer um alívio temporário.

Os comentários de Merkel sobre os perigos para o euro trouxe uma resposta implacável de outros líderes europeus. O Primeiro-Ministro de Luxemburgo Jean-Claude Juncker, que preside as reuniões dos ministros da Economia da zona do euro, disse: "Na minha opinião, algumas pessoas deveriam pensar melhor antes de falar... às vezes seria melhor manter a boca fechada." Mais tarde, ele insistiu que seus comentários não eram dirigidos a Merkel.

Yves Leterme, o Primeiro-Ministro belga, foi mais direto: "Nós fechamos um acordo para defender o Euro. Não podemos, como fez a Madame Merkel, colocar em questão a sua viabilidade. "

Além de seu impacto sobre os EUA, a crise do euro tem levantado temores na China e no resto da Ásia sobre uma profunda recessão econômica. Qi Zhongyi, o diretor do departamento de informação da Câmara de Comércio da China para a Importação e Exportação de máquinas e produtos eletrônicos, disse ao Financial Times que muitas empresas chinesas sofreram "grandes perdas", devido ao declínio de 14,5% do euro em relação ao renminbi, até agora neste ano. Ele disse que, enquanto uma investigação completa não for realizada, os prejuízos não se limitarão à exportação de máquinas e eletrônicos.

A UE é o maior mercado de exportação da China, representando 19,7%, ou 236 bilhões de dólares das suas exportações no ano passado. A queda acentuada do euro desfaz completamente o plano dos EUA para tentar garantir uma revalorização da moeda chinesa para melhorar a sua própria posição comercial.

Há também temores de que, com o aumento dos cortes, a crise européia afetará severamente os lucros das empresas de matéria-prima que vendem para a China. Tom Albanese, chefe-executivo da gigante da mineração Rio Tinto, disse que teme uma repetição da crise de 2008, quando a apreensão dos mercados de crédito teve um impacto considerável sobre o crescimento da China no quarto trimestre.

Essas preocupações estão refletidas na onda de "venda da Austrália" que devastou os mercados financeiros, levando a uma queda do dólar australiano. A moeda australiana caiu para 82,5 centavos de dólar, comparados com 90 centavos de dólar na semana passada e 93 centavos de dólar no final do mês passado. Visto que suas fortunas estão tão estreitamente ligadas à economia chinesa e sua demanda por matérias-primas industriais, o dólar australiano é muitas vezes considerado um termômetro para o risco. Seu declínio íngreme nos últimos 10 dias é um sinal claro de que os riscos financeiros e econômicos globais estão crescendo rapidamente.

(traduzido por movimentonn.org)

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