Uva

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Ir para: navegação, pesquisa
Disambig grey.svg Nota: Para outros significados, veja Uva (desambiguação).
NoFonti.svg
Esta página ou secção cita fontes confiáveis e independentes, mas que não cobrem todo o conteúdo (desde outubro de 2016). Por favor, adicione mais referências e insira-as corretamente no texto ou no rodapé. Material sem fontes poderá ser removido.
Encontre fontes: Google (notícias, livros e acadêmico)
Como ler uma caixa taxonómicaVideira
Uvas Riesling maduras

Uvas Riesling maduras
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Vitales
Família: Vitaceae
Género: Vitis
L.
Espécies

A uva é o fruto da videira (Vitis sp.), uma planta da família das Vitaceae. É utilizada frequentemente para produzir sumo, doce (geleia), vinho e passas, podendo também ser consumida ao natural.

Entre as espécies de videiras podemos referir:

Videira[editar | editar código-fonte]

A videira, vinha ou parreira é uma trepadeira da família das vitáceas, com tronco retorcido, ramos flexíveis, folhas grandes e repartidas em cinco lóbulos pontiagudos, flores esverdeadas em ramos, e cujo fruto é a uva. Originária da Ásia, a videira é cultivada em todas as regiões de clima temperado.[1]

A videira produz as uvas, fruto de cujo suco se produz o vinho.

O cultivo da videira para a produção de vinho é uma das atividades mais antigas da civilização. Evidências indicam o cultivo da videira para a produção de vinho na região do Egito e da Ásia Menor durante o período neolítico, ao mesmo tempo em que a humanidade, instalada em colônias permanentes, começou a cultivar alimentos e criar gado, além de produzir cerâmica.

História[editar | editar código-fonte]

O cultivo da uva começou cerca de 6.000 a 8.000 anos atrás, no Oriente Médio.[2] A levedura, um dos primeiros microorganismos conhecidos pelo homem, ocorre naturalmente na casca das uvas, levando a produção de bebidas alcoólicas, como o vinho. Os primeiros vestígios de vinho tinto são vistos na Armênia antiga, onde foi encontrada a adega mais antiga do mundo, datando de cerca de 4.000 a.C.. Por volta do Século IX, a cidade de Xiraz era conhecido por produzir um dos melhores vinhos do Oriente Médio. Assim, tem sido proposto que o nome do vinho tinto de Syrah possui origens em Xiraz, uma cidade na Pérsia, onde a uva foi usada para fazer vinho Shirazi. Hieróglifos no Antigo Egito recordam o cultivo de uvas, e a história atesta também que povos antigos da Grécia, Fenícia e Roma também cultivavam uvas para a alimentação e produção de vinho. Mais tarde, o cultivo de uvas se espalhou pela Europa, norte da África e, finalmente, América do Norte. Uvas pertencentes ao gênero Vitis proliferaram naturalmente nas selvas da América do Norte, e foram parte da dieta de muitos nativos americanos, mas foram considerados pelos colonizadores europeus como impróprio para a produção de vinho.

Brasil[editar | editar código-fonte]

No Brasil o cultivo da videira começou em 1535, na Capitania de São Vicente trazida pelos portugueses. A imigração italiana em São Paulo e na Região Sul do Brasil no final do século XIX deu um grande impulso à cultura. São Paulo, Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Pernambuco e Bahia são grandes produtores. As melhores épocas de produção variam com as características climáticas de cada região.

No Entreposto Terminal de São Paulo da CEAGESP predominam as uvas originárias do estado de São Paulo das regiões de Botucatu, Campinas, Itapetininga e Sorocaba, no período de novembro a março, e de Dracena e Jales de julho a novembro. O Estado do Paraná é o maior fornecedor nacional de julho a novembro, uma janela de mercado onde entram poucos fornecedores. O Nordeste do Brasil concentra a sua oferta de agosto a dezembro.

A uva é uma das frutas mais exportadas e também uma das mais importadas pelo Brasil. Uvas chilenas, americanas, argentinas têm no Brasil um mercado cada vez maior. A Câmara Setorial de Frutas, órgão da Secretaria da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo apresenta as normas de Classificação da Uva (Vitis vinifera L.).

Características[editar | editar código-fonte]

As uvas crescem em cachos de 15 a 300 frutos, e podem ser vermelhas, pretas, azul-escuras, amarelas, verdes, laranjas e rosas. "Uvas brancas" são naturalmente de cor verde, e são evolutivamente derivados da uva roxa. Mutações em dois genes reguladores de uvas brancas desativam a produção de antocianinas, que são responsáveis ​​pela cor púrpura das uvas.[3] As antocianinas e outros polifenóis são responsáveis ​​pelo vários tons, que variam de roxo a vermelho.[4][5]

Os frutos também podem ser usados ​​na fabricação de vários produtos, como geleias, sucos, sorvetes e refrigerantes, e sua casca pode ser usada para fabricar panetone.[6]

Significado religioso[editar | editar código-fonte]

Na Bíblia, as uvas são mencionadas pela primeira vez quando Noé cultiva-os em sua fazenda (Gênesis 9:20-21). Referências sobre o vinho são feitas no livro de Provérbios (20:1) e no livro de Isaías (5:1-25). Deuteronômio (18:3-5, 14:22-27, 16:13-15) relata o uso do vinho durante festas judaicas. Uvas também foram significativas para ambos gregos e romanos, e seu deus da agricultura, Dionísio, estava ligado às uvas e do vinho, sendo freqüentemente retratado com folhas de uva em sua cabeça.[7] As uvas são especialmente simbólicas para os cristãos, que desde o início da Igreja faz o uso do vinho na celebração da Eucaristia.[8] Pontos de vista sobre o significado do vinho variam entre denominações. Na arte cristã, muitas vezes as uvas representam o sangue de Cristo.

Lista de variedades de uva[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Vitis vinifera

Além da classificação científica, as uvas são classificadas quanto ao destino da produção, se são de mesa ou para vinicultura, recebendo nomes próprios:[9]

Galeria[editar | editar código-fonte]


Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Teresinha Costa Silveira de Albuquerque; Bárbara França Dantas. «Cultivo da Videira». Embrapa. Consultado em 21 de janeiro de 2012. 
  2. Patrice This, Thierry Lacombe, Mark R. Thomash. «Historical Origins and Genetic Diversity of Wine Grapes» (PDF). Trends in Genetics [S.l.: s.n.] 22 (8). 
  3. Walker AR, Lee E, Bogs J, McDavid DA, Thomas MR, Robinson SP, AR (2007). «White grapes arose through the mutation of two similar and adjacent regulatory genes». Plant J [S.l.: s.n.] 49 (5): 772–85. doi:10.1111/j.1365-313X.2006.02997.x. ISSN 0960-7412. PMID 17316172.  |nome2= sem |sobrenome2= em Authors list (Ajuda); |nome3= sem |sobrenome3= em Authors list (Ajuda); |nome4= sem |sobrenome4= em Authors list (Ajuda); |nome5= sem |sobrenome5= em Authors list (Ajuda); |nome6= sem |sobrenome6= em Authors list (Ajuda)
  4. Waterhouse AL, AL (2002). «Wine phenolics». Ann. N. Y. Acad. Sci. [S.l.: s.n.] 957: 21–36. doi:10.1111/j.1749-6632.2002.tb02903.x. ISSN 0077-8923. PMID 12074959. 
  5. Brouillard R, Chassaing S, Fougerousse A, R (2003). «Why are grape/fresh wine anthocyanins so simple and why is it that red wine color lasts so long?». Phytochemistry [S.l.: s.n.] 64 (7): 1179–86. doi:10.1016/S0031-9422(03)00518-1. ISSN 0031-9422. PMID 14599515.  |nome2= sem |sobrenome2= em Authors list (Ajuda); |nome3= sem |sobrenome3= em Authors list (Ajuda)
  6. «Uva». Brasil Escola. Consultado em 21 de janeiro de 2011. 
  7. Garden Guides
  8. Justin Martyr, First Apology, "Chapter LXV. Administration of the sacraments" e "Chapter LXVII. Weekly worship of the Christians".
  9. «Tipos de uvas». Vinhos Net. Consultado em 21 de janeiro de 2012. 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

O Commons possui uma categoria contendo imagens e outros ficheiros sobre Uva

Alimentos  |  Lista de frutas  |  Lista de vegetais