Madagáscar

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République de Madagascar (francês)
Repoblikan'i Madagasikara (malgaxe)

República de Madagáscar / Madagascar
Bandeira de Madagáscar
Brasão de armas de Madagáscar
Bandeira Brasão de armas
Lema: "Tanindrazana, Fahafahana, Fandrosoana " ("Pátria, Liberdade, Progresso")
Hino nacional: "Ry Tanindrazanay malala ô!"
("Ó Nossa Pátria Amada!")
Gentílico: madagascarense, malgaxe[1]

Localização  República de Madagáscar

Capital Antananarivo
18° 55' S 47° 31' E
Cidade mais populosa Antananarivo
Língua oficial Malgaxe, Francês
Governo República semipresidencialista
 - Presidente Hery Rajaonarimampianina
 - Primeiro-ministro Olivier Mahafaly Solonandrasana
Independência da França 
 - Data 26 de junho de 1960 
Área  
 - Total 587 041 km² (44.º)
 - Água (%) 0,13
 Fronteira não possui fronteiras terrestres; os vizinhos mais próximos são as Seicheles (N), Moçambique (W) e Comores (NW), além de diversas possessões francesas na região.
População  
 - Estimativa para 2014[2] 22 434 363 hab. (56.º)
 - Densidade 30 hab./km² (150.º)
PIB (base PPC) Estimativa de 2014
 - Total US$ 33,642 bilhões*[3] 
 - Per capita US$ 1 429[3] 
PIB (nominal) Estimativa de 2014
 - Total US$ 11,188 bilhões*[3] 
 - Per capita US$ 475[3] 
IDH (2014) 0,510 (154.º) – baixo[4]
Gini (2001) 47,5[5]
Moeda Ariary (MGA)
Fuso horário (UTC+3)
 - Verão (DST) não observado (UTC+3)
Clima Tropical e semiárido
Org. internacionais ONU, UA, SADC, COMESA, Francofonia
Cód. ISO MDG
Cód. Internet .mg
Cód. telef. +261
Website governamental http://www.madagascar
.gov.mg/

Mapa  República de Madagáscar

Madagáscar (português europeu) ou Madagascar (português brasileiro), oficialmente República de Madagáscar[6]/Madagascar[7] (malgaxe: Repoblikan'i Madagasikara; francês: République de Madagascar), anteriormente conhecida como República Malgaxe, é um país insular no Oceano Índico, que ocupa a maior ilha do continente africano, situada ao largo da costa sudeste da África.

Ademais da ilha de Madagascar (a maior ilha da África e a quarta maior do mundo), o país compreende numerosas ilhas periféricas menores. Após o desmembramento pré-histórico do supercontinente Gondwana, Madagascar se separou da Índia cerca de 88 milhões de anos atrás, permitindo que plantas e animais nativos evoluíssem em relativo isolamento. Consequentemente, Madagascar é um hotspot de biodiversidade; mais de 90 por cento de sua vida selvagem não é encontrada em nenhum outro lugar na Terra. Diversos ecossistemas da ilha estão ameaçados pelo avanço do rápido crescimento da população humana, bem como pelo recém-descoberto sapo-cururu que, segundo os pesquisadores, "poderia causar estragos na biodiversidade única de Madagascar".[8]

O assentamento humano inicial de Madagascar ocorreu entre 350 a.C. e 550 d.C. por povos austronésios que chegaram em canoas de Bornéu. A estes juntaram-se, em torno de 1000 d.C., imigrantes bantos que cruzaram o Canal de Moçambique. Outros grupos continuaram a se estabelecer em Madagascar ao longo do tempo, cada um fazendo contribuições duradouras para a vida cultural malgaxe. O grupo étnico malgaxe é frequentemente dividido em dezoito ou mais subgrupos dos quais o maior é o merina do planalto central. 

Até o final do século XVIII, a ilha de Madagascar foi governada por uma variedade fragmentada de alianças sociopolíticas. A partir do início do século XIX, a maior parte da ilha foi unida e governada como Reino de Madagascar por uma série de nobres de Merina. A monarquia entrou em colapso em 1897, quando a ilha foi absorvida pelo império colonial francês, do qual a ilha se tornou independente em 1960. O estado autônomo de Madagascar desde então passou por quatro grandes períodos constitucionais, denominados repúblicas. Desde 1992, o país foi oficialmente governado como uma democracia constitucional a partir de sua capital em Antananarivo. No entanto, em um levante popular em 2009, o último presidente eleito Marc Ravalomanana foi demitido e o poder presidencial foi transferido em março de 2009 para Andry Rajoelina, em um movimento amplamente visto pela comunidade internacional como um golpe de Estado

Em 2012, a população de Madagascar foi estimada em pouco mais de 22 milhões, 90 por cento dos quais vivem com menos de dois dólares por dia. Malgaxe e francês são ambas línguas oficiais do Estado. A maioria da população segue crenças tradicionais, o cristianismo, ou uma fusão de ambos. Ecoturismo e agricultura, emparelhados com maiores investimentos em educação, saúde e iniciativa privada, são elementos-chave da estratégia de desenvolvimento de Madagáscar. Sob Ravalomanana esses investimentos produziram um crescimento econômico substancial, mas os benefícios não foram uniformemente distribuídos a toda a população, produzindo tensões sobre o aumento do custo de vida e declínio do nível de vida entre os pobres e alguns segmentos da classe média.

Topónimos[editar | editar código-fonte]

Madagáscar era o nome que o André Filipe Passos Jerónimo deu à ilha (1502) e deriva do latim medieval: era o nome de uma ilha imaginária na região por volta de 1500 que identificou a Madagáscar atual. Por sua vez, o nome latino, derivado de "Madeigascar" (também Madagosho, Madagascar), era o nome de um reino insular Africano mencionado por Marco Polo em seu livro (século XIII).[9]

História[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: História de Madagáscar

Primeiros habitantes, penetração europeia e período merina[editar | editar código-fonte]

A população que vive em Madagascar resulta da mistura de malaio-indonésios que chegaram à ilha no primeiro milênio da era cristã com os habitantes que se originaram da região entre a África e a Península Arábica. No século XII, foram estabelecidos em seu litoral os comerciantes que vieram da Arábia. O primeiro descobridor europeu da ilha foi o português Diogo Dias, em 1500. No século XVI, diversos portugueses, neerlandeses e franceses tentaram a implantação fracassada de colônias no litoral malgaxe. No século XVII, um núcleo no norte da ilha foi estabelecido com sucesso pela França, mas o poder monárquico dos hovas limitou a esfera de influência francesa no planalto central. Nesse mesmo século e no princípio do XVIII, Madagascar foi ponto de frequência de piratas como John Avery, o capitão Misson e William Kidd.[10]

A constituição dos vastos reinos malgaxes foi favorecida pelo comércio de escravos e armas. O de Merina, que o rei Andrianampoinimerina (1787-1810) unificou, foi transformado no reino dominante. O filho daquele soberano, Radama I (1810-1828), teve sucesso ao ser ajudado pelos britânicos que administravam as ilhas Maurício e controlou ele mesmo a maioria do território insular de Madagascar. No início da década de 1860, o reino foi aberto por Radama II aos europeus e em especial a uma companhia comercial com sede na França, a que tratou privilegiadamente. Em 1868, o controle do litoral noroeste foi cedido pelo reino de Merina aos franceses.[10]

Colonização e independência[editar | editar código-fonte]

Em 1890, o Reino Unido foi o reconhecedor do protetorado francês de Madagascar: mas, o domínio colonial não se efetivou até 1895, ano em que a França teve sucesso na derrota do exército que defendia o reino de Merina. O primeiro governador francês, general Joseph-Simon Gallieni, foi o autor da abolição da escravatura e em 1897 responsável pela expulsão da rainha Ranavalona III para a ilha de Reunião. Após a Segunda Guerra Mundial, a ilha de Madagascar foi elevada à categoria de território ultramarino da França, sendo bem representada no parlamento da metrópole. Em 1958 teve sua autonomia adquirida dentro da Comunidade Francesa e dois anos depois foi declarada sua independência com o nome de República Malgaxe. Na década de 1970, as relações com a França foram deterioradas e os malgaxes se revoltaram contra os imigrantes vindos das ilhas Comores. A maioria dos imigrantes morreu e os que sobreviveram foram expulsos.[10]

Ditadura militar[editar | editar código-fonte]

Em 1975 foi instituída a segunda república e publicou-se o Estatuto da Revolução Socialista Malgaxe, que os malgaxes chamam de Livreto Vermelho. No final do ano, os malgaxes elegeram como presidente Didier Ratsiraka, que ficou poder por mais de 15 anos: em 1982, depois de várias crises nacionais, foram afastados os ministros que eram contra a causa socialista e destituído de seus cargos o líder da oposição, Monja Jaona. Foram sucedidos vários primeiros-ministros, houve frequência de conflitos e, no período entre 1989 e 1990, Ratsiraka, presidente pela terceira vez, foi responsável pela nomeação de ministros de oposição, pela promoção de reformas políticas de restabelecimento do pluripartidarismo. Pela constituição de 1992, foi proibida sua reeleição. Foram realizadas eleições presidenciais, que o oposicionista Albert Zafy venceu. Como a justiça acusou o presidente recém-eleito de desrespeito à constituição, Zafy destituiu-se da presidência em 1996. As eleições daquele ano foi vencidas por Ratsiraka. Em 1998, o referendo popular realizou modificações na constituição, sendo o país transformado numa federação.[10]

Década de 2000[editar | editar código-fonte]

Nas eleições presidenciais de 2001, a tentativa de Ratsiraka foi a forja do resultado a seu favor. Depois da violência ocorrida nos protestos, houve a fuga de Ratsiraka do país. O candidato oposicionista, Marc Ravalomanana declarou-se eleito. Os malgaxes elegeram Ravalomanana no ano seguinte. Em abril de 2007, um referendo realizou a ampliação do poder presidencial e a anulação da autonomia das províncias. Ravalomanana foi responsável pela antecipação das eleições legislativas para setembro − no seu partido Eu Amo Madagascar (TIM) foram obtidos 105 assentos.[10]

Nos primeiros dias de 2009, Ravalomanana confrontou com o prefeito de Antananarivo e milionário das comunicações, Andry Rajoelina e decretou o fechamento de sua emissora de televisão. Rajoelina foi simpático com a população, que não se satisfez com o fato de os alimentos ficarem muito caros e com o fato de Ravalomana decidir o arrendamento das terras cultiváveis da ilha a um grupo empresarial com sede na Coreia do Sul, sem beneficiar nada diretamente ao país. Rajoelina foi líder de uma onda de protestos, que provocou a morte de dezenas de pessoas. O exército o deu apoio, obrigando à força que Ravalomanana renunciasse. Rajoelina tomou posse da presidência e dissolveu o parlamento.[10]

Como as grandes potências capitalistas revoltaram-se com o golpe, a ajuda a Madagascar foi cortada pelos Estados Unidos e a União Europeia. A União Africana (UA) determinou a exclusão do país do bloco, fazendo com que Madagascar ficasse cada vez mais isolado diplomaticamente.[10]

Em novembro de 2010, o índice de aprovação dos eleitores para a nova constituição foi de 74%, o que significou a garantia do cargo a Rajoelina até ser eleito um novo presidente e a criação de um parlamento de transição.[10]

Década de 2010[editar | editar código-fonte]

Em setembro de 2011, a Comunidade para o Desenvolvimento do Sul da África (SADC) serviu como intermediadora das eleições presidenciais realizadas em um ano. Como parte do que foi acertado, seria possível que Ravalomanana voltasse do exílio na África do Sul. Mas Rajoelina não deixou que Ravalomanana retornasse em janeiro de 2012.[10]

Em fevereiro e em março de 2012, dois ciclones provocaram a morte de 100 pessoas e o número de sobreviventes era de 300 mil desabrigados no leste da ilha.[11][12]

Em julho, Rajoelina e Ravalomanana tiveram reunião nas Seicheles com o presidente da África do Sul Jacob Zuma, servindo este último como mediador. No mês seguinte, as eleições para os poderes executivo e legislativo foram anunciadas pelo governo para maio de 2013.[10]

Em janeiro de 2013, Rajoelina e Ravalomanana em entraram em acordo para evitar a concorrência à Presidência de Madagascar. Na eleição de dezembro, o candidato Hery Rajaonarimampianina, sob indicação de Rajoelina, foi eleito por 53,5% da maioria absoluta dos votos contra 46,5% do seu adversário Jean Louis Robinson, que teve o apoio de Ravalomanana. O novo presidente Rajaonarimampianina tomou posse em 25 de janeiro de 2014.[10]

Geografia[editar | editar código-fonte]

Imagem de satélite de Madagáscar.

A República de Madagascar compreende a Ilha do mesmo nome e algumas ilhas próximas. Está situado ao largo da costa de Moçambique, da qual está separado pelo Canal de Moçambique. Os vizinhos mais próximos de Madagáscar são a possessão francesa de Mayotte, a noroeste, a possessão francesa da Reunião, a leste, e as suas dependências Ilhas Gloriosas (noroeste), Ilha de João da Nova (oeste), Bassas da Índia e Ilha Europa (sudoeste) e Tromelin (leste), as Comores a noroeste e as Seicheles ao norte.[13]

Geograficamente, é possível dividir Madagascar em três zonas paralelas longitudinais no sentido norte-sul: o planalto central, a estreita faixa litorânea do leste e a zona de mesetas e planícies do oeste. O planalto central, que se localiza numa altitude que varia de 800 e 1.400 metros acima do nível do mar, é responsável pela cobertura de mais de 60% da área do país. Essa unidade geomorfológica é considerada uma elevação íngreme desde a faixa litorânea do leste e faz a descida suave acima da amplitude das planícies localizadas a oeste. O ponto mais alto é o pico Maromokotro, com 2 876 metros de altitude, no maciço Tsaratanana.[13]

Devido à localização geográfica da maior parte da ilha ao norte do Trópico de Capricórnio, o clima de Madagascar é tropical. O clima tropical ocorre nas costas noroeste e leste, mas a altitude proporciona mais amenidade ao clima que ocorre no planalto central. O clima no sul é de aridez extrema e na costa oeste, de calor e umidade. Os ciclones vindos do Oceano Índico são causadores de clima chuvoso e de inundações diárias. Os rios que correm na vertente leste são curtos e torrenciais (Mandrare e Mananara), enquanto os que correm na vertente do oeste têm mais comprimento e volume (Onilahy e Mangoky).[13]

A vegetação predominante de Madagascar é de savana, porque o homem destruiu parcialmente as matas originais. A fauna do pouco que resta das florestas é preciosamente singular: Madagascar e as ilhas Comores são os únicos pontos da Terra onde há sobrevivência de lêmures, pequenos e belos animais que pertencem à ordem dos primatas. Ainda são existentes em Madagascar mais de quarenta espécies de primatas.[13]

Política[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Política de Madagáscar

Madagáscar é uma república semipresidencialista. O principal partido político do país é a Associação pelo Renascimento de Madagáscar (Arema). O líder do partido é Fanilo. O país segue a constituição de 1992. Em meados de 2000, foi constituído um senado no país. Madagáscar tem uma Assembleia Nacional com 150 membros eleitos por voto direto, com mandato de cinco anos.

Demografia[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Demografia de Madagáscar
Uma menina em uma vila de Madagáscar.

No ano de 2007, Madagáscar tinha uma população estimada em 19 448 000 habitantes. A expectativa de vida é de 62 anos. O número médio de filhos por mulher é de 5,24. 68,9% da população é alfabetizada.

A população malgaxe é predominantemente uma mistura de malaio e africano. Pesquisas recentes sugerem que a ilha era desabitada até à chegada de navegantes malaios, cerca do primeiro século da nossa era, pelo sul da Índia e da África Oriental, onde adquiriram esposas e escravos africanos. Migrações subsequentes da Ásia e África consolidaram esta mistura original, e 18 diferentes grupos tribais surgiram. Os malaios são os traços mais comuns em pessoas que vivem na parte central da ilha, os "merina" (3 milhões) e "betsileo" (2 milhões). Os habitantes da costa são de origem africana.

Os maiores grupos costeiros são os betsimisaraka (1,5 milhões) e os grupos tsimihety e sakalava (700 000 pessoas cada um).

A maioria da população segue práticas religiosas tradicionais, as quais enfatizam as ligações entre a vida e a morte, acreditando que a morte une os seus antepassados em uma faixa de divindade e que os antepassados estão muito interessados no destino de seus descendentes vivos. Esta comunhão espiritual é celebrada pelos merinas e pelos betsileos praticando famadihana ou a "volta dos mortos". Neste ritual, os restos mortais de parentes são retirados do túmulo da família, embrulhados em mortalhas de seda novas e recolocados no túmulo, na sequência de uma cerimônia festiva em sua homenagem.

Cidades mais populosas[editar | editar código-fonte]

Línguas[editar | editar código-fonte]

A língua malgaxe é de origem malaio-polinésia e geralmente é falada em toda a ilha. Os numerosos dialetos de malgaxe, que geralmente são mutuamente inteligíveis,[14] podem ser agrupados sob um dos dois sub-grupos: Malgaxe oriental, falada ao longo das florestas e montanhas do leste, incluindo o dialeto Merina de Antananarivo; e Malgaxe ocidental, falado através das planícies costeiras ocidentais.[14] O francês tornou-se a língua oficial durante o período colonial, quando Madagáscar esteve sob a autoridade da França. Na primeira Constituição nacional de 1958, o malgaxe e o francês foram nomeados as línguas oficiais da República Malgaxe. Madagáscar é um país francófono, e o francês é falado como segunda língua entre a população e usado para a comunicação internacional.

Não há línguas oficiais registradas na Constituição de 1992, embora o malgaxe tenha sido identificado como o idioma nacional. No entanto, muitas fontes ainda alegam que o malgaxe e o francês eram línguas oficiais, o que levou um cidadão a iniciar um processo judicial contra o Estado em abril de 2000, com o fundamento de que a publicação de documentos oficiais, na língua francesa era inconstitucional. O Tribunal Constitucional observou em sua decisão que, na ausência de uma lei que trate sobre o tema, o francês ainda tinha o caráter de uma língua oficial.[15] Na Constituição de 2007, o malgaxe continuou sendo a língua nacional, enquanto línguas oficiais foram reintroduzidas: malgaxe, francês e inglês.[16] O inglês foi removido como língua oficial a partir da constituição aprovada pelos eleitores no referendo de novembro de 2010. O resultado do referendo, e as suas consequências para a política oficial e ao idioma nacional, não são reconhecidos pela oposição política ou pela comunidade internacional, que citam a falta de transparência e inclusão na organização da eleição pela Alta Autoridade de Transição.[17]

Subdivisões[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Subdivisões de Madagáscar
Províncias de Madagáscar.

Madagáscar divide-se em seis províncias, subdivididas em 148 departamentos. As províncias têm o nome da respectiva capital. São:

  1. Antananarivo
  2. Antsiranana
  3. Fianarantsoa
  4. Mahajanga
  5. Toamasina
  6. Toliara

Economia[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Economia de Madagáscar
Antananarivo, capital e principal centro financeiro do país.

A economia de Madagascar assenta essencialmente na agricultura, na criação de gado e nas pescas. Embora o arroz seja a principal cultura, é o café que representa fatia ao nível da exploração. Destacam-se outras culturas, como a cana-de-açúcar, da mandioca e de frutos como banana, a maçã, o ananás ou laranja. Quando à agronomia, saliente-se a dificuldade do governo de Madagáscar em fomentar a criação de gado bovino para consumo alimentar, em virtude do carácter religioso que estes animais assumem perante certas camadas da população. Contudo, é abundante a criação de outros animais como as ovelhas, as cabras, as galinhas e os porcos.

A industria mineira está pouco desenvolvida, sobretudo por causa dos escassos recursos minerais, havendo a destacar, apenas os depósitos de titânio, considerados os maiores do mundo. Em relação a indústria manufatureira, ela incide sobretudo no tratamento do arroz, da madeira e do papel.

A moeda usada desde o século XVII era o "Ariary", que consistia em 720 "variraiventy", um pedaço de prata equivalente ao peso de um grão de arroz. O sistema "ariary" não é decimal e é dividido em 5 "iraimbilaja", o qual significa "um peso de ferro", na língua malgaxe é um quinto do "ariary".[carece de fontes?]

Cultura[editar | editar código-fonte]

Ver artigo principal: Cultura de Madagáscar
Festas e feriados
Data Nome em português Nome local Notas
1 de janeiro Ano-Novo Taom-baovao O primeiro dia do ano é feriado no país.
Segunda-feira a seguir à páscoa Alatsinain'ny Paska A páscoa ocorre no primeiro domingo após a primeira Lua Cheia do outono.
29 de março Comemoração dos mártires de sublevação de 1947. Martioran'ny tolona tamin'ny 1947 Comemoração dos máritres de sublevação que sucederam o dia 27 de março de 1947.
1 de maio Dia do Trabalho Fetin'ny asa Tradicionalmente o dia de muitos acontecimentos políticos e sindicais em Madagáscar.
25 de maio Dia da África Andron'i Afrika Comemoração da criação da antiga OUA, em 25 de maio de 1963, que foi substituída pela União Africana (UA) em 9 de julho de 2002.
Quinta-feira, quarenta dias depois da Páscoa Ascensão Andro niakarana Ascensão de Jesus Cristo ao céu.
Sexta-feira seguinte ao sétimo domingo após a páscoa Pentecostes Alatsinain'ny Pentekosta Descida do Espírito Santo entre os apóstolos.
26 de junho Dia da independência Fetim-pirenena Comemoração à independência da França, en 26 de junho de 1960.
15 de agosto Assunção de Maria Asompsiona Assunção de Maria de Nazaré
1 de novembro Dia de todos os santos Fetin'ny olo-masina
25 de dezembro Natal Krismasy Nascimento de Jesus Cristo.

Ver também[editar | editar código-fonte]

Referências

  1. Portal da Língua Portuguesa, Dicionário de Gentílicos e Topónimos de Madagáscar
  2. Central Intelligence Agency (2011). «Madagascar». The World Factbook. Arquivado desde o original em 24 August 2011. Consultado em 24 August 2011. 
  3. a b c d Fundo Monetário Internacional (FMI), : (Outubro de 2014). «World Economic Outlook Database». Consultado em 29 de outubro de 2014. 
  4. «Human Development Report 2015» (PDF) (em inglês). Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 14 de dezembro de 2015. Consultado em 24 de dezembro de 2015. 
  5. CIA World Factbook, Lista de Países por Coeficiente de Gini (em inglês)
  6. «Portal da União Europeia (em português)». 
  7. «Ministério das Relações Exteriores do Brasil». 
  8. Morelle, Rebecca. . "Asian relative of cane toad threatens Madagascar havoc". BBC News. Visitado em 26 de junho de 2014.
  9. Guido Gómez de Silva (: ). [S.l.: s.n.] ISBN 978-968-16-5543-3.  |nome1= sem |sobrenome1= em Authors list (Ajuda); Falta o |titulo= (Ajuda)
  10. a b c d e f g h i j k «Madagascar: histoire» (em francês). Encyclopédie Larousse. Consultado em 3 de julho de 2014. 
  11. Iloniaina, Alain. (15 de fevereiro de 2012). "Ciclone Giovanna mata 16 em Madagascar" (em português). O Estado de S. Paulo. Visitado em 4 de julho de 2014.
  12. (6 de março de 2012) "Ciclone "Irina" fez 65 mortos em Madagascar" (em português). Jornal de Notícias. Visitado em 4 de julho de 2014.
  13. a b c d «Madagascar: géographie physique» (em francês). Encyclopédie Larousse. Consultado em 26 de junho de 2014. 
  14. a b Rajaonarimanana (2001), p. 8
  15. «Haute Cour Constitutionnelle De Madagascar, Décision n°03-HCC/D2 Du 12 avril 2000» (em francês). Saflii.org. 12 April 2000. Arquivado desde o original em 10 July 2011. Consultado em 25 April 2010. 
  16. «Madagascar: 2007 Constitutional referendum». Electoral Institute for the Sustainability of Democracy in Africa. June 2010. Arquivado desde o original em 22 January 2012. Consultado em 22 January 2012. 
  17. «Madagascar: La Crise a un Tournant Critique?». International Crisis Group (em francês). Arquivado desde o original em 10 July 2011. Consultado em 25 November 2010. 

Ligações externas[editar | editar código-fonte]


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