Baal
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Baal (em hebraico: בַּעַל) é uma palavra semítica [carece de fontes] que significa Senhor ou Lorde.[1] A raiz da palavra significa ele governa ou ele possui, de onde vem o significado literal de senhor ou lorde, e também de marido.[2] Baal, com o artigo definido, o Baal,[2] era o nome do principal deus masculino dos fenícios [1][2] e cartagineses,[2] e aparece na Bíblia no plural, como baalim.[1] Baal é identificado como Moloque.[1][2]
Índice
Culto[editar | editar código-fonte]
As estátuas erguidas a Baal eram chamadas de Baalim, ou B'alim. Seus templos e altares eram construídos no alto dos morros sob árvores, ou no teto das casas.[2]
Havia uma grande quantidade de sacerdotes, que queimavam incenso, sacrificavam crianças, dançavam em torno do altar, e, caso suas preces não fossem atendidas, cortavam-se até o sangue jorrar, de forma a conseguir a compaixão de Baal.[2]
Possivelmente, na origem Baal era o verdadeiro senhor do Universo, degenerado depois para a adoração de um ser poderoso que existia no mundo material. Segundo Sanchuniathon, os fenícios adoravam o Sol como o único senhor dos céus, e que este Beelsamen era idêntico a Zeus. Na Septuaginta, Baal é transcrito como Héracles.[2]
Segundo alguns mitologistas, Baal era o planeta Saturno ou Júpiter.[2]
Fenícios e cartagineses[editar | editar código-fonte]
![](http://web.archive.org./web/20161225044736im_/https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/3/3a/Magnifying_glass_01.svg/17px-Magnifying_glass_01.svg.png)
O nome do deus parece constar de uma inscrição encontrada em Malta, como Malkereth Baal Tuor, ou Rei da Cidade, Senhor de Tiro. Os nome Malkereth é uma contração de Rei da Cidade, sugerindo que Baal e Moloque eram o mesmo ídolo.[2]
Assim como entre os germânicos e gregos, os fenícios e cartagineses compuseram vários nomes usando o equivalente de Deus: Ethbaal, com ele Baal, Jerubaal, Baal vai sustentá-lo, Aníbal, graça de Baal, Asdrúbal, ajuda de Baal.[2]
Israelitas[editar | editar código-fonte]
Os israelitas o adoravam como Baal-peor, até o tempo de Samuel, e foi o deus oficial das dez tribos na época de Acabe. Ele foi adorado também em Judá, e seu culto só terminou com os rigores do cativeiro na Babilônia. Havia vários sacerdotes de Baal, de várias classes. Seu culto é descrito em I Reis 18:28.[1]
Várias cidades de Israel tem o nome de Baal em sua formação: Baal-Gad, Baal-Hammon, Baal-Thamar, etc.[2]
Cananeus[editar | editar código-fonte]
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O deus-sol, com o título genérico de Baal, era o principal deus dos cananeus. Cada local tinha o seu Baal, e todos eles eram chamados de Baalim, ou senhores. Cada Baal tinha sua esposa.[1]
O Ciclo de Baal é um conjunto de textos a respeito do Baal canaanita, datado de cerca de 1500–1370 a.C. e encontrado em placas de argila nos anos 1920, em Ugarit.[3]
Moabitas[editar | editar código-fonte]
Em Moabe, no Monte Peor, Baal era adorado como Baal-Peor, identificado como Príapo.[2]
Egípcios[editar | editar código-fonte]
Segundo A. H. Sayce, Amenófis IV havia sido influenciado pelas religiões semitas, por sua ligação com Mitanni, e o deus que ele tentou forçar sobre seus súditos, o disco solar alado, era Baal.[4]
Cristãos[editar | editar código-fonte]
Segundo os escritores judeus medievais, cultuar Baal era a expressão usada para designar os rituais da religião cristã. Segundo o rabino Joseph ben Josua ben Meir, Clóvis havia renegado seu deus e passado a adorar Baal, e construiu um lugar alto para adorá-lo em Paris como Baal-Dionísio, ou seja, a Basílica de Saint-Denis. O rabino José também cita Vicente, da seita do Baal Dominie, ou seja, um frei dominicano, que foi um Satanás para os judeus da Espanha, por volta de 1430.[2]
Baal bíblico[editar | editar código-fonte]
Relato bíblico[editar | editar código-fonte]
Em Canaã, os Hebreus lutaram em várias épocas contra a adoração do deus Baal. No Livro dos Juízes (da Bíblia Hebraica), o hebreu Gideão destrói os altares de Baal e a árvore sagrada pertencente aos Midianitas.
Mais tarde, o profeta Elias, no século IX a.C., condenou o Rei Acabe por adorar Baal.
Outros homônimos[editar | editar código-fonte]
Mica, seu filho; Reaías, seu filho; Baal, seu filho; (1 Crónicas 5:5)
Referencias bíblicas[editar | editar código-fonte]
- Exodo 34
- Números 22:41 (Os Hebreus tinha Altares a Baal)
- Juízes 2:13 (o povo de Israel serviram Baal e Asteroth)
- Juízes 6:25 (Deus manda destruir o Altar de Baal)
- 1 Reis 16:31 (Jeroboão adora Baal)
- 1 Reis 18:19 (Desafio entre Yahweh, Baal e Asteroth)
- 1 Reis 22:54 (Acazias adora Baal)
- 2 Reis 10:19-28 (Jeú arma uma cilada aos sacerdotes de Baal)
- 2 Reis 11:18 (Destruição do Templo de Baal)
- 2 Reis 17:16 (Novamente adoração a Baal)
- 2 Reis 23:05 (Referência aos adoradores de Baal, da Lua, do Sol e de outros astros.)
- 2 Crónicas 23:17 (A morte de Matã o sacerdote de Baal)
- Jeremias 2:8 (O profeta questiona o poder dos sacerdotes de Baal e outros deuses)
- Jeremias 7:9 (Adoração a Baal entre pecados como o furto e o assassínio)
- Jeremias 11
- Jeremias 12:16 (Juras por Baal)
- Jeremias 19:05 (Sacrifícios de crianças a Baal)
- Jeremias 23:13 (Samaritanos loucos profetas de Baal)
- Jeremias 32:29 (Os caldeus adoraram Baal)
- Jeremias 32:35 (Outra referência ao sacrifício de crianças)
- Oseias 2:8 (Milagre)
- Oseias 13:1 (Efraim morre por ser culpado por Baal)
- Sofonias 1:4 (O profeta refere-se aos ídolos)
- Romanos 11:4
- Miquéias 5:13
Ver também[editar | editar código-fonte]
Referências
- ↑ a b c d e f Easton's Bible Dictionary, Baal [em linha]
- ↑ a b c d e f g h i j k l m n George Long, The Penny Cyclopædia of the Society for the Diffusion of Useful Knowledge: v. 1-27, Volume 3 (1835), Baal p.220 [em lonha]
- ↑ Pinto, P. M. (2010). Baal, ADN de Deus: a génese do conceito de Deus Único, no mundo da Bíblia, à luz do Ciclo de Baal. Série Monográfica de Ciência das Religiões, v. 4 / Lusitania Biblica, série Estudos, v. 1, Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, [1].
- ↑ Archibald Henry Sayce, Records of the Past, 2nd series, Vol. III (1890), Letters to Egypt from Babylonia, Assyria and Syria, in the Fifteenth Century B.C. [em linha]
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
- Ba'al, por Jona Lendering, site www.livius.org