Salvia officinalis

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Flores

Flores
Classificação científica
Reino: Plantae
Divisão: Magnoliophyta
Classe: Magnoliopsida
Ordem: Lamiales
Família: Lamiaceae
Género: Salvia
Espécie: S. officinalis
Nome binomial
Salvia officinalis
L.

Salvia officinalis (nomes comuns salva, salva-comum, salva-das-boticas, salva-rubra[1]) é uma pequena planta perene subarbustiva, com caules lenhosos, folhas acinzentadas, e flores azuis a violáceas. Faz parte da família das mentas, Lamiaceae. É nativa da região Mediterrânica e cultivada como erva aromática e medicinal ou como planta ornamental. O termo salva e nomes derivados são usados para várias espécies relacionadas ou não com esta.

Usos[editar | editar código-fonte]

Em algumas partes da Europa, especialmente nos Balcãs, a salva-comum é também cultivada para a destilação de um óleo essencial, apesar de outras espécies, como Salvia fruticosa, poderem ser conjuntamente colhidas e destiladas.

Painting from Koehler's Medicinal Plants (1887).

Culinária[editar | editar código-fonte]

Como erva aromática, a salva tem um sabor ligeiramente apimentado. Na cozinha Ocidental é usada para dar sabor a carnes gordas (especialmente em marinada), queijos, e algumas bebidas. Nos Estados Unidos, Reino Unido e Flandres, a salva é usada com cebola, em recheios de porco ou aves e também em molhos. Na cozinha francesa, a salva é usada para cozinhar carne branca e em sopas de vegetais. Os alemães usam-na frequentemente em pratos de salsichas. É também de uso comum na cozinha italiana. Nos Balcãs e no Médio Oriente, é usada em assados de borrego.

Medicinal[editar | editar código-fonte]

O nome latino para acapeta salvia, significa "curar". Apesar da eficácia da salva-comum ser discutível, tem sido recomendada ao longo do tempo para quase todas as enfermidades. As evidências modernas apoiam os seus efeitos como anidrótico, antibiótico, antifúngico, adstringente, anti-espasmódico, estrogénico, hipoglicémico e tónico.[2] Num ensaio duplo-cego, ao acaso controlado com placebo, concluiu-se que a salva era eficaz no controle de alguns estados de doença de Alzheimer.[3]

Os constituintes ativos mais fortes da salva encontram-se no seu óleo essencial, que contém eucaliptol, borneol e tujona. A folha de salva contém ácido tânico, ácido oleico, ácido ursónico, ácido ursólico, ácido fumárico, ácido clorogénico, ácido cafeico, niacina, nicotinamida, flavonas, glicosídeos flavonoides, e substâncias estrogénicas.[2]

É necessária precaução quando utilizada em conjunto com estimulantes ou depressores do sistema nervoso central.[2] A salva é usada como um nootrópico devido a suas propriedades como inibidor da acetilcolinesterase.

Saúde[editar | editar código-fonte]

De acordo com as pesquisas recentes da equipa de Peter Rogers da Universidade de Bristol[4] os pesquisadores concluíram que o extracto de salvia podem aumentar a performance cognitiva, com resultados superiores aos do café.

História[editar | editar código-fonte]

A Salvia officinalis é usada desde tempos antigos para afastar o mal, para tratar mordeduras de cobra, aumentar a fertilidade feminina, e mais. Provavelmente foi introduzida na Europa a partir do Egito pelos romanos, como planta medicinal.[5] Teofrasto escreveu sobre duas salvas diferentes, um subarbusto a que chamou sphakos, e uma planta cultivada semelhante a que chamou elelisphakos. Plínio, o Velho disse que a última delas era chamada "salvia" pelos romanos, e usada como diurético, anestésico local para a pele, hemostático, entre outros usos. Carlos Magno recomendava o cultivo desta planta na Idade Média e durante o Império Carolíngio era cultivada nos jardins dos mosteiros.[5] Valfrido Estrabo descreveu-a no seu poema Hortulus como tendo um aroma doce e como sendo útil em muitas enfermidades humanas - regressando à raiz grega do nome chamou-lhe Lelifragus.[6]

A planta tinha uma grande reputação durante a Idade Média, com muitos provérbios referindo-se às suas propriedades curativas e valor.[7] Era por vezes chamada S. salvatrix (Salva a salvadora), e era um dos ingredientes do vinagre dos quatro ladrões, uma mistura de ervas que supostamente protegia da peste. Dioscórides, Plínio, e Galeno todos recomendavam a salva como diurético, hemostático, emenagogo e tónico.[6]

Cultivares[editar | editar código-fonte]

Existem vários cultivares, a maioria dos quais cultivados como ornamentais, incluindo:

Referências

  1. No Brasil é usada a forma sálvia
  2. a b c «Sage». OBeWise Nutriceutica. Applied Health. Consultado em 2008-02-04. 
  3. Akhondzadeh S, Noroozian M, Mohammadi M, Ohadinia S, Jamshidi AH, Khani M. (2003). «Salvia officinalis extract in the treatment of patients with mild to moderate Alzheimer's disease: a double blind, randomized and placebo-controlled trial». J Clin Pharm Ther [S.l.: s.n.] 28 (1): 53–9. doi:10.1046/j.1365-2710.2003.00463.x. PMID 12605619. 
  4. Mosley, Michael. «Unexpected ways to wake up your brain». bbc.co.uk. BBC. Consultado em 30 de outubro de 2014. 
  5. a b Watters, L. L. (1901). An Analytical Investigation of Garden Sage (Salvia officinalis, Linne) Columbia University [S.l.] 
  6. a b Kintzios, Spiridon E. (2000). Sage: The Genus Salvia CRC Press [S.l.] pp. 10–11. ISBN 9789058230058. 
  7. Num manuscrito anglo-saxónico escreveu-se "Porque o homem tem que morrer se tem a salva?" Kintzios, p. 10

Fontes[editar | editar código-fonte]

  • The Herb Society of America New Encyclopedia of Herbs & Their Uses, Deni Bown (New York: DK, 2001)

Ligações externas[editar | editar código-fonte]

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