O Mães pela Diversidade surgiu do encontro de mães que queriam lutar contra a violência que permeia a vida de nossos filhos e destrói nossas famílias! Hoje o Mães pela Diversidade é a minha vida, e eu vou falar muito delas!
Fico imaginando se o que aconteceu com Índio, e o que quase aconteceu com aquela travesti, não poderia ter sido comigo ou com muitas pessoas que conheço, que também se indignam e se movem diante de injustiças. Mas era noite de natal, nós estávamos em paz, acolhidos em casas com mesas fartas. Não estávamos morando na rua ou trabalhando como ambulantes na noite de natal. A insegurança e a LGBTfobia também são questão de classe.
Poucos dias após a eleição de Donald Trump, os banheiros da biblioteca do Reed College, universidade de elite a poucos quarteirões da minha casa, amanheceram cobertos de pichações. Sob uma suástica, podia-se ler insultos e ameaças a negros, judeus e gays, além da celebração: "O homem branco recuperou o seu poder". Detalhe: Reed College, que teve Steve Jobs entre seus alunos, fica em Portland, no estado do Oregon, considerada uma das cidades mais liberais dos Estados Unidos. Relatos que chegam outras partes do país, mais conservadores e com população mais diversa, são ainda mais alarmantes.
Até mesmo a apropriação e ressignificação de termos como "viada", "bixa", "afeminada" e "aberração", usados por Linn dentro e fora dos palcos, é um processo de subversão. "Ser bixa e viada é o que me mantém viva e ativa dentro do meu corpo. É também um estado de espírito, é assumir desejos e vontades. Tem a ver com não abrir mão de si mesma e perceber toda força que existe nisso", garante. "E, na real, esses termos são muito poderosos, pois denunciam a extrema fragilidade da masculinidade compulsória que precisa tentar deslegitimá-los para validar seu poder". Tá bom pra você, queridã?
Pela nossa construção sobre o que é ser uma mulher e sobre o que é ser um homem, entendemos também como são construídas as responsabilidades de um pai e de uma mãe no núcleo familiar. Ao homem, de acordo com o que é exigido a ele, é mesmo fácil assumir o papel de um cara boa pinta, tranquilão, que faz brincadeiras e lida bem com a possibilidade de sua filha ser lésbica. À mulher, no entanto, nunca houve a chance de estar em outro estado senão o de colapso nervoso: ela está sempre por um fio de não estar sendo boa o suficiente, de não ser mulher o suficiente e de não ter ensinado suas filhas a serem suficientemente mulheres. Ela é sempre questionada e empurrada a um estado de ruptura de sua sanidade.
Nós não morremos mais de aids. Nós não vamos viver menos que uma pessoa que não tem HIV. Com tratamento antirretroviral e carga viral indetectável, nós não transmitimos o HIV através de relação sexual. Temos o código genético do vírus integrado em algumas células, mas provavelmente seremos a geração de soropositivos que vai experimentar a cura.
O mundo bem como a sociedade passa por mudanças, o rádio pelo MP3, a TV aberta pelo streaming, e por ai vai. Hoje é uma outra era, num contexto em que a individualidade gera em cada um, a necessidade de ter o EGO bem cuidado. Os likes representam a carência do lado humano, a afetividade cara a cara diminuiu dando abertura para que a Second Life seja muito mais interessante e menos desgastante.
Nosso casamento não vai mudar o mundo imediatamente. Mas ele provocou uma mudança na perspectiva dos coreanos. Heterossexuais começaram a perceber que casamentos gays também existem na Coreia, e os gays começaram a pensar: "Também podemos nos casar". Casamentos gays não são mais algo inimaginável na Coreia do Sul. Não são exclusividade de outros países: essa história agora também é nossa. Também acho que, depois do nosso casamento, a Coreia do Sul ficou um pouco mais romântica.
Promover a diversidade no ambiente laboral é, de fato, um grande desafio, uma ação cada vez mais necessária nas organizações. Claramente, a alta cúpula - quando bem conscientizada dos resultados que poderão ser obtidos - pode levantar a bandeira da diversidade e trazer, de forma estruturada, top-down, ações afirmativas. Contudo, antes que isso ocorra, é fundamental o engajamento dos colaboradores que representam tais grupos sociais, bem como os(as) que de modo geral estão conscientes da relevância da questão. É preciso se unir (grupos de apoio são importantes para isto) visando discutir e pensar em como melhorar o cenário do ambiente em que se convive, apresentando propostas coerentes e representativas.
Não sei como é para casais heterossexuais cujos filhos são entregues, talvez, nos braços de uma gentil cegonha. Nossos bebês foram lançados do apropriadamente chamado "Enola Gay" [nome da mãe do piloto e do primeiro avião que jogou uma bomba atômica durante a Segunda Guerra] sobre Hiroshima e Nagasaki. Havíamos conversado sobre isso.
Apesar do título, não. O cronista não beberá da água de Gregório Duvivier. A seguir, uma crônica-delírio. Um devaneio público. O cronista recebeu um passe e acho, por erro de cálculo das entidades, baixou o espírito-vivo de Jair Bolsonaro, deputado federal eleito pelo Partido Progressista - sabe-se lá o que o termo significa no dicionário do nobre parlamentar. O resultado, sinto adiantar, não é nada animador. Desculpe o transtorno.
Eu me lembro de ouvir sobre pessoas transgêneros pela primeira vez quando eu tinha onze anos. Tal fulano, um 'pai' tinha passado por uma cirurgia de 'mudança de sexo'. Isso era relacionado comigo através de sorrisos e vozes abafadas, faladas em tom de ridículo. 'Ele' tinha uma doença mental e nós não tínhamos que mencionar nada. Eu implicitamente entendi que essa era a causa da fissura que contribuía para uma família em pedaços.
Meu filho não se parece nem age como os outros meninos da idade dele. Aos nove anos, ele se identifica como "gênero-criativo". Isso significa que ele não quer mudar sua anatomia ou ser menina; simplesmente prefere as coisas que são marqueteadas para elas (como roupas, pijamas, sapatos, jogos, brinquedos, filmes, decoração e acessórios, só para mencionar alguns exemplos). E prefere estar entre as meninas.
Na maior parte do tempo se eu estou em um restaurante com a minha namorada o garçom se dirige a mim para entregar a conta. Mas eu não sou um homem e eu não quero ser um homem. Durante muito tempo eu ouvi que lésbicas que não se vestem de maneira feminina, estavam tentando ser homens. Eu ouvi isso da minha família, eu ouvi isso na rua e eu ouvi isso de outras lésbicas.
Neste ano, quando for escolher em quem votar, pense bem. Pense no partido e nas pautas, mas leve em conta também quem é a pessoa e considere dar preferência a votar em uma mulher, uma pessoa LGBT ou uma pessoa negra.