Amar é deixar ir. E Ferreira Gullar foi. Missão cumprida, afetos correspondidos e alimentados. Passagem feita. Ciclo concluído. Vida que sempre segue. Morte que sempre chega. Poesia que sempre fica. Ferreira Gullar vai, mas fica. Eterno.
Um dos livros mais decepcionantes que li nos últimos tempos foi Sapiens - Uma breve história da humanidade. Não achei um livro ruim, mas decepcionante. Talvez porque eu tenha demorado tanto para ler - e, nos cinco anos desde seu lançamento, ele tenha se tornado tão popular e influente - que já não achei nenhuma ideia original.
Feminismos à parte, nós ainda dependemos dos homens para nos ajudar com aquele pote de vidro super duro de abrir, certo? ERRADO! A personagem de t...
Doutor Estranho é mais uma versão cinematográfica de um personagem de quadrinhos. O filme estreia este mês, e Benedict Cumberbatch está no papel principal. Até agora, as notícias e trailers do filme geraram ótimas respostas e chamaram a atenção de todos os fãs dos quadrinhos da Marvel, especialmente quem adora o personagem Doutor Estranho.
Mas a tentativa de ser indiferente ao cabelo fracassa quando Mila se dá conta de que seu cabelo é mais que aparência, é também um modo de se apresentar no mundo. É assim que a biografia de um cabelo provoca a leitora - a discriminação cordial vivida por Mila nos subúrbios de Lisboa não nos deixa esquecer que ainda estamos distantes da vida em uma democracia racial. Nem em Lisboa, tampouco no Brasil.
Um dos pontos altos da edição nacional - li primeiramente no original - é a tradução de Augusto Calil. Gaiman tem uma cadência peculiar de linguagem, com aliterações, o que torna bem difícil traduzi-lo para o português. (A experiência de leitura dos volumes de Sandman em português, por exemplo, deixa muito a desejar). Calil mantém-se fiel a essas características sem abrir mão da prosa elegante e sucinta.
Quem gosta de literatura - e drinques - certamente já ouviu falar do Bar Hemingway, do Ritz Paris. É um dos mais famosos bares do mundo, e um dos lugares mais celebrados de Paris. Tanto que, nos quatro anos em que ficou fechado para uma reforma multimilionária, Colin Field - apontado algumas vezes como o melhor bartender do mundo - resolveu abrir as portas de sua casa para os frequentadores mais fiéis.
O livro é, possivelmente, uma das mídias mais resilientes de todos os tempos. Outra fonte brinca com isso ao dizer que, no futuro, será resistente a altas e baixas temperaturas, à prova d'água e não precisará de bateria nem de conexão wifi. Será feito, veja só, de papel. Dá para entender o fetiche do papel e como ele ajudou a construir a história do livro até aqui. Impossível resistir às diferentes texturas, edições ilustradas, à descoberta de novas fontes e capas.
Um pássaro amarelo, que nasceu com as asas curtas, não pode voar e se entristece ao receber postais que seus amigos mandam de viagens pelo mundo. Um monstro rosa, grande, felpudo e desengonçado, nasceu em um lugar onde tudo é preto e branco. Estranhos em diferentes ninhos, as duas historietas, contadas e ilustradas pela espanhola Olga de Dios, falam de algo em comum: diversidade e a superação de deficiências.
O indivíduo propagador da cultura machista não é somente o homem que utiliza sua força física para violentar uma mulher. É também aquele que, às vezes sem perceber, toma atitudes no dia a dia que também oprimem e, a longo prazo, contribuem para a desigualdade entre gêneros mesmo que essa não seja sua intenção.
A busca por um sentido ou propósito de vida é incompatível com um trabalho alienante nos moldes tradicionais, que impeça o desenvolvimento de nossas capacidades e talentos. Quando reconhecemos a necessidade de um sentido na vida e a alienação insuportável de muitos de nossos empregos, talvez, paradoxalmente, a reação mais sábia seja ser mal-educado.
Quando o escutei na Flip de 2008, lendo um trecho de Os Treze Relógios, de James Thurber, pensei: todos os contos do mundo deveriam ser lidos assim. Gaiman superou a língua presa da infância com a ajuda de uma professora exigente, e hoje os seus áudio books são prova de que a sua voz foi mesmo feita para contar histórias.
Natural da Bielorússia, Svetlana Alexievich dá voz às pessoas comuns que refletem sobre suas experiências em lutas épicas ou cotidianas, refletindo a respeito dos combates contra a Alemanha nazista, do desastre nuclear em Tchernóbil e do desmantelamento do Estado soviético. A Companhia das Letras começou a publicá-la no Brasil e a autora veio ao Brasil para participar da Festa Literária de Paraty.
A história sobre a publicação de A vida invisível de Eurídice Gusmão é interessante: ex-jornalista e ex-editora da Desiderata, Martha Batalha decidiu escrever o seu primeiro livro e o ofereceu a várias editoras brasileiras. Todas recusaram.
Se é para celebrarmos alguma coisa nesta data, vamos então celebrar o fato de que mulheres e meninas estão, cada vez mais, sentindo-se confortáveis para carregar a toalha. Vamos comemorar que estamos conseguindo uma representação cada vez mais presente e positiva, que estamos sendo escutadas. Sempre mantendo em mente que precisamos ir mais além, que ainda vai ser um caminho difícil, mas que vamos fazê-lo juntas.