A política brasileira é tão patética e repetitiva que podemos antecipar os discursos que eles utilizarão quando anunciarem o rompimento com o governo Temer: "Acreditávamos que o novo governo cumpriria suas promessas e tiraria o país da crise. Quando notamos que isso não aconteceria, passamos a criticá-lo. Somos totalmente coerentes e sempre pensamos, acima de tudo, no Brasil".
O processo de formação do Gabinete de um novo presidente é um dos mais tradicionais da política norte-americana. Indica a direção que o futuro governo tomará, como o Presidente-eleito toma suas decisões e quem serão os principais atores em Washington pelos quatro anos seguintes. Com a divulgação dos últimos nomes, parece que Donald Trump conseguiu subverter mais uma tradição norte-americana.
Dizer que a culpa disso é de nossos políticos, é chover no molhado, portanto convido a fazer outra reflexão. Em Star Wars, é exatamente isso que Palpatine quer: que o povo da Galáxia pare de crer na República para que ele possa ampliar seus domínios e governar a tudo e todos.
Não existe conversa sem argumentos. Uma conversa onde só existe opinião é um ringue. Dali só sai tiro, porrada, bomba e intolerância. E, só para lembrar, não queremos isso. Nem eu, nem você. Nem a tia Léia, nem o 'seu' Zé e nem o Dr. Claudio querem. Muito menos o pessoal do churras na laje. Afinal, estamos todos no mesmo barco e não queremos que ele afunde de vez.
Parece que estamos cercados de todo tipo de ruptura. Talvez só precisemos ir para uma praia tranquila, olhar para as ondas e fugir de tudo. É assim que este gringo planeja passar as festas, e deseja um Feliz Natal e um Feliz Ano Novo para todos os seus leitores.
Dom Hélder hoje nos diria: sejam brasileiros antes de serem políticos; tenham compromisso com a verdade antes de terem compromisso com suas interpretações e preconceitos. Sobretudo, que é pelo diálogo com paz que se constrói o futuro; a paz, com lucidez e com responsabilidade.
O Brasil está cheio de problemas seríssimos, que demandam uma série de medidas duras. Mas esse governo e esse parlamento, nesse contexto, não têm quaisquer condições de impor tal sorte de sofrimentos goela à baixo da população. É muita maldade concentrada num pequeno espaço de tempo, e sem qualquer perspectiva de melhor relevante no curto prazo. Eles estão cavando a própria cova com as próprias unhas.
Tatiana enterrou seu filho. Ela, como muitas mães negras ou pobres ou periféricas, perdeu seu filho de maneira violenta. Ela teve seu direito ao luto negado. O luto é algo extremamente pessoal e Tatiana não teve direito a ele. Ela teve que lidar com a raiva que as pessoas sentem do filho e dela, mesmo sem conhece-los. Ela teve que pedir que as pessoas parassem dizer que ele merecia morrer. Ela teve que pedir pra chorar no velório e ela teve que questionar quem fez e espalhou fotos do filho morto.
Hoje em dia, quando minha filha entra em um lugar vestida de certa maneira ou com os cabelos arrumados de certo jeito, a jovem em que ela está se convertendo emerge, enquanto a menininha desaparece. É como um flash que dura apenas um segundo, e, se eu não estivesse olhando atentamente, talvez me passasse despercebido.
A vitória de Dayse dissolveu a dúvida que costuma pairar sobre a real capacidade das mulheres no ambiente de trabalho e mostrou o quão difícil ainda é ser mulher em locais majoritariamente masculinos.
O Legislativo só legisla conforme seus interesses; o Executivo, além de não ter legitimidade, não vê diferenças entre público e privado; e o Judiciário ou rasga a Constituição ou se acovarda diante dela. Chegamos ao ponto de o presidente do Senado desobedecer uma decisão judicial expedida por um ministro do Supremo Tribunal Federal - e não sofrer nenhuma sanção. Pelo contrário: após a desobediência, o plenário do STF decidiu em favor do senador.
Há poucas semanas, a BBC 3, canal britânico famoso pelos documentários e pela abertura investigativa pra temas bastante variados, lançou seu mais novo documentário, o Stacey on the Frontline: Girls, Guns and ISIS ("Stacey na linha de frente: Garotas, Armas e o Estado Islâmico"), protagonizado pela também britânica Stacey Dooley.
Um restaurante favorito tem as manhas de provocar angústia: Você fica na dúvida se permanece fiel à escolha do seu prato predileto e revive aquela felicidade do desejo realizado, ou se arrisca alguma das outras tentações do cardápio, tendo em mente que tudo ali pode ser sensacional - o hambúrguer delicioso com cebola ao tabasco, o filé à base de pimenta ou o risoto de abóbora com queijo da Serra da Canastra? Uma escapatória possível é induzir que os acompanhantes da mesa peçam pratos variados e você possa petiscar a escolha alheia sem compromisso. É prático, mas um tanto quanto folgado.
Não haverá saída para o país ou o Estado do Rio se não houver esforço para tributar grandes fortunas, reformar o sistema tributário, incentivar a cadeia produtiva, o conteúdo nacional e cobrar as dívidas das empresas. Não basta cortar recursos através de PECs ou exigir mais dos servidores e aposentados. São saídas perversas.
Apesar de todos os termos "simpáticos" que eu usava para me descrever, a única coisa que a sociedade enxergava era alguém que não se enquadrava. Uma pessoa indesejada pela sociedade, que, por sua vez, não se comovia nem dava a mínima para minha escolha de eufemismos.
Dizer quem ganhou ou perdeu essa decisão é tema para outro artigo. O que podemos tirar dessa decisão que as instituições saíram extremamente fragilizadas, tanto o Senado sai sendo visto como permissivo com atitudes antiéticas quanto o Supremo vê sua autoridade questionada e sua imagem abalada. No fim, a crise se aprofunda entre o Legislativo e o Judiciário e Temer, representante máximo do Executivo, aparenta seguir tão decorativo quando ainda era apenas um vice-presidente.
Figueiredo Pimentel é autor brasileiro pouco conhecido. O Aborto foi um romance escrito em 1889 em formato de folhetins para um jornal de Niterói intitulado Província do Rio. O título original era O artigo 200 - assim mesmo com, o "o" definido - e remetia ao Código Criminal do Império do Brasil de 1830. O artigo 200 da Lei advertia que "fornecer com conhecimento de causa drogas ou quaisquer meios para produzir o aborto, ainda que não se verifique" teria pena de prisão de dois a seis anos. O código criminal datado há quase duzentos anos não se distancia muito do que está em vigor em nosso atual século 21 - que prevê cadeia para mulheres e profissionais de saúde pela prática do aborto no Brasil.
A partir de 1º de janeiro, António Guterres estará de novo no centro desta "encruzilhada de civilizações" desta vez não de forma aleatória como diria o escritor peruano, Mario Vargas Llosa, ao definir o local de nascimento de alguém, mas por escolha do próprio Guterres e pela decisão dos países-membros da ONU pelo nome dele.
Exijo ser tratada como ser humano e nada menos que isso. E vou lutar para que outras mulheres recebam o mesmo tratamento. Sou feminista e estou revoltada. Não vou parar de estar revoltada enquanto não me derem o tratamento correto que eu mereço e enquanto o mesmo tratamento não for dado a mulheres em toda a Nigéria, independentemente de sua origem socioeconômica.