O ministro Marco Aurélio Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal), acaba de conceder liminar para afastar Renan Calheiros da presidência do Senado. Pelo roteiro supracitado, haverá insônia em Brasília nas próximas noites, contrastando com o bom humor de quem cumpriu o dever cívico nas ruas.
Querido Fernando Holiday, aqui quem fala é Marcelo. Assim como você, eu sou negro e faço parte da nada generosa classe média, um espaço com poucos da minha cor e da sua, já reparou? Ou você estava tão ocupado falando que negros se fazem de vítimas e esqueceu de reparar que nos lugares bacanas que frequenta você é o único negro em posição de consumidor?
Amar é deixar ir. E Ferreira Gullar foi. Missão cumprida, afetos correspondidos e alimentados. Passagem feita. Ciclo concluído. Vida que sempre segue. Morte que sempre chega. Poesia que sempre fica. Ferreira Gullar vai, mas fica. Eterno.
O fato é que as denúncias contra o governo de Temer já se avolumam nos últimos seis meses, tanto que o presidente teve um ministro demitido por denúncias gravíssimas a cada 30 dias. Some-se a isso as gravações que revelam que a ideia deste grupo político era embarreirar investigações da Lava jato e de impor um projeto atrasado e derrotado nas urnas inúmeras vezes.
Do lado de fora, bombas, cassetete e gás de pimenta. Do lado de dentro, um coquetel antes de aprovar o congelamento de gastos por vinte anos. Isso é reflexo de um governo antidemocrático, ilegítimo e que não deseja dialogar com a população. Aprovar uma proposta que causará limitação drástica de gastos públicos por 20 anos em um dia em que foi decretado luto nacional é, no mínimo, um ataque à democracia e um enorme desrespeito ao povo brasileiro. Estamos de luto. Pelas vítimas do acidente de avião e pelo povo brasileiro vítima deste governo.
Preocupe-se, apenas, com a sua real vontade, aquela que vem de dentro. Aliás, você sabe o que realmente quer? Consegue separar seus verdadeiros sonhos daqueles que disseram que precisa ter?
Não é normal desejar bater em pessoas desconhecidas nas ruas, nem saudável não poder passar tempo com a família, não é correto desejar que alguém seja morto e estuprado por discordância política e tenho certeza que sua mãe não deve ter te ensinado a xingar pessoas a torto e a direito.
Um dos livros mais decepcionantes que li nos últimos tempos foi Sapiens - Uma breve história da humanidade. Não achei um livro ruim, mas decepcionante. Talvez porque eu tenha demorado tanto para ler - e, nos cinco anos desde seu lançamento, ele tenha se tornado tão popular e influente - que já não achei nenhuma ideia original.
As cinzas do acidente chegaram aos corações, o sonho dos atletas da Chapecoense representam as expectativas da grande maioria de seus compatriotas: conseguir vencer inúmeras barreiras mesmo quando não se têm berço de ouro. Suas jornadas se davam no esporte máximo da nação e o mais popular do mundo, o futebol. A canção da banda britânica resume o cenário que encontrei pela manhã de quarta-feira dia 29 de novembro de 2016, era como se pudesse sentir o cheiro de cinzas.
Ao contrário do que dizem, não acho que o jornalismo morreu. Mas ele terá que se adaptar, o mais rápido possível, ao novo contexto da sociedade hiperconectada. Sairá na frente aquele veículo que tiver a ousadia de quebrar os paradigmas impostos pelos manuais, assim como pelas influências e rotinas do trabalho diário, e conseguir atuar de maneira mais orgânica, mais representativa e informativa com o público. Essa deve ser a nossa luta. Logo, o tão buscado like, caro leitor, virá como consequência. Por enquanto, eu sigo acreditando.
O aborto coloca as mulheres em contato com a ilegalidade e com a ameaça de serem presas. São milhares de mulheres que realizam o procedimento, mas são as mulheres negras e indígenas, as pobres ou nordestinas as que mais sofrem. São elas que, na maioria das vezes, realizam o procedimento de maneira insegura e que dependem do serviço público de saúde.
O ponto é que é moralmente reprovável esse tipo de divulgação e cobertura midiática. Queremos mais fatos e informações, mas a vontade de saber não fundamenta a entrevista em que o entrevistado está desconfortado de estar ali ou a miscelânea fúnebre de últimos momentos ou palavras.
Hoje eu sou muito mais preocupada em tentar seguir hábitos saudáveis (ou pelo menos tentar evitar aquilo que certamente me faria mal). Hoje eu consigo falar sobre isso, e consigo não sentir culpa. Eu possuo uma doença crônica, e isso não faz de mim uma pessoa pior, menor, menos digna, ou mais suja. Só me faz eu ser quem sou, e assim sigo sendo, desde o dia 14 de agosto de 2014.
Um dia, o nó na garganta vai se desfazer. A Chape vai se reerguer, vai dar a volta por cima. Eu voltarei à Arena Condá para ver mais gols, encontrar mais amigos, comemorar mais gols, tomar mais garrafas de Kilsen. Não vai ser o que aconteceu na Colômbia que vai atrapalhar o futuro brilhante ao qual a Chape está destinada. Mas a resposta do Cocada no WhatsApp nunca vai chegar. E isso é o que mais me dói. Vai com Deus, amigo. Você cumpriu seu papel.
Jandira Magdalena dos Santos Cruz, Elisângela Barbosa e Caroline de Souza Carneiro. O que elas têm em comum? Todas morreram tentando realizar abortos em clínicas clandestinas, no Rio de Janeiro, nos últimos dois anos. São histórias que chocaram o país, mas, como tantas outras, caíram no esquecimento. Que a decisão de ontem signifique que menos nomes serão acrescentados a essa lista no futuro.
Todos os que estavam naquele avião fizeram muito por esse time. Deixaram um vazio que jamais será preenchido novamente. Porque dá para substituir jogadores e técnicos, mas não se substitui uma família e a família da Chape perdeu muito ontem. Temos agora o dever de seguir em frente para honrar a memória deles que tanto fizeram jus ao hino do clube: "nas alegrias e nas horas mais difíceis meu furacão tu és sempre um vencedor".
De nada adianta a esquerda aderir festivamente ao espetáculo da Lava Jato, como se nos regozijássemos porque agora chegou a vez dos outros. É preciso firmeza e coerência. É preciso separar a Justiça, bandeira a ser retomada pelos progressistas, da revanche e da autofagia.
Agora, sempre que a Chapecoense entrar em campo vamos nos lembrar das histórias de vida encerradas por aquele acidente, dos sonhos interrompidos, dos pais que perderam seus filhos, dos filhos que perderam seus pais, das esposas que não terão mais seus maridos pra abraçar, dos ídolos que não vão mais ser aclamados e das amizades de uma vida toda, que tão brutalmente foram despedaçadas.
É por isso que a PEC do teto dos gastos públicos é muito mais do que uma mera política de austeridade e ajuste das contas públicas. Por trás de seu discurso de que se trata de um mal necessário e inevitável oculta-se uma mudança radical na orientação política das prioridades do Estado brasileiro. Ao mesmo tempo, escamoteiam-se interesses que buscam privilegiar aqueles poucos que lucram com os títulos da dívida pública em detrimento dos milhões de brasileiros que serão prejudicados por terem seus direitos a serviços públicos de qualidade negados.