Se no futebol as verdades não duram 24 horas, na política elas só duram até o próximo áudio. Michel Temer vai cavando seu próprio buraco com mais propriedade, quem diria, que sua antecessora.
Ocorre que, assim como o remédio em excesso é veneno, alterações em excesso podem desfigurar o pacote a ponto de torná-lo irreconhecível. O que pode sair disso é um monstro. Considerando todas as mudanças já feitas, é seguro dizer que o que será levado à votação em plenário não é mais o mesmo projeto que foi assinado e defendido por tantos brasileiros. Mas ainda é um projeto de combate à corrupção.
Esse era um mantra disfuncional que eu repetia diariamente, mas que, de algum modo, me ajudava a conservar a aparência de sanidade que ainda me restava. Eu simplesmente não tinha nascido para essa coisa de ser mãe, e não era minha culpa. Algumas mulheres têm vocação natural para ser mães, e outras, não. Talvez eu fizesse parte da última categoria, só isso.
O mais novo "acordão" da Câmara dos Deputados para anistiar o caixa 2 e crimes como lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e desvio de verba (peculato) por políticos pode ser uma destas raras oportunidades em que os diferentes podem dar as mãos. Em prol de um bem maior: o combate à impunidade e à legalização da corrupção.
O Brasil já teve nomes antes de República Federativa do Brasil, mas nenhum se ajustaria melhor à realidade política atual do que o nome de "República Corporativa dos Brasis". Somos um país dividido em uma parcela moderna e outra excluída da educação, da saúde, da renda, da participação política; e a parcela moderna é dívida em corporações, sem um interesse nacional comum e sem uma perspectiva de longo prazo que beneficie as futuras gerações.
Quando o assunto surge - machismo, feminismo, empoderamento feminino - nunca pensamos de cara nas crianças. É quase como se elas não fizessem parte da conversa, ou não fossem importantes para alcançarmos um Brasil de mais igualdade entre os gêneros. É um tabú falar com elas, ao mesmo tempo que é extremamente necessário.
Poucos dias após a eleição de Donald Trump, os banheiros da biblioteca do Reed College, universidade de elite a poucos quarteirões da minha casa, amanheceram cobertos de pichações. Sob uma suástica, podia-se ler insultos e ameaças a negros, judeus e gays, além da celebração: "O homem branco recuperou o seu poder". Detalhe: Reed College, que teve Steve Jobs entre seus alunos, fica em Portland, no estado do Oregon, considerada uma das cidades mais liberais dos Estados Unidos. Relatos que chegam outras partes do país, mais conservadores e com população mais diversa, são ainda mais alarmantes.
O dia 25 de novembro é celebrado como dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres, data que nos impõe reflexões sobre o combate a todas as formas de violência de gênero, seja ela doméstica ou aquela que se dá em espaços públicos. No Brasil, o debate sobre violência e assédio em espaços públicos tem crescido nos últimos anos, especialmente em decorrência das denúncias feitas por mulheres sobre assédios e estupros sofridos dentro do transporte público.
Cada uma dessas duas figuras representa uma faceta importante de nossa sociedade: somos pelo nacionalismo econômico (bandeira de Ciro) e somos conservadores nos costumes (bandeira de Bolsonaro). Por isso mesmo, ainda que improvável, não é impossível que sejamos governados por uma dessas duas figuras em 2019.
A teoria de Darwin de "adapte ou morra" é aplicável para todos: setores privados ou públicos. Não tem por que no Brasil não se liberar a marijuana com uma regulamentação parecida com a de bebidas alcoólicas bem como bingos e outros jogos de azar. De se ressaltar que são indústrias que já existem, só que na clandestinidade. Não são elas que causam a catástrofe social a elas atribuída, mas a sua proibição.
Haters são um dos fenômenos mais discutidos nas redes sociais. Obsessivos e incondicionalmente ranzinzas, essa multidão solitária inviabiliza qualquer debate ao substituir argumentos por uma avalanche de ofensas gratuitas, memes e discursos de ódio. Haters tendem a ser compulsivos e dedicam parte significativa de seu tempo (e de sua vida) para disseminar a sua antipatia em sites de notícia, blogs e redes sociais.
Para uma democracia secular como a nossa, não deveria importar tanto o que dizem ou determinam as igrejas. Mas importa e muito. Mesmo criminalizado, o aborto é um evento comum à vida das mulheres no Brasil: uma em cada cinco mulheres, aos 40 anos, já fez pelo menos um aborto. São milhões de mulheres que poderão atravessar o confessionário e receber perdão pelo pecado. O próximo passo é a ordem legal inspirar-se no Papa Francisco e também tornar o aborto um crime sem pena.
Ao longo da última década, o aumento significativo do tráfego na Internet significou o crescimento da mobilidade dos dados, serviços e riquezas, conectando mais de 3 bilhões de consumidores e produtores em potencial, ao mesmo tempo que desencadeou a necessidade de estruturas legalmente interoperáveis, facilitando o comércio.
Ando preocupada com a sanidade materna. Eu entro nos grupos maternos no Facebook e, num primeiro minuto, já consigo perceber o tanto de mãe exausta à beira da loucura. Exaustão por passar o dia catando brinquedos o dia todo. Um dos princípios do método montessoriano é a organização do espaço. Uma culpa avassaladora por não conseguir pagar uma escola montessoriana, que custa, no Brasil, por volta de mil reais. Um medo enorme de não colocar o colchão da criança no chão porque, segundo Montessori, TEM QUE ser no chão. Até se você fizer cama compartilhada. A criança precisa ter autonomia. É bom ter um cantinho na sala preparado para a criança com brinquedinho na estante, tapete pra ioga e mesinha (de material natural, por favor).
Após um ano dos atentados, Paris ainda ocupa mais espaço nos jornais e mais atenção do que o recente contexto haitiano. Enquanto as coberturas sobre o Haiti estão encerradas, os atentados à cidade francesa continuam sendo pautados pelos jornais de todo o mundo - mesmo que o número de mortes, por exemplo, seja quase sete vezes menor se comparada ao caso haitiano. A gravidade da situação não consegue manter comparações e os problemas existentes pós-eventos têm complexidades desiguais. Ainda assim, é preciso ressaltar a diferença na importância dada pela mídia aos dois acontecimentos.
Um mundo bom para as meninas é um mundo bom para todas as pessoas - o desafio da igualdade é um desafio para todas as pessoas. Ao abraçarmos o desafio, estaremos contribuindo significativamente com ações em casa, no trabalho, na escola, em toda a sociedade. Precisamos perceber que alguns hábitos cotidianos reforçam a desigualdade. Se as pessoas analisarem o que fazem e conseguirem entender o que é errado, será possível fazer as coisas diferentes. Dessa forma, as meninas poderão aprender, decidir, liderar e prosperar.
Entretanto, o resultado da eleição de 2011, que conto com observadores internacionais, não é tão diferente do resultado do pleito deste ano. Em 2011, Ortega e a FSLN obtiveram 62,4% dos votos. Mais do que qualquer fraude eleitoral ou projeto de poder, em 2011 e 2016, Ortega e a FSLN se apoiaram no crescimento econômico, quase sempre acima de 3% ao ano desde 2006, exceto no entre 2008 e 2009; na redução da miséria em 13%; e na segurança pública, que evitou o crescimento da criminalidade, sobretudo associada as Maras, gangues envolvidas com o tráfico internacional de drogas, que atuam em Honduras, Guatemala e Estados Unidos. Ortega ainda tem prestígio e popularidade.
O Huffington Post se firmou globalmente como a voz a ser ouvida em relação às grandes notícias políticas, tendo recebido um Prêmio Pulitzer por suas investigações, e leva igualmente a sério as questões de bem-estar, saúde e comportamento. É perfeito para um país como a África do Sul, onde a política dos cabelos ou os desafios enfrentados pelas mães solteiras podem gerar discussões tão profundas quanto a investigação mais recente sobre a corrupção política sistêmica ou o movimento de protesto estudantil FeesMustFall.
Porque sou mulher... As pessoas não me levam a sério. Se exerço algum tipo de autoridade ou procuro ser líder, as pessoas fazem pouco-caso de qualquer coisa que digo. Se assumo controle de uma situação, dizem que virei mandona. Se reclamo por estar menstruada, as pessoas me ignoram, como se eu não tivesse dito nada. Se me preocupo com alguma coisa, me dizem para não cansar minha cabecinha linda com isso.