Lapões
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Línguas | Sámi, norueguês, sueco, finlandês, russo | ||||
Área | 388 350 km² | ||||
População | 80 000 - 100 000 | ||||
Religião | Laestadianismo, luteranismo, ortodoxos, xamanismo | ||||
Zona horária | UTC de +1 a +3 | ||||
Grupo étnico relacionado | Finlandeses, estonianos, entre outros grupos fínicos |
O povo lapão ou sámi [1] (em lapão: Sámi, Sápmi ou Sápmelaš; em finlandês: Saame; em sueco e norueguês: Same; em russo: Саамы) constitui o grupo étnico nativo da Lapónia (Sápmi; literalmente Terra dos Sami), um território abrangendo partes das regiões setentrionais da Noruega, Suécia, Finlândia e da península de Kola, na Rússia. Habitam zonas serranas (fjäll), zonas florestais, zonas costeiras e fiordes noruegueses.[2][3][4]
Os sámis são um dos maiores grupos indígenas da Europa, totalizando cerca de 70 000 pessoas, das quais 17 000 vivem na Suécia, 35 000 na Noruega, 5 700 na Finlândia e 2 000 na Rússia.[5][6][7]
Os lapões falam um grupo de dez línguas distintas denominadas genericamente de sámi ou lapão, pertencentes à família das línguas fino-úgricas (do grupo linguístico raro no qual se encontram o finlandês e o húngaro).[4]
Destas, seis possuem sua própria norma escrita.[8] As línguas sámis têm um alto grau de parentesco, mas não são mutuamente inteligíveis; por exemplo, falantes do sámi do sul não são capazes de compreender o sámi do norte. Inicialmente referia-se a estas distintas línguas como "dialetos", mas hoje considera-se esta terminologia incorreta, devido às grandes diferenças entre as variedades. A maior parte destas línguas é falada em mais de um país, devido ao fato de as fronteiras linguísticas não corresponderem às fronteiras nacionais.
As atividades tradicionais dos sami são a caça, a pesca, a agricultura e a criação de renas. Esta última implica por vezes uma vida nómada, conduzida por uma minoria. Todavia, hoje em dia a maior parte deste povo tem uma vida sedentária.[4]
A primeira descrição relativamente objetiva da vida dos sami aparece no livro Lapponia de Johannes Schefferus, publicado em 1673 na Alemanha, e traduzido 300 anos depois para sueco em 1956 .[9][10]
Índice
História genética[editar | editar código-fonte]
Os Lapões dos nossos dias têm duas histórias genéticas atrás de si - uma linhagem materna mais antiga confluindo com uma linhagem paterna mais recente. Embora se tenha avançado bastante no conhecimento da linhagem paterna, ainda há trabalho a fazer no que respeita à linhagem materna e às combinações genéticas entre estes dois ramos.
Sabemos hoje, que homens portadores do cromossoma Y do grupo N1c, com a mutação N1c-L026, parecem ter chegado à Finlândia, vindos do Sul dos Montes Urais, na Rússia, há uns 4 000 anos. Uns mil anos mais tarde, começaram a migrar para o norte da Escandinávia. Aí encontraram e misturaram-se com homens noruegueses, suecos e finlandeses portadores do cromossoma Y dos grupos I1, R1a e R1b.
Isto é, os pais ancestrais dos atuais lapões chegaram à Lapónia, vindos de várias regiões – do Sul da Finlândia, do centro da Suécia e do Leste da Noruega. Num estudo de 2004, sobre o cromossoma Y de 127 homens lapões, 47% pertenciam ao grupo N1c, 26% ao grupo I1, 11% ao grupo R1a e 4% ao grupo R1b. Por outras palavras, os lapões não são geneticamente fundamentalmente diferentes dos outros escandinavos.
Nos tempos pré-históricos, não existiam os atuais estados nacionais. As populações da Escandinávia interagiam umas com as outras sem atritos de maior. Com o advento da Idade Média, surgiram os estados nacionais – cristãos e nacionalistas. Os lapões – pagãos e nómadas – ficaram de fora da corrente dos tempos. Os reinos nórdicos começaram ofensivas contra os lapões baseadas na intolerância religiosa e na cobiça pelos recursos geográficos e naturais dos vastos territórios em que habitavam os Lapões.
Hoje em dia, os Lapões são considerados juridicamente um povo indígena da Suécia, Noruega e Finlândia. A Convenção sobre os Povos Indígenas e Tribais de 1989 foi assinada pela Noruega, mas não pela Finlândia nem pela Suécia.[11][12][13][14]
Lapões notáveis[editar | editar código-fonte]
- Mari Boine - cantora da Noruega
- Börje Salming - jogador de hóquei no gelo da Suécia
- Enok Sarri - clarividente da Suécia
- Lars Levi Læstadius - pastor da Suécia
- Helga Pedersen - política da Noruega
- Renée Zellweger - atriz dos Estados Unidos
- Ole Henrik Magga -linguista da Noruega
Galeria[editar | editar código-fonte]
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Família sami ou lapônica: Noruega, c. 1900s.
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Samis ou lapões: Revista National Geographic de 1917; Foto de Borg Mesch.
Referências
- ↑ «Definição de 'Sámi' no Dicionário Eletrónico Estraviz». estraviz.org. Consultado em 3 de julho de 2016
- ↑ «Samer» (em sueco). Uppslagsverket Finland - Enciclopédia Finlândia. Consultado em 26 de maio de 2015
- ↑ «Samer» (em norueguês). Store norske leksikon - Grande Enciclopédia Norueguesa. Consultado em 26 de maio de 2015
- ↑ a b c Miranda, Ulrika Junker; Anne Hallberg. Bonniers uppslagsbok (em sueco). Estocolmo: Albert Bonniers Förlag, 2007. Capítulo: Samer. 1143 p. p. 852. ISBN 91-0-011462-6
- ↑ Enciclopédia Nacional Sueca - Lapões
- ↑ http://finland.fi/Public/default.aspx?contentid=260949&nodeid=41800&culture=pt-PT
- ↑ «sámi - Significado no Dicionário Rápido». dicionariorapido.com.br. Consultado em 10 de fevereiro de 2016
- ↑ Karlsson, Fred (2008). An Essential Finnish Grammar. Abingdon-on-Thames, Oxfordshire: Routledge, 1. ISBN 978-0-415-43914-5.
- ↑ Magnusson, Thomas; et al.. Vad varje svensk bör veta (em sueco). Estocolmo: Albert Bonniers Förlag e Publisher Produktion AB, 2004. Capítulo: Samer. 654 p. p. 76. ISBN 91-0-010680-1
- ↑ «Johannes Schefferus» (em sueco). Nationalencyklopedin – Enciclopédia Nacional Sueca. Consultado em 21 de fevereiro de 2016
- ↑ Max Ingman e Ulf Gyllensten. «A recent genetic link between Sami and the Volga-Ural region of Russia» (em inglês). European Journal of Human Genetics. Consultado em 9 de janeiro de 2017
- ↑ Per Möller, Olof Östlund, Lena Barnekow, Per Sandgren, Frida Palmbo, Eske Willerslev. «Living at the margin of the retreating Fennoscandian ice sheet: The early Mesolithic sites at Aareavaara, northernmost Sweden» (em inglês). The Holocene. Consultado em 9 de janeiro de 2017
- ↑ Bojs, Karin; Peter Sjölund. Svenskarna och deras fäder: De senaste 11 000 åren (em sueco). Estocolmo: Albert Bonniers, 2016. Capítulo: Samer. 232 p. p. 81-87. ISBN 9789100167547
- ↑ «Indigenous and Tribal Peoples Convention, 1989 (No. 169)» (em inglês, francês, espanhol, árabe, alemão, e russo). ILO – International Labour Organization. Consultado em 9 de janeiro de 2017
Ver também[editar | editar código-fonte]
Ligações externas[editar | editar código-fonte]
- Saami Mitochondrial DNA Reveals Deep Maternal Lineage Clusters, Delghandi 1998
- The Origin of the Baltic-Finns from the Physical Anthropological Point of View, Niskanen 2002
- The Western and Eastern Roots of the Saami—the Story of Genetic “Outliers” Told by Mitochondrial DNA and Y Chromosomes, Tambets 2004
- Saami and Berbers—An Unexpected Mitochondrial DNA Link, Achilli 2005
- A recent genetic link between Sami and the Volga-Ural region of Russia, Ingman 2006
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