Resgatar três meninas que seriam vendidas como prostitutas em uma viagem que fiz à Índia em 2002 mudou minha vida para sempre. Foi meu primeiro encontro com o crime de tráfico de pessoas, também conhecido como escravidão moderna. Saber que a escravidão não era assunto do passado me deixou arrasado e consternado. Depois entendi que ser testemunha de um crime invisível para muitos, mas de proporções epidêmicas, me transformava em cúmplice, se não fizesse nada.
Soma de todas as experiências e temas explorados pelo músico nos últimos trabalhos de estúdio, You Want It Darker reflete a força criativa de Leonard Cohen. Aos 82 anos - dos quais 60 são dedicados à carreira musical -, o cantor e compositor canadense faz de cada composição ao longo do registro um movimento preciso, sutil. Memórias, tormentos, confissões e sussurros melancólicos que se espalham sem pressa, como uma preciosa carta de despedida.
Doutor Estranho é mais uma versão cinematográfica de um personagem de quadrinhos. O filme estreia este mês, e Benedict Cumberbatch está no papel principal. Até agora, as notícias e trailers do filme geraram ótimas respostas e chamaram a atenção de todos os fãs dos quadrinhos da Marvel, especialmente quem adora o personagem Doutor Estranho.
Fã tardia de ficção científica, mas apaixonada por tudo que tivesse remotamente a ver com viagens ao espaço ou inteligência artificial, comecei a ver a série cheia de expectativas. Depois de Game of Thrones, queria a todo custo me agarrar a esta promessa: uma distopia inteligente com produção de cinema.
O seriado "Black Mirror", de origem inglesa (Channel 4; agora pelo Netflix) tem o dom de nos causar pauras e consternações. De uma qualidade roteirística primorosa (uns capítulos melhores que outros..mas vá lá..), ele nos proporciona de antemão aquela sensação que parece o misto perfeito da contemporaneidade consumidora de conteúdos: os picos de sensacionalismos (com situações e cenas de tirar fôlego e de explodir a imaginação), com possibilidades do "deixar você pensando"" porque invariavelmente se conecta com algo bem verossímil. O que é? Tecnologia. Humm.. na verdade não.. é sobre nós mesmos.
Um dos pontos altos da edição nacional - li primeiramente no original - é a tradução de Augusto Calil. Gaiman tem uma cadência peculiar de linguagem, com aliterações, o que torna bem difícil traduzi-lo para o português. (A experiência de leitura dos volumes de Sandman em português, por exemplo, deixa muito a desejar). Calil mantém-se fiel a essas características sem abrir mão da prosa elegante e sucinta.
Silvio Santos bota e "desbota" quem ele julga ser competente em sua emissora. E nenhuma mudança é gratuita. Dudu está apresentador do Primeiro Impacto, pode ser que amanhã não o seja mais. O dono do SBT deixou claro que é uma experiência. Por ora, ruim ou bom, nunca se falou tanto no jornal. Para TV, isso é ótimo porque significa audiência de, até outro dia, uma atração "esquecida" pelo público.
Assistir Luke Cage é uma excelente pedida. Não somente ela. Demolidor e Jéssica Jones também. Recomendo fortemente, ainda mais em tempos onde gente como Doria se elege no primeiro turno e, na vida real, as minorias correm risco de perderem seus espaços de representatividade duramente conquistados.
Vivemos tempos estranhos, com proliferação de discursos de ódio e emprego oficial de soluções que se explicam pela necessidade de atingir objetivos sanadores, independentemente dos meios empregados. Quando a produção artística de alta qualidade começa a refletir essa tendência na forma de ficção com ampla aceitação por parte do público, o que de certa forma acaba legitimando-a, nunca é demais lembrar que a realidade é bastante dura e sempre, sempre pode piorar.
Quem gosta de literatura - e drinques - certamente já ouviu falar do Bar Hemingway, do Ritz Paris. É um dos mais famosos bares do mundo, e um dos lugares mais celebrados de Paris. Tanto que, nos quatro anos em que ficou fechado para uma reforma multimilionária, Colin Field - apontado algumas vezes como o melhor bartender do mundo - resolveu abrir as portas de sua casa para os frequentadores mais fiéis.
Identidades, apego, bolha coletiva. Ser famoso não blinda ninguém de nada, a gente sabe disso. Dificuldades seguem, confusões seguem, desequilíbrios ligados a gênero seguem, incoerência, prisões, violência doméstica, dificuldades com os filhos, conflitos, tristezas, e por aí vai. A impermanência das coisas e o fim das relações também. E está tudo bem.
Vivenciamos uma realidade racista e estruturante baseada na ideia da distinção entre indivíduos conforme o seu grupo racial. E estou pensando raça aqui não como um fator biológico, mas social. Portanto, esse fator interfere e muito na vida e nas possibilidades que chegam até as pessoas. Assim sendo, o racismo continua pautando nossa sociedade, pois é ensinado e alimentado cotidianamente.
Infelizmente, não há como voltar no tempo. Mas "Adornos do Brasil Indígena: Resistências Contemporâneas" oferece um caminho para o futuro, uma compreensão aprofundada que pode ajudar nossos parceiros indígenas e nos ajudar a manter o que resta do seu paraíso.
As águas do Rio São Francisco, acompanhadas pelo lindo cenário da cidade de Piranhas, em Alagoas, (que na novela transformou-se Grotas de São Francisco) banham uma história shakesperiana: o amor impossível entre Santo (Domingos Montagner) e Tereza (Camila Pitanga) por causa da rivalidade de suas famílias. Depois de altos e baixos, e faltando poucas semanas para o último capítulo ir ao ar, os dois finalmente se acertam e já encaminhavam seu final feliz.
Todos já devem saber da lamentável morte do ator Domingos Montagner, afogado no Rio São Francisco, ambos protagonistas da atual novela de destaque da Globo. Montagner teve suas raízes na arte circense, foi inclusive fundador de um circo. O picadeiro, por sua vez, é uma das raízes da cultura brasileira e da Sétima Arte, o Cinema, do qual a teledramaturgia descende.
Não há dúvida de que "Titã" seja extremamente original. Lembrando uma praia ou uma caixa de areia de crianças, o palco está coberto de areia. Um globo gigante está pendurado no teto. Todos os 32 dançarinos da companhia vestem calças jeans e estão em cena durante os 70 minutos. A iluminação é dramática.