A formação inicial e continuada dos professores tampouco é mencionada na proposta. Esta é uma questão antiga, e que requer atenção em toda a Educação Básica. Temos de reconhecer que o professor é um dos sujeitos centrais do processo educativo e produtor de um conhecimento específico e valioso. Além do mais, preocupa o fato de a medida provisória permitir que docentes sem licenciatura de uma disciplina específica possam ser contratados para lecionar no Ensino Médio por terem "notório saber" de uma área de conhecimento. Esta mudança precisa ser mais bem detalhada, pois não pode resultar em mais precarização da carreira docente.
Devemos sim, caminhar para garantir mudanças em nossa educação. Mas que elas não se limitem a reformas locais porque, o que necessitamos, de fato, é de uma reconstrução ampla de nossos ideais e de nossas metas, não somente em termos educacionais, mas principalmente das pessoas e do País que queremos constituir.
o clima da recente divulgação de mais um resultado negativo, explicitado pelo Ideb, e da discussão da Base Nacional Curricular Comum (BNCC), a proposta de restruturação do ensino médio mostra que o MEC tem projeto e premência de mudar o quadro atual da educação. Na avaliação do significado e alcance da reforma, muitas discussões importantes emergem nesse momento. Mas, por ora, vamos nos ater a três, de caráter mais geral.
Neste mês - setembro - nós três queríamos reconhecer a dificuldade que os jovens têm para passar por grandes mudanças em suas vidas. Esperamos que pedir ajuda se torne um hábito, pois isso será tão importante em suas vidas adultas como o sucesso acadêmico.
Estudei no Colégio Técnico da UNICAMP durante meu ensino médio. Lá passava meus dias inteiros, entre aulas da grade convencional e matérias do técnico em eletroeletrônica. Por ser integral as relações interpessoais e a unidade que acabava surgindo entre os alunos eram muito importantes para nós. Nessa semana tive a feliz descoberta de saber que alunos do meu saudoso COTUCA estão se mobilizando contra a punição seletiva a um casal gay, o qual a direção fez passar por conversas repressoras e ameaçou delatar a orientação sexual deles aos pais, o que pode gerar ainda mais constrangimento.
Tudo começou no fim de 2014, quando recebemos a visita da Bárbara Rubim, da campanha de Energias Renováveis do Greenpeace. A ONG queria instalar placas solares no nosso telhado e fazer um acordo com a prefeitura de Uberlândia, assim todo o valor que economizássemos na conta de luz seria revertido em atividades extracurriculares para os alunos. Nunca tínhamos ouvido falar em energia solar fotovoltaica, então, pesquisamos, percebemos que era uma boa oportunidade e aceitamos a proposta.
Me formei em jornalismo, mas demorei muito tempo para me sentir jornalista de fato. Hoje, brinco que "fiz as 'pazes' com a profissão", principalmente depois de descobrir que por trás de cada pessoa existe uma história maravilhosa e de entender que tenho uma curiosidade encantadora para conhecer cada uma dessas histórias. Mais do que um hobby, aprendi que fome de conhecimento é fundamental na educação.
Nas últimas décadas, o Brasil testemunhou importantes mudanças na sua política educacional e resultados igualmente significativos foram atingidos. O ingresso ao Ensino Fundamental (1o ao 9o ano) foi praticamente universalizado, mas a qualidade do ensino público oferecido continua insatisfatória, tanto em termos do nível de aprendizado adequado à cada série quanto em comparação com outros países.
Hoje - o dia em que você revirou os olhos com tanta força que seus olhos quase caíram da sua cara e o tom da sua voz estava pior que as suas palavras. Reconheci o "dã" da minha própria voz de adolescente. Seu comportamento me chocou tanto, que pela primeira vez fiquei sem palavras.
Garantir a formação plena e o preparo para a cidadania implica promover participação, exercício de direitos e deveres, solidariedade, cooperação, justiça, respeito aos outros e a si mesmo. Isso não se faz sem liberdade de expressão, sem lidar com as diferenças, com ideias concorrentes e até com pontos de vista contraditórios. E isso só se concretiza por meio do debate franco com pais, comunidade, alunos, educadores.
Estamos colocando nossos filhos no curso de inglês, no judô, na natação, no Kumon, no mandarim, na aula de música aos 2 anos de idade pra que ele seja bastante estimulado e consiga competir no mercado de trabalho. E pouco importa se já tem maturidade emocional para dar conta de uma agenda tão cheia. Assim vamos educando crianças que nunca tiveram a oportunidade de brincar. Desde que nascem, jogar é obrigação, é treino, é competição.
A busca por um sentido ou propósito de vida é incompatível com um trabalho alienante nos moldes tradicionais, que impeça o desenvolvimento de nossas capacidades e talentos. Quando reconhecemos a necessidade de um sentido na vida e a alienação insuportável de muitos de nossos empregos, talvez, paradoxalmente, a reação mais sábia seja ser mal-educado.
Com um discurso populista, o prefeito Eduardo Paes fala o que você quer ouvir, se exime da responsabilidade enquanto administrador público e, ao final, usa um símbolo olímpico de palanque político - um desrespeito total com a ideia de preservar os símbolos e valores olímpicos de atos políticos e religiosos.
Ao olhar para o registro da minha birra, eu penso em como já fui muito mais imaturo do que posso ser considerado hoje. Como eu, recorrentemente, agia de forma a autocentrada, baseado em um imediatismo irreal, incapaz de entender o universo ao meu redor, desejando que tudo se ajeitasse sem nenhum esforço meu. Eu parecia um comentarista de Facebook.
A conquista de uma bolsa de estudos é um dos fatores determinantes para muitos brasileiros conseguirem estudar no exterior. Para países requisitados como EUA, Reino Unido e Canadá, o real desvalorizado e os gastos durante o curso aumentam ainda mais a necessidade de financiamento estudantil.
Não conheço defensores de assembleias político-partidárias nas escolas - o que se pretende esconder não é o DEM ou o PT, mas o pensamento livre. Sem liberdade de pensamento não há democracia; sem democracia não há cidadania. Por isso, toda escola tem que tomar partido: o do justo, o da igualdade, o da promoção de um mundo sem discriminação.