Talvez o Temer não lembre que ele mesmo pediu para não ganhar notoriedade na Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos Rio 2016. Porque o Temer sabia que seria vaiado. Talvez o Temer estivesse com otite quando não ouviu gritos de golpista no sete de setembro em Brasília. Talvez o Temer tenha realmente esquecido que foi pego na Ficha Limpa por irregularidades na Justiça Eleitoral. Será que o Temer sabe que é o primeiro presidente oficialmente ficha suja?
Apadrinhado pelo atual governador Geraldo Alckmin (PSDB), o Ministro da Justiça extrapola sua ambição política ao utilizar de seu cargo no governo federal em busca de não sair dos holofotes. Para esta semana, prometeu para militantes tucanos "dias inesquecíveis" na Lava Jato. Na realidade, o que ele quer mesmo é preparar o terreno para 2018.
A teoria mais próxima da realidade é aquela da qual a maioria de nós desconfia ou já tem certeza, mas fica um tanto constrangida em admitir publicamente, porque revela nossas próprias falhas de julgamento e decisão. Isso dito, enunciá-la-ei: A crise política brasileira é tão somente uma mistura de falta de sorte do país como um todo; preguiça ou falta de interesse, por parte dos eleitores, de acompanhar mais de perto o que acontece na política; e falta de escrúpulos dos próprios políticos.
Queridas pessoas brancas como eu, vamos bater um papo honesto sobre o porquê de dizermos que "All Lives Matter" ("Todas as Vidas Têm Importância") quando falamos de racismo. Para começar, vale observar que ninguém dizia que "todas as vidas têm importância" até as pessoas começarem a dizer que "Black Lives Matter" ("Vidas Negras Têm Importância"). Portanto, "todas as vidas têm importância" é uma resposta a "vidas negras têm importância". Parece que alguma coisa na afirmação de que "vidas negras têm importância" nos incomoda. Por que será?
o clima da recente divulgação de mais um resultado negativo, explicitado pelo Ideb, e da discussão da Base Nacional Curricular Comum (BNCC), a proposta de restruturação do ensino médio mostra que o MEC tem projeto e premência de mudar o quadro atual da educação. Na avaliação do significado e alcance da reforma, muitas discussões importantes emergem nesse momento. Mas, por ora, vamos nos ater a três, de caráter mais geral.
Os exames laboratoriais não encontraram nenhuma cocaína na mamadeira da bebê, apenas medicamentos receitados pelo médico. Nunca nenhum médico, autoridade policial ou o hospital foram responsabilizados. Daniele foi inocentada apenas em 2008 e recebeu 15 mil reais de indenização do Estado brasileiro. Não custa lembrar que o montante - que não representa nem um mês de trabalho de um juiz ou delegado - não lhe devolverá a vida que foi interrompida no dia da morte de sua filha.
As manifestações petistas contra o governo Temer passaram de fracas para quase irrelevantes. A defesa de um projeto de poder criminoso e de seus corruptos líderes é o que faz o Fora Temer não ter apoio popular.
Alguém pediu então eu vou te dar um conselho sobre o amor-- mas, na real, eu não posso. Essa sou eu dando conselho para emagrecer. Ou conselho sobre como plantar uma abobrinha enorme ou tocar piano. Tudo isso eu tentei e meio que deu certo. Exceto pelo piano que tentei por um minuto, mas acho que o professor se mudou sem me avisar. (Adultos deveriam tomar aulas de um instrumento musical somente como desafio. E somente se a recompensa por tal desafio for mais de cem dólares. Somente nesse caso.)
Voltei para casa lendo notícias no Facebook sobre o "trágico" término do casal Angelina Jolie e Brad PItt. As especulações sobre o divórcio, a princípio, giraram em torno de traição, drogas, álcool e divergência quanto à criação dos filhos. Motivos à parte, só se via uma enxurrada de tristeza e frustração alheia sobre o divórcio do ex-casal nos status de Facebook. Comentários do tipo "parei de acreditar no amor agora" começaram a pipocar também dizendo que não acreditavam que o relacionamento tão "perfeito" e lindo tinha dado "errado".
Você é divina perfeição feminina. Seu corpo é belo. Você merece amar a si mesma da forma que é e mostrar seu amor ao seu próprio corpo através do movimento. Você merece viver em toda a sua amplitude e você pode fazer a escolha nesse exato instante e dizer "Não!" para o corpo de praia e "Sim!" para abraçar seu corpo como ele é. Qual você escolhe?
Minha filha de quatro anos, Maya, tem aula de natação toda semana. Certa vez, depois da aula, soltei o rabo-de-cavalo para secar melhor o cabelo dela. Decidi deixá-lo solto, e ela me perguntou, nervosa: "Mamãe, o que você está fazendo? Está prendendo meu cabelo de novo?" Respondi: "Não, vamos deixar o cabelo solto e mostrar esses cachos lindos".
Na última década, o Brasil surpreendeu e inspirou o mundo ao mostrar que é possível combater a fome e a desigualdade com políticas inovadoras intersetoriais e participativas. A pobreza extrema foi reduzida para 3%. O nível de desemprego foi reduzido para 5%. As desigualdades históricas entre as regiões foram significativamente diminuídas. O investimento em tecnologias de armazenamento de água e a distribuição de riqueza permitiu que os trabalhadores rurais enfrentassem a seca mais grave em 50 anos sem migrar ou passar fome. O país foi um dos poucos que atingiu as Metas de Desenvolvimento do Milênio 1 e 4: acabar com a fome e a miséria, e reduzir a mortalidade infantil.
Em abril de 2015, sua santidade o Dalai Lama e o arcebispo Desmond Tutu se encontraram em Dharamsala para uma conversa histórica sobre a felicidade. The Book of Joy (o livro da felicidade, em tradução livre) conta a história dessa discussão, que durou uma semana.
Não sei como é para casais heterossexuais cujos filhos são entregues, talvez, nos braços de uma gentil cegonha. Nossos bebês foram lançados do apropriadamente chamado "Enola Gay" [nome da mãe do piloto e do primeiro avião que jogou uma bomba atômica durante a Segunda Guerra] sobre Hiroshima e Nagasaki. Havíamos conversado sobre isso.
Enquanto vivemos a vida de outros por meio da cultura de massa e da abusiva cobertura de celebridades, nos perdemos em espetáculos e automatismos dos casais perfeitos, mesmo os não famosos. Afinal, íntimo e privado nunca estiveram tão expostos como estão agora, sobretudo nas redes sociais. Mas o que temos, a partir de nosso voyeurismo, é uma falsa intimidade. Por maior que seja a exposição, nunca teremos acesso ao que se passa entre aquele casal - e entre qualquer outro. O amor das brigas, conflitos, ciúmes e tretas mil pode até estar fora da cena, mas não da realidade.
O extremismo violento não será eliminado com balas ou bombardeios. As soluções imediatas propostas no passado são mera fantasia e ingenuidade perigosa. Precisamos reconhecer nossos fracassos passados, voltar a concentrar nossa atenção sobre a resolução de conflitos, promover a reconciliação e construir a boa governança. Apenas assim poderemos frear a maré de extremismo violento e pôr fim à sequência constante de ataques terroristas pelo mundo afora.
Neste mês - setembro - nós três queríamos reconhecer a dificuldade que os jovens têm para passar por grandes mudanças em suas vidas. Esperamos que pedir ajuda se torne um hábito, pois isso será tão importante em suas vidas adultas como o sucesso acadêmico.
Identidades, apego, bolha coletiva. Ser famoso não blinda ninguém de nada, a gente sabe disso. Dificuldades seguem, confusões seguem, desequilíbrios ligados a gênero seguem, incoerência, prisões, violência doméstica, dificuldades com os filhos, conflitos, tristezas, e por aí vai. A impermanência das coisas e o fim das relações também. E está tudo bem.
A benção divina ou das religiões não é necessária para a vida política de uma democracia laica. Religião é matéria de ética privada, o que significa que cada pessoa deve ser livre para fazer suas escolhas, religiosas ou ateias. Precisamos de candidatos que digam: "por respeitar os direitos humanos, defendo a igualdade sexual e racial", "por respeitar os direitos humanos, garantirei a separação entre Estado e igrejas", "por respeitar os direitos humanos, lutarei pela descriminalização do aborto". Assim, um conselho: atente para os vocativos dos candidatos, dê preferência para os que falam do mundo.