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O PT buscou sua governabilidade operando uma política de alianças que atraia e dividia setores oligárquicos da direita. Assim, foi empurrado para vala comum dos conchavos, lobbies, propinas, caixa dois, entre tantos esquemas de desvios de verbas públicas e favorecimentos de negócios privados. Na sociedade armou uma política de pacto social que fez chegar mecanismos de governo sobre as duas pontas da estrutura de classes. Fez política de crescimento dos ganhos do sistema financeiro e dos grandes capitais e, ao lado disso, atendeu com programas sociais os mais pobres que estavam desassistidos de políticas públicas. Mas deixou intactas as estruturas de concentração da riqueza e do poder, além de ter destinado boa parte dos orçamentos para o pagamento da dívida pública. Ou seja, os chamados “avanços” tiveram um preço alto para o país, em que a barriga dos poderosos ficou mais cheia ainda.
O resultado da engenharia de poder montada pelo PT, dentro da lógica desenvolvimentista, foi um golpe parlamentar que se criou nas oportunidades que o PT deu a direita oportunista.
Não é de hoje que a educação é vista como uma mercadoria disponível no balcão de negócios dos governos e dos patrões ou como um instrumento de dominação política e ideológica dos de cima sobre os/as de baixo. De norte a sul no Brasil e em várias partes do continente latino-americano, os de cima impõem reformas educacionais, projetos de lei, ajustes fiscais e todo o tipo de medidas que visam precarizar e desqualificar ainda mais as condições de trabalho, de estudo e colocar por inteiro as escolas e universidades sob a lógica hegemônica do capitalismo financeiro.
Porém, nesta conjuntura de retirada de direitos e deterioração da qualidade de vida (seja pelos péssimos salários ou pelo aumento dos preços), no campo da educação, não está ausente a resistência e a luta dos educadores, educadoras, estudantes e todos e todas aquelas que defendem uma educação pública, gratuita e a serviço das demandas da classe oprimida. São as greves dos trabalhadores e trabalhadoras da educação e, mais recentemente, as ocupações de escolas em diversos estados do Brasil, as respostas dos de baixo frente a esses ataques.
Nosso papel é construir conjuntamente, a nível social os caminhos para transformação da realidade, que não virá de forma espontânea. Diante disso tudo, nós, grupo de militantes anarquistas, no auge de suas reflexões, enxergando todos os desafios e barreiras impostas, e acreditando na organização como ferramenta fundamental para se chegar a um futuro justo e livre de toda ordem de opressão, fundamos a OAZ (Organização Anarquista Zabelê), que leva em seu nome uma grande guerreira indígena piauiense chamada Zabelê, que fazia parte da tribo Amanajós, localizada a poucos quilômetros de Oeiras, Zabelê foi morta e Tupã resolveu transformar a índia em uma ave que canta triste sempre ao entardecer. Enxergamos em Zabelê uma grande guerreira e queremos visibilizar as minorias que sempre estiveram presentes em nossa história, então decidimos carregar conosco um grande símbolos de nossa raiz, nesse contexto surge o nome Organização Anarquista Zabelê – OAZ!
Em resposta ao projeto de “reorganização escolar” do governo do estado de São Paulo, que previa, dentre outras medidas, o fechamento de 94 escolas, teve início um processo de luta e organização dos estudantes com a ocupação de escolas. Começando entre 9 e 10 de novembro com a Escola Estadual Diadema (Diadema - SP) e a Escola Estadual Fernão Dias Paes (São Paulo - SP), o processo teve continuidade com uma sequência de mobilização e novas ocupações, que envolveu mais de 220 escolas em menos de 20 dias e se alastrou na capital e em outras cidades do estado. Depois de uma série de ações de rua, que contou com marchas e trancamentos de vias públicas, e sofrendo enorme repressão por parte do governo, houve, enfim, um recuo por parte do inimigo.
Entre os dias 20, 21, 22 e 23 de novembro a FAG/CAB realizaram um conjunto de atividades programadas para as comemorações do 20° aniversario de vida militante desta organização política anarquista. Foram momentos de fraternidade libertária, de debates e cultura política, afirmação da concepção especifista para as lutas de classe e dos povos oprimidos. Onde o emotivo também fez sua presença. Brindaram gerações que não tem visto cansados seus esforços. Trocaram experiências, aportes e solidariedades delegações de distintas partes do Brasil, América Latina, Europa e Estados Unidos.
Um plenário sindical de militantes da CAB tomou lugar para fazer planos e afiar as ferramentas de luta no movimento dos trabalhadores. As companheiras fizeram seu debate no dia 22. Como contexto geral uma feira libertária em praça pública com charlas diversas, livros e materiais de propaganda, teatro e música popular. Dia 23 uma reunião internacional de delegações para firmar pactos de apoio mútuo, discutir elementos de concepção para um anarquismo forte politicamente e inserto nas lutas sociais, gerar internacionalismo desde as conjunturas concretas e as estruturas do poder que tocam nossos povos.
O Ato Público se fez num teatro cheio no coração do centro de Porto Alegre. Entre os oradores a FAU, a FAR, o cancioneiro popular libertário e “rompidiomas” de Chito de Melo. Por fim a palavra de CAB e FAG. Ambiente muito concentrado no que era exprimido pelos oradores e com uma emoção que não disfarçava as alegrias e as recordações do caminho percorrido até aqui. Cartas de adesões vindas de muitos lugares, sopros de generosa saudação a este momento tão especial. Saúdos em própria voz de Alternativa Libertária da França, Alternativa Libertária/FdCA da Itália, Federação Anarquista Rosa Negra dos Estados Unidos, Grupo Via Libre da Colômbia, núcleo sul do Congresso Comunista Libertário do Chile. No encerramento do Ato, um desfecho simbólico marcado de lenços vermelho e negros ao som de A Internacional.
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![Employees at the Zarfati Garage in Mishur Adumim vote to strike on July 22, 2014. (Photo courtesy of Ma’an workers union) Employees at the Zarfati Garage in Mishur Adumim vote to strike on July 22, 2014. (Photo courtesy of Ma’an workers union)](/web/20160909172252im_/http://anarkismo.net/cache/imagecache/local/attachments/jun2016/110_0___10_0_0_0_0_0_zafativotemedium.jpg) Employees at the Zarfati Garage in Mishur Adumim vote to strike on July 22, 2014. (Photo courtesy of Ma’an workers union)
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