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Operação Lava Jato: comunicação mediada e apelação midiática

category brazil/guyana/suriname/fguiana | economia | opinião / análise author Friday August 12, 2016 21:01author by Bruno Lima Rocha Report this post to the editors

Artigo de análise política sobre a Operação Lava Jato e sua exibição midiática

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A Operação Lava Jato é um marco na história brasileira em todos os sentidos. Ao afirmar que é marcante e criva um paradigma, não me refiro a esta operação jurídico-policial como necessariamente positiva. No final das contas, o volume de dúvidas é equivalente ao de certezas. Ficamos na dúvida se a operação criminaliza toda atividade de Estado e nos certificamos que as empreiteiras de sempre são culpadas de novo.

Este marco da Lava Jato também implica na ascensão de uma nova elite do Estado. Definitivamente, vivemos um período de restauração de tipo republicana, com discurso jacobino, práticas liberal-oligárquicas e a representação da “pureza” por parte de magistrados federais, promotores e procuradores, além de delegados da Polícia Federal. Assim, a exibição midiática das punições ao andar de cima, traz consigo a significação dupla: por um lado, e corretamente, dá vazão ao anseio popular do Estado vingador, punindo aos crimes de elites como sente na pele (literalmente) a ação do sistema criminal. Por outro lado, não entra em debate de modelos, e assim, garante a permanência das instituições de Estado tais como são ou estão, sem criticar as formas de funcionamento reais, apenas louvando o empenho dos “jovens procuradores” e setores afins.

A HIPEREXPOSIÇÃO MIDIÁTICA

Desde que foi lançada, a Operação é uma campeã de audiência e recordista nacional em exposição seletiva. Além da hiperexposição por parte dos maiores conglomerados de mídia brasileira (Globo, Abril, Folha e Estadão), vem havendo um esforço por parte do Ministério Público Federal (MPF) a difundir as investigações de forma mediada, com dados já mastigados e compreensão do grande público. No domínio lavajato.mpf.mp.br, qualquer pessoa pode acompanhar o caso e seus desdobramentos. Esta medida – a de mediatizar a ação do Ministério Público Federal, do Judiciário Federal e da própria PF – é uma prática corrente em outros países que combateram a corrupção endêmica entre Estados e conglomerados locais e, junto da delação premiada, está sendo aplicada com maestria pelos líderes deste processo.

Ao tornar públicos dados já “mastigados”, o público leitor e as audiências consolidadas dos grandes conglomerados, podem dedicar-se a absorver de forma seletiva o que já está pronto, resultando em ação viral de tipo segunda tela, postando comentários e observações em escala de milhões de compartilhamentos em redes sociais. A diferença de resultado e significativa. Caso o Wikileaks tivesse a mesma capacidade de produção de dados mediados, “mastigados”, comunicação já mediada, a penetração dos informes e suas consequências societárias seriam infinitamente superiores.

O modus operandi da Lava Jato chama a atenção e indica o nível de protagonismo que pode ter uma camada de profissionais de carreira, tecnocratas e operadores jurídicos, com um aval da “opinião pública” para fazerem justiça. Basicamente, ao polarizar o noticiário, vão ao encontro da sede – correta e legítima – de justiça incluindo algum grau de vingança popular contra o andar de cima. O que assusta não é a punição para as empreiteiras, mas seletividade midiática e o esforço inaugural da Lava Jato, ao contrário de outras operações, no meu entender, ainda mais relevantes, como a Farol da Colina, Macuco, Chacal, Satiagraha, Castelo de Areia e Monte Carlo.

Obviamente que isso não aconteceria dadas às correlações em cada momento que as operações foram lançadas e a confluência da oposição doméstica – a ascensão da nova direita, a dimensão substantiva do golpe e a exposição midiática com requintes de manipulação e ausência de contraponto. Para quem julga que exagero, sugiro que revejam a edição do Jornal Nacional de 16 de março de 2016, já na edição deste link (https://www.youtube.com/watch?v=2hYo7eEnwKU).

No fim do túnel, no ambiente doméstico, está a meta estratégica do inimigo de classe em promover uma legislação regressiva – com ampla retirada de direitos, trabalhistas e sociais. No plano regional (América do Sul e Latina) e no internacional, é notável a associação indireta e subordinada entre os interesses da classe dominante brasileira e o imperialismo contemporâneo. Ao contrário do período da Bipolaridade, hoje o Comando Sul e as agências estadunidenses atuam de forma sutil e muitas vezes oficiosas, tal e como no caso brasileiro recente.

Uma conclusão óbvia

Nada disso teria sido possível caso a relação entre empreiteiras e lulismo não fosse tão promiscua como a que havia nos governos anteriores. Igualmente, caso a Lava Jato não tivesse no oligopólio da comunicação seu apoio permanente, não ocorreria golpe parlamentar com apelido de “impeachment”.

Bruno Lima Rocha é professor de ciência política e de relações internacionais

(estrategiaeanaliseblog.com – blimarocha@gmail.com para E-mail e Facebook)

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Employees at the Zarfati Garage in Mishur Adumim vote to strike on July 22, 2014. (Photo courtesy of Ma’an workers union)

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20 de junho de 2016, Bruno Lima Rocha

Introdução da segunda parte da série

Neste segundo artigo da série da nova-direita, desenvolvo a ideia de como o senso comum foi sendo colonizado por ideias reacionárias, que terminam sendo um modo reativo diante das tímidas e, por vezes, pífias políticas de reconhecimento promovidas pelo governo temporariamente afastado e o pacto lulista iniciado em 2003. Na esteira deste reacionarismo social e de âmbito na cultura e na religião, vemos espetáculos dantescos de misoginia, de homofobia e um rechaço “medieval” aos avanços obtidos dentro da Constituição Federal de 1988. Insisto na tese de linha chilena, ao menos até 1981, quando o pau de arara e as máquinas de moer carne humana das forças repressivas de Augusto Pinochet e cia. eram complementadas pelo asqueroso preceito dos Chicago Boys, doutores e mestres em economia na Universidade de Chicago, para onde foram às dezenas por duas décadas a soldo de bolsas do Império.

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05 de junio de 2016, Bruno Lima Rocha

El Senado brasileño concluyó alrededor de 6.30 de la mañana de 12 de mayo de 2017 un golpe blanco, perfectamente orquestado, alejando a presidente reelecta Dilma Rousseff (PT), por 55 votos a favor del alejamiento contra 22 por el mantenimiento en el cargo. Con esta votación, el PMDB llega al poder por la tercera vez de forma indirecta. Antes con Tancredo Nieves y José Sarney en 1985, en el retorno de Itamar Franco para el partido de Ulisses Guimarães en 1992 después del impedimento de Fernando Collor de Mellor y ahora con Michel Temer – vicepresidente reelegido - asumiendo el Palacio del Planalto por haber sido reelegido en la misma chapa de la exguerrillera.

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03 de junho de 2016, Bruno lima Rocha

Iniciar um debate como esse é sempre um tema delicado. Nos espaços onde publico e circulam ideias por mim difundidas, percebo que as críticas são bem recebidas e, ao mesmo tempo, posso estar abrindo feridas políticas com interpretações que podem ser bastante sectárias. Ainda que reconheça este risco, estou abrindo uma nova série, compartilhando tanto a crítica à nova direita que cresce na onda reacionária a tomar conta de parte do Brasil, como fazendo a crítica por esquerda, de forma, mas sincera.

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23 de maio de 2016, Bruno Lima Rocha

Introdução

Neste primeiro artigo para o Comitê em Defesa da Democracia a ser publicado no Jornal Já e redistribuído através das redes alternativas, inicio uma breve série tentando mapear a nova (velha) direita. O objetivo deste e dos textos que seguem é tentar identificar a origem contemporânea do giro reacionário do senso comum brasileiro e suas similitudes com o conservadorismo dos EUA, e, por consequência, a transferência do léxico, do glossário e das identidades políticas gestadas no interior do sistema político do Império. Entendo que, se identificarmos os focos domésticos e internacionais do pensamento conservador, reacionário, ultraliberal e com laços neofascistas, estaremos aptos a tentar estancar o que venho afirmando como “fedor de linha chilena” tendo vasto crescimento no Brasil.

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16 de maio de 2016, Bruno Lima Rocha

O Senado concluiu por volta de 6h30min da manhã de 12 de maio de 2017 um golpe branco, perfeitamente orquestrado, afastando a presidente reeleita Dilma Rousseff, por 55 votos a favor do afastamento contra 22 pela manutenção no cargo. Com esta votação, o PMDB chega ao poder pela terceira vez de forma indireta. Antes com Tancredo Neves e José Sarney em 1985, no retorno de Itamar Franco para a legenda de Ulisses Guimarães em 1992 após o impeachment de Fernando Collor de Mello e agora com Michel Temer assumindo o Planalto por ter sido reeleito na mesma chapa da ex-guerrilheira. Dilma recebera 54 milhões de votos em 2014 e trazia consigo o vice-presidente eleito com ela em 2010, através de uma aliança defendida ainda no governo pelo ex-ministro da Casa Civil de Lula, José Dirceu de Oliveira e Silva em 2005 e ampliada pela hoje presidente afastada quando a mesma fora indicada para a pasta antes ocupada pelo ex-todo poderoso capa preta da legenda petista.

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