Navarro falou em Barrancanho de Contrabando e Toiros nos Serões Culturais 5 por Quelhas
Histórias de „Barrancû en Portugá"
Um excelente e original serão cultural, com o ilustre barranquenho José
Bonito Navarro, cativou os frequentadores habituais das noites culturais da
APZ.
Nessa noite falou-se de
Barrancos, uma pequena região isolada e esquecida de
Portugal. Situa-se na região da raia alentejana fazendo fronteira com as regiões espanholas de Andaluzia e da Estremadura. O concelho só tem uma freguesia, a vila de Barrancos com os seus 1.700 habitantes. Já alguém lhe chamou a "cidade branca", devido às suas casas caiadas de branco. A sua paisagem natural espalha-se por terras de Espanha.
Aqui fala-se o barranquenho, um idioma próprio, fruto da evolução histórica da região. Um dialecto popular com base no falar do baixo
Alentejo e algumas misturas do estremenho andaluz. De facto, rara será a família que não tenha antecedentes portugueses e espanhóis, desenvolvendo entre o povo três maneiras de comunicar; em português, em barranquenho e o espanhol.
O barranquenho não é reconhecido oficialmente como um dialecto, tal como o que acontece, por exemplo, com o
Mirandês
Tudo isto nos foi bem explicado (em português) pelo nosso compatriota Navarro, barranquenho de alma e coração, residente há três décadas na cidade de Zurique, pedreiro qualificado, jardineiro nos tempos livres (por paixão) e grande orador quando lhe chega a vez.
No rol das histórias descritas foi emocionante a referência à solidariedade de Barrancos para com os refugiados durante a guerra civil espanhola. Foi graças à coragem deste povo que muitas centenas, ou milhares, de pessoas escaparam à morte. A recordação deste tempo revela o respeito pela dignidade humana, de verdade e justiça, que surgem nos dias de hoje como símbolo de união e amizade entre os povos de um lado e do outro da fronteira.
O povo de Barrancos é modesto e fiel às suas tradições populares. No calendário das festas da vila sobressaem dois grandes eventos; o dia das
Flores, na segunda-feira de Páscoa, onde se sai para o campo " comer o borrego", convívio também alargado aos vizinhos de
Encinasola , e a
Feira de
Agosto tendo como ponto alto a Procissão em honra de nossa Senhora da Conceição., no dia 28 de Agosto, e as touradas no centro da vila.
Como se sabe, a tourada, em Barrancos, termina com a morte pública do touro na praça principal da vila (não existe praça de touros), tradição que data do início de mil oitocentos e tal. Os barranquenhos são fiéis ao princípio da morte do touro, enquanto que, as associações defensoras dos direitos dos animais protestam todos os anos, tantas vezes de forma injuriosa e infame contra este pacifico povo defensor das suas tradições. Ora, como se previa, na sala do debate, as opiniões divergiram nos dois sentidos, pró e contra a tradição. Foi neste momento exacto que as grandes capacidades de comunicador, de José Bonito Navarro, se revelaram. Com muita inteligência e "valentia" sobre enfrentar a plateia, divulgado calmamente a sua argumentação. Não sei se a todos convenceu, creio bem que
sim!
Este ano, no final de Agosto, irei às festas de Barrancû !
O serão cultural da APZ foi um belo acontecimento e revelou um grande senhor; chama-se José Bonito Navarro, barranquenho de alma e coração!
Informação útil: A Associação
Portuguesa de Zurique vai a caminho do cinquentenário 14/06/1962 -- 14/06/
2012
Birchstrass 80 --
8050 Zürich tel. 043 288 52 41
Vídeo in youtube quelhasgoncalves
Serões Culturais na Associação Portuguesa de Zurique
Nota: A primeira Personagem no mês de Dezembro, foi o Sindicalista, poeta e jornalista do Gazeta Lusófona, Adelino
Sá. A seguir, no mês de Janeiro, foi o Autodidacta
Jorge Campos, escultor e artista plástico.
A 18 de Fevereiro o convidado é Navarro, um antigo
Contrabandista, vai-se falar de contrabando e de toiros e isto tudo em língua Barranquenho.
O próximo convidado é o poeta Carmindo de
Carvalho
Quelhas, escritor/repórter das
Comunidades esteve, duas das três vezes nos Serões Culturais!
Informação útil:
A Associação Portuguesa de Zurique vai a caminho do cinquentenário 14/06/1962 -- 14/06/2012
Birchstrass 80 -- 8050 Zürich tel. 043 288 52 41
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