Lançamento do foguete em Alcântara VLS Unosat - UNOPAR
Lançamento do foguete em
Alcântara - Entrevista Alunos Unopar -
Mario Cezar Paiva
Ao contrário do que se poderia imaginar, o acidente ocorrido no dia 22 de agosto na base espacial de Alcântara, no
Maranhão, não desanimou a equipe ligada ao Sistema de Pesquisa Aeroespacial Científica Educativa (
Space), desenvolvido na Unopar há três anos. O Space desenvolve projetos integrados com aplicações específicas na área aeroespacial, e através dele foi construído o satélite Unosat, que entraria em órbita no dia 25 de agosto.
A explosão do foguete
VLS 3 -- que seria responsável pelo lançamento do Unosat e do Satec, desenvolvido no
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (
INPE) de
São José dos Campos -- frustrou, momentaneamente, o projeto brasileiro de colocar satélites em órbita, mas não diminuiu o ritmo de trabalho nos laboratórios do Curso de Engenharia
Elétrica/Telecomunicações da Unopar.
Um novo satélite já está sendo planejado e deverá começar a ser construído em breve, melhorando aspectos do anterior.
Segundo o professor
Fernando Stancato, coordenador do Space, existem algumas possibilidades para conseguir que o Unosat atinja o espaço. Uma delas é pegar mais uma vez carona num foguete de fabricação nacional -- o Governo
Federal garantiu que o programa espacial brasileiro não será interrompido e que o VLS 4 deverá estar pronto até
2006.
Outra possibilidade é embarcar o Unosat num veículo de maior confiabilidade, como os foguetes fabricados na Ucrânia, aproveitando o acordo fechado recentemente com aquele país. A Unopar vai consultar a
Agência Espacial Brasileira (
AEB) sobre esta questão.
O professor Stancato informa ainda que a AEB já cogitou a possibilidade da Unopar ser incluída, no ano que vem, num vôo suborbital. Neste caso, o foguete não chegará a entrar em órbita, mas ficará em trajetória parabólica por cerca de quatro minutos, criando um ambiente semelhante ao do veículo em órbita. Na seqüência, voltará à
Terra e será recuperado por pára-quedas. "A diferença deste tipo de vôo é a sua duração, mais curta", diz o professor.
Outras sete universidades foram convidadas a participar da experiência.A Unopar deverá levar para o vôo suborbital o Sistema de Medição de Acelerações Espaciais (SMAE), outro projeto desenvolvido dentro do Space. A idéia é que o equipamento seja utilizado para checar o comportamento de alguns experimentos naquele ambiente específico. O SMAE já foi testado no ano passado e teve o seu funcionamento aprovado, mas o pára-quedas que iria recuperá-lo não abriu.
Agora está sendo projetada sua 2ª versão.
Um terceiro projeto integrante do Space, o foguete experimental chamado de Sistema de Transporte Recuperável (
Star), passou nos testes de vôo, mas no momento, segundo o professor Stancato, não há previsão de novos experimentos.
Numa outra frente, um grupo de alunos e professores continua trabalhando em projeto de localização de veículos via satélite. "O trabalho deverá colocar à disposição da comunidade londrinense um equipamento confiável, de custo consideravelmente baixo, de rastreamento de veículos", afirma o professor. Ele explica que só não foi decidida ainda a forma de produção e comercialização do produto. Um protótipo do novo equipamento deverá ficar pronto até o final do ano que vem.
Desde que foi criado em
2000, o Space tem concentrado esforços no sentido de formar pesquisadores com capacidade de entender, analisar e produzir conhecimento científico relacionado à tecnologia aeroespacial. de acordo com o cooredenador do projeto, a Unopar faz parte de um grupo pequeno de universidades que investem nessa área de estudos. " até onde sei, é a única universidade particular a manter este tipo de pesquisa", observa Stancato.